Worse Than Nicotine escrita por Dama do Poente


Capítulo 34
In The Vegas Light


Notas iniciais do capítulo

Tecnicamente, esse é o último capítulo, galera! Explicações sobre o casamento Thalico e algumas outras coisinhas aí hehe!! Só tenho a agradecer pelos reviews que me deixaram e desejar que gostem desse capítulo.
P.S.: não se esqueçam de ler com atenção, para não ficarem confusos.
P.S².: essa é uma publicação programada!



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P. O. V Autora:

― Como é que é? ― a modelo/estilista pergunta, erguendo-se minimamente para olhar nos olhos de seu noivo... Marido... Noivorido! ― Como assim nos casamos e eu não lembro?

― Não que eu esperasse que você lembrasse: estávamos terrivelmente bêbados! Eu mesmo não me lembrava muito bem dessa parte: quando o cara disse que eu já era casado, fiquei com a maior cara de idiota, o que o fez suspirar e murmurar “ah, outro bêbado”. Então ele disse que os papéis datavam de 5 anos e meio atrás, e vinham da Graceland Wedding Chapel

― Que coincidência irônica! ― Thalia murmura, ajeitando-se melhor dentro da banheira: pelo visto aquela seria uma longa história.

― Também achei, mas fiquei ao menos feliz ao saber que a noiva era você! Porque, na única vez que estive em Vegas, as únicas pessoas comigo eram você, Annabeth e Percy, e seria trágico ter casado com um dos outros... Imagina que estranho ser casado com meu primo?

― Ah, vocês seriam um casal bonitinho! ― ela implica, coçando o queixo do noivorido, que faz uma carinha fofa, como se fosse um gatinho recebendo carinho ― Continue...

― Então, liguei para Percy, e perguntei se ele se lembrava de alguma coisa que aconteceu em Vegas, e ele disse, antes de me contar detalhadamente, que finalmente eu tinha me atinado sobre isso! ― Nico suspira: nada pior do que ser chamado de lerdo por uma pessoa mais lerda ainda.

― Não acredito que aqueles dois sabiam disso o tempo todo e nunca nos contaram nada! ― Thalia resmunga.

― Amor, o Percy teve que assinar a permissão para que eu me casasse: eu era menor de idade na época! ― de fato Nico era: como só faz aniversário em janeiro, e estavam comemorando o aniversário de 18 anos de Thalia, o italiano ainda tinha 17 anos.

Na época, Thalia já começara sua carreira internacional e por pura sorte estava no país na época de seu aniversário ― tinha um photoshot em Vegas, para a promoção de alguma linha desenhada por Afrodite ―, então implorou para que os amigos fossem encontrá-la. Percy não estava lá muito animado, graças aos inúmeros trabalhos da faculdade e a dor de cabeça causada por uma garota de arquitetura ― foram tantos foras, que tudo o que ele queria era ficar quieto na sua, ouvindo Total Eclipse Of The Heart até secarem suas lágrimas e sua garrafa de uísque ―, mas Nico queria ir e não poderia entrar na cidade do pecado se não estivesse acompanhado... Não deveria conseguir entrar nem assim, mas...

“― Como conseguiu uma identidade falsa? ― Percy questiona, quando já estavam no local que marcaram de encontrar com Thalia e a sua “quase prima”

― Ser amigo dos Stolls é uma benção, primo! ― o italiano murmura

― Benção é ser meu melhor amigo! Ou te ter como presente de dezoito anos! ― Thalia surge naquele exato momento, acabando com qualquer chance de Nico ser racional.

That little dress breaking every heart (Aquele vestidinho partindo todos os corações)

Ela usava um vestido preto de alças, com franjas multicoloridas que balançavam a cada passo dado, saltos com detalhes nas mesmas cores das franjas do vestido, os olhos estavam maquiados como de costume ― muito delineador e máscara para cílios ―, os lábios estavam cobertos por um tom entre o vermelho e o vinho. Todos os seus acessórios eram pretos, desde o anel de rosa negra, herdado da mãe, ao par de brincos que usava.

―Sou todo seu! ― o italiano diz sorrindo ao ser puxado pela aniversariante. Eram amigos há muito tempo, e há pouco mais de 4 eram algo como... Amantes. O beijo que deram naquele hall era apenas a prova de tal coisa.

Talvez tivessem ido além, ou abandonado Vegas para curtirem um ao outro, não fosse o fato de um pigarro ter chamado a atenção do casal.

―Muito lindo o amor de vocês, por favor, continuem como se eu não estivesse aqui!

―Annie, relaxa! ― o casal revira os olhos e diz em uníssono.

― Como assim você conhece essa maluca? ― Percy se intromete.

― Como assim você a chama de maluca? Ela é a Annie, cara: prima de segundo grau do Apolo, filha de Atena, a prima de primeiro grau do irmão da Lia! ― Nico esclarece.

― É!Minha quase-prima!

E a paixão reprimida de Percy, mas ninguém além deles precisava saber disso, então os quatro entraram no clube e foram curtir os prazeres da cidade do pecado... Quer dizer, quase todos curtiram.

― Ei cara, porque não está curtindo? ― Nico pergunta, ao encontrar o primo sentado ao bar, bebendo algo sem álcool.

― Eu bebi o suficiente enquanto estávamos em Nova York, e uma vez que estou bancando seu responsável, tenho que sê-lo, não? ― Percy ergue as sobrancelhas, fazendo seus olhos verdes ficarem em maior destaque.

― É por isso que te amo! ― e recebe um beijo na bochecha, dado pelo primo, antes de Nico voltar para onde Thalia e Annabeth dançavam.

Ok, aquilo só era fofo quando Nico era bebê e mordia as bochechas quando pediam por beijos! Agora era nojento... Principalmente porque o primo estava bêbado...

O primo estava bêbado!

― Nico di Angelo, larga essa tequila agora mes... ― mas era tarde demais

― Uma rodada por minha conta, em comemoração aos 18 anos dessa gostosa aqui! ― e além da tequila, Nico devora os lábios de Thalia, pendurando as pernas dela em volta de seu quadril.

― Eu acho... Mas só acho... Que deveríamos tirá-los daqui! ― Annabeth murmura entre solucinhos

― É... Antes que ele acabe com a conta bancário do tio Hades! ― Percy murmura, caminhando até os amigos.

Foi uma luta para separá-los, e como não conseguiu, o jeito foi apenas empurrá-los porta a fora, rebocando a loira de arquitetura.

― É até bom termos saído: não estava gostando do modo como os caras estavam olhando para minha garota! ― Nico resmunga, apertando Thalia contra si.

― Sua garota? ― Thalia ri ― Eu não pertenço a ninguém, Nico! Não somos namorados, ou casados...

― Não seja por isso! ― a loira sorri, apontando para frente.

Estavam na mesma rua da Graceland Wedding Chapel, a mesma capela em que Jon Bon Jovi se casara. Ouvindo um Percy muito resmungão, se encaminharam para a Capela, onde Nico disse que pagaria o que fosse para que Elvis o casasse com a mulher de sua vida.

― Eu sou filho de Hades di Angelo: eu posso comprar Vegas! Agora ajeita esse topete e me case com essa garota: ela tem que ser minha e de mais ninguém! ― o garoto exige, recebendo carícias de “sua garota”

― Garoto, você nem tem idade para casar! Pode ter entrado nos cassinos, mas eu não quero saber de rolo para o meu lado: esse lugar é famoso demais para ficar com o nome sujo por conta de um processo! ― Elvis gordo-não-Elvis resmunga, colocando-os para fora.

― Mas... Meu primo tem idade para responder legalmente por mim! Ele pode ser meu guardião legal! ― Nico comenta, tentando reverter a situação

― Nico, não é melhor irmos para...

― Percy, por favor!! ― o menino... Ainda era um menino... Praticamente implora, a ponto de chorar

Revirando os olhos, o primo concorda com a maluquice. Qualquer coisa para aquilo acabar logo e ele voltar para a tranqüilidade de sua casa... Seu irmão, que era apenas um bebê, era mais calmo do que aqueles três loucos.

Durante a cerimônia, Annabeth chorou abraçada à Percy, que não se acostumava com a estranheza da situação: há dois dias, era ele quem chorava, bêbado, mas por ela.

― Ótimo, acabou! Vamos voltar para o hotel! ― ele comemora, pensando que, levando em conta o estado trágico dos dois, ele teria que ler histórias de ninar para eles.

― Sim! Divirtam-se: eu vou pra minha lua-de-mel! ― e Thalia puxa Nico para um beijo quase pornográfico.

Sabia que os amigos acabariam no mesmo quarto, casados ou não; já tinha até se preparado, trago alguma coisa para ler ― o pai havia lhe dado um exemplar novo de um especialista em biologia marinha, e ele não tivera tempo de ler até agora ―, mas Percy mudou todos os seus planos quando a loira de arquitetura começou a passar mal por conta das bebidas...”

― Ah, então foi assim que Annie começou a achar o Percy fofinho... ― Thalia murmura, interrompendo a narração de Nico: ela não precisava saber o que acontecera com Percy naquela noite.

― Pois é, amor: enquanto curtíamos nossa “lua-de-mel”, Perseus e Annabeth tomavam antiácidos e conversavam sobre trivialidades!

― A parte mais louca disso tudo é que eu lembro muito bem da nossa lua-de-mel! ― Thalia foca seus olhos nos de Nico, que já abria um sorriso malicioso ao ver a noiva... A esposa... A noivosa se erguendo.

― Verdade? ― murmura, sentindo os dedos dela sobre sua camisa

― Com clareza de detalhes! ― ela sorri, inclinando-se para beijá-lo, que não deixa de sorrir.

Ele também se lembrava claramente sobre o que acontecera naquela noite de 22 de dezembro. Por mais bêbado que estivesse ou ficasse, nunca se esqueceria de cada detalhe do corpo de Thalia. A única coisa que não se recordava era a forma como fora parar na banheira.

― Sabe, infelizmente parei para pensar em uma coisa...

― Por que você tem que pensar na hora errada?

― Por que nos casamos quando éramos adolescentes e por que nossos pais não sabem? E seu pai já ficou bem furioso por eu não ter pedido a ele permissão para noivar com você? Ah, e devo lembrar que eu era menor de idade?

― Está me dizendo que...

― Hora de contar para nossos pais...

P. O. V Thalia:

Meu plano era mandar um postal para meu pai assim que eu chegasse a Veneza, mas, infelizmente, meu então marido era um cara muito ético. Assim que saímos da banheira, Nico ligou para o pai e perguntou se ele poderia conversar conosco, mas felizmente Hades negou: estava com Hazel, num tour pelas faculdades que ofereciam curso de Desenho Industrial, e pediu que conversássemos no dia seguinte. Tudo bem, Nico concordou e recomendou que o pai tomasse conta da irmã; e então, ligou para Zeus, que estava de folga.

Tanto dia pro meu pai tirar folga, e ele tira justo hoje quando descubro que já sou casada...

― Ué... Pensei que os futuros pombinhos estivessem curtindo uma lua-de-mel pré-casório... ― Apolo murmura, assim que nos encontramos na porta de casa.

― Eu poderia dizer o mesmo, mas não acho que você tenha feito algum pedido de casamento...

― Papai pede mamãe em casamento todo dia no café da manhã... E depois não quer que eu não vomite... Assim fica difícil: sou uma adolescente de 13 anos; o que menos quero são demonstrações de afeto passional! ― Allie revira os olhos, digitando freneticamente no celular.

― Diga isso para seu namoradinho, gatinha! ― Apolo ergue uma das sobrancelhas.

― Eu não tenho nenhum namoradinho, papai! A menos que algum milagre tenha ocorrido e o Alex Turner tenha notado a minha existência...

― Eu falava de alguém mais loiro, mais novo, mas que pode rebolar igual ao Alex... Quem sabe o Will não grava um cover de Arabella para você?

Feliz era Allegra, que tinha um pai que a jogava para os braços do melhor amigo!

― Eu não agüento mais isso! Resolvam o que têm pra resolver, que eu vou caçar o tio Jason por aí... Tenho certeza de que vi a ele, Piper, Leo e Reyna na piscina...

E nos dando as costas, Allie vai para a parte de trás da casa.

― Então...

― Então... ― Apolo imita meu cruzar de braços. ― O que você aprontou dessa vez, Thalia?

― Você pode esperar por mais dois minutos para descobrir: o senhor Grace os verá agora! ― Héstia nos interrompe, abrindo a porta de casa.

Deixei passar a parte em que ela nos trata como se estivéssemos em Cinquenta Tons de Cinza e entrei. Geralmente eu não ligava muito para as reações adversas de Zeus, mas dessa vez eu a temia.

― Sempre espero por ligações assim vindas de Thalia, mas nunca de vocês três... Especialmente desses dois que não são meus filhos... ― Zeus começa a discursar, afastando-se da janela e caminhando até sua cadeira.

Nico e Ártemis se encaram e dão de ombros. Se eles não entenderam, eu muito menos.

― Muito bem... O que aprontaram dessa vez? ― papai pergunta já se sentando em sua cadeira reclinável.

Respiro fundo e olho para Nico, que assente, me encorajando a contar. Sinto-me mais confiante e pronta para contar... Quando sou interrompida por gritos de Allie e Jason.

― Mas eu quero entrar! Eu sou dessa família também!

― Allegra, você não quer entrar! Você acha que quer, mas uma vez dentro, você se arrependerá! ― Jason grita de volta, impedindo Allie de entrar no escritório.

― Eu vou entrar nessa reunião, nem que eu tenha que escalar a janela pelo lado de fora! E se eu cair igual ao Bran, você vai ter que me carregar de um lado para o outro!

― Deixe-a entrar, Jason... ― papai alerta ― Mas é por sua conta e risco!

― Eu já sou dessa família, que outros riscos eu poderia correr?! ― Allie pergunta, sentando-se no sofá ao lado de Jason.

E então, eu contei o que fora fazer lá.

― Uau! Acho que essa história de casar escondido está no sangue dos Grace... E eu aqui pensando que éramos os únicos casados “clandestinamente”... ― Ártemis comenta, em estado de choque.

― Espera aí: como assim “casados clandestinamente”? ― Nico chama a atenção

― Droga, Artie! Eu disse para controlar os impulsos! ― Apolo resmunga, olhando nervoso para a ruiva ― Bem, é o seguinte...

E, como se nos contasse sobre uma partida de futebol, Apolo nos conta como ele e Ártemis e casaram para que ela adotasse Allie legalmente e ele não perdesse a guarda para a família de Daphne.

― Era o único jeito que conhecíamos para fazer isso acontecer...

Zeus os olhava incrédulo. E não era o único.

― Quando vocês se casaram? E onde é que eu estava? ― Allie pergunta, parecendo meio surtada.

― Tínhamos quanto? 19, 20 anos? ― Ártemis pergunta a Apolo, como se estivessem falando de um passei qualquer e não de um casamento e uma adoção.

― Tínhamos 20. Allie tinha 2 anos, tinha acabado de completar, e ela estava dormindo no meu colo! ― Apolo responde, tamborilando o indicador no lábio inferior

― Peraí: vocês são casados há 11 anos e nunca contaram a ninguém? Nem a mim que sou a filha?

― Espera: não foi nessa época que Apolo foi morar sozinho? ― Jason interrompe o surto de Allie, pondo mais lenha na fogueira.

Por mim ótimo: foquem no Apolito e esqueçam a Thalinda e seu marido supergostoso e italiano.

― É, foi na época em que moramo...

― Apolo! ― Ártemis o interrompe, dando-lhe um tabefe.

As coisas estavam ficando meio selvagens ali.

― Qual o problema de saberem que consumamos nosso casamento na época em que casamos? Que vivemos maritalmente por dois ótimos anos que só acabaram porque você achou que estava apaixonada...

― Cara, isso é melhor que Hollywood e Cannes juntas! ― Nico sussurra

― Quer fazer sucesso? Escreva um roteiro sobre os Grace, senta e goza! ― respondo, vendo Ártemis e Apolo discutirem.

― Se você estiver comigo, eu vou mesmo! ― o italiano que agora era meu marido ronrona em meu ouvido.

Tento conter o sorriso malicioso e a vontade de expulsar todo mundo dali.

― Ai que baixaria. To arrependida de ter pedido para participar! ― Allie choraminga, escondendo o rosto nas mãos.

― Eu avisei! ― Jason murmura cético ― Aproveita para sair enquanto sua participação ainda não é obrigatória!

― Não, tudo bem: o assunto, infelizmente, me envolve! ― ela suspira

E envolvia mesmo. Assim como altas doses de linguagem médica.

― É claro que ela não lembra como tudo acabou: ela tinha só 4 anos!

― Ela tem seu sangue, Apolo: normal ela não é!

― Você sabe que o ambiente interfere no comportamento, né? Se quiser, posso chamar a Hera para te explicar behaviorismo e...

― Pelo amor de tudo que é sagrado, parem de discutir: isso irrita! ― Zeus se manifesta, suspirando.

― Desculpe! ― os dois pedem, abaixando as cabeças como crianças arrependidas.

― Eu nem sei direito como reagir a essas coisas! ― ele suspira, passando as mãos pelos cabelos ― Eu sempre imaginei Apolo sendo meio hippie, e tinha esperanças de que a Thalia se casasse de forma bonitinha, tipo aqueles filmes de Hollywood... ― Zeus suspira de novo, e vira seu olhar para Jason ― Não me decepcione!

― Eu, hein, homem! Já vou assumir a empresa depois da sua aposentadoria, e você quer o que? Me levar ao altar também? Você sabe que tem uma neta? Joga isso nas costas dela! ― Jason passa a vez para Allie, que recebe olhares de todo, exceto dos pais, que tinham sorrisos cúmplices nos rostos.

― Nem vem: eu sou casada com o tablado e o meu computador!

― O menino Solace não parece saber disso... ― Ártemis comenta, como quem não quer nada.

― Vocês, como pais, não prestam! ― minha sobrinha revira os olhos, tentando esconder um sorrisinho.

― Ah, a gente presta sim! ― Apolo se ergue, e senta ao lado da filha ― Aposto um par de ingressos pro show do Arctic Monkeys que, em menos de um ano e meio, você e o Will vão estar namorando!

Allie deu seu melhor sorriso pentelho, aquele que tanto temi perder, antes de apertar a mão do pai.

― Adoro vê-lo perder dinheiro para mim, papai! Aliás, eu quero a pista Premium e entrada para os bastidores.

― Algo que me diz que você vai perder, meu amorzinho! E eu vou aproveitar muito o show ao lado da sua mãe.

P. O.V Allegra:

Nunca subestime o destino! É sério, se me contassem em dezembro do ano passado que tudo isso estaria acontecendo, eu teria duvidado e rido escandalosamente alto, antes de voltar a me concentrar em algum livro qualquer.

Depois que descobrimos os casamentos de meus pais e de meus tios, não nos sobrou muito a fazer além de nos conformarmos... Principalmente no caso dos meus pais: tava meio tarde para mandá-los para uma lua de mel... Já tio Nico teve uma ótima idéia, porém um tanto quanto longe...

― Minha nossa: vocês já têm uma filha que é a sua cara, Thalia? ― um lindo modelo loiro, amigo de tia Lia, pergunta.

― Essa é minha sobrinha, Mathias! Allegra Grace, filha do meu irmão mais velho! ― ela nos apresenta, e eu recebo um beijinho na bochecha.

Estávamos na festa pós-reafirmação de votos de Nico e Thalia di Angelo. Ah sim, Thalia Grace-di Angelo: minha tia não quis abrir mão de seu nome de solteira.

Todos os amigos de meus tios se encontravam ali, assim como nossa agora enorme família ― o casamento acabou unindo não só as famílias Grace e di Angelo, mas a Jackson também, principalmente porque teríamos o casamento de Percy e Annie dali a alguns meses. ―; de onde eu estava, eu podia ver Leo e Reyna se beijando como se fosse a última vez, Silena e Charles conversando baixinho, tio Jay e Piper unidos para zuar Leo, e Hazel e Frank sendo fofos como sempre. Até mesmo meu avô postiço, pai de Ártemis, se encontrava por ali, brigando com meu pai...

Depois de tantas controvérsias, tantos problemas, enfim estávamos todos juntos e felizes. Sim, tivemos algumas perdas, e quando pensamos que tudo estava perdido, o destino se mostrou inovador.

Eu deveria ter aprendido ali que não deveria subestimar o destino, mas, como papai sempre diz, eu puxei a teimosia de tia Thalia e não aprenderia nunca.

Dois dias antes de eu viajar para Veneza, estava na aula de balé com meu carma, também conhecido como William Solace. Desde o selinho no hospital ― onde eu surtara, mas ok: era meu primeiro beijo ― e de meu aniversário, as coisas estão um pouco estranhas entre nós: nossas brigas aumentaram, nossas reconciliações passaram a ser à base de muitos presentinhos da parte dele e muito choro da minha ― o que, ao invés de levar meu amado pai a me dar sorvete e falar que tudo ficaria bem, apenas o fazia contar os meses no calendário. Enfim, lá esta eu na aula, no fim da mesma para ser mais específica, quando resolvi tomar coragem para avisar Will sobre a viagem e o conseqüente cancelamento de nossos planos.

“― Hey! ― chamo sua atenção, me aproximando cautelosamente.

― Hey, Allie! ― ele sorri, e já me sinto culpada ― Tudo certo para o cinema? Seus pais estão de acordo?

Eles estavam totalmente de acordo, praticamente me fizeram assinar com sangue um contrato onde eu expressasse meu desejo de ir e não pudesse mudar de idéia.

― Então, precisamos conversar sobre isso... ― suspiro e lhe conto, de meu doente modo rápido, que não poderia sair com ele porque teria que viajar mais cedo por ter sido elevada ao cargo de dama honra. ― Espero que entenda... Eu realmente queria ir ao cinema... ― era verdade, além de ser melhor do que ficar horas ouvindo seu pai te zuar.

Ok, eu amava meu pai exatamente por isso, mas ficar 24 horas nisso, às vezes, era chato.

― Tudo bem, Allie! A gente pode ir quando você voltar, ok?

― Esse é o problema: eu só vou voltar lá pra janeiro... Ou início de fevereiro... ― suspiro, sem saber ao certo como reagir.

Eu detestava ver Will triste: ele já sofria o suficiente tendo que morar com Laurel. Vê-lo triste era de partir o coração, era como se eu estivesse decepcionando-o inúmeras vezes seguidas.

Estávamos no meio do corredor da escola, entre as salas de balé e as salas de aulas comuns, eu estava encostada a parede, desejando ardentemente poder me fundir aos tijolos e não poder enxergar mais nada... Se bem que, se eu tirasse as lentes, provavelmente não enxergasse mesmo. ― eu já tinha uma visão meio péssima, depois do fatídico episódio no necrotério, minha miopia apenas piorou.

Porém, ao contrário do que eu esperava, Will não parecia triste. Ele me sorriu o mais lindo de seus sorrisos e segurou meu rosto com delicadeza.

― Não se preocupe, Allegra: eu posso esperar! ― ele sussurrou, se aproximando ― Eu vou esperar por você... ― e então, aconteceu.

Nossos lábios se tocaram, delicadamente, quase da mesma forma que dançávamos. E, ao contrário da forma que eu conhecia o corpo dele, eu desconhecia seus lábios e fiquei bastante nervosa ao conhecê-los assim, tão repentinamente.

E ele sentiu isso, como era de se esperar. Como parceiros de dança, conhecíamos nossos corpos melhor do que namorados ou amantes conhecem, de uma forma suave, delicada e precisa. Parecia, no entanto, que Will também conhecia minha mente: o senti sorrir contra meus lábios, antes de mudar o compasso em que “dançávamos”, guiando-me através do beijo, até que, quando nos soltamos, eu estivesse ofegante e cambaleante.

― Feliz Natal, adiantado, Allegra Grace! ― ele sorriu antes de partir, me deixando ali, confusa.”

Tão confusa quanto eu me encontrava agora, mexendo no celular aleatoriamente. Esperando por algum sinal de vida daquele idiota.

― Em que tanto minha única sobrinha pensa? ― tio Nico pergunta, assustando-me.

― Te responderia numa boa, titio, se eu soubesse! ― suspiro ― Minha mente está totalmente em branco.

Titio sorrir, acariciando minha cabeça, como se soubesse de tudo o que aconteceria em minha vida.

― Isso é até bom, sabe? ― ele sorri ― Eu tenho uma idéia, e vou precisar muito da sua ajuda...

― Vou ter que matar alguém? ― pergunto desconfiada

Ele sorri ainda mais, e me dá a mão, levando-me para uma mesa onde papai e tio Jason já se encontravam.

― Apenas vai ter que prometer não contar nada, nadinha, para a sua tia! ― papai diz, piscando seus grandes olhos. ― Consegue fazer isso?

― Depende: qual a idéia magnífica que uniu os três? ― meu desconfiometro apenas apitou ainda mais alto.

Os três sorriem, e me convidam para me juntar a eles. E então se revezam, me contando a brilhante idéia de tio Nico e tudo o que precisariam para que ela desse certo.

― Então, filha: está em suas mãos! ― papai segura minhas mãos, enfatizando sua declaração ― O que me diz?

Olho para o rosto daqueles três homens, os três cheios de expectativas em relação ao projeto. E, confesso, eu era a mais interessada nele.

― Contem comigo! Operação estréia em ação!


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Notas finais do capítulo

É isso mesmo: Apolo e Ártemis já eram casados!! Mas ela o largou pra ficar com o Órion... se ela é iludida? Sim, claro, ou totalmente?
E esse P.O.V da Allie, com direito a Alliam? Muito amorzinho, né?!
Mas então, me contem o que acharam pelos reviews! Fantasminhas, últimas chances de falarem comigo: juro que não mordo! Podem olhar os reviews: eu sou bem louca e vou respondendo de acordo com a loucura de quem comenta - exceto quando estou com sono, aí eu só respondo mesmo kkkkk
Beijoos e até o próximo!!