Worse Than Nicotine escrita por Dama do Poente


Capítulo 20
Sweet Innocence


Notas iniciais do capítulo

É tão bom saber que vocês ainda estão lendo essa fic! Eu ainda me sinto mal pela demora, mas só em ver os reviews de vocês me sinto um pouco mais feliz.
Eu sinto muito pelo capítulo pequeno que estou entregando, mas eu queria deixar aquela pergunta final, sabe? Deixar um mistério no ar u.u
Espero que gostem! E muito obrigada pelos reviews do capítulo passado.



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P. O. V Thalia:

Foi o inferno na Terra! Meus irmãos — Jason acabara de chegar em casa, provavelmente alertado por Apolo — e meu pai subiram correndo, a tempo de ver Nico ter um acesso de fúria. Ele gritava em italiano, mas era possível entender algumas palavras. Em suma, ele gritava sobre não poder confiar em ninguém e algo sobre a irmã ser estúpida.

— Alguém tá entendendo alguma coisa? — Apolo pergunta, chocado — Ele podia vir com a tecla SAP.

— Bom, senhor poeta, parece que você e Jason não são os únicos irmãos cuja irmã teve a intimidade exposta na internet! — suspiro, escondendo-me atrás da porta: seria traumatizante vê-los no momento, vestindo apenas lingerie. Além de constrangedor: ninguém quer que o pai te veja de sutiã e calcinha... Não que Zeus já não tenha me visto: ele provavelmente acompanhava minha carreira.

Escorreguei para dentro do closet, agradecendo por ter esquecido algumas roupas ali: vesti um jeans escuro e um suéter — que, se não me engano, um dia foi de Nico — o mais rápido que pude, tentando não cair e continuar a prestar atenção em Nico. Calcei um par de sapatilhas, sem sequer notar se ambas eram do mesmo par e voltei para o quarto.

— Ei, aonde pensa que vai? — pergunto, vendo-o vestir sua jaqueta sobre o suéter creme.

— Falar com minha irmã! — e ele sai, disparado como a bola de um canhão.

Corri atrás dele, descendo os degraus sem realmente vê-los. Pude ouvir alguém falar algo para mim, mas simplesmente ignorei. Meus problemas pareciam tão menores agora, cair da escada também não parecia ser algo que me importasse.

— Você não pode, e nem vai, dirigir nesse estado! — joguei-me entre Nico e o carro, conseguindo arrancar as chaves de sua mão.

O olhar que me lançou mostrava que ele estava prestes a discutir feio comigo, como se me alertasse que podia fazer isso, mas não queria se sentir obrigado a fazer. Sustentei seu olhar, mostrando mais coragem do que de fato tinha: além da lerdeza, força era outra característica da família dele.

Balançando negativamente a cabeça e dando um longo suspiro, ele desiste de qualquer plano e segue para o lado do carona, jogando a chave do carro. Abro as portas, sentando-me atrás do volante, assistindo-o sentar-se no banco do carona e abraçar os joelhos automaticamente. Estalava os dedos como quem se prepara para uma luta.

— Para onde? — pergunto, guiando o carro para longe da enorme casa.

— Departamento de Polícia de Nova York. Divisão de Homicídios.

P. O. V Autora:

A divisão de homicídios estava ligeiramente calma para uma sexta-feira. Calma ao ponto da Tenente Nightshade estar, junto a detetive di Angelo, no gabinete do capitão Heracles Hastings. E a partida de dominó só fora interrompida pela necessidade de dar um telefonema.

— Senhorita Mesiac, não é porque seu namorado é membro honorário do grupo de legista, que a senhorita pode levar provas para casa e dividi-las com ele. Temos nosso próprio laboratório, que...

— Está demorando muito para me dar os resultados. Tanta demora me incomoda, e eu quero outra avaliação: meus instintos me dizem para não confiar inteiramente na equipe do laboratório.

— Ártemis, você não é paga pelos seus instintos. — Zöe retruca.

— Mas foram eles quem nos ajudaram a resolver muitos casos.

— Quer vir até aqui me dar uma explicação plausível?

— Não, eu não quero, Heracles! Não quero, não posso e não irei! É meu dia de folga, minha filha está aqui, e se não confiam em alguém que os ajudou tanto, então procurem outro legista! — e para a surpresa de todos, Ártemis desliga.

Não era do feitio dela fazer esse tipo de coisa: surtar porque duvidavam de seus instintos ou opiniões; pelo contrário: quando — ou melhor, se — acontecia, ela focava-se ainda mais no trabalho e apenas descansava quando provava a todos que estava certa.

— Por que sinto que há algo errado com sua prima? — Heracles pergunta, virando-se para Zöe.

— A pergunta não é porque, mas sim o que. O que há de errado com essa mulher? — Bianca se pergunta.

— Seja lá quem for essa mulher, eu não sei. Agora, comigo, é certamente a falta que sinto de você! — e a italiana é erguida por braços magros, porém firmes.

Olhos azuis claros a admiravam, antes que seus lábios fossem tomados pelos deles. Estavam juntos há pouco tempo — se conheceram há oito meses, quando ela o salvou de um assalto, e começaram a namorar pouco tempo depois —, mas raramente se viam: ele vivia mais na ponte aérea do que no próprio apartamento. Momentos como aqueles eram, além de raros, preciosos.

— Sentiu minha falta? — ele pergunta, sorrindo.

— Não acredito que tentei te impedir de vir até aqui! Por favor, vá em frente e siga seu destino. — uma voz ácida impede que Bianca responda.

E, é claro, o loiro reconhece a voz e se separa da detetive, incrédulo. O que Thalia fazia em Nova York?!

— O que estão fazendo aqui? — Bianca pergunta, entrando na frente do namorado, dirigindo-se ao irmão.

— Cometer um assassinato e, aproveitando que estou na divisão de homicídios, me entregar de uma vez! — Nico responde, provocando um arrepio de medo na irmã, e em todos ali. O rapaz soava friamente sério.

— De novo essa história? — a garota suspira — Nico, eu gosto de Luke, ok? Supere isso! — ela revira os olhos, cansada daquela situação recorrente.

— Já superei muita estupidez sua, sorella! O que não supero é esse bastardo e todas as nojeiras que ele fez! — o italiano aponta para o loiro, cuja expressão era idêntica a de quem caminha para a forca

— Por falar nisso, me lembre de tomar banho com creolina: acho que ainda dá tempo de desinfetar. — Thalia comenta, sentada ali perto, com os pés pendurados em uma das mesas — Se bem que ele era to ruim, que talvez eu já tenha feito isso e não lembre...

— Ruim? Eu? Ruim? — Luke explode, inclinando-se na direção da voz de Thalia, dando uma risada de desdém — E todos aqueles gritos? Todos os ge...

— Nunca ouviu falar de que minha família é talentosa? Um dos meus muitos talentos é fingir orgasmos, e eu atuei muito bem com você! — a modelo diz, fingindo uma atenção absurda às unhas da mão.

— Mas você disse que estava...

— Apaixonada? Bom, talvez... Paixão é algo efêmero, e seu cérebro é algo interessante, mas seu corpo... Jamais será: conheço um muito melhor! — e, então, a modelo lança um olhar lascivo para o amigo.

— Sua vadia de... — mas antes que Luke pudesse terminar seu xingamento, leva um tapa no rosto, tão forte que ecoa por toda a jurisdição.

— Sempre soube que todas aquelas viagens não eram à toa...

— Ah não me vá dizer que está acreditando neles? — o loiro bufa, tentando manter a compostura — Bianca, quantas vezes terei que te dizer que eu viajo a trabalho?

— Realmente, ele viajava a trabalho de vagabundo... Ah, e de cameraman de sextapes.

O choque tomou conta de todos os que estavam naquela sala, ao ouvirem o que Thalia disse. Até mesmo Nico se sentiu um pouco confuso: ela não deveria estar... Triste? Ou a humilhação se transformara em ódio puro? E como Luke ainda queria se defender, após a discussão?

— Aliás, Bianca, sua atuação estava louvável! — e Thalia põe a cereja sobre o bolo.

Julgando pela expressão assassina que Bianca tinha, talvez Nico acabasse viúvo antes mesmo de namorar oficialmente ou casa, mas a italiana surpreendeu a todos: deu dois passos, como se estivesse preparada para atacar Thalia, mas no último momento ela lança seu cotovelo contra o abdômen de Luke, e se vira para chutá-lo entre as pernas, derrubando-o no chão.

E o caos tomou conta da divisão de homicídios quando a jovem detetive saca sua arma e a aponta para o sujeito no chão, engatilhando-a rapidamente. Nico corre para impedir que a irmã faça alguma estupidez, mas é Zöe quem realmente salva o dia ao se jogar contra a amiga, derrubando-a no chão e arrancando a arma de suas mãos.

— Você está louca? Se matá-lo vai perder tudo: distintivo, arma, liberdade e identidade. — a Tentente grita, ao mesmo tempo em que o próprio Capitão algema o loiro e o tira dali — Confie na instituição a que serve: nós traremos justiça para vocês!

As palavras da amiga, aos poucos, fazem sentido para a garota. O catalisador de tanta raiva já fora levado para a jurisdição de crimes cibernéticos, aliviando a tensão naquela sala. As amigas se levantam; Bianca mal olha para o irmão, este que parecia pronto para falar algo, apenas sai e desce a escada que a levaria à academia no subsolo da delegacia.

— Ela, provavelmente, vai destruir aquele saco de areia. — Zöe murmura, como se pedisse desculpas pelo comportamento da garota. — Se nenhuma tragédia ocorrer hoje, eu a levo para casa assim que ela se acalmar. — e então segue na mesma direção que Bianca, deixando o futuro cineasta e a renomada modelo a sós.

Negro e azul se cruzaram, como se perguntassem o que fariam a seguir. Como lidariam com tudo?

— Vamos para casa! — a garota diz, dando a mão ao amigo.

O italiano se pergunta a qual coisa ela se referia: a sua ou a dela? E também questionava sobre quem precisava de mais cuidados.

Mas todas as perguntas permaneceram no fundo de sua garganta, quando passaram pela outra jurisdição e ouviram um questionamento duvidoso:

— Se eu queria manter minhas relações, por que me arriscaria com algo que me exporia? Sou tão vitima quanto elas. — Luke se defendia da melhor forma que podia.

Todo cidadão é inocente até que se prove o contrário, mas o quão inocente ele poderia ser?


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Notas finais do capítulo

E então? O que acharam? O Luke é mesmo culpado? Não percam os próximos capítulos de WTN, e não esqueçam de me contar sua opinião nos reviews ;)
Beijooos!!



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