Worse Than Nicotine escrita por Dama do Poente


Capítulo 19
Name It After Me


Notas iniciais do capítulo

Did u miss me? ~chegando no melhor estilo -A/Moriarty e desviando de adagas e todos os tipos de armas. Gente, desculpe-me pela demora. Não estava com bloqueio - o que é um milagre e tanto - eu estava sem computador. A fonte tinha queimado e eu só pude levar pra consertar essa semana.
Mas fiquem felizes em saber que a fic não vai mais atrasar, pois eu já terminei de escrevê-la — e vocês vão querer me matar em vários momentos.
Muito obrigada à todos que comentaram no capítulo passado, aos que me perturbaram pela demora: eu não parei de pensar em vocês em um único instante, toda vez que pegava o caderno para escrever.
Espero que gostem desse capítulo aqui!!



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P. O. V Nico:

Aquela poderia ser uma sexta-feira normal: Allegra tentava ler um texto em italiano, eu a corrigia quando necessário, e ela repetia até que eu dissesse que a pronúncia estava certa. Mas naquele dia nem eu sabia o que estava certo ou errado.

— O senhor está bem? — Allie me desperta de um devaneio que eu nem percebera que havia entrado

— Estou sim! — suspirei, dando um sorriso cansado — Mas estou sentindo uma vontade louca de socar alguém... Ou de fumar.

Eu nunca fumava perto de Allegra. Primeiro porque o pai dela me mataria, segundo porque não achava certo impô-la a tal vicio.

— Ou de gritar com a tia Thalia e depois beijá-la loucamente? — a menina sugere... Uma sugestão muito boa, diga-se de passagem.

— Agora entendo porque falam que você é mesmo filha de seu pai. — murmuro um pouco assustado com a pergunta: eu a conhecia desde que ela era um bebê, vê-la falar daquele jeito era chocante.

— Não é preciso ser um gênio para notar que os dois se gostam muito e que estão tristes por estar longe — ela dá de ombros, fechando o livro — Mas ela não me conta nada, e como o senhor está preso a mim pela próxima hora, trate de me contar tudo.

Na verdade, eu deveria procurar um psicólogo — de novo —, para que ele me ouvisse reclamar da minha complicada relação de co-dependência com minha melhor amiga, e, se possível fosse, me aconselhar sobre o que fazer; mas ali estava eu, contando meus problemas para uma menina de 12 anos que calha de ser sobrinha do meu problema. Se ela ficasse traumatizada, Apolo certamente me mataria — isso se ele se lembrasse que “professor Nico”, “tio Anjinho” e “menino Angelo” são, na verdade, uma única que pessoa, que vem a ser eu.

De qualquer forma, sendo quem sou, eu estaria ferrado.

— E nesses dois últimos anos em que ela esteve fora e que mal dava notícias para família e que totalmente me ignorava, ela fez de propósito. — nessa parte eu já estava gesticulando loucamente. Eu saio da Itália, mas a Itália não sai de mim. — E ela fez questão de jogar isso na minha cara, sem mais nem menos. Ainda disse que foi para me proteger, porque ela arruinaria minhas chances se estivesse por aqui.

— Deixe-me adivinhar: tudo ficou pior desde que ela se foi? E só ficou melhor quando ela voltou, e agora você está confuso, furioso e com saudades dela?

— Você lê mentes?

— Não, só os livros de psicologia do papai. — ela sorri — Sério, tio, eu acho que vocês precisam conversar, sabe? Mas em um lugar público, onde vocês falem ao invés de... Bem... — e, para a minha surpresa, Allie cora

— Entendo perfeitamente! — rio, sentindo-me mais leve — Bom saber que você ainda lembra que é criança.

Ela estava prestes a retrucar, quando o seu celular. Era Apolo, o que a deixou tão surpresa quanto eu: ele sabia que toda sexta-feira, depois da escola, Allie me encontrava na confeitaria perto da escola. Ela aprendia um novo idioma e ganhava uma fatia de torta quando se saía bem — e quando não se saía também; eu mimava demais aquela menina.

— Ahn... Meu pai quer falar com você! — ela me estende o telefone — Ele parece estranho...

Reprimi a vontade de dizer que Apolo é estranho e levei o celular à orelha, preparado para ouvir de tudo: Thalia estava em depressão, ou minhas irmãs estavam no hospital, os decentes da escola convocaram uma reunião com os colaboradores; mas, como de costume, Apolo tinha suas cartas na manga.

— Preciso que preste muita atenção no que vou lhe contar e que, pelo amor de tudo que há de sagrado, faça o que eu lhe pedir. — ele começa, num tom dramático. Murmuro um “ok”, e ele continua seu relato — Eu acabei de receber a notícia de um amigo meu, que... Digamos que ele é um pouco “assanhado” e estava em certo tipo de site que você não vai pronunciar em voz alta perto da minha filha, e ele encontrou um vídeo... Um vídeo da minha irmã.

Dio mio! — tapei a boca, abismado, já sabendo de que tipo de site ele falava.

— Ela ainda não sabe, e não quero que saiba da pior forma possível. — ele suspira, como se não encontrasse palavras. — Você é o melhor amigo dela, Nico...

— Onde ela está? — pergunto, e automaticamente sinto meu celular vibrando no bolso.

Eu acabara de receber um snap, e se estivesse certo, seria de Thalia... Ela tinha esses insights, quase como se soubesse que eu pensava nela. Desbloqueei o celular enquanto Apolo comentava algo sobre entrar em contato com a advogada da família, abri o aplicativo e vejo uma foto que me arrancaria um sorriso, não fosse o devido momento: Thalia e Silena fazendo as pazes, as duas abraçadas, sentadas em nosso restaurante favorito.

— Estou indo buscar Thalia e Silena. — informo, voltando a guardar o celular no bolso.

— Silena? — ele me pergunta, confuso.

— Se a pessoa que gravou esse vídeo for quem estou pensando, Silena pode... Bem, você me entendeu!

— Isso vai ser terrível. Meu pai vai enfartar, Afrodite surtar, Ares vai querer matar o cara, e eu nem quero pensar no que as meninas vão fazer... Melhor levar minha maleta... Mas e Allie? Ela não merece ficar no meio disso tudo. — Apolo resmunga.

Olhei na direção da menina, que fingia ler o livro — que estava, curiosamente, de cabeça pra baixo —, mas que lançava olhares curiosos vez ou outra. Ela me viu a observando, então me afastei um pouco, acenando para que ela esperasse.

— Peça para Ártemis ficar com ela por uns dias: explique a situação para ela e peça ajuda. — ofereço a primeira saída em que penso.

— Ártemis está tão... Não, não importa: eu preciso dela! Allie precisa dela, e Ártemis nunca nega nada à Allegra. — ele suspira — Você pode me fazer o imenso favor de levar minha filha para a casa da Artie? Ela tirou o fim de semana de folga...

— Eu gostaria, mas eu preciso buscar sua irmã! — suspiro também, me sentindo culpado. Eu deveria cuidar de Allie até o fim da aula, e então levá-la para casa, mas naquela sexta Thalia assumia uma necessidade quase patológica.

Estava preso em um dilema, prestes a sugerir que Apolo ligasse para Ártemis e avisasse que Allie chegaria a seu apartamento em um táxi, quando a salvação de meus problemas apareceu na forma de um hispânico magro, pilotando uma Yamaha

— Apolo, você conhece o melhor amigo de Jason? — pergunto, e o médico responde afirmativamente — Jason e eu confiamos em Leo, posso pedir para que ele leve Allie para o apartamento de Ártemis?

Com um suspiro pesaroso, Apolo concorda. Dou-lhe minha palavra de que nada de ruim acontecerá com Allegra e desligo, devolvendo o celular para ela.

— Mudança de planos, ragazza! — anuncio, recolhendo os materiais e tentando chamar a atenção de Leo.

Felizmente, ele nos vê.

— E aí? — nos cumprimenta alegremente.

— Leo, preciso de um favor! — conto, rapidamente, que uma emergência surgiu e que preciso de alguém para levar Allegra para o apartamento de Ártemis, que fica no mesmo prédio que Jason mora — Pode fazer isso por mim?

— Claro, sem problemas! — o menino elfo sorri

— Ótimo! Mas antes, preciso passar em um lugar antes! — sentia a ansiedade crescer a cada suspiro que eu dava.

— Tudo bem, eu sigo vocês! — ele me dá um tapinha nas costas e volta para sua moto

Com a cabeça em chamas, lembro-me da menina sentada ao meu lado, e reduzo a velocidade do carro, mesmo que estivesse desesperado para encontrar Thalia.

Ela precisava de mim!

P. O. V Thalia:

Vergonha era tudo o que eu sentia enquanto via e ouvia a garota do vídeo fingindo ter prazer — coisa que ela só encontrava com uma única pessoa. Lágrimas escorriam por meu rosto, mas eu não conseguia me mover para secá-las. Creio que estava entrando em estado de choque.

— Chega! Pare de se torturar, Thalia! — Nico fecha o notebook e o tira de minhas mãos — Vou fazê-lo pagar por isso, ma bene!

Podia ouvir Zeus, Apolo e Afrodite discutindo no outro cômodo: também havia um vídeo de Silena. Meu pai e Afrodite se revezavam em xingar Luke, enquanto Apolo estava ao telefone, conversando com sua prima/advogada da família.

— A culpa é minha! — Silena choraminga, encolhida em uma das poltronas

— Silena, nenhuma de vocês é...

—Não, Nico! Eu sou culpada, sim! Eu o provoquei! — ela então pega o celular, mexe nele por um tempo, e então o entrega a Nico.

Por um tempo, ele mantém a expressão neutra, apenas lendo o que quer que esteja na tela. No entanto, seus lábios se abrem em um pequeno “o” de espanto, e ele cai sentado ao meu lado.

— Eu te contrataria como roteirista assistente, Silly! Você escreve muito bem... E consegue ser má quando quer! — Nico murmura, devolvendo o celular — Ela escreveu uma crônica sobre um cara com duas namoradas, e digamos que ele não tinha lá um bom desempenho...

Consegui soltar uma risada sobre isso, e estava quase concordando, quando a armada saiu do escritório. Senti-me como quando era pequena, e via Zeus e seus acionistas saindo de alguma reunião.

— Ela vai chegar o mais cedo possível! Disse que, se preciso fosse, processaria a companhia para conseguir uma passagem. — Apolo informa.

— Conhecendo-a como conheço, não duvido que faça tal coisa. — Zeus suspira — Não se preocupe, Afrodite: esse crápula vai pagar pelo que fez.

Eu não tinha mais estômago para discutir sobre aquilo, muito menos cabeça para encarar meu pai no momento, portanto abracei Silena antes que essa partisse e subi para meu antigo quarto, sabendo que Nico não hesitaria em me seguir.

Deitamo-nos lado a lado na cama, encarando o teto em silêncio. Ainda havia alguns pôsteres colados no teto, assim como algumas gravuras feitas por Nico; a maioria eram cópias de fotografias nossas, mas havia algumas que pareciam ser criações suas, onde eu claramente era a inspiração.

Tinha curiosidade em saber se ele ainda tinha todos os desenhos que eu fizera dele...

— Como me achou? — pergunto baixo, como se estivesse sem forças até mesmo para falar.

— Snap! Você sabe a vida de todo mundo pelo Snap! — ele dá uma risada

— Por que me achou? — era o tipo de pergunta que eu desejava e temia muito a resposta.

Um silêncio sepulcral nos cercou, aumentando meu medo. Temia que Nico saísse naquele momento e nunca mais voltasse, ou que jogasse verdades merecidas em minha cara; mas eu devia saber que ele jamais faria tal coisa: Nico era e sempre será um cavalheiro.

— Quem me viciou em cigarros?

— Culpada! Por ter te viciado em Golden Label também! — sorrio para mim. Eu era mesmo a ovelha negra da família.

— Parliament, Golden Label, Hollywood, perigo e você! — ele suspira, deitando-se sobre mim — Você é minha melhor amiga, Thalia! A pessoa que fica ao meu lado mesmo quando não entende o que estou passando. — ele afasta minha franja de meus olhos, focando neles — É como se tivéssemos alguma conexão, porque eu sempre vou pensar antes em você.

— E eu apenas em você! — o interrompo. Eu precisava dizer aquilo.

— Fui atrás de você hoje porque sim! Não há explicação lógica para isso, nunca haverá. Só existia você em meus pensamentos, assim como só existe a droga no pensamento de um viciado. Você é meu maior vício, o que torna sua necessidade recíproca.

— Então... Estamos ok?

— A lerdeza é coisa da minha família, ok? — ele ri, antes de me beijar, confirmando o que eu precisava saber.

Estávamos ok! E, felizmente, trancados em meu quarto, bem longe de todos, sem ninguém que pudesse ouvir meus suspiros enquanto Nico tirava cada peça de minhas roupas, como se estivéssemos fazendo aquilo pela primeira vez.

Eu deveria sentir repulsa de sexo agora, mas não era apenas isso que acontecia quando estávamos Nico e eu! Era algo maior.

— Espera um minuto! — ele se interrompe, a meio caminho de tirar meu sutiã — Qual era mesmo o nome do miserabili pezzi di merda?

— Sério? Agora? — bufei frustrada

Per favore, Thalia! — ele usa a tática do gato de botas italiano

— Luke! — digo como se experimentasse veneno — Luke Castellan.

E a reação de Nico não poderia me surpreender mais: ele arregala os olhos e se levanta o mais rápido que pode, puxando a calça para cima e saindo do quarto sem se importar em por uma blusa. Do andar de baixo, posso ouvir Zeus gritar com ele, perguntando o que fazíamos em meu quarto, e também posso ouvir Apolo, pedindo que nosso pai ficasse calmo.

Eu estava prestes a levantar e seguir Nico, quando o mesmo volta com o notebook em mãos, aberto no mesmo site asqueroso. Vejo-o digitar um nome na barra de pesquisa, e roer as unhas enquanto os resultados carregam. Se estivesse certa, ele rezava baixinho em italiano.

— Nico, o que você...? — começo a perguntar, me aproximando dele.

Paro no mesmo instante em que ele soca a escrivaninha e atira o notebook longe. Atira meu notebook longe.

Temendo sua raiva repentina, fui recolher o que sobrou do notebook, e acabei por entender o motivo de tantos xingamentos e do ataque de fúria: na tela do computador, dois vídeos apareciam, e na barra de pesquisa havia um único nome, bastante conhecido meu.

Bianca di Angelo!


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Notas finais do capítulo

Não está tão grande quanto eu gostaria, mas não dá pra ter uma boa noção quando o capítulo é manuscrito antes de ser digitado - espero que compreendam isso!
Mas então? O que me dizem? Já querem me matar?
Contem-me nos comentários, ok?!
Beijoos!! E mais uma vez, desculpem-me por fazê-los esperar tanto!