Segunda Chance escrita por Sophie Valdez


Capítulo 10
Chá de mãe


Notas iniciais do capítulo

Eu seei.... Demorei muito! Pensaram que tinha desistido, foi horrivel, mas enfim....

Eu vooolteeei!!!! Uhuuu!
Hey!


Espero que me perdoem e aproveitem a capitulo!



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A reunião passou como um borrão para Lily. Ela se sentia culpada por não prestar atenção em assuntos tão sérios, mas sua mente se concentrava apenas nos problemas do seu filho, afinal não era nada comum o que acontecia com Harry, nenhum garoto devia ter uma cicatriz que doesse dessa forma e muito menos visões... principalmente visões com aquele monstro! Portanto, ao invés de se preocupar com o recrutamento dos gigantes, ela simplesmente segurou a mão de James e tentou se acalmar para conversar com Dumbledore depois da reunião.

James também estava tenso, apesar de nunca deixar transparecer. Durante a reunião ele participou algumas vezes, ignorando os olhares ainda assustados de alguns membros da Ordem, mas sempre que tinha uma pausa James observava Dumbledore, esperando o fim da reunião para pedir uma conversa privada com o diretor. Algo lhe dizia que não ia ser fácil arrumar essa conversa, por que aos olhos críticos de James Dumbledore estava estranho.

Quando tudo acabou os bruxos foram se levantando, alguns bem rápidos, saindo apressados, já outros mais calmos, se despedindo e começando conversas paralelas. Lily apertou a mão do marido e os dois se levantaram procurando o diretor, mas ele já não se encontrava na cadeira da ponta da mesa.

_ Onde..?

_ Vem! – James diz cortando Lily e a puxando para fora da cozinha. O corredor estava cheio de gente e dava para ouvir barulhos no andar de cima, mas James virou a direita e entrou na sala, olhando curioso para o senhor que estava ali em pé de frente a lareira. – Dumbledore.

_ Creio que os dois queriam falar comigo. – Dumbledore diz se virando com as mãos unidas nas costas. Ele esboçou um sorriso, mas não fez contato visual.

_ Como o senhor sabia disso? – Lily pergunta se sentando no sofá.

_ Ah, eu sou muito bom em legitimencia... Mas não sou de sair lendo mente por aí, contudo... Seus pensamentos eram tão inquietantes que quase gritavam. – Dumbledore responde.

_ Isso é incrível... e assustador. – James murmura limpando a garganta. – Mas aceitou, temos muitas duvidas e queremos conversar sobre Harry.

_ Claro que é sobre Harry. – Dumbledore diz sorrindo. – Seu filho é um menino admirável, apesar de ter momentos um tanto complexos.

_ Harry nos contou sobre a cicatriz, que ele tem uma espécie de ligação com Voldemort, tem sonhos, visões... Dumbledore, isso não é normal! – Lily exclama nervosa. – Ele não devia ter esse tipo de coisa...

_ Ele também não devia ter sobrevivido a uma maldição da morte, mas sobreviveu. Por sua causa, Lily. – o diretor diz cruzando as mãos agora em frente ao corpo. – O que houve naquela noite foi algo muito incomum, e é considerável que tenha deixado sequelas incomuns.

_Mas ele é um menino! E essas... coisas que acontecem com ele não são apenas incomuns, são assustadoras! – James diz se inclinando no sofá com uma expressão fechada. – Harry não sabe praticamente nada sobre isso, mas eu sei que o senhor sabe. E nós como pais temos o direito de saber.

_ Eu compreendo James, mas infelizmente, eu sei tanto quanto todos vocês. Esse assunto é muito difuso e...

_ Você está mentindo. – James o corta fechando as mãos e tentando se acalmar. Na realidade ele estava meio que blefando. Ele não tinha certeza de que Dumbledore estava mentindo naquele momento, mas sabia que ele escondia algo.

_ James... – Lily sussurra tentando acalma-lo, mas ela mesma não estava contente com aquela conversa.

_ O senhor sabe de algo. – James continua. – Sabe, e não quer nos contar. Mas isso tem a ver com o MEU FILHO! E com a vida dele! Então, se tem algo a nos contar, conte agora...

_ Eu sempre fiquei encantado com sua percepção James. – Dumbledore diz, mas sem sorrir. – Esse assunto não é para ser discutido aqui e agora....

_ Mas Harry...

_ Harry não está em perigo nesse momento. – Dumbledore diz cortanto Lily e a mesma sente um arrepio percorrer sua coluna. O que o bruxo quis dizer com “nesse momento”?. – Mas eu compreendo que querem saber... E talvez, com essa conversa, vocês possam me ajudar.

_ Ajudar a que? – James indaga frustado.

_ A seu tempo James. – Dumbledore diz levantando a mão. – Harry vai ter uma audiência sobre sua permanência na escola daqui a dois dias, e isso é o que devem se focar por hora. Essa não será uma simples audiência, o ministro fará tudo para expulsar Harry de Hogwarts e desmoraliza-lo.

_ Fudge é um filho da mãe miserável... – James murmura com raiva.

_ Me encontrem no meu escritório daqui a três dias, e então conversaremos. – Dumbledore diz finalmente fazendo contato visual, mas seus olhos não demonstravam nada. – Há muito a discutir sobre Harry, sua cicatriz, e sobre vocês...

_ Estaremos lá. – Lily diz antes que James abra a boca. O diretor acena com a cabeça e sai da sala os deixando sozinhos.

_ Ele está fugindo de nós. – James resmunga se encostando no sofá e suspirando. – Mas não vai fugir nessa “conversa”. Eu vou descobrir tudo sobre essa ligação de Harry e Voldemort, nem que tenha que duelar com Dumbledore!

_ Não acho que essa seja uma opção. – Lily comenta pensativa e James bufa a olhando de canto. – Eu também estou frustrada, mas não podemos fazer nada agora James!

_ E isso é o que mais me irrita! – ele rebate levantando as mãos os cabelos e os bagunçando. – Não poder fazer nada... Me faz sentir um inútil. Foi isso que eu senti por todo aquele tempo que ficamos presos em Grodric’s Hollow, e veja no que deu... Só quero poder fazer algo dessa vez.

_ E NÓS vamos fazer. – Lily diz o abraçando pelos ombros. – Só precisamos ter um pouco de calma e resolver o problema de cada vez. – James abraça a sua cintura e apoia a cabeça na curva do pescoço da ruiva. – Dumbledore tem razão... Fudge não fará que essa audiência seja facil para Harry. Temos que nos concentrar nisso por hora.

_ Como? O que podemos fazer para... – James começa a discutir mas para de repente fixando os olhos no nada. Lily o observava curiosa. Os lábios do moreno estavam levemente abertos e a testa franzida. Ela sabia que uma ideia possivelmente maluca estava se formando na cabeça do seu marido, portanto suspirou e esperou até que um sorriso torto surgisse nos lábios dele.

_ O que você está pensando? – Lily pergunta cautelosa.

_ Em uma maneira de ajudar Harry. – James diz a encarando. – Os pais podem comparecer a audiência?

_ O que? James! Não podemos! – Lily exclama. – Ninguém que não seja de confiança pode saber que estamos vivos! Como você quer comparecer em algo no ministério? Surgir na toca dos lobos...!

_ Não é bem assim meu Lírio. Nós pegamos a capa e acompanhamos Harry até a sala do responsável pela audiência. – James explica gesticulando com as mãos. – Coisas assim, para tratar de mágica adolescente, são feitas em uma sala apenas com o bruxo da seção de Controle do Uso de Magia... Nós surgimos apenas na sala, explicamos ao bruxo, defendemos Harry, e provavelmente o cara vai ficar tão estupefato que nem vai ficar pensando direito e Harry estará com seu problema resolvido em segundos.

_ Eu realmente gosto disso em você James. – Lily diz suspirando. – Você bola planos e pensa que tudo se resolverá,mas não é bem assim. Podemos agravar ainda mais a situação de Harry surgindo lá como dois fantasmas!

_ Você quer ou não acompanhar Harry nisso? – James pergunta meio impaciente. – Porque eu vou com ele.

Lily suspira mais uma vez olhando nos olhos castanhos do marido. Era obvio que ela queria ir com seu filho, porque mesmo tento ainda uma convivência meio torta, ela sabia que o filho estava nervoso com essa audiência. Além de tudo isso ser uma tremenda injustiça...

_ Eu vou. – ela diz cruzando os braços e ignorando o sorriso comemorativo de James. – Mas vamos tomar muito cuidado...

_ Sabia que ia aceitar. – James diz lhe roubando um beijo.

_ Meu filho foi atacado por Dementadores e Graças a Merlin, ou a Remo, ele sabia se defender. Ele devia receber um elogio, não ser expulso dessa maneira. – Lily diz nervosa e depois de alguns minutos eles vão para a cozinha onde todos os habitantes do Largo estavam já reunidos, exceto Harry, Rony e Hermione, que chegaram muito tempo depois.

O jantar foi bem calmo e divertido já que todos conversavam sobre os objetos exóticos que achavam na casa na hora das faxinas. Lily e James estavam se empenhando bastante em ajudar Molly com tudo aquilo já que Sirius era um preguiçoso no quesito arrumar as tralhas dos pais. Por ele tudo seria queimado.

Lupin estava calado naquela noite já que a Lua cheia se aproximava. Sirius havia contado para James que o amigo estava se transformando em uma cabana na floresta bem longe da cidade, e isso os fazia querer ajuda-lo como faziam na adolescência. Mas apesar disso eles não deixavam de trocar olhares maliciosos toda vez que Remo olhava para Tonks, ou vice versa, já que eles sempre ficavam corados.

Lily também já havia reparado nos olhares de Tonks e Remo, mas não ficavam dando risinhos como James e Sirius, e os cutucava mandando parar com a criancice.

_ Ah, o que eu não faria se existisse uma vassoura assim na minha época. – James suspirava sonhador. Eles já estavam na sala tomando café e descontraindo um pouco depois do jantar e Harry tinha aproveitado para cuidar de sua Firebolt, mas não conseguia pois assim que viu a vassoura seu pai a agarrou e ficou babando.

_ É, ela é bem rápida. – Harry diz sorrindo divertido por causa da expressão do pai. – Mas é claro que o jogador que a guia é muito importante também. Uma vassoura não é nada sem o jogador.

_ Ah não, Harry! – Remo exclama rindo fraco. – Poucos dias e você já está pegando o egocentrismo exagerado do seu pai!

_ Cala a boca Aluado. – James diz mostrando língua em uma atitude nada adulta. – É bom ter um pouco de confiança.

_ Um pouco? – Sirius indaga sorrindo.

_ Sim, um pouco. – James responde. – Todos devemos ter mais confiança e um bom ego.

_ Acredite Sr. Potter, Harry não é do tipo que se acha. – Gina comenta derrubando o bispo de Hermione que encarava entediada o jogo de xadrez delas. – Ele é tão humilde que chega a doer.

_ Não é bem assim. – Harry murmura coçando a nuca.

_ É sim. – Rony afirma rindo.

– Só não gosto de parecer convencido. Todos já me julgam como um metido sem eu fazer nada, não acho que devo dar motivos. – Harry argumenta nervoso.

_ Você está certo querido. – Lily diz ajeitando os cabelos rebeldes do menino. – Não escute seu pai, humildade é importante.

_ Eu sou humilde! – James exclama indignado. – E ele deve escutar o pai sim Lily!

Depois da discussão sobre humildade que não evoluiu muito todos foram aos poucos para a cama, mas uma certa ruiva não conseguia dormir. Lily fitava o teto do quarto com milhares de pensamentos passando na sua cabeça.

O que tinha de tão importante com Harry que Dumbledore ficava fazendo mistério? Porque a cicatriz doía? Porque o menino tinha visões?

O ministério não via que seu filho precisava de proteção? Que ELE era a vitima?

E é claro que ela pensava em Snape. O homem tinha sido seu melhor amigo por tanto tempo e a tinha magoado tanto... Mas ele parecia ter mudado, pelo menos um pouco, e ela queria conversar com ele, mas não sabia se James entenderia o porque dela querer falar com Snape.

Por fim, depois de sentir a cabeça doer com seus problemas, Lily se levantou, vestiu um robe emprestado o que a vez lembrar que precisava fazer compras, e abrir lentamente a porta tentando não acordar o marido que ressonava calmamente. Ela desceu as escadas com cuidado e coçou os olhos entrando na cozinha a fim de tomar um pouco de chá. Mas assim que entrou no cômodo viu um vulto perto da pia.

Lily grita de susto e acaba recebendo outro grito em resposta, ela tateia a parede e finalmente acende as luzes encontrando um Harry ofegante olhando para ela.

_ Mãe?

_ Harry! O que faz acordado?

_ Pergunto o mesmo.

_ Eu perguntei primeiro mocinho! – Lily rebate cruzando os braços e parecendo nervosa, mas na verdade ela observava a camiseta molhada de suou e a expressão cansada do filho.

_ Eu tive sede e vim beber um pouco de água. – Harry responde mostrando o copo em sua mão.

_ Só isso? – Lily indaga estreitando os olhos. Harry considera contar sobre os pesadelos estranhos que envolviam Voldemort mas preferiu acenar com a cabeça e não preocupar a mãe. – Certeza?

_ Sim mãe. – Harry diz sentando em uma cadeira. Ele sorriu como sempre fazia quando a palavra “mãe” ou “pai” saia de sua boca. Lily também adorava ouvir aquilo, mas sua preocupação só crescia.

_ Eu sei que algo aconteceu. Um pesadelo talvez... – ela diz passando pelo menino e pegando xícaras. – Mas não vou força-lo a falar. Quer chá?

_ S-Sim...

_ Ótimo. –Lily diz sorrindo docemente e pegando os saquinhos e ponto a água para ferver. Seu filho já tinha muito problemas, ela não queria pressioná-lo a nada, então apenas se sentou ao lado dele e o puxou para um abraço reconfortante. Harry encostou a cabeça no ombro da mãe e suspirou aproveitando aquele carinho que pouco teve.

Ficaram ali quietinhos até a chaleira apitar. Lily preparou o chá nas duas xícaras e deu uma a Harry, o menino agradeceu e ficou mexendo o saquinho de chá em círculos do mesmo modo que ela costumava fazer, mas ele parecia inquieto nos olhos de Lily.

_ Você pode perguntar o que quer que queira. – Lily diz bebendo um pouco e Harry e encara surpreso. Ele sempre se surpreendia com a facilidade da mulher de ler seus sentimentos. Devia se coisa de mãe.

_ Vocês conversaram com Dumbledore? – Harry pergunta engolindo em seco.

_ Sim. – Lily responde com um suspiro. – Mas ele ... achou melhor, que nós conversássemos depois da sua audiência. Marcamos uma reunião para conversar.

_ Eu sabia que ele não falaria nada a vocês. – Harry murmura apertando a xícara entre as mãos. – Dumbledore não tem gostado de conversar ultimamente.

_ Ele só deve estar querendo te poupar. Já falamos sobre isso. – Lily diz firmemente. – Mas eu prometo que vamos conversar com Dumbledore e descobrir tudo certo?

_ Hm... – Harry resmunga encarando o chá e depois levantando o olhar para a mãe. – Me promete... que tudo que ele dizer vocês vão me contar?

_ Sim, prometo querido. – Lily diz olhando naqueles olhos idênticos aos seus, mas sentindo um aperto no peito. Ela não sabia o que iria descobrir conversando com Dumbledore. E se fosse uma coisa muito ruim? Será que ela contaria para seu filho? Um menino de 15 anos que já tem tantos problemas... Ela tomou seu chá um silencio imersa em suas duvidas até que Harry limpou a garganta a fazendo olha-lo novamente.

_ Eu estou preocupado. – Harry diz olhando para o chá. – Com a audiência...

_ Não precisa, você fez o que fez por defesa. – Lily afirmas segurando a mão do filho sobre a mesa.

_ Mas eu não sou um cara que tem muita sorte. Provavelmente não será nada simples... – Harry diz engolindo com dificuldade. – E se eu for expulso?

_ Você não será expulso. – Lily diz firme fazendo Harry olha-la. – Eu e seu pai não vamos permitir que isso aconteça. Ok?

_ Ok... – Harry diz com um pequeno sorriso e então boceja. – Eu nunca fiquei com sono tomando chá... Que chá é esse?

_ Chá de mãe. – Lily responde rindo um pouco e lhe dando um beijo na testa. – Agora vá dormir meu querido. E sinceramente... Só durma, sem sonhos.

_ Vou tentar. – Harry diz a abraçando rápido e subindo as escadas se sentindo um pouco mais confiante com sua audiência.

Talvez ter um pouco mais confiança seja realmente bom.


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Notas finais do capítulo

Gostaram? Comentem please!

E para me redimir terá capitulo novo nessa semana ok?

Beijoooos!