LEIAM AS NOTAS FINAIS!!!!!!!!!

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(dois meses depois)

Dois meses se tinha passado e durante esses dois meses eu distanciei-me de Peeta ao ponto de passarmos as aulas ao lado um do outro sem nos falarmos, ele ainda tentava falar comigo metendo conversa comigo e contando como tinha sido o seu dia mas eu nunca respondia de volta. Tinha sempre uma expressão neutra na sua presença e para mim isso continuaria assim até ao fim do ano.

Eu e Finnick aproximamo-nos como eu nunca pensei que pudesse acontecer, passávamos os intervalos sempre juntos com o Gale e Annie, que tinha voltado para as aulas uma semana depois do incidente. Johanna ás vezes também passava connosco as horas do almoço, sim a Johanna começou a falar connosco mas isso tudo tem uma historia. Tudo isso começou por culpa da Delly que já nem se dignava a olhar na minha cara, sim a Delly Cartwright aquela que eu um dia cheguei a considerar a minha melhor amiga. Mas isso é uma longa historia e eu vou poupar-vos a tal coisa.

–Vamos ó sonhadora? - pergunta Gale chamando a minha atenção.

A aula finalmente tinha acabado e eu nem tinha percebido tal coisa, será que o professor Snow notou a minha indiferença para a sua matéria. Esperava que não, se não já sabia que iria ficar aquela tarde na detenção e isso era coisa que eu não desejava.

–Demorei muito não foi? - pergunto olhando para os meus amigos que eram os únicos que estavam na sala, fora o Peeta que arrumava as suas coisas lentamente como se tivesse á espera de alguma coisa.

–Não claro que não, só deu tempo de eu ganhar raízes aqui. - responde-me Johanna com o seu melhor sarcasmo.

Mostrei-lhe a língua como criança que eu sou não me importando com o olhar de Peeta em cima de mim.

–Alguém têm alguma comida de jeito? Não aceito as tuas bolachas, Finnick. A última vez que as comi não correu lá muito bem. - falo passando a mão na minha barriga dramatizando um pouco.

–Que exagero. Até parece que eram assim tão más. - comenta Finnick fingindo-se de ofendido.

–Desculpa amor, mas eram mesmo más. - declara Annie com a sua voz melodiosa beijando de seguida a bochecha do Finnick.

Pois eu tinha me esquecido desse detalhe, depois da Annie voltar Finnick arranjou coragem e declarou-se a ela que também tinha uma paixoneta pelo Odair. Consequentemente, estão a namorar desde então. Acho que são o casal mais perfeito que eu já vi até agora.

–Finnick, um ser que tenha a sua inteligência sabe que as bolachas tem que levar açúcar. Todas as bolachas levam! - exclama Johanna fazendo com que eu, o Gale e a Annie não conseguíssemos evitar e nos ríssemos.

–Ah, Ah, Ah, que piada! A culpa não é minha se a minha avó não tinha açúcar em casa. - afirma Finnick.

–É para isso que servem os mercados, Finnick. - declaro não conseguindo poupar nenhuma vez o Finnick, acho que iria continuar a bater naquela tecla até a piada ter passado.

–Podemos ir agora pro refeitório. Estou a morrer de fome. - reclama Gale lembrando-nos do principal motivo de queremos sair o mais depressa daquela sala.

–Estás sempre com fome. - comenta Johanna sendo a primeira a sair da sala sendo logo acompanhada por Gale que se tentou defender das provocações da Johanna, ri-me ao perceber que seria impossivel eles mudarem aquilo.

Estava prestes a sair da sala mesmo atrás da Annie e do Finnick que sussurrava alguma coisa no ouvido da namorada quando uma voz que me era conhecida chamou-me.

–Podemos falar? - pergunta Peeta acrescentando rapidamente quando tinha a minha atenção voltada para ele.

–Já dissemos tudo o que tínhamos de dizer um ao outro. - tentei constatar aquilo que era a realidade.

–Tu disses-te eu apenas ouvi tal como pediste. Por favor, cinco minutos. - pede Peeta.

–Katniss está tudo bem? - pergunta Finnick voltando a sala quando percebeu que eu não os estava acompanhar.

–Sim, está. Eu vou demorar um pouco mais de tempo, mas vocês podem ir. Guarda-me uma fatia de pizza. - peço sabendo que se os impedisse de ir para o refeitório Gale era capaz de ter um ataque cardíaco.

–Queres que eu fique contigo? - pergunta Finnick olhando desconfiado para Peeta que olhava para os pés como se tivesse com alguma vergonha de olhar para mim.

–Não é necessário, eu fico bem. Obrigada. - agradece ao perceber que Finnick estava disposto a ficar comigo só para ver o que a minha conversa com o Peeta ia dar.

Finnick ainda hesitou em sair da sala, mas o toque de Annie e o puxão leve e delicado que esta deu nele em direção para saída da sala fez com que ele despertasse e saísse finalmente da sala de mãos dadas com a Annie que tinha ficado para trás como ele para ver o porque de eu ainda estar dentro da sala.

–O que é que queres comigo, Peeta? - pergunto cruzando os braços e encostando-me na mesa atrás de mim onde eu tinha pousado a minha mochila.

–Falar contigo. Eu quero tentar perceber…

–Não há nada para perceberes, Peeta. Eu pedi para te afastares e esperava que o fizesses. - falei interrompendo aquilo que ele dizia.

–Eu fiz, respeitei o teu pedido porque pensava que precisavas de pensar sobre aquilo que eu te perguntei á dois meses mas as coisas não são assim, pois não? Katniss porque é que me tens estado a ignorar? Eu fiz alguma coisa? Foi por causa daquilo que pedi? - pergunta Peeta arriscando a dar alguns passos na minha direção ao ponto dele conseguir tocar no meu braço fazendo com que eu me tentasse desviar do seu toque, a corrente elétrica ainda era sentida sempre que ele me tocava e eu não queria sentir isso.

–Eu vi-te com a Delly naquele dia, no corredor. Eu fui á tua procura com o objetivo de aceitar a tua proposta, eu estava disposta a tentar fazer com que te apaixonasses por mim, tal como tu disses-te mas depois vi-te com a Delly… - declarei finalmente sabendo que eu não podia adiar aquela conversa muito mais tempo, o tempo que eu tinha pedido ao Peeta á dois meses para ele já se tinha esgotado e ele agora procurava respostas, não podia adir muito mais sabia que tinha que dar as respostas que ele queria, boas ou más eram as repostas que ele pedia.

–Não aconteceu nada, Katniss. - Peeta teve a decência de me dizer.

Como é que ele era capaz de me dizer tal mentira? Será que a declaração que a Delly fez era o “não aconteceu nada” para ele? Para mim era totalmente o oposto, para mim aquelas duas palavras ditas por Delly significavam tanto para mim como a Annie significava para o Finnick.

–E o amo-te que a Delly disse nesse dia? É um nada para ti? - pergunto tocando no peito de Peeta acusando-o de tal coisa.

–Não significou nada para mim, Katniss. Eu só comecei a perceber como a Delly era realmente depois do dia em que eu disse-te que gostava dela. Eu nunca a tinha visto como a vejo agora, por favor Katniss perdoa-me por aquilo que pensas que fiz. - pede Peeta aproximando-se um pouco mais de mim ao ponto das nossas respirações estarem tão próximas que os nossos hálitos se misturavam.

–Eu não sei, Peeta. Eu…

Fui interrompida no momento em que eu ia dizer que estava com algumas dúvidas quando senti os lábios de Peeta a tocarem nos meus, foi de repente e em tal surpresa abri a boca para dizer algo sendo aquela a oportunidade para ele invadir a minha boca sem a minha autorização.

Um gemido libertou-se dos meus lábios fazendo com que Peeta agarrasse na minha cintura e puxasse para si, o beijo era cheio de desejo matando assim a saudade que sentíamos um do outro. Senti-me a ser erguida com grande facilidade e quando estava pronta para terminar o beijo e perguntar para onde ele me levava senti-me a ser sentada na mesa atrás de mim. Abri as pernas por reflexo deixando que ele ocupasse aquele lugar ficando assim mais perto de mim.

Peeta mordeu-me o lábio inferior delicadamente mas com alguma força da qual eu gostei antes de desviar a sua atenção para o meu pescoço descoberto. O trajeto que ele fazia no meu pescoço fazia com que eu gemesse com alguma dificuldade em fazer com que eles fossem baixos, as minhas mãos já estavam nos cabelos de Peeta e puxava de vez em quando com alguma força quando sentia ele a morder o meu pescoço e logo de seguida a lamber ou dar um beijo no local como se fosse minimizar a marca que ia ficar ali.

–Peeta… - chamo sabendo que tínhamos que parar com aquilo antes que alguém entrasse na sala.

Ele pareceu não ter ouvido os meus chamados visto que continuou a distribuir beijos na zona do meu pescoço fazendo com que de vez em quando eu perdesse quase a sanidade.

–Peeta, temos que parar. - falo com grande dificuldade.

Aquilo pareceu dar resultado visto que Peeta finalmente desviou-se de mim e afastou-se alguns centímetros de mim sendo que eu conseguia ver os seus olhos num azul escuro quase negro tudo por culpa do desejo.

Ele fechou os olhos no momento em que eu ia dizer que estava na hora de falarmos sobre aquela proposta, parecia estar a regularizar a sua respiração ou talvez estivesse a controlar-se para não me atacar novamente. Eu não tinha nenhumas oposições em ser atacada outra vez, desde que o Peeta fosse o atacante. Sai de cima da mesa sabendo que aquilo não seria uma figura muito boa para algum professor, funcionário ou até mesmo aluno apanhar-me.

Peeta abriu finalmente os olhos assim que sentiu o meu toque no seu braço com o objetivo de chamar a sua atenção, os seus olhos estavam novamente normais naquela tonalidade de azul cristalino que me fazia lembrar um céu sem nuvens.

–Uma chance. - pede Peeta enlaçando a minha cintura e puxando-me para perto de si fazendo com que as nossas testas se tocassem e fosse muito fácil tocar nos seus lábios.

Fechei os olhos tentando aproveitar aquele momento com o Peeta, nós ficávamos assim naquela mesma posição quando algum de nós queria dizer alguma coisa que mais ninguém podia saber. Era a nossa maneira de dizer que aquilo era um segredo, o nosso segredo!

–Sim. - respondi finalmente abrindo os olhos e encontrando os olhos de Peeta a estudar-me um pouco ansioso á espera que eu desse a minha resposta.

Com um sorriso que eu não sabia que sentia saudades até aquele momento, Peeta beijou-me novamente desta vez mais calmo. Muito mais calmo do que das duas outras vezes, representava o amor que cada um sentia um pelo o outro e foi naquele mesmo momento que eu soube que não me iria arrepender da minha decisão.

–O que é que ele faz aqui, Katniss? - pergunta Johanna olhando estranhamente para as nossas mãos unidas.

Peeta e eu tínhamos ficado mais algum tempo dentro daquela sala até que fomos interrompidos pelo o professor Cinna que se tinha lembrado que tinha esquecido do seu caderno na sala, o homem sorriu para nós como se já esperasse aquilo acontecesse mais cedo ou mais tarde e sem dizer nada saiu da sala dando-nos a privacidade de volta.

–Nós estamos meio que juntos. - respondo pousando o meu tabuleiro com algum dificuldade por estar a utilizar apenas uma mão.

–Como assim meio? Ou vocês estão juntos ou não estão. - fala Johanna não conseguindo entender aquilo que eu acabara de dizer fazendo com que eu revirasse os olhos ao perceber que ela não queria acreditar que eu e o Peeta estávamos mesmo juntos.

–Estamos a conhecer-nos. - responde desta vez Peeta puxando a cadeira onde eu ia me sentar para trás como um perfeito cavalheiro e logo de seguida ocupando o lugar ao meu lado ficando perto do Finnick que ainda não tinha desviado os olhos das nossas mãos ainda unidas.

–Vocês são melhores amigos á mais de 10 anos, precisam mesmo de estar a conhecer-se? - pergunta surpreso Gale.

–Vocês entenderam o que estamos a tentar dizer. - afirmo farta daquela conversa que nem tinha pés nem cabeça.

–Finalmente! - brada de repente Finnick fazendo com que todos os presentes na mesa olhassem para ele que parecia ter acordado naquele momento.

–Será que dá para explicar o porquê do finalmente? - pergunta Johanna tirando um cigarro da sua mochila mesmo sabendo que não podia fumar dentro do edifício escolar.

–Eles estão juntos. - fala o obvio apontando para mim e para o Peeta como se ainda ninguém tivesse reparado nisso.

–Já tínhamos percebido isso, Odair! - declara Gale antes de encher a sua boca com comida.

–Era disso que estávamos a falar cabeçudo. - afirma desta vez Johanna antes de inalar o fumo do cigarro.

–Cala-te e fuma, Mason. - rebate Finnick cruzando os braços e fazendo um bico como se tivesse amuado.

Não aguentei e ri-me não conseguindo perceber onde é que o Finnick ia buscar aquelas atitudes infantis.

Senti a minha mão, que estava entrelaçada com a de Peeta, a ser apertada fazendo com que olhasse para ele e visse o belo sorriso que ele tinha nos lábios do qual eu nunca me cansaria de ver. Sorri de volta antes de voltar a minha atenção para a discussão que o Gale tinha com Johanna por culpa do cheiro do cigarro.

Eles nunca iriam mudar!

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