Unbroken escrita por Annia Ribeiro


Capítulo 8
Confusion


Notas iniciais do capítulo

Ooi leitores... Nossa, quase pirei com o Nyah! fora do ar por tanto tempo, mas aqui estamos, ufa. Hoje e amanhã eu vou postar um capítulo, só para tirar do atraso. Por um lado foi bom, pois eu escrevi vários capítulos incríveis de Unbroken, e espero que vocês gostem e comentem muito! Tem muitas surpresas e loucuras pela frente... A Annabeth está se tornando muito melhor do que essa garota melosa e problemática, vocês vão ver só mais a frente! E tem um capítulo bônus, vai ser o décimo capítulo da fic! Ele vai ser uma surpresinha, diferente dos demais, não vai ser narrado pela Annabeth. ;) Boa leitura



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/496717/chapter/8

Meu quarto estava com baixa luminosidade, a única fonte de luz vinha de um abajur perto da minha cama. Eu estava deitada na cama, onde eu passara o resto do dia. Sair naquela manhã frienta logo cedo havia deixando-me um pouco mal, piorando meu estado de lástima, agora com mais um combo adicionado: febre e dor de garganta. Não era nada legal. Vi reprises na tv e séries no computador, mas tudo me fazia repassar a conversa com Percy mais cedo na cabeça. Nem mesmo os livros foram capazes de conter a voz de Percy na minha cabeça. Acho que eu estava pirando. Será que eu estava fadada a ficar pensando num garoto que era o inverso de Luke? Sei lá! O Luke era tão carinhoso, amigável, sem segundas intenções (nem terceiras, nem quartas...), ele não gostava de ficar com muitas garotas quando era solteiro e nunca havia me traído. Será que meu cérebro bugou o bastante para eu ter que me aproximar de alguém totalmente diferente de Luke?

Okay. Isso é tão ridículo.

Eram nove horas da noite e eu já estava um pouco com sono. O remédio estava melhorando minha febre, mas a dor de garganta ainda permanecia. Levantei-me da cama e fui tomar um banho relaxante. Nada melhor do que dormir limpinha e leve. Quando voltei para meu quarto, enrolada na toalha, eu encontrei Percy sentado na minha cama, entediado, a porta do meu quarto fechada. Tive vontade de gritar e pegar uma cadeira para tacar na cabeça daquele garoto desmiolado.

– Oque você está fazendo aqui? - digo entre os dentes, segurando firme a toalha com uma mão e puxando seu braço com a outra - Saia logo daqui! Como você entrou aqui?! Deuses, se minha mãe te ver aqui...

– Calma, Annie - Percy disse, com um sorriso travesso no rosto. Ele me encarou dos pés a cabeça e eu pude perceber que sua postura se tornara mais rígida. - Eu te falei que íamos sair hoje, esqueceu?

– Ahm, íamos? - Eu pensei que era uma brincadeira, não levava oque aquele garoto dizia a sério.

– Sim, com a turma. Anda, veste uma roupa. Mas se quiser ficar assim... - Percy se levantou, segurando minha cintura antes que eu pudesse fazer alguma coisa. Ele beijou lentamente meu pescoço, deixando uma trilha quente de beijios... Aquilo era muito bom, confesso. Que mal faria? Eu era uma humana, tinha meus desejos também. Eu sentia meu corpo responder a ele. Ele subiu sua boca para minha orelha, e suas mãos soltaram meu cabelo, que antes estava amarrado em um coque. Ele me empurrou até uma parede, onde pressionou seu corpo no meu. Não tinha como resistir a ele, com aqueles cabelos revoltos, olhos verdes e um físico impecável. Mas eu não iria ser somente mais uma...

Só tomei consciência do que estava fazendo quando ele começou a se aproximar de minha boca enquanto suas mãos desciam para minha coxa.

– Pare, Jackson. Não se atreva, somos apenas amigos - eu disse, tentando o máximo tentar manter a voz forte e confiante. Usei todas minhas forças para afasta-lo de mim e de as costas para ele, indo em direção ao closet. Só voltei de lá quando já estava vestida de short jeans e uma regata.

Percy ainda estava lá, sorrindo malicioso como se não tivesse tentado transar comigo no meu próprio quarto. Realmente, qual é o problema dele?

– Já está pronta? - ele perguntou, olhando a hora em seu celular.

– Quase - disse, passando delineador nos olhos. Ainda estava chocada pelo oque havia acontecido, eu quase vacilei muito feio. E se agora ele pensasse que eu queria ficar com ele mais apenas estava me fazendo difícil? Isso não poderia acontecer, eu não quero nada com ele. - Vai me dizer como entrou no meu quarto ou não?

– Eu sou expert em sair escondido pela sacada de meu quarto, não é difícil entrar - ele disse, dando de ombros.

Terminei de arrumar meu rosto e meu cabelo e calcei uma bota.

– Estou pronta, vou avisar minha mãe que vou sair... - digo, me levantando da penteadeira e girando os calcanhares para a porta.

– Claro que não. Diga que você vai dormir e a porta está trancada - ele disse, se esparramando em minha cama com as mãos atrás da cabeça.

– Oque? - faço uma careta para ele do tipo: você está doido? Não viaja.

Minha mãe sempre foi liberal, ela nunca ligava para aonde eu ia, desde que eu chegasse antes das 2 da manhã e não me metesse em encrenca. Ela tinha medo de me prender demais e acabar fazendo com que eu adquira ainda mais problemas. Isso já aconteceu uma vez.

– Confie em mim, vai - ele disse, com a voz rouca. Acho que foi de proposito, porque ele ficou incrivelmente sexy com aquele tipo de voz.

– Eu não confio - digo, seca e me viro para a porta. A abro e coloco a cabeça para fora. - Mãe, já estou indo dormir, vou trancar a porta, boa noite - grito dali, em resposta ganhei um Ok, como sempre. Suspirei e entrei novamente no quarto, trancando a porta. Percy sorria satisfeito, ainda deitado na minha cama.

– E agora? - pergunto, revirando os olhos.

Eu não sabia oque ele queria fazer, mas eu precisava me permitir mais. Não poderia mais viver nas sombras das paredes, precisava começar a brilhar novamente. Me divertir, extravasar. Eu não queria mais ficar de luto por minha vida, chegou a hora de tentar muda-la, pois sou a única que posso fazer isso.

– Vamos pular - ele disse naturalmente, se levantando da cama e caminhando até a sacada.

– Eu não sei pular - eu digo, tentando conter meu apavoramento. Eu não tinha medo de altura, mas não seria nada legal quebrar algum osso.

– Eu te ajudo, loira, afinal, você tem que aprender confiar em mim - ele disse sarcástico. Como mesmo eu topei ser amiga dele? Não devia está em perfeito juízo.

Desliguei a luz do quarto e caminhei até a sacada, fechei a porta de vidro e ficamos nós dois na pequena varandinha, que dava vista para o quarto do garoto. Percy fitava seu próprio quarto com uma expressão nada amigável. Quando ele percebeu que eu o encarava ele se virou para mim, com aquele sorriso.

– Aposto que deve me espionar muito aqui, loira - ele disse com um olhar cafajeste.

– Só que não, Cabeça de Alga - eu digo irritada - Anda, me mostre como eu tenho que fazer.

Percy ficou no canto direito da sacada e passou primeiro uma perna por cima do guarda corpo, depois passou a outra. Quando vi ele parecia estar pisando no ar. Assustada corri até o lugar e olhei para baixo, vendo uma escada que vinha até ali. Percy estava em um dos degraus, rindo da minha cara.

– Seu idiota, porque não disse logo que tinha uma escada? - perguntei irritada.

– Queria saber se você teria coragem de pular.

– Eu pularia!

– Eu duvido. E eu não iria deixar minha loira pular dessa altura - ele disse com aquele sorriso debochado. Desceu as escadas e logo era a minha vez. Ele gostou de brincar, mas agora era a minha vez.

Passei as pernas sobre o guarda corpo e em vez de apoiar o pé na escada, eu pisei sobre a beirada de fora do guarda corpo, cerca de 10 centímetros. Me segurei muito firme no parapeito, eu estava com medo, mas era muito divertido.

– Acho que vou pular - cantarolei, sorrindo igual a uma maníaca suicida - Vamos ver se eu não sou capaz, Jackson.

Percy fazia uma cara estranha para mim, como se percebesse agora que eu era louca.

– Desce logo pela escada Annabeth, larga de infantilidade - ele disse.

Nossa, essa doeu no meu ego. Infantilidade? Eu poderia pular, mas não tinha nada a que me agarrar e eu poderia torcer meu pé. Fui até as escadas e desci por ela mesmo. Depois passei por Percy de cara fechada e andei até o seu carro, parando em frente a porta do passageiro. Quando ele desbloqueou o carro eu abri a porta e entrei sem falar mais nada. Não era a primeira vez que ele me chamava de infantil, ele sabia que eu não havia gostado, mas mesmo assim me chamara outra vez. Pois claro! Ele é super maduro, o senhor da maturidade.

Ele deu partida com o carro e ligou o rádio. Estava tocando Unbroken, de Demi Lovato. Ele dava para perceber que ele não curtia muito a música, mas por alguma razão a escutava. Eu, particularmente, não gostei da batida também, e nem dela cantando a música, sei lá, estranho, mas a letra até que era bem marcante.

– Gosta dessa música por causa da letra? - perguntei, não olhando para ele. Ainda estava com raiva.

– Sim.

– I'm gonna love you like I've never been broken - cantarolei, baixinho, virando minha cabeça para o vidro ao meu lado.

– Você já foi quebrada? - ele perguntou. Olhei de relance para ele e percebi que seu maxilar estava rígido e que ele apertava com força o volante. Demorei para entender que ele tirara essa pergunta da música, que falava algo sobre.

– Não - digo, soltei apenas uma risada abafada, que parecia de deboche. - E você?

– Sim. Você nunca gostou de alguém e que te magoou? - ele perguntou, com notória curiosidade.

– Sim, eu já gostei de uma pessoa. Eu a amei. Mas ela não me quebrou. Ela me matou.

***

Chegamos ao nosso destino, que era nada mais, nada menos que o Golden Gate Park, uma espécie de Central Park de São Francisco, só que menor e menos famoso. Não sabia que tipo de coisa iriamos fazer naquele lugar público, mas já que Percy disse que iriamos nos divertir, eu não duvidei. Quando ele estacionou o carro eu abri a porta e olhei em volta. Nada. Nenhuma pessoa, nenhum barulho. Que legal, ele iria me estuprar? Olhei para ele, erguendo uma sobrancelha de forma indagadora. Ele ativou o alarme no carro e sorriu malicioso, mas não disse nada. Apena saiu andando, com aquela jaqueta de couro preta que o fazia parecer mais rebelde do que já era, claramente era para eu segui-lo. Embora eu estivesse receosa, eu o segui.

– Aonde vamos? - perguntei, quando finalmente o alcancei.

Ele olhou para mim profundamente, aqueles olhos verdes tão bonitos, mas tão sem brilho. Perguntava-me internamente se ele tinha realmente vida. Algo em seu olhar me incomodou, me fez sentir um frio na nuca anormal, como se um alarme de defesa estivesse se preparando para ser ativado.

– Vamos encontrar com a turma.

– No meio do mato?!

– Ah, fala sério. Nem entramos ainda na trilha.

Mais a frente, várias árvores estavam aglomeradas, todas juntinhas sobre o breu da noite banhando com a luz da lua. Percy tirou uma lanterna de uma sacola que até então não havia percebido que ele carregava. Forcei um pouco a vista para definir o conteúdo da sacola branca, parecia garrafas. Bebidas. Ótimo, aquele garoto iria beber e depois querer me levar para casa. Entramos numa trilha, onde estávamos cercados por árvores dos dois lados, o chão era feito de madeira, oque me deixava bem mais tranquila. A luz da lanterna iluminava a nossa frente, oque não era de muita ajuda, já que só tinha árvores. Como que a largura da trilha era grande, eu andava junta com Percy, bem do seu lado de modo que vez ou outra nossos braços roçavam. Várias camadas de roupa separando de nossa pele. Ao longe pude começar ouvir um barulho de música, que foi se aumentando a cada passada, até que já não conseguia ouvir o barulho dos ventos entre os galhos. Não olhei sequer uma fez para o Percy, e muito menos disse algo, ele na maior parte do percurso mexia no celular. O silêncio estava bom, não queria me aproximar mais dele.

Quando a trilha acabou e a música atingiu seu volume máximo, pude me encontrar numa clareira de tamanho médio, com grama aparada e um riacho perto do volume das árvores. O lugar estava lotado. Tipo, muita gente mesmo. As árvores em volta da clareira estavam decoradas com luzes de várias cores, a música eletrônica explodia de duas caixas de sons médias, tinha vários aparelhos de laser no chão, que jogava raios de luz em todos os lugares. Muitas pessoas se dançavam loucamente, com bebidas na mão. Sorri para Percy, agradecida. Talvez seja isso que eu precisasse.

– ANNABETH! - gritou alguém, uma pessoa masculina. Quando me virei fui esmagada com um abraço de urso do Leo Feliz-Bêbado.

– Leo! - eu disse, rindo e o abraçando também.

– Que bom que você feio, essa festa está precisando de garrotas butina - juro que ele disse desse jeitinho mesmo, com todos os erros. Nossa, a pessoa bêbada só passa vergonha mesmo. Dou uma risada, vendo o se afastar. - TOCA AQUI MANOU - gritou Leo, batendo na mão de um cara desconhecido que ficou confuso com a atitude do garoto.

Quando olhei para o lado, Percy já não estava lá. Nossa, puxa, que legal. Ele me trás para cá e me deixa sozinha. Senti-me um tanto quanto deslocada, mas é só tentar me enturmar. Encontrei Thalia no meio de tanta gente, ela também me viu, mas não ficou nem um pouco feliz com minha presença; Percy chegou por trás dela e a segurou pela cintura, a rodando para ficar de frente para ele. Depois do pequeno susto, Thalia ainda se virou para mim, com um sorriso do tipo eu venci. Se ela soubesse o quanto idiota era, ela não iria nunca mais sorrir para mim desse jeito, já que não quero nada com Percy.

– Annie! - Nico apareceu na minha frente, com Bianca ao seu lado. Ambos de roupa preta e no seu melhor estilo gótico.

– Nico, Bianca! Finalmente alguém conhecido, não sei nem de quem é essa festa.

– Essa festa é de todo mundo, Annie - disse Bianca, estendendo tequila para mim. Sorri a aceito a oferta da garota, dando pequenos goles na bebida, só para acostumar.

– Piper e Jason não puderam vim, acho que eles estão colados na cama, fazendo você sabe oque. O Leo está por ai, e o Percy e Thalia também. Então, vamos nos divertir.

Preferi não comentar que já tinha visto o Leo e Thalia, e nem que tinha vindo com Percy. Apenas deixei que Bianca e Nico me carregassem para a pista de dança, e deixasse as coisas acontecerem.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Não esqueçam de comentar! É muito importante :)