Unbroken escrita por Annia Ribeiro


Capítulo 40
Stay with me


Notas iniciais do capítulo

Olá meus bolinhos de canecas, eu sei eu sei.. vcs querem me matar, me sequestrar, me torturar. Eu também quero. Sei que tinha falado que a fic iria acabar dia 30, mas infelizmente não deu por diversos motivos que me fizeram quebrar o cronograma feito por mim: 1. preguiça de escrever 2. meu word deu um puta problema 3. preguiça de concertar o problema do word 3. odeio seguir cronogramas 4. voltei com tudo a jogar rpg e no começo é aquele amorzinho né, então, to jogando uns muito irado então eu já escrevia por lá e ficava com preguiça de escrever aqui. Enfim, não me matem. Mas algo aconteceu de bom: eu fiquei mais flexivel em narrar coisas açucaradas e fofinhas, consegui quebrar um pouco da Annabeth independente e orgulhosa que havia construido ao longo de UB, ela continua assim, claro, mas agora vcs podem ver ela mais fofinha com o Percy, sei lá. É porque minha personagem em um rpg está namorando um garoto muito fofinho e nossos turnos me inspiram a ser romantica oieeoi
Enfim gente, quero dizer que esse capítulo tem algumas coisas que vcs mesmo vão ter que assimilar pois não vai ter nada mastigadinho para vcs. Quer dizer, vai ter sim, mas não muito, então se viram ai para ligar os pontinhos pq nao vou fazer isso para vcs.
Chega de notas gigantes, boa leitura!



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"Oh, won't you stay with me?
'Cause you're all I need"

— Annabeth

Quando eu acordei assustada percebi que estava nos braços de Percy. Por um momento achei que todo aquele inferno fosse apenas um pesadelo, mas assim que abri os olhos vi que ainda estava naquela sala nojenta; eu vestia o short, mas por baixo estava sem minha peça intima. Aquilo havia realmente acontecido... e talvez não adiante eu tentar me enganar dizendo que não. Vou ter que aprender a conviver com isso agora. Eu gostaria tanto de abraçar aquele moreno forte, mas minhas mãos ainda estavam amarradas atrás do corpo. Tudo que eu pude fazer era chorar baixo encostada no seu peitoral, enquanto ele dormia. A cabeça estava encostada no pé da mesa onde... onde... aconteceu. O tornozelo do meu namorado continuava preso com a corrente, mas a mesma se encontrava partida e a outra metade estava na parede oposto, na parede. O tornozelo dele estava quase em carne viva, sangrando e inchado. Senti um aperto no coração e afundei ainda mais meu rosto em seu corpo. O que ele tinha feito? Como havia conseguido se livrar das correntes para ir até a mim?

Ele havia mesmo lutado até sangrar contra as correntes somente para ficar ao meu lado?

Comecei a chorar mais alto, sentindo como eu gostaria de fazer aquilo desde que tudo aquilo começou, desde que eu sentia-me cada vez mais apegada a Percy, desde que fiquei horrorizada quando Ares no seguiu e depois que Thalia foi assassinada. Tudo que eu queria era chorar como se assim tudo de ruim pudesse ir junto.

– Annie, por favor... não faça isso comigo, não chore – disse Percy num sussurro fraco, ele encostou seu queixo na minha cabeça, como se aquilo pudesse substituir o abraço que ele não poderia me dar por causa de suas mãos amarradas.

Eu nem havia percebido que Percy tinha acordado antes de chamar minha atenção com seu pedido. Eu estava trancada de tal modo em minha mente que me tornei egoísta demais para não perceber que já estava soluçando e chorando alto demais. De certa forma, me senti ainda pior. Só queria que seus braços me acolhessem, que suas bocas dissessem mentiras, dizendo que tudo ficaria bem.

Eu me sentia tão frustrada, tão ingênua e usada. Scott parecia ser uma cara legal e apenas uma coincidência, afinal, ele se parecia tanto com o Luke que sem querer eu havia o beijado em uma festa a éons atrás. Depois, voltamos a nos reencontrar quando ele competia contra Percy e Jason num campeonato de vôlei... foram tantas coincidências que só fico pensando em quantas brechas eu dei para ele criar o joguinho psicopata dele. Eu fui usada. Ele me usou para atingir Percy e Thalia. E conseguiu. Ele sabia desde o dia de vôlei que a Thalia não gostava de mim, e de que o Percy, sendo o Percy, queria ter uma noite comigo, ou sei lá. Ele sabia e usou isso para criar uma tensão entre todos nós. Ele dividiu a turma e assim ficamos fracos. Então BUM!, ele atingiu seu objetivo de se vingar com Thalia. E fez isso na noite mais conveniente para ele. Eu não acredito que ele sempre esteve nos observando! Naquele dia eu não o encontrei por acaso! Ele sempre estava lá, nós que nunca o vimos!

– Annie... Annie, pare! – disse Percy, não sabia do que ele estava falando. Como ele podia falar para eu parar! Eu quero matar o filho da puta do Scott com minhas próprias mãos!

Percebi então que meu corpo todo tremia em espasmos violentos de fúria, meus pulsos sangravam de tanto tentar me livrar das algemas, eu chutava tudo que estava meu alcance e me debatia como louca. Não sabia em qual momento comecei a agir daquele jeito, só sabia que cada célula do meu corpo estava movida pela raiva.

– Eu quero mata-lo, Percy! Eu o odeio tanto! O que ele fez comigo! – eu comecei a gritar e chorar desesperadamente.

– E você está me matando agindo desse jeito... pare... já foi ruim o bastante eu ter visto o que ele fez contigo – disse Percy, como se não tivesse mais forças e esperanças para dizer algo.

Então eu parei, pois senti algo diferente em sua voz. Uma dor acumulada, culpa, raiva. Senti como se meu coração se despedaçasse em milhares de pedacinhos, jogados no ar sem esperança e levado pelos ventos para outro lugar.

Sou tão egoísta... mas tão egoísta. Como não pude, em um minuto sequer, pensar em como Percy se sentia?

Forcei as lágrimas pararem de cair, e virei o rosto para ele. Seus olhos verdes estavam tão escuros que mal os reconheci. Ainda continuava com hematomas, cortes e uma enorme bolsa arroxeada embaixo dos olhos. Ele sorria de forma fraca, numa última tentativa de me fazer sentir melhor, mais otimista. Mas aquele sorriso dele... aquele sorriso dele só causou mais dor. Não tinha felicidade nem sinceridade ali, não tinha aquele brilho ou empolgação por estarmos bem. Seus olhos denunciavam isso.

– Me desculpe... eu... eu fiquei com tanta raiva – confessei.

Encostei minha testa na dele e fechei os olhos, sentindo sua respiração forte e controlada. Juntei meus lábios ao dele, sendo correspondida brevemente antes de ele virar o rosto, chorando. Tentei não demonstrar minha total surpresa ao ver Percy Jackson chorar, tentei fazer algo para pelo menos o consolar. Mas eu fiquei parada, sem saber o que fazer. Ele era forte, incrivelmente mais forte que eu; Percy era praticamente inquebrável, mas ali estava ele: em pedaços. E eu estava ali vendo e não fazendo nada a respeito por simplesmente estar acostumada demais com ele sendo inquebrável o tempo todo.

– Isso tudo é culpa minha! Tudo isso! Não odeie o Scott, Annie, pois sou eu quem você deve odiar – ele disse, ainda não olhando para mim. – Você sempre se fode por minha causa, você sempre se machuca por causa das minhas brigas! Isso não é justo... eu não quero que isso aconteça... o que o Scott fez com você... eu nunca vou me perdoar, Annie, nunca!

– Não, Percy, pare de se culpar... você não tem culpa de o Scott ser o psicopata que é – eu disse, tentando soar serena ou menos tranquilizadora. Acho que isso não iria dar certo, já que a pouco menos de cinco minutos eu estava totalmente descontrolada num acesso de raiva.

– Você não entende... Antes de eu entrar na faculdade eu acabei com a vida dele, quase que literalmente. Era tudo uma brincadeira, só queria o colocar no lugar dele. Scott namorava a Thalia, eles eram tipos inseparáveis. Mas quando Thalia se formou e quis fazer faculdade de música, as coisas começaram a ficar estranha. A Thalia ficava dando muito em cima de mim nas festas de nossos pais... diversas vezes ela traiu ele comigo... então numa dessas vezes eu filmei e...

– Não! – eu disse espantada, sem me conter, escancarando a boca. Aquele Percy não parecia nada com o Percy que conheço hoje... Mas eu não acredito que ele tenha coragem de ter feito o que eu penso que ele fez. Aquela história estava dando um nó na minha cabeça, que tentava ligar todos os pontos do passado com o presente. Só não entendia o porquê de Thalia começar a se interessar por Percy, sendo que ela era tão inseparável de Scott.

A porta do cômodo se abriu, deixando um pouco de luz entrar no ambiente, mas logo a mesma tornou-se a sumir quando Scott passou pela porta e a fechou. Seu rosto era sombrio e tinha um sorriso sinistro estampado na face. Ele inclinou a cabeça para o lado.

– Contando historinha pra namorada, Percy? – debochou Scott. Por instinto eu inclinei meu corpo para o lado, tapando parcialmente o corpo de Percy. Eu sabia que o moreno conseguiria muito bem enfrentar Scott, ele era capaz de tudo, mas eu não queria que Scott o visse daquele jeito. Ver Percy Jackson chorar é algo exclusivo para mim, um momento íntimo só de nós dois e Scott não tem o direito de se intrometer. – Annabeth, mas deixa eu te contar a história, já que sei que ele não é muito confiável. Ele mostrou o vídeo para todos os amigos e ficou com fama de garanhão, pois no vídeo mostrava claramente Thalia se atirando como uma puta para ele... Fui motivos de zombaria na escola por muito tempo. Mas é claro que não é só isso, o filho da puta do Percy fez outras coisas somente para me ferrar. Agora, quer saber o porquê, Annabeth? Quer saber porque ele me odeia tanto e porque eu o odeio tanto?

– Cala a boca, Scott – rugiu Percy tão alto que nem sabia que ele tinha força para falar mais do que já tinha falado.

Prendi a respiração, sentindo a tensão no cômodo, mais do que eu poderia suportar.

– O que foi, Percy? Está com medo de eu desfazer, de uma vez por todas, com o seu segredinho? – sua voz estava carregada de discórdia misturada com sarcasmo. Ele estava se deliciando com a situação.

– Scott, não me ameace com isso, você vai estar quebrando o acordo que fez! – disse Percy, com raiva e elevando a voz. Seja o que for, ele estava desesperado para manter tudo em segredo.

– Ah, Percy, vocês vão morrer de qualquer forma. Sei que o segredo vai ficar bem guardado no túmulo, não há lugar melhor, não é?

O ar se tornou difícil respirar, parecia que enxofre havia se infiltrado nas moléculas de oxigênio apenas para me fazer sofrer mais um pouco. Eu não havia ideia do que eles estava falando, não entendia merda nenhuma e ninguém parecia estar querendo esclarecer de uma vez por todas. Embora a situação seja péssima, eu estava me corroendo de curiosidade para saber. Quase gritava ‘Qual é o segredo? Conta, conta, conta’. Eu preciso saber... precisava ainda mais entender.

– Annie, é melhor você saber por mim do que por esse traste... – disse Percy. Seus olhos se viraram, me encarando, e senti como se o peso do céu estivesse sobre minhas costas. Scott apenas observava a cena de camarote, com os braços cruzados e um sorriso torto no rosto. – O Scott é filho de Poseidon.

– Seu... – não tive forças para continuar a falar, todo o ar havia desaparecido e eu forçava a meus pulmões a continuarem trabalhando.

– Meio-irmão, isso mesmo – completou Scott, com um sorriso amargo – Filho de Poseidon com uma... como você a chamou mesmo? Hmm... puta interesseira? Isso mesmo. Filho de Poseidon com uma puta interesseira.

– E você nunca me contou isso, Percy?! Por que?! – achei minha voz, usando-a com toda a potência que eu conseguia.

Por que diabos ele nunca havia falado para mim? Isso colocaria muita, mas muita coisa mesmo no lugar. Todo aquele pavor e ciúmes dele de me ver com Scott, a hostilidade dos dois, a vingança, Thalia, eu, o sequestro... tudo... tudo agora fazia extremamente sentindo por causa daquele detalhe. Uma rixa entre irmãos com muita coisa envolvida, coisa que até agora não sei, mas que ainda vou descobrir.

– Annabeth... me perdoe... eu não podia contar – ele disse.

Antes que eu explodisse de raiva, a porta foi arrombada e sons de tiros ecoaram no cômodo, me fazendo gritar encolhida na parede. Minha visão ficou turva e eu não sabia o que estava acontecendo. Acho que o barulho dos tiros causou algum problema em meu ouvido após ficar tanto tempo no silêncio, já que tudo parecia um eco distante. Mãos agarraram minha axila, me içando para cima e livrando-me das correntes. Quase desabei no chão, de fraqueza, mas uma mão passou pela minha cintura, e eu coloquei o braço no seu ombro, apoiando-me. Reconheci os cabelos na hora. Vultuosa negritude num estilo emo gótico.

– N-nico... – sussurrei, mas talvez ele não tenha ouvido.

– Quieta, Annie, vou te tirar daqui – ele disse, me arrastando.

O cômodo estava um caos. Cerca de meia dúzia de policiais armados cercavam Scott, que pego de surpresa, apontava a arma para todos os lados, os olhos esbugalhados como um cachorrinho apunhalado. Vi a cabeleira de Poseidon entre as do polícia e parei assim que entendi o que se passava.

Scott havia consegui chegar até Percy e agora a arma estava apontada para a cabeça do moreno, que nada podia fazer com o braço de Scott pressionando sua garganta com força. Me virei e comecei a correr em direção a Percy, mas os braços de Nico seguraram minha cintura com força.

– Solte o refém e se entregue! – disse um dos policiais. Então uma discursão se seguiu, todos tentando fazer Scott se entregar sem machucar Percy.

– Por favor... – choraminguei, baixinho, ainda tentando correr em direção a Percy, em vão. Tentei socar ou chutar Nico, mas a tentativa foi patética.

Scott estava atordoado e a todo momento apontava a arma para alguém diferente; aproveitando essa oportunidade, Percy consegue se livrar do braço dele, e começa a soca-lo e chuta-lo com tanta raiva que não conseguia acreditar no que estava vendo. Os policiais analisavam agitados qual era a melhor maneira de intervir. Percy usava força do além para deixar todos os pontos possíveis do rosto de Scott ensanguentado.

– Isso é pelo o que você fez com Annabeth, seu covarde! – ele gritou, chutando o estomago de Scott que por fim caiu no chão. Com as mãos tremendo, o loiro ergueu a arma e disparou.

Não vi mais nada, pois Nico me carregou para fora da sala e eu desmaiei, exausta.


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Notas finais do capítulo

Muito obrigada a vcs que sempre cometam, e quero dizer que vcs fantasmas não são dignos de amor .-.
FELIZ ANO NOVO GALEREEE, REZEM PARA EU CONSEGUIR PASSAR NA FACUL PQ A VIDA É ASSIM SOFRIDA, ENTÃO COLOQUEM MILHO NO CHÃO E VÃO REZAR PROS CONCORRENTES TEREM SIDO PIOR QUE EU HUEOEJOEJE
gente a fic ta acabando socorro. Se eu tiver um recorde de comentários nesse cap quem sabe eu posto mais rápido ~pensa~
ate o proximo gente, beijos.