Unbroken escrita por Annia Ribeiro


Capítulo 39
Bitter


Notas iniciais do capítulo

Olá meus bolinhos de caneca, eu estou aqui novamente, mas isso não significa coisa boa. Como eu tinha dito antes, as coisas iriam ficar um pouco ruins pro nosso recente casal, e aqui está as coisas ruins! Enfim, o final do capítulo ta um pouco pesado, mas eu ia fazer pior mas eu senti nojo de escrever algo sobre isso e tentei deixar mais leve, enfim... Só vim falar que a fic já tem data para terminar: dia 30 de dezembro! E nesse mesmo dia eu planejo postar uma nova long-fic. Vai ser algo mais leve que Unbroken, sem essa atmosfera de passados, assassinatos e corações quebrados. Enfim. Vai ser algo mais adolescente e jovem, nada envolvendo colegial, mas um tipo de coisa que eu nunca vi em uma fic Percabeth. Sim, isso é para deixar vcs curiosos oeieoieoi
Bem, até mais!



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— P.o.v Annabeth Chase

Tudo estava escuro e o que eu mais queria era gritar por socorro, mas minha boca estava amordaçada por um pano nojento. Minhas mãos estavam amarradas também, juntas uma a outra num nó apertado que me machucava. Tudo que me restava era chorar e torcer para que Percy não estivesse ali também. Bem, nem eu sabia onde eu estava.

Eu sentia meu corpo desidratado e eu nem sabia quanto tempo havia se passado desde que essa confusão começou. Lembro-me apenas de estarmos com uma galera no parque Golden Gate, brincando e tendo uma noite divertida. Eu e Percy estávamos mais distante do grupo, tendo nossa primeira briga depois de uma semana de namoro, quando uns caras de preto nos pegaram de surpresa. Depois disso as lembranças são apenas borrões assustadores.

O chão em que eu estava jogada era muito frio e sujo. Eu desejei estar sem meu casaco, pois minhas costas estava suando por conta do ambiente abafado. Tentei me arrastar no chão para algum lugar, mas desisti por estar tão cansada e tonta, sem falar que estar com um pano na cabeça não era nada empolgante. Suspirei e fiz força para me sentar, tentando pensar em algo racional para se fazer nessa hora. Infelizmente nunca li um manual sobre o que se fazer em caso de sequestro.

Ouvi o barulho de porta e me encolhi, temendo o que poderia acontecer a seguir. Os passos foram ficando gradativamente mais altos, até que senti a presença bem perto de mim. Prendi a respiração, vasculhando em minha mente o que eu poderia fazer. Mas não havia nada. E eu odiava me sentir incapacitada dessa maneira. Minhas mãos e pés estavam amarrados, minha boca amordaçada, e eu estava sem forças e com algo escorrendo na minha testa.

O saco preto foi retirado de minha cabeça, acompanhado por um riso frio e sarcástico. Soltei a respiração e ergui a cabeça, olhando nos olhos verdes que me provocavam. Se antes eu sentia medo, agora tudo que eu era capaz de sentir era raiva.

Eu não podia acreditar que era ele... Aliais, como ele podia estar fazendo isso?

— Você fica tão bonitinha dessa forma, sabia? – ele sussurrou, provocativo, segurando minhas bochechas com suas mãos nojentas e fazendo-me olhar em seus olhos verdes. Estavam claros e dilatados, o que dava a entender que ele não estava em perfeito juízo. — Eu poderia desfrutar um pouco do seu corpo... Mas não seria tão prazeroso – ele disse preguiçosamente, se agachando em frente a mim e passando a mão pela minha perna desnuda, parando na borda do short jeans. O nojo que me invadiu foi tremendo, e eu tentei me debater para que aquele idiota tirasse as mãos de mim. Ele apenas me empurrou para o chão como se eu fosse algo qualquer e minha testa encostou no chão frio, causando uma dor lancinante no local já ferido.

Pisquei os olhos para afastar os pontinhos pretos da visão e olhei para o garoto. Eu gostaria muito de falar... Na verdade, eu gostaria muito de dar umas porradas naquela cara de sonso dele.

— É uma pena que não vai poder ser minha... vai ser um desperdício, mas sacrifícios precisam ser feitos. Você sabe demais, querida Annabeth, sabe de muita coisa. Nem sei como ainda não contou para a polícia tudo que você sabe... ah, é, esqueci, seu dedo também esta no meio disso tudo. Você também não quer se ferrar, assim como não quer que se namoradinho se ferre... tão nobre.

Engoli a saliva acumulada na boca, sentindo cada vez mais a raiva se acumular dentro de mim. Me sentei com dificuldade novamente, arrastando meu corpo pouco centímetros para uma parede. Ele se aproximou de mim novamente e desamarrou o pano da minha boca, sorrindo de forma sádica.

— Vai se foder – eu cuspi de forma áspera. — Você matou a Thalia, não fui eu! Você é um menininho idiota que não aceitou a ideia de ser corno e de ser trocado duas vezes por um mesmo homem.

Scott me deu um tapa forte na bochecha, agora sem nenhum sorriso nos lábios. O local formigou e eu senti um pouco de dor, mas decidi ignorar. Eu precisava ignorar. Era a hora de eu ser forte. Precisava arranjar uma forma de sair dali.

— Homem? O dia que Perseu Jackson for um homem eu sou um deus! – ele rugiu, rindo de forma maníaca. — Isso parece um homem para você?!

Scott apontou para um canto mais escuro da sala, onde um corpo estava caído inerte no chão. Senti meu estomago afundar e meu coração se apertar. Parecia que tudo havia parado e eu só precisava nos tirar daquele lugar. Percy estava nas mesmas situações que eu: amarrado e amordaçado, mas nenhum pano cobria sua visão e eu pude ver que um olho dele estava roxo e inchado, sangue saia de sua testa e de seus dedos. Ele definitivamente havia entrado numa briga com Scott, talvez tivesse acordado primeiro que eu.

— Pelo menos ele não mata uma pessoa e corre atrás das testemunhas para cala-las... Aliais, faz muito tempo que não vejo Clarisse – comentei, com um tom amargo.

— Por isso você é um perigo, Annabeth... espertinha demais – ele se levantou e parou de frente a mim — Tive que matar Clarisse primeiro, a garota é muito impulsiva, sabe? Seria questão de dias até que ela contasse tudo para a polícia. A garota não tinha mais nada mesmo, estava órfã, só fiz um favor para ela.

— E por que demorou tanto para vim atrás de mim? Por que não nos matou naquele mesmo dia do baile? Aliais, por que você não fugiu para viver sua vida medíocre longe daqui?

— Ora Annabeth, se continuar tão amarga e agressiva eu vou ser obrigado a fazer você calar a sua boca e eu realmente não quero isso. Estou doido para seu namorado acordar e mostra-lo como é bom brincar com a namorada dos outros.

Engoli em seco, sentindo cada vez mais minha cabeça rodar. Scott era um psicopata, só poderia ser. Não faz nenhum sentido.

— Eu sabia que você não falaria nada; eu te ameacei no seu calcanhar de Aquiles. A polícia estava na minha cola, não poderia agir por impulsivo. Se todas as testemunhas do assassinato de Thalia Grace desaparecessem misteriosamente e só sobrasse eu, o assassino estaria muito claro. Eu não poderia fugir, pois a polícia monitora os aeroportos e as estradas. Eu apenas esperei para que fosse o momento certo de eliminar as peças restantes. E quando isso acontecer... bem, eu vou carburar um garoto parecido como eu. E finalmente estarei livre.

— A polícia vai descobrir tudo... eles estão investigando!

— Você é muito tolinha. Eles estão investigando a mais de um mês e nada! Sabe por quê? Eu tenho gente infiltrada lá dentro... quando eles pensam que vão solucionar o caso eles voltam para o início. São idiotas. Agora chega de perguntas – ele disse de forma tão ríspida que meu corpo automaticamente entrou em modo defesa.

Eu precisava continuar o enrolando, puxando conversa e ganhando tempo. Não conseguia prever o que aquela mente psicopata gostaria de fazer, e eu não queria ver. Engoli em seco, sentindo a minha garganta arranhar no processo.

— Scott, isso não tem muito sentindo, você matar a Thalia... – minha voz sai rouca e arranhada, mas eu tento ignorar o fato e continuar falando. O loiro continua mantendo sua atenção em mim e não em Percy, então o plano estava funcionando — Ela era só sua ex namorada...

Antes que eu pudesse falar mais alguma coisa, meu corpo foi arremessado no chão com força, a área abaixo das costelas com uma dor aguda. Segurei o chão com as palmas das mãos, mas isso não impediu que a superfície áspera arranhasse meu rosto. Me debati no chão, agoniada por estar me sentindo presa e imunda; eu queria gritar com aquele canalha, mas sabia que não tinha forças para isso.

— Aquela vadia não era só minha ex namorada. Melhor calar a boca antes que nem tenha tempo de se despedir do seu namoradinho.

Scott deu um sorrisinho sádico e se virou, indo embora me deixando com um grande ponto de interrogação na cabeça. Alguma coisa estava acontecendo... ele deve ter arquitetado tudo de forma minuciosa. Se ele nos sequestro hoje (ou ontem, não sei), foi porque algo aconteceu. E se ele não nos matou ainda, é porque algo vai acontecer. Ou ele precisa de nós para algo, ou ele quer nos tortura mais um pouco.

A cada minuto que passava eu estava mais preocupada com Percy. Ele não se mexia. E ao mesmo tempo que ficava encarando Percy buscando sinal de vida, eu tentava decifrar o comportamento de Scott. A única coisa que eu sei é que Thalia namorava Scott e o largou para ficar com Percy. Mas isso não é motivo para se matar alguém. E pior de tudo: a única ponte que me liga a esse caso maldito é ter presenciado o assassinato da garota.

Então, surgiu a claridade na minha mente e eu olhei assustada para Percy.

Scott queria se vingar de Percy, tinha algo a mais do que Thalia ter o trocado, mas ele queria se vingar de Percy e queria me usar para isso. Ele queria, popularmente falando, matar dois coelhos numa cajada só. Sempre soube que o passado de Percy não era algo tranquilo, eu sabia que era obscuro e perverso, que iria o perseguir para sempre, mas agora fico me perguntando como que o garoto que eu conheci poderia ter feito tantas coisas ruins. Claro que ele nunca me contou o que fazia, e talvez nunca vá contar, mas eu não sou tola, segredos não gostam de ficar escondidos por muito tempo.

Depois do que pareceu uma eternidade, Percy se mexeu. Segundos depois ele abriu os olhos e olhou ao redor, desorientado. Meu coração acelerou e eu o chamei num sussurro para pessoas do lado de fora da sala não escutassem.

— Annie? – ele perguntou, franzindo o cenho em confusão.

Eu estava esgotada demais para ter que fazer um discurso do que havia acontecido, sobre Scott e o plano dele, a prioridade era nos tirar dali. Percy se sentou e encostou-se na parede do lado oposto. Cerca de quatro metros nos separava, e essa distância nunca foi tão grande para mim. Puxei o pé para frente, mas isso com que uma dor se instalasse na área do tornozelo, por causa das correntes que me prendiam na parede.

— Percy, o Scott... – eu ia começar dizer, mas a porta foi aberta violentamente e Scott entrou com um sorriso triunfante dirigido a Percy.

— Ah, a Bela Adormecida acordou? – ela perguntou, num tom de deboche.

— Scott, pare de ser infantil e nos solte agora! – disse Percy, num tom raivoso. O moreno estava com o rosto vermelho, não por causa da possível briga que ele teve com Scott, mas sim de raiva. Os olhos estavam enegrecidos, repletos de monstros.

Prendi a respiração, rezando baixo para que nada acontecesse a nós dois. Scott apenas riu alto, se agachando em frente à Percy.

— Acha mesmo que manda aqui? – ele perguntou, se divertindo com a pergunta. Logo em seguida eu só ouvi o barulho alto, eu havia fechado os olhos quando Scott ergueu a palma da mão para dar um tapa no rosto do meu namorado. Eu não tinha estomago para aturar aquilo. Precisava sair dali, precisava achar um plano... Mas nada naquela sala ajudava, nenhuma janela, apenas uma porta, somente uma mesa velha de madeira ao meu lado esquerdo. E estar presa também não ajudava muito. — Você vai sofrer por toda a humilhação que me faz passar, Jackson.

— Tudo bem, Scott, mas solte a Annie, ela não tem nada a ver com isso! – esbravejou Percy.

Scott apenas riu alto e eu sabia o que ele estava pensando. Eu poderia falar que ele assassinou Thalia, eu tinha o poder das palavras que o levariam para um bom tempo na cadeia.

Minha respiração estava falhando e o oxigênio que entrava pela minha boca parecia queimar meus pulmões. Tentei mexer estrategicamente minhas mãos para se desfazer das cordas que amarram meus pulsos, mas nada adiantou. Parecia que aquele pesadelo nunca iria acabar, não tinha nenhuma esperança para nós dois.

Scott veio em minha direção e eu me encolhi, sentindo um cala frio percorrer meu corpo pelo olhar que ele dirigia a mim. Eu me debati o máximo quando ele se inclinou para mim com as mãos pronta para me tocar. Mas era tudo em vão, pois eu era uma bonequinha de luxo nas mãos daquele homem asqueroso.

— Fica quietinha, Annie, só vamos fazer seu querido namoradinho sofrer um pouco – ele disse, friamente.

Senti a minha garganta se fechar, e respirar já era uma atividade difícil. Scott segurou meus braços, me levantando e depois me segurou pela cintura, com dificuldade por eu estar me debatendo, então me colocou sentada em cima da mesa, como se eu realmente fosse uma boneca. Senti a corrente ao redor do meu tornozelo direito apertar, causando dor com a pele impressada na corrente de ferro.

Percy protestou raivoso, tentando a todo custo se soltar das correntes que prendiam seu tornozelo a parede.

— Seja uma boa garota – ele deu um sorriso e eu fechei os olhos, sentindo as lágrimas rolarem pela minha bochecha e tentando apagar mina mente e imaginar que aquilo não estava acontecendo.

Isso não está acontecendo...

Scott desliza suas mãos pelas laterais de meu corpo, apertando minha cintura e parando no short, que facilmente foi abaixado revelando a calcinha de renda preta. Como um plano de fundo eu ouvi Percy se debater com mais força, urrando mil coisas para Scott e o chamando de nomes estranhos...

Isso não está acontecendo...

— Seu namorado vai gostar muito da visão... – continuou Scott a dizer debochado. Ele apertou minha coxa de forma agressiva e deu um tapa no local. Soltei um grunhido de dor, fechando os olhos com mais força e soluçando baixinho. Eu estava tremendo, de frio, de medo, de nojo. Ele tenta manter meu corpo parado, mas em não paro de me debater por nem um segundo, tentando ficar o mais longe dele e até quase cair da mesa, se ele não tivesse me segurado com força e batido em meu rosto.

Isso não está acontecendo... não está...

— Vamos, Annie, fique quietinha se não o show não vai ficar muito bom – ele deu uma risada e alisou meus cabelos com uma mão, enquanto a outra segurava meu braço com forçar. Era uma droga estar com as mãos amarradas atrás do corpo.

— Você é um psicopata! – eu rosno, tentando chutar qualquer coisa a minha frente com a perna livre. O ato acarretou em eu receber um tapa tão forte no local que fiquei até receosa em me mexer novamente.

Me obrigo a pensar em outra coisa e fingir que aquilo não estava acontecendo. Mas depois... é quase impossível ignorar a dor e os gritos furiosos de Percy. Eu gostaria de abrir os olhos e encarar o garoto, encontrando meu porto-seguro em seus olhos, mas não consigo... eu me sinto nojenta. E Percy está me assustando.

Sinto Scott bater no meu rosto, mas não abro os olhos, continuo com eles fechados e as lágrimas rolando.

Afinal, nada daquilo estava realmente acontecendo.


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Notas finais do capítulo

Cometem e recomendem enquanto tem tempo, pois a fic vai acabar e vou ficar com saudades de vcs :c
Eu ainda não to acreditando que a fic vai acabar! Não queria finalizar ela, eu poderia fazer mtas coisas ainda... mas... tenho ideias melhores então bola pra frente :3
Beijos