Unbroken escrita por Annia Ribeiro


Capítulo 34
Bury me


Notas iniciais do capítulo

GENTE 10.000 ACESSOS TO SUPER HIPER MEGA FELIZ MUITO OBRIGADA! AI GENTE TO TÃO FELIZ COM ISSO E COM ESSE CAPITULO, ME SINTO TÃO MARAVILHOSAMENTE SÁDICA SOCORRO! Não consigo me conter com esse caps, nunca, tenho que começar assim oeieoie' Por favor gente, eu amo vocês e estou incubida de trazer emoções a vida de leitora de vocês, então isso é necessário, eu preciso nutrir a relação de amor e ódio entre a leitora e a autora pq se não que tipo de autora eu seria?! Ein?! Gente... esse cap tem tudo mas tem nada ao mesmo tempo, é. Tá um pouco de suspense e enrolação, mas fiz de propósito mesmo pq naõ quero dar nada de bandeja para vocês haha'



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"Come break me down. Bury me, bury me.

I am finished with you, you, you"

Os quatro dias que se sucederam o baile foram os mais sombrios de minha vida. Nada se comparava a isso, nem mesmo quando Luke morreu. Pesadelos, gritos e, por fim, noites em claros. Minha vida voltou a ser um inferno.

Percy era a única pessoa que eu falei nesses dias. Ele era o único que estava tão assombrado quanto eu, o único que poderia dormir comigo quando eu ligasse de madrugada, o único que entendia. O término trágico do baile era nosso sombrio segredo, que juramos com a nossa própria vida em não conta-lo. E aquilo estava me matando, me corroendo.

– Percy, não acho que vou conseguir – sussurrei, na primeira noite, sentada na minha cama com meu pijama e as mãos na cabeça. – Eles vão procurar a gente, uma hora ou outra. O que falaremos?

– A verdade parcial – ele disse, calmo, acariciando minha perna.

– Não existe verdade parcial – eu disse, histérica, olhando-o no fundo dos olhos – Existe a verdade e a mentira, meia verdade é uma mentira, e você está dizendo para mentirmos para eles? Você é louco.

Minha cabeça estava um furacão. Não tinha como eu culpar a Percy, pois a culpa de estarmos no meio de toda essa confusão era minha. Dessa vez, fui eu o coloquei no meio de um assunto que não era dele. E o que mais me espantam é que Percy não havia gritado comigo por isso, como eu havia feito com ele. O moreno havia ficado comigo, me suportando a todo momento. Nas horas mais macabras, eu pensava que ele estava se aproveitando de minha vulnerabilidade, pois ele realmente estaca conseguindo minha admiração.

Eu sabia onde isso iria dar, sabia que iria ser tudo pior, mas não poderia me afastar dele agora, não quando ele é a única pessoa que pode me ajudar a passar por isso.

Quando cheguei na casa de Afrodite, após o baile, arrumei todas as minhas coisas e no dia seguinte voltei para casa. Tive que inventar uma bela desculpa para Afrodite, Piper e Silena e convence-la que tudo que eu havia dito era verdade; naquele dia descobrir o quão bela mentirosa eu era. Eu não poderia ficar naquela casa compartilhando da alegria daquelas eternas jovens, sabia que a qualquer momento poderia cair no choro e contar toda a verdade num momento onde todos estivessem reunidos e felizes; eu me sentia bem demais naquele lar para achar o conforto e apoio que não encontrava no meu verdadeiro.

Devido a isso, passei a ser solitária. Quatros dias com Percy. Ele era quem comprava o almoço e me obrigava a comer; era ele que me atualizava sobre as coisas lá fora; era ele que me falava que eu não tinha culpa de nada, e que logo descobririam o assassino. Mas eu não tinha tanta certeza disso. Sabia que a maioria das provas apontariam para mim e que logo toda aquela história se alastraria como fogo.

Eu tinha razão. Pois, após quatro longos dias, eles bateram na minha porta. Não era como se eu ainda não estava esperando por aquilo. Eu deveria saber, deveria esperar, mas ainda assim fui pega de surpresa. As lenhas já estavam postas, banhadas de gasolina e fogo, agora, estava se iniciando.

***

Queria parar de encarar o painel de vidro a minha frente. Tinha gente me observando, eu sabia, embora aqui de dentro o vidro pareça totalmente negro. Tive que desviar os olhos por conta da luminosidade que começava a fazer meus olhos arderem. Não via necessidade daquela lâmpada cegante a minha frente, mas não questionei, não estava com moral para isso. Ao lado do foco luz tinha uma câmera normal fazendo uma gravação. A sala escura de cor cinza chumbo do chão até o teto só havia uma grande mesa retangular de metal com duas cadeiras, uma em cada um dos lados mais largos. Eu estava sentada em uma delas, sendo consumida pelo nervosismo.

Deixei meus olhos claros se acostumarem com aquela luminosidade, mas realmente era um inferno e a dor começava a se tornar mais aguda, de modo que tive que desviar os olhos para a superfície da mesa. Tinha alguns arranhões superficiais, como se tivessem arrastado algo afiado sobre a mesma. Coloquei as mãos pelas linhas, sentindo o frio se expandir para meus dedos.

Minhas pernas tremiam de nervosismos e parecia que eu poderia desmaiar a qualquer momento. Agradeceria se isso acontecesse. Tinha que formular algo para explicar, mas minha mente só conseguia desejar ter Percy ao meu lado para me ajudar. Céus, não havia percebido o quanto havia me apegado a ele. Aquilo era bom ou ruim? Ele esteve ali comigo e em nenhum momento demonstrou com segundas intenções. O que realmente estava ocorrendo entre nós?

A porta de metal da saleta se abriu escandalosamente, arrancando qualquer pensamento de mim e trazendo de volta o monstro que me bagunçava por dentro. O detetive caminhou profissionalmente até a mesa e se sentou na cadeira de frente a mim, olhando-me cautelosamente. Ele parecia sentir pena de mim.

– Srtª Chase, mil perdões pelo o inconveniente, mas ordens precisam ser compridas – ele começou, a voz grave e cautelosa. Ela não parecia ser muito velho, devia ter no mínimo uns 28 anos. Seus cabelos eram castanhos ondulados e os olhos eram tão escuros que poderiam ser passar por negros, se tal cor de íris não existisse; barba estava aparada e o deixava mais novo. Até que era bonitinho. – Primeiramente, sou o Detetive Maxwell, estou investigando o caso... e bem, acho que seu aniversário é hoje, certo? Parabéns, Srtª Chase.

Fiz uma careta quando ele disse a palavra aniversário e concordei com a cabeça. 12 de Julho. 18 verões completados. Por acaso há maneira melhor do que fazer aniversário numa sala na delegacia?

Percy não sabia disso, nem ninguém (exceto minha mãe que havia me ligado essa manhã). Por sorte tal informação não constava em minhas redes sociais, então ninguém realmente sabia. Respirei fundo e engoli em seco.

– Vamos logo, Detetive Maxwell, você sabe muito bem que é meu aniversário. Agora sou de maior, foi por isso que me procuraram, posso responder por mim mesma – disse, mantendo a calma.

– Tudo bem, espertinha.

– Não me chame de espertinha. Seja profissional e prossiga logo com isso, como já comentou, é meu aniversário e eu quero ir logo para casa – meu tom foi cortante e frio. Atacar para defender, bem típico meu. Mas ninguém percebia, ninguém de certo percebia toda a jogada que eu fazia usando minhas falas, meu tom, meus gestos. Eu conseguia convencer, conseguia fazer sentirem pena de mim, conseguia me passar por inocente quando, de fato, não era.

– Tudo bem, vamos lá – ele disse.

E o Detive de cara já se mostrara não tão perspicaz quanto eu imaginava; eu falei de forma imperativa com ele e ele ao menos se deu o trabalho de me repreender. Ele era autoridade ali, afinal.

– Você não está matriculada na Universidade da Califórnia, então o que estava fazendo exatamente no baile?

– Sabe que não sou matriculada na universidade, mas não sabe que eu estava lá acompanhando um dos estudantes? – perguntei, erguendo uma sobrancelha. Agora eu estava internamente indignada, que tipo de detetive é esse que estava analisando o caso? Pelo amor de deus, até eu poderia ser mais sagaz que ele.

– Por favor, Srtª Chase, responda as perguntas de forma direta e sem outras perguntas – ele disse, mantendo a voz num tom um pouco rude. – Estou aqui para te ajudar, assim você irá me ajudar também. Caso não tenha notado, tem câmeras aqui, no mínimo umas cinco; então responda as perguntas, precisamos que você fale.

Engoli em seco e desviei o olhar. Minha perna tremia muito e eu sentia-me empalidecer a cada segundo. O coração batia tão forte que e fazia meu ouvido estalar.

– Fui ao baile acompanhada de Percy Jackson – comuniquei com um tom firme e calmo – Também tenho outros amigos que estudam na universidade, aliais, a minha amiga Piper foi uma das pessoas que organizou o baile. Ela meio que me obrigou a ir.

Eu tentei imitar um pouquinho a voz de Piper só para dar mais realismo a frase. Claro que a última frase foi totalmente desnecessária, mas gostaria de mostrar para o Detetive Maxwell que estava disposta a contar todos os detalhes possíveis.

– E o que aconteceu no baile? – ele perguntou.

– Especifique a pergunta.

– Por que você saiu do salão de festa do baile? Fontes afirmam que te viram seguindo a Srtª Grace até as estufas, isto é verdade?

– Sim é verdade. Eu sai do salão de festa, pois estava passando mal, muitas luzes e o ambiente fechado cheio de pessoas não é comigo. Como Percy estava conversando com seus amigos, eu fui para fora e vi Thalia passar ao meu lado com algo suspeito, percebi que era sacos de maconhas e a segui, curiosa – meu tom pareceu ser bastante convincente. Não era isso que havia acontecido. Eu estava conversando com Piper e vi Thalia saindo do baile, eu a segui até as estufas e só lá vi os sacos de maconhas. Eu estava falando a verdade parcial, como Percy me aconselhara.

– Continue – disse o Detetive Maxwell, anotando algo em sua prancheta, talvez próximas perguntas.

– Bem, ela foi até as estufas e eu entrei. Ela estava escondendo muita maconha no local e quando percebeu que eu vi tudo ela me ameaçou com uma pá.

– No relatório diz que na pá não tinha digital dela – ele disse, agora com um arzinho de satisfação, como se tivesse dito ‘te peguei’. Não me deixei abater, apenas esperei ele terminar de falar e continuei com o mesmo tom, como se tivesse ficado irritada com a interrupção.

– Detetive, quando cheguei na estufa ela estava se preparando para, aparentemente, mexer num vaso de terra, então usava luva. Talvez iria pegar mais maconha escondida ou iria esconder lá, não sei. Eu cheguei e ela pegou a pá me ameaçando para não contar.

– Ouve algum tipo de discursão profunda ou foram direto para a briga física?

– Discutimos um pouco, mas depois ela me ameaçou com a pá e quase me atingiu, mas eu consegui desviar e segurar a pá. Brigamos pela posse da mesma então eu peguei a pá e bati nas costas delas. Não pensei que iria sair tão forte, mas eu estava desesperada – coloquei um pouco de emoção na voz, não tanto para não parecer forçado – Ela iria me machucar e eu queria sair dali. Ela caiu no chão e eu joguei a pá em qualquer canto e sai correndo, ela ainda estava consciente, pois disse algumas coisas...

– E o Percy Jackson? Ele já foi acusado de assassinato uma vez.

– Ele não tem nada a ver com essa história. E ele era totalmente inocente daquele assassinato. Ele estava no baile com os amigos, como já disse. Não sei aonde quer chegar com isso, está investigando a pessoa errada.

– Você é a suspeita principal desse caso, Srtª Chase, sabe disso.

– Estão perdendo tempo comigo, eu já falei demais sem um advogado, estou ajudando vocês e vocês me vem com essas acusações.

– Certamente é inestimável sua coragem de se prontificar sem um advogado, mas não podemos descartas todas as possibilidades – o tom dele era calmo, mas dava para perceber em seus olhos a força que fazia para ser profissional. Ele estava caindo, ele estava acreditando. Claro que sim, a observação do advogado foi realmente genial. Qualquer pessoa com algo sujo nunca iria planejar algo sem um advogado, muito menos falar com o detetive.

– Sabemos que sua relação com a Grace era publicamente ruim, uns dizem que vocês se odiavam. Nos encontraremos em breve, Srtª Chase, por hoje é só.

Me levantei da cadeira, ainda com o rosto sereno, mas dotado de muitas emoções, como se aquela noite trouxesse lembranças ruins demais, o que era bem verdade. Inclinei-me um pouco sobre a mesa de metal, colocando as duas palmas das mãos sobre a superfície gelada. Olhei nos olhos do detetive, com determinação e com uma mistura de injustiça. Talvez uma pobre coitada que estivesse tendo o pior aniversário de todos.

– Que fique logo bem claro: eu não matei Thalia Grace.


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Notas finais do capítulo

Então gente, não batemos a meta DE NOVO, qual foi né... não digo mais nada. Só agradeço a kety slovinski, Késsia, Sofia Anjos, Maria Souza, Filha de Poseitena, Sabrina, americafanfiction, annie22, Isabella Chase, Pandinhaw,
BChase, Crazy Hannah, Yasmin Mellark e Apenas uma Leitora por terem comentado no bonus fodastico da Thalia.
Sério gente, se todo mundo comentasse em todos os cap garanto que já estavamos numa média muito maior que 700 comentários. Não que eu ligue para comentários, mas eu me sinto coisada escrevendo para fantasmas...
Em breve trarei novidades legais sz Beeijos!



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