Unbroken escrita por Annia Ribeiro


Capítulo 33
Bônus. Madness


Notas iniciais do capítulo

Oi amores, vim rapidinho, viram? HUSHAUSAHU esse é um bonus surpresa então... SURPRISE BITCHES! ai gente, quero ver só o que vcs vão achar de Thalia após esse cap... será que algo vai mudar?!
Não posso esquecer: ESSE BONUS DIVO É DEDICADO A Apenas Uma Leitora QUE FEZ UMA RECOMENDAÇÃO LACRADORA PARA MIM, SABE, EU GOSTEI MUITO TÁ AMORZINHO? E parabéns por que você está tendo um capitulo bonus dedicado a voce!
Enjoy!!!



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POV – Thalia Grace

Na mistura de sentimentos que existe dentro de nós e, sobretudo, na enorme revolta, mágoa, tristeza e muitos sentimentos negativos que ficam a nossa volta, nós não temos outra saída a não ser empurrar a vida pela barriga e ver o que vai dar. Gostaria que tudo fosse diferente na minha vida, mas realmente nasci para ser uma ferrada.

Estava jogada na minha cama em meu odiável quarto, esperando Nico sair do banheiro. Era impressionante o quanto Nico conseguia demorar mais que eu para se arrumar; tudo isso por que era apenas um baile idiota dos calouros. Bufei, rolando para o lado e encolhendo o corpo debaixo da coberta, fechando os olhos e pensando em dar uma cochilada. Deveria estar bagunçando todos os cachos feitos por Clary, mas nem me importava, pois eu nem ao menos gostaria de ir nesse baile.

O meu celular apitou anunciando uma nova mensagem. Eu o peguei no criado mudo e desbloqueei, vendo a mensagem que Clarisse me enviara:

“Eu vou te esperar nas estufas 11:30, tome cuidado para não ser seguida, ninguém pode saber. As cordas estão prontas?”

“Ok. Sim.”, respondi, não me importando que tenha soado muito seco.

Suspirei e coloquei o celular no silencioso, deixando-o cair no colchão entre as cobertas. Não tinha certeza se queria fazer aquilo, mas era necessário. Era obscuro demais até para mim, mas somente assim as coisas andaram. Iremos sequestrar Percy, fazer pensar que é uma armação de Atena, e, assim, ele se afastara de Annabeth, deixando-o para mim.

Ai que está. Eu não o queria, mas tinha que querer. E eu estava nisso a dois anos:

“Jason estava ocupado com o grêmio estudantil do colégio, o que fazia-me ficar sozinha na mesa de jantar aguentando Hera e Zeus conversarem. Mexi algumas vezes o garfo na comida, mas não estava com muita fome. Estava pensando no idiota do Nico que nunca tomava coragem de me beijar; estava na cara que ele morria de vontade, e eu também. Tínhamos uma química, um fogo, um desejo incontrolável. Mas não adiantava de nada se atitude não tínhamos.

– Então, querida, como foi seu dia? – perguntou Zeus, calmo e paciente.

– Um saco – respondi, revirando os olhos.

– Onde está Jason? Fiz a comida que ele tanto gosta – lamentou-se Hera, fazendo um biquinho e olhando desolada para a travessa de peixe recheado na mesa. O engraçado era que ela sabia que eu era alérgica a peixe.

Hera, de certa forma, nunca foi uma madrasta boazinha. Ele sempre preferiu Jason e parece que sempre preferirá. Hera é esposa do segundo casamento de meu pai; a minha mãe morreu no parto de Jason quando eu tinha pouco mais que dois anos. Hm, deve ser por isso que ela gosta de Jason, porque foi ele que matou nossa mãe.

– Bem, eu tenho que conversar algo sério com você, Thalia – disse Zeus, num tom sério.

– Diga – murmurei.

– Os nossos negócios não estão indo muito bem, a minha parte da empresa Olympus está caindo e temo que Atena me tire. Ela se negou a comprar mais uma parte da empresa e a economia está em crise. O fato é que tempos ruins virão para nossa família, estamos praticamente falidos. Meu negócio externo ruiu e eu vou ter que vender.

– E o que eu tenho a ver com isso? – perguntei irritada.

– Precisamos de mais poder dentro da Olympus, com o poder vem o dinheiro. Você vai se casar com Percy, der o seu jeito, eu quero que todos os bens dele sejam seus. Então, quando ele assumir a empresa e morrer, a parte dele vai ser sua. Da nossa família.

– Oque?! – gritei, me levantando da mesa e colocando as duas palmas em cima da superfície de vidro, inclinando o corpo para meu pai a minha frente. – Você está de brincadeira comigo?! Eu não vou fingir que amo aquele idiota só para vocês terem poder! Isso é um golpe. Eu não preciso do dinheiro dessa empresa, eu estou fazendo faculdade e...

– E quem paga aquela merda de faculdade que faz?! – Zeus se alterou, me levantando também. – Você acha que música dá dinheiro? No mínimo você vai parar cantando em barzinho de esquina. Mas quem paga aquela merda? Sou eu. E você mora debaixo do meu teto, come da minha comida e vai fazer o que eu mandar. Não adianta tentar trabalhar e se sustentar sozinha, você não vai conseguir, é uma incompetente e acha que a vida é fácil.

Engoli em seco, olhando com uma raiva surreal para ele, os olhos já marejados. Aquele homem era um monstro. Não acredito que ele estava me obrigando a fazer aquilo, me ameaçando. Respirei fundo e olhei para Hera, que apenas comia normalmente de cabeça baixa. Eu odeio mais que tudo essa casa, essa família. Aposto que aquela vaca que plantou essa ideia idiota na cabeça dele.

– E por que eu? Por que não manda Jason casar com a sua queridíssima alteza Annabeth?! – perguntei, com a raiva borbulhando na minha garganta.

– Annabeth está do outro lado do país, e nenhum sócio tem uma garota para o Jason – ele respondeu, agora voltando aquela máscara de frieza e superioridade.

– Manda ele virar gay, oras! – respondi, com um tom fino de indignação. Claro que o queridinho Jason não iria sofrer nada. Claro que ninguém iria colocar ele nessa história suja. Claro que não. Ele quer fazer Engenharia Elétrica, como papai queria. Por que iria suja-lo?

– Dê um jeito de conquista o filho de Poseidon, pelo menos assim você vai manter o nome da família no topo e se garantir financeiramente. Faça algo útil uma vez na vida – Zeus disse, olhando profundamente em meus olhos. Os olhos deles eram assustadores, um azul acinzentando que dava calafrios. Ele se virou e saiu, deixando-me sozinha com Hera.

A mulher não disse nada, ainda bem, pois eu seria capaz de esfregar aquele peixe na cara dela. Bufei, balançando a cabeça negativamente com raiva, e sai, abrindo a porta da sala e a fechando com força.”

O engraçado é que o digníssimo Jason agora está com a nova sócia da empresa, a idiota da Piper, mas meu pai continua me perturbando toda a semana sobre como eu estava indo com Percy. Inúmeras vezes ele ameaçou a parar de pagar minha faculdade, então eu mentia, falando que estávamos quase lá. E estávamos mesmo. Até aquela loira idiota aparecer.

Finalmente a porta do banheiro se abriu e Nico saiu de lá, já vestido com seu terno bonito e os cabelos bagunçados. Ele subiu em cima da cama, se enfiando debaixo da coberta e me abraçou por trás beijando minha nuca; fechei os olhos, aproveitando meu momento com ele.

– Você está tensa – ele sussurrou, deslizando a mão lentamente pela minha cintura.

– Odeio bailes – respondi, ainda de olhos fechados, a voz um pouco arrastada.

Acontece que sempre odiei bailes, pois eles sempre acabam com eu sendo humilhada por alguém. Pelo menos os colegiais. Eu estava cansada daquela cidade, daquelas pessoas, de tudo. Me virei para Nico e o beijei calmamente. Era interessante o efeito que ele causava em mim, meus demônios se dissipavam quando sua boca tocava a minha.

– Pensou no pedido? – ele sussurrou, a boca ainda próxima a minha.

Senti meu estomago afundar com sua pergunta e uma onda de devastação me atingiu. Faz uma semana que Nico me pediu em namoro, tudo que eu queria era dizer sim e ser feliz com ele, mas caso isso acontecesse eu nem gostaria de saber o que meu pai faria. Escondi meu rosto em seu peito e engoli em seco.

– Hmm... ok, já entendi – ele disse, notoriamente magoado.

– Tudo que eu queria era dizer sim, Nico – eu disse – Mas eu não posso.

– Claro que pode, é só dizer sim.

– Não posso, mas eu não quero me afastar de você. Só quero que continua agindo como meu amigo... mas...

– Mas eu ficaria com você escondido? Parece até que tem vergonha de mim, Thalia – ele disse e se afastou de mim, se sentando na cama e deixando-me sozinha deitada.

– Não tenho vergonha de você – eu respondi rápido, me sentando também. Era tão difícil ter essa conversa; era tão difícil não poder explicar para ele tudo o que eu sinto. – É um lance com meu pai, eu não posso explicar.

– Tudo bem, então vá explicar para o Percy – ele se levantou e calçou os sapatos sociais, quase pronto para sair embora estivesse sem a gravata e o paletó.

– O que?! – perguntei confusa, franzindo o cenho.

– Fala sério, não é por causa do seu pai, é por causa do Percy. Você ainda corre atrás dele que nem um cachorrinho – ele disse, duramente.

Fechei os olhos e tentei controlar minha raiva. Tudo bem, respira, você já aguentou provocações piores a respeito disso. Mais um semestre de faculdade acabou toda essa bagunça. Não vou mais depender de meu pai. Poderei pegar um avião para bem longe e ser feliz. Mesmo que seja sozinha.

– Nico... – sussurrei; eu não sabia o que falar, não tinha algo a explicar.

– Chega, Thalia. Eu te amo, quero ter algo sério com você, mas assim não dá. Eu cansei – ele disse, não me encarando. Pegou suas coisas e saiu do meu quarto, me deixando sozinha.

Fechei a porta com raiva e joguei a coisa mais perto de mim na parede. Era um porta retrato com uma foto minha e a banda. Peguei outra coisa perto de mim e joguei na parede novamente. Aquilo não conseguia apagar a minha raiva, nem um pouco. Eu estava preste a entrar em ebulição.

[...]

Agradeci a todos na festa e sai do palco, deixando o microfone para outra banda tocar. Minha banda teve uma bela oportunidade na festa dos calouros, mas infelizmente foi horrível. Eu já estava saindo quase que correndo do palco, mas no último degrau Bianca me segurou pelo braço e me girou, fazendo-me encara-la.

– Thalia, que merda foi aquela? Você errou a letra da música umas trezentas vezes! – disse Bianca, me olhando com olhos arregalados.

Suspirei e fechei os olhos. Aquele dia estava sendo particularmente um inferno. O restante das meninas da banda estavam arrumando seus pertences e os retirando do palco com ajuda de vários meninos.

– Me desculpe, hoje não está sendo muito bom – comentei, começando a sentir a dor de cabeça chegar só para foder ainda mais a minha vida.

– Esqueceu nosso pacto? Em cima de um palco todos os problemas desaparecem – ela disse, olhando-me séria.

– Bianca, a minha vida ‘tá uma merda. Me desculpe, ok? Me desculpe pelo show horrível! – me virei e sai correndo antes que Bianca dissesse algo ou me segurasse.

A música eletrônica explodia as caixas de sons, enquanto a outra banda se aprontava. Meu corpo se chocava contra vários outros que dançavam no meio do caminho; tudo que eu queria era encontrar Nico e acabar com aquela história de uma vez por todas. O encontrei no bar, junto com Jason. Suspirei, irritada só de ver a cara do meu irmão. Não disse nada, apenas puxei Nico pelo pulso com exagerada força e o carreguei para um lugar mais calmo.

– Thalia, que merda você está fazendo? – ele protestava, tentando se livrar do meu aperto.

Me virei para ele e contei toda a história sobre meu pai e o golpe que ele queria dar no Jackson. Sobre tudo. Menos a parte que eu e Clarisse iriamos sequestra-lo. Nico me olhava estupefato, sem dizer uma palavra.

– Então é basicamente isso, ou eu me caso com Percy de algum jeito ou adeus faculdade ou até vida - concluí, encarando a parede a minha frente. Tudo era melhor do que olhar para Nico.

Pelo menos agora ele entendia o porque da minha obsessão por Percy, agora ele conseguia compreender o porque de eu não aceitar seu pedido de namoro. Funguei, limpando as lágrimas do rosto. Nico era a primeira pessoa que me vira chorar, mas isso não importava nesse momento. Eu sentia um grande alívio por ter contado aquilo para alguém; era um peso que vinha carregando por dois anos.

– Eu sou uma pessoa horrível – comentei, limpando a área abaixo dos olhos com o polegar. – Não acho que valho a pena ser amada por você.

– Sim, vale. Eu te amo – ele disse e tocou suavemente seus lábios nos meus.

– E-u... eu também te amo – digo, pela primeira para ele. E foi a coisa mais verdadeira que já disse em dois anos.


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