Unbroken escrita por Annia Ribeiro


Capítulo 3
Unregulated


Notas iniciais do capítulo

Quero dedicar o capítulo a fofa da Leticia Stoessel Blanco que vem comentando e a Elane Chagas que favoritou.



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– Você é a Thalia, não é? – eu digo, me virando para a garota punk. Ela me dava medo. Não, não chegava a ser medo, pois isso eu já não sentia mais. Porém, sua presença era intimidadora.

– Sim, sou. Sabia que eu ouvi falar muito de você?

– Ahn, puxa, não. Que legal – digo sem saber mesmo oque dizer. Continuei limpando o vestido para não ter que olhar para cara dela.

– “A filha de Atena é tão estudiosa, pretende ser alguém na vida, vai estudar engenharia, vai seguir os passos da mãe e honrar o nome da empresa. Ela é um exemplo, e você é uma bastada, devia ser igual a ela e igual ao Jason” – Thalia disse, com uma voz mais grossa, parecendo imitar seu pai, ou sei lá. Havia relâmpagos em seus olhos.

– E porque me conta isso? Não tenho culpa disso. Não tente arranjar problemas para mim Thalia, isso é entre você e sua família – digo, fechando a torneira e tentando passar pela porta, mas Thalia bloqueou com seus braços. Eu juro que não queria ser grossa com aquela garota, mas eu bem que podia passar pela porta levando seu braço junto.

– Tentar arranjar mais problemas para você, não é? – ela disse, sorrindo triunfante. Tive uma certeza: ela sabia. Mas como? – Olha, desde antes de te conhecer eu já não gostava de você, agora então, muito menos. Não quero uma garota louca com meus amigos e muito menos perto de Percy. Se você tentar se aproximar de nós, seu segredinho já era.

E sorriu, se virou e saiu. E eu fiquei pasma sem entender muita coisa. Coisa alguma! Thalia conseguia ser mais louca do que eu, paranoica e sem noção. Mas como ela sabia do meu segredo? E será que já havia contado para alguém? Senti minha cabeça ficar zonza e meu estomago começar a embrulhar. No segundo seguinte eu estava vomitando no vaso tudo oque havia comido no jantar. Dei descarga e lavei a boca, me sentindo péssima. Cambaleei até a cozinha, o cômodo mais próximo do banheiro, e segui aos tropeços até sentar-me na cadeira. Parecia que todo o meu sangue havia se acumulado em minha cabeça, ela estava quente e sobrecarregada. A empregada apareceu do nada e se assustou por me ver ali.

– Quer alguma coisa, senhorita Chase? – ela disse, formalmente, se recompondo da surpresa.

– Uma água, por favor – digo, segurando minha cabeça com as duas mãos, o cotovelo apoiado na superfície da mesa.

A mulher atendeu meu pedido, e eu agradeci, bebendo a água gelada, mas tão pouco senti-me melhor. Fiquei ali por uns minutos, pensando. Parecia que eu pensava em várias coisas ao mesmo tempo, repassando tudo que aconteceu até aqui e analisando oque poderia acontecer se descobrissem meu segredo. Era claro que minha mãe havia comentado com Afrodite. E se ela contasse para Piper? E se minha mãe tivesse contado para Zeus e Poseidon? E se ela tivesse contado a história toda? Esses “e se” estavam me matando por dentro, eu podia sentir minhas energias indo embora, como se meu cérebro estivesse cansado de estar ligado. Pontinhos negros começaram a surgir em minha visão, e eu pude ter certeza de que eles estavam piscando de várias cores diferentes. O ar se esfriou e minhas mãos ficaram moles. Eu realmente estava ficando doida.

– Annabeth! Oh meu deus! Você está bem? – ouvi a voz feminina distante; algo agarrou meus braços e ajudou-me a levantar da mesa, carregando-me parcialmente até a sala de estar, onde me deitou no sofá - Oque aconteceu com você? Oque Thalia fez com você? O céus, você está pálida!

Senti um vento fino bater em meu rosto e percebi que Piper estava me abanado com uma revista de mobília. A tonteira passou, assim como os pontinhos negros e coloridos de minha visão.

– Eu vou chamar sua mãe agora, ai meu deus! – ela disse, nervosa. Eu segurei seu pulso a impedindo.

– Não – eu digo, rouca. Pigarreei para ajustar a voz e me sentei no sofá, fazendo minha visão rodar de tontura. – Eu estou bem, Piper. Só foi uma tontura, o vinho não caiu muito bem depois da Coca-cola. Não conte para ninguém, Piper, por favor.

Ela se sentou no sofá e colocou a mão em minha testa. Ela era uma fofa, parecia mesmo estar preocupada comigo, embora eu não soubesse se isso era verdadeiro.

– Você precisa ir ao hospital, Annabeth, você estava branca igual vela, e mole igual gelatina! – ela disse, fazendo-me ri brevemente. O jeito que ela fazia comparações era esquisito e engraçado.

– Tudo bem, já passou, estou melhor, só estou cansada. Acho melhor eu ir embora – me levantei, ajeitando o vestido todo amassado. Piper se pôs de pé também.

– Olha, podemos sair amanhã, eu poderia ter mostrar a cidade – ela ofereceu, amigável.

– Acho que amanhã irei ajeitar meu quarto, por causa da mudança, e a tarde ficar na praia, já que nunca fui – digo. Confesso que gostaria que Piper fosse comigo a praia, mas estava acanhada em convida-la. Vai que ela chame seus amigos?

– Se quiser companhia, amanhã não tenho nada para fazer a tarde inteira – ela disse – Pode ser apenas nós duas, já que pelo visto Thalia não gosta muito de você. E sem garotos, só nós duas. Sabe, estou mesmo tentando ser sua amiga, eu não tenho amigas por aqui, não de verdade. E eu não me dou nada bem com a Thalia, não que eu não goste dela.

Ela falava tanto que nem me dei conta que estava sendo guiada de volta para a sala de estar. Eu concordei com tudo oque ela disse, mas ainda sentia meu estomago embrulhado demais para falar algo.

– É melhor você avisar a todos que irá embora – ela disse. E paramos em frente a sala de jantar.

Engoli em seco quando todos os olhares se dirigiram a mim. Thalia rapidamente desviou, voltando a atenção para sua sobremesa, mas o restante continuou me encarando. Não de uma forma ruim. Pelo menos a maioria.

– Vim me despedir de todos, não estou me sentindo muito bem. Agradeço pelo jantar, Poseidon – digo, tentando parecer, no mínimo, equilibrada.

– Mas Annabeth, nem provou da sobremesa ainda – repreendeu minha mãe, um pouco sem graça com a situação.

– Não estou me sentindo bem – repito.

– Tudo bem, deixa a menina ir, Atena, ela já está bem grandinha, e adolescente educada como ela merece fazer o que quer de vez em quando – disse Zeus, sorrindo orgulhosamente.

– Tudo bem então, irei ficar um pouco mais, não terminei o assunto com meus sócios – comunicou Atena.

Piper já havia se sentado na cadeira ao lado de Jason. Eu não sabia muito bem oque fazer, se eu devia abraçar todos, ou apertar a mão me despedindo. Por via das dúvidas, não fiz nada. Antes de eu me virar Poseidon falou:

– Percy, acompanhe Annabeth até a casa dela, é perigoso uma menina bonita sair sozinha por ai.

– Não precisa – disse eu e minha mãe juntas, oque seria, em outra ocasião, engraçado. Ela continuou a falar: - Esqueceu que a minha casa é ao lado da sua?

– Acho uma boa ideia, Annabeth não está se sentindo bem – interveio Piper. Olhei para ela furiosa, mas eu só vi bondade em seus olhos. Ela não queria que eu caísse morta na calçada, já que tinha visto o jeito que eu estava.

– Percy, acompanhe-a – disse Poseidon.

– Por que você mesmo não vai? – disse Percy, cruzando os braços

– Percy, por favor – repreendeu Poseidon.

– Ahn, acho que vou acompanhar eles também – disse Thalia, deixando a sobremesa de lado, pela metade.

– Thalia – disse Zeus, duro – Fique onde está, Percy só vai acompanhar Annabeth.

Queria rebater, dizer que não queria que Percy me acompanhasse e que eu tinha pernas próprias e poderia ir sozinha. Mas Percy se levantou, sorrindo amigável para seu pai, como se fosse um bom menino. Mas eu não sou idiota, eu pude ver um rastro de malicia em seu sorriso. Quando ele caminhou até a mim e passou a mão na minha cintura, guiando-me contra a vontade lá para fora, olhei para trás e vi Thalia fuzilando-me com o olhar. Tive uma certeza: aquela garota louca gostava dele.


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Notas finais do capítulo

Então, estou muito chateada. Apenas UMA pessoa comentou, então acho que se esse capítulo as coisas não começaram a andar pra frente vai ficar bem difícil para mim ficar postando pros fantasmas. Não é difícil clicar em "acompanhar história" nem em "favoritar", ou comentar, por mais simples que seja. Se está gostando da história, faça esse favor para a autora, é um incentivo para ela escrever. Obrigada por não ignorar esse tópico.
Beijos..