Unbroken escrita por Annia Ribeiro


Capítulo 19
Monster


Notas iniciais do capítulo

HEY I'M HERE AGAIN !
Vou tentar não falar mto nas notas oieoei
decidi que vou encomendar a capa em outro lugar pq ficar 1 mes esperando é mta coisa :/
Bem, chorem com esse cap como eu chorei !
Enjoy!



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“I hate what I've become. The nightmare's just begun”

Nós fomos longe demais, fato.

Ficamos acordados até o sol raiar, nos divertindo com as forças do álcool em nossa corrente sanguínea. Brincamos, rimos, gargalhamos, cantamos, até o relógio bater às cinco e meia da manhã e Poseidon bater fortemente na porta do quarto de Percy. Poucos minutos antes, nós realmente havíamos exagerado na gargalhada, pois Percy e Jason estavam encenando uma cena de travesti numa boate transexual, com direito a vozes, strip e batom.

Foi a melhor noite desde que eu cheguei aqui, até, é claro, Poseidon estragar tudo.

Todos ficaram em repentino silêncio quando Poseidon bate novamente na porta. Olho para Percy, preocupada. Se o homem descobrisse a bagunça que estávamos fazendo àquela hora da madruga certamente todos nós estávamos muito ferrados (talvez até Nico e Bianca, se ele conhecer o pai deles). Mordo o lábio inferior e me enrolo ainda mais na coberta, em cima da cama de Percy, ao lado de Nico.

– O que foi pai? – pergunta Percy, cautelosamente e com a voz um pouco rouca de tanto ri e cantar.

– Que barulho é esse? Abre essa porta!

– Estou vendo televisão, dá um tempo, tá legal? Talvez tenha uma garota aqui, mas isso já é problema meu, como você sempre diz – Percy diz com rebeldia, adquirindo um tom avermelhado no rosto. O ar ficou tenso, pesado.

– Apenas abaixa isso e cale a boca – Poseidon disse rude, fazendo Percy bufar.

Ouvimos um barulho de porta se fechando com força ao longe, parecendo que Poseidon havia entrado novamente em seu quarto. Percy destranca a porta, conferindo e logo volta para o quarto a trancando novamente.

– Tudo limpo, acho melhor encerramos por hoje, mas podem dormir aqui, até nossos pais irem trabalhar e a barra da casa de vocês ficarem limpa – ele coça a nuca, olhando-nos com uma expressão indecifrável.

Estava bom. Eu não queria ir embora. Queria continuar vendo Percy e Jason imitar travestir, e depois ver Nico e Thalia de mãos dadas, ver Piper maquiando Nico e eu queria desfazer as malas de Percy jogando tudo para o ar novamente. Eu apenas queria que essa madrugada durasse para sempre.

– Bem cara, eu e Nico vamos indo, já que não temos esse problema, Hades está viajando – comunicou Bianca, voltando a calçar seus tênis, sentada na beirada da cama.

Eu, Jason, Thalia e Piper teríamos que ficar até as 10:00AM, que era a hora que nossos pais iriam para a sede da empresa em São Francisco.

– Não... fiquem aqui – disse Thalia para os dois, embora olhasse apenas para Nico. Bianca entendeu o recado e passou o olhar sobre todos nós. Ela fez cara de nojo e fingiu um vômito.

– Argh, que nojo, vou embora antes que eu vire uma tocha Olímpica – ela abriu a porta e sumiu pelo corredor, dando um tchauzinho para todos nós com um aceno de mão.

Rimos da atitude da garota, embora o riso não tivesse saído muito animado por conta do cansaço que começava a chegar.

– Quer saber – disse Nico, levantando-se da cama e indo até a direção de Thalia, a pegando pela mão – Vamos também para a minha casa.

Thalia fez uma cara de quem está preste a negar, mas Nico a puxou pela mão para a porta e desapareceu também, deixando apenas nós quatro.

Agora a madrugada já pode acabar.

Queria enterrar minha cabeça num buraco. Ou melhor: na minha cama. Queria ir para casa. Mas não podia. A porta da sacada estava trancada e se eu fosse pela porta do corredor teria grandes chances de minha mãe me flagrar.

– Vamos tirar par ou impar para ver quem fica com a cama! – diz Jason, sorrindo de lado.

[.música de fundo.]

É claro que Percy perderia, aquele Cabeça de Alga.

Piper não quis dividir a cama comigo (o que é obvio, já que ela tem o namorado dela bem ali), mas mesmo assim fiquei chateada, pois ou eu dormia em meio a ela e Jason ou dormia no tapete com Percy. A não ser que eu quisesse dormir na sacada, oque está fora de cogitação.

Minha amiga é uma filha da mãe egoísta.

Dei um jeito de escovar os dentes e lavei o rosto com água, para ver ser o efeito do álcool passava mais rápido. Quando voltei para o quarto, o mesmo tem uma cortina de lençol dividindo a cama do resto do quarto. Ergui uma sobrancelha para Percy, que era a única pessoa que eu posso ver (embora infelizmente eu consiga ver silhuetas atrás do lençol). Ele estava sorrindo de lado para mim, encostado na porta de vidro da sacada e com os braços cruzados, a minha espera. Sua aparência era de uma pessoa cansada, assim como a minha.

Não dou bola para ele e vou até o tapete, me deitando ali em meio as cobertas postas no chão. Ajeito o travesseiro e viro de costas para o moreno. O tapete era fofinho, mas não foi projetado para dormir. Me enrolo ainda mais nas cobertas por conta do ar condicionado ligado e sinto o movimento de Percy deitando-se ao meu lado, entrando na mesma coberta que eu.

Prefiro nem comentar o quão estranho vai ser dormir com ele. Muito, muito estranho.

– Annabeth... – ele me chamou em um sussurro cansado. Finjo que estou dormindo já, mas ele sabe que não estou por conta da minha respiração pesada e arrastada. As mãos de Percy pousaram em minha cintura, afastando a barra da minha camiseta e fazendo uma carícia na cintura. Sua mão estava gelada e me provoca um choque inexplicável, mas tentei não demostrar nada. Sinto sua respiração em minha nuca. – Vira, eu prometo que não vou te fazer nada – me viro, mesmo não sabendo porquê.

Encaro seu mar verde particular e não sei bem oque fazer. Talvez nada. Mas ele não diz nada, apenas fica me encarando de volta.

– Percy... – digo baixinho, por causa de Jason e Piper – Será que você pode me emprestar seu celular para eu colocar despertar?

– Hm... sim – ele se meche um pouco, tirando o seu IPhone do bolso, digitando a senha e logo me entregando o aparelho. Tentei não focar na imagem de fundo: Percy abraçado com uma garota loura e olhos negros na praia, ambos com pranchas de surfs e com roupa de banho. Procurei logo o despertador e o marquei para 10:00AM. Devolvo o celular e já estava me virando novamente quando Percy segura minha cintura novamente, impossibilitando de eu me mexer.

– Ei, vira – sua voz baixa era incrivelmente sexy, sabe, rouca e arrastada – Você está com sono?

– Não, só cansada. Se isso faz sentindo.

– Bem, eu também me sinto assim. Até que você é uma pessoa legal, Cabeça de Coruja.

Dou um riso fraco pelo apelido sem criatividade de Percy.

– Isso foi péssimo, sabe disso, não é?

– Ok, vou tentar achar um melhor.

– Boa sorte.

– Então... – ele disse, fazendo um circulo imaginário com o dedo em meu braço. Ele estava próximo demais de mim, eu podia sentir sua respiração, seus olhos na altura dos meus, eu conseguindo ver seus detalhes, como uma pintinha logo abaixo de uma das sobrancelhas. Ele parecia ainda mais cansado de perto, os olhos ainda mais vazios.

– Então oque? – indaguei confusa.

– Eu disse que você é legal então você também chega e diz “você também é legal, Percy, acho que vou até te beijar agora” – ele tenta imitar minha voz, oque me faz ri.

– Você até que é legal, Percy, mas eu não vou te beijar agora.

– Isso não tem graça – ele fingi uma careta de bravo e chega mais perto de mim, unindo nossas testas. – Lembra que você disse que só quando estivesse bêbada o suficiente.

– Lembro, mas eu ainda sei o meu nome, então não é suficiente.

– Tudo bem então, vamos beber mais um pouco – ele disse, embora sua expressão e voz contradizem sua animação para isso.

– Não, claro que não, a não ser que queiramos ter overdose – deixei um sorriso brincar em meus lábios.

– Quem diria, Annabeth sorrindo a noite toda hoje...

– Ei, eu não sou uma pessoa amargurada – dei um soquinho em seu braço, afastando-me dele um pouco, o suficiente para eu não ver um olho do garoto, em vez de dois. É aquele bug demoníaco dos olhos. – Só estou tentando ser eu mesma, daqui em diante.

– Espero que eu goste de você do seu jeito.

– Você vai gostar de mim de qualquer jeito, desde que meu peito não caia e eu deixe de ser gostosa? – dei um risinho de deboche e revirei os olhos. Percy pareceu não gostar muito da brincadeira, ele estava sério.

– Annabeth, já disse que vou te tratar apenas como amiga, não sou desesperado para transar com você – ele disse, franzindo o cenho e logo completa com um sorriso implicante – Eu tenho todas que eu quero, e as que não me querem eu ando com a fila.

Meu rosto esquentou de raiva e eu o fuzilei com o olhar. Bem, eu havia provocado, mas ele é um canalha! Revirei os olhos.

– Estou brincando, ficou bravinha? – ele zombou de mim.

– Não, e você não está brincando.

– Annabeth, você sabe como ninguém que os meios justificam os fins.

– E quais são seus meios, Percy? Ein, me diga?! Mesmo com tudo que eu passei eu não sou uma puta.

– Ai está, tudo que você passou. Eu sou diferente, minha história diferente.

Por que não podemos ter um momento legal sem acabar desse jeito? Falando de nós... falando sobre passado e sentimentos.

– E qual é sua história? – indaguei, não mudando o tom de voz por teimosia. Ah, claro que eu não ajudando muito, mas eu não tinha medo dele, não adiantava ficar bravinho pensando que eu vou dar um passo atrás. Sou do tipo que dá um passo para frente e encaro. Coragem ou estupidez?

– Annabeth, não faça isso, sério – ele disse, tentando controlar sua voz de todas as maneiras possíveis – Você sabe que está brincando com fogo e mesmo assim continua. Estou te avisando...

Os olhos de Percy escureceram e ele realmente parecia estar numa luta interna contra ele mesmo. Uma parte de mim queria abraça-lo e conforta-lo, sabe, oque uma pessoa normal faria caso visse alguém abalado ou numa situação difícil, mas tudo que eu faço é continuar o encarando, a espera de ele dizer algo. Mordo o lábio, desfazendo-me de minha expressão de durona.

– Percy... – o chamo num sussurro quase inaudível.

– Eu nunca te deixarei saber da minha história, é um lado secreto de mim que eu tento controlar e esconder. Então, nunca me pressione para saber sobre minha história. Não quero decepcioná-la, mas nunca mudarei quem eu sou... – ele estava com os olhos fechados, a boca franzida. Fiquei apreensiva, me sentindo mal, preciso dizer algo, mas não sei oque dizer.

– Tudo bem, você pode ser exatamente como você é comigo, não precisa se esconder. Um dia, todas essas coisas ruins vão acabar pelos dias bons – toquei em sua bochecha com a mão, pois acho que é a coisa certa a se fazer nesse momento.

– Você não entende, Annabeth, eu tenho um mostro vivendo dentro de mim. Eu me tornei ele – Percy respirou fundo e abre os olhos como se houvesse claridade em sua mente – Como você faz isso?

– Faço oque? – indaguei, realmente confusa com sua pergunta. Por instinto afasto a mão do seu rosto, trazendo-a novamente para junto de meu corpo.

– Consegue fazer com que eu diga essas coisas?

– E-eu não sei, deve ser minha teimosia – dei um risinho fraco tentando quebrar aquele clima pesado.

– Ou seu orgulho – ele diz, esboçando um sorriso de lado. Senti que aquele menino de alguns segundos atrás já havia escorregado desse momento, Percy já havia o enjaulado novamente, o escondendo.

– Essa noite foi muito divertida, extremamente divertida – comentei rindo, e me viro para encarar o teto.

– Sim, geralmente é assim, mas um pouco mais pesado, sei lá, sempre tem drogas e sexo no final.

– Que bom que essa noite não teve, não quero mais usar drogas.

– E sexo?

– Não sei, quem vive sem sexo? – dou um risinho revirando os olhos.

– Sobre o que Thalia disse no jogo Eu Nunca, ela estava olhando para você...

– Eu não me bebi o copo, Percy, ninguém bebeu lembra? – apressei a dizer – Thalia é louca.

– Ela só não gosta de você.

– Não quero falar sobre Thalia – mordo o lábio, já me sentindo irritada com o assunto.

– Tudo bem... vira aqui – ele segurou minha cintura, rodando-me e fazendo-me ficar novamente na posição que estava, de frente a ele, poucos centímetros separando nossos rostos. Seu sorriso era travesso. - Já está bêbada agora?

– Não.

Ele segurou minha cintura mais forte e aproxima seu rosto do meu, encostando nossas testas.

– Só um beijo... – ele fechou os olhos, arrastando a voz ainda mais de proposito.

Nessas horas eu realmente esquecia quem realmente era Percy, ele parecia um garoto comum, bom e gentil, carinhoso e fofo... Mas eu não posso me esquecer que ele não é isso. Mas às vezes eu queria esquecer. Eu podia. Eu me sentia tão atraída por ele que tive que lutar com cada célula de meu corpo para resistir a ele. Ah, quer saber, foda-se.

Fecho meus olhos e inclino meus lábios para os seus, beijando-o suavemente, sua mão escorrega para minhas costas e ele me aperta contra o seu corpo. Uma batalha de línguas começa a ser travada, o gosto de álcool e nicotina espalhados por toda parte, assim como o cheiro de Percy. Seus lábios são macios e finos, bons. Eu perco o ar em alguns segundos, e me afasto dele. Um sorriso de lado brinca nos lábios do garoto, que continua com a mão pousada em minha cintura, meu calor corporal passando para a mão dele. Eu acho que eu estou o encarando-o séria, me perguntando que diabos eu estava fazendo.

– Faça isso de novo – ele pede, mas não espera que eu tenha uma reação antes de colar novamente nossos lábios. Seguro sua nuca, passando os dedos pelos seus cabelos indomáveis. Como estávamos deitados de lado, uma das mãos fica quase que impossibilitada de quaisquer movimentos. Isso não garante que Percy vai aprontar, porque ele vai. A mão livre do garoto, que estava em minhas costas, desce sorrateiramente até a minha bunda e antes que ele fizesse algo mais eu o afasto de mim.

– Estragou tudo, seu idiota – digo.

– Desculpe – ele sussurra, embora não pareça ser sério.

– Vamos dormir.

– Que tal ter a incrível experiência de dormir junto com um cara gostoso como eu?

– Mas eu já vou dormir, inteligência.

– Eu quero dizer, junto.

Percy traz meu corpo para perto do meu, fazendo com minha cabeça ficasse em baixo do seu queixo. Eu consigo sentir seu peito em movimento por conta da respiração. Ele envolve minha cintura com um braço e eu faço o mesmo com a cintura dele. Dava uma sensação de proteção que eu tanto gostava. Parecia que estava deixando outra pessoa se encarregar de minha vida enquanto eu descansava.

– Boa noite, Cabeça de Alga.

– Boa noite, Annie.

Ali eu entendi o porquê de eu gostar ficar perto dele. Ele me fazia sentir segura de mim, ele não julgava meus atos, pois era mais pecador do que eu. Ele tem um toque de perigo e eu sempre gostei de adrenalina. Enquanto meu cérebro continuava a trabalhar, a respiração de Percy se tornara calma e tranquila. Meus olhos começaram a pesar e eu dormir com aquele cheiro de maresia.


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Notas finais do capítulo

AI GENTE ESSE CAP ESSE CAP AAAAH VELHO ATÉ EU ESTOU EMOCIONADA! Tipo, faz mto tempo que eu o escrevi, então normalmente eu tenho que revisar para ver os erros e incoerencias e tal, e tipo... mano nunca pensei que eu pudesse me emocionar com algo escrito por mim qqq PERCABETH MTO PERFEITO ENTÃO MEREÇO COMENTÁRIOS E COMO MEREÇO EU QUERO COMENTAR NESSE CAP E NEM POSSO , então vou suar as notas finais mesmo :/
tipo a música ficou tão perfeitamente perfeita, pena que acaba... mas voces podem botar de novo se quiser! aaaai, to indo no canto chorar! obg por ler, vlw flw



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