Unbroken escrita por Annia Ribeiro


Capítulo 16
Investigation


Notas iniciais do capítulo

HELLO PEOPLES ! MY HEART IS VERY HAPPY!
Me desculpeeeem por demorar tanto para postar! Sério, sério! Foi mal, me perdoem... Eu estava esperando o novo banner de Unbroken chegar.(UHUUUUUUUUUM, VAI TER UM BANNER NOVO, LINDISSIMO!) mas ele tava demorando mto a chegar, e quando eu vim postar a net tinha caido. QUE SORTE! Vcs acreditam que ainda não chegou?! :O pois é, faz mó tempão que incomendei e não veio. Mas então, vcs preferem a Annabeth como a Alexandra ou a Ashley Benson? Acho que vou encomendar em outro lugar, pq não dá para ficar tanto tempo esperando não!
QUERO DEDICAR ESSE CAP PARA A LINDEZA QUE RECOMENDOU UNBROKEN. Sério, to in love com ela, linda, linda, linda, alegrou meu dia, na verdade, seus comentários sempre alegram meus dias, Me Myself and I.
Espero que gostem desse cap e comentem!
KISSES!



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"It's a mystery to me... the game commences"

O relógio havia dado uma hora da tarde e eu já me encontrava na casa do mergulho de São Francisco, esperando alguém chamar meu nome. Eu teria minha primeira aula de mergulho hoje e estou nervosa demais. Tomara que hoje seja apenas teórica, pois acho que mesmo com todos os aparelhos eu conseguiria me afogar de tão distraída que estou. A conversa com Jason havia me causado esse efeito, eu só consigo pensar em suas palavras, eu só consigo repeti-las em minha mente. Eu, agora, sei que Percy é inocente. Ou pelo menor mais inocente do que todos acreditam que ele seja.

Tic-tac. O relógio não passa. Por que os ponteiros não se mexem?

Ninguém chama meu nome. A moça da recepção continua digitando algo no computador, algumas pessoas conversam entre si, algumas são chamadas para a aula. Eu continuo encarando o enorme banner de mergulho que está de frente para mim, na parede.

Repasso a história em minha mente, pelo trilhonésima vez.

A mais ou menos três meses atrás Percy deu uma festa numa casa abandonada, no limite da cidade. Nessa tal festa uma garota – Lynn, de acordo com Jason – havia sofrido de overdose alcóolico e morrido no local, todos tinham ido embora logo em seguida, com medo. A garota já estava morta e não tinha nada a se fazer. Os garotos tentaram limpar o local antes de sair, mas não tocaram no corpo da garota. Jason falou que ela havia bebido demais, pois estava muito triste, parecia que tinha terminado com o namorado e não havia conseguido entrar na faculdade que tanto queria. Então havia afagado as magoas na bebida.

Quantas vezes eu já fiz isso? Sinto um calafrio na espinha.

Eu já fiz isso realmente muitas vezes.

A menina foi dada por desaparecida dois dias depois e só encontraram o corpo dela há um mês, o mesmo já se encontrava em alto grau de decomposição e não foi encontrado nenhuma marca de tiro ou esfaqueamento. A autópsia não denunciou nada sobre oque aconteceu naquela maldita noite, mas a perícia achou vestígios de uma possível festa. Então ai o caos começou, falaram com todos os amigos de Lynn, investigaram tudo sobre a vida da garota e por fim acharam o dono da festa: Percy. Foi isso que Jason me contou e é nisso que eu quero acreditar.

De acordo com meu não tão vasto conhecimento sobre leis, Percy até então é inocente (se for seguimos pelo depoimento de Jason), ele não havia matado nem diretamente e nem indiretamente a garota. Mas... se a polícia já está tendo certeza de que ele matou Lynn... Alguém deve ter dado um depoimento errado. E Percy está desaparecido, comprovando tudo. Eu o odeio por ser tão idiota.

Não, eu me odeio por ser tão idiota e ficar me preocupando com os problemas dele. Estou aqui para me livrar dos meus e não para colecionar o dos outros.

– Annibell Clase, Clarisse La Rue, Travis Stoll e Connor Stoll – chamou um homem com voz grave. Finalmente. Deduzi que a tal de Annibell eu levanto a cabeça encarando o cara gordo com uma camiseta havaiana ridícula.

– Hm, é Annabeth Chase – digo, levantando da cadeira e arrumando a mochila em minhas costas. Procuro algum crachá em sua blusa, mas com tantas flores de cores berrantes era impossível fazer isso sem cometer agressão aos meus olhos. Espero que ele fale seu nome, se apresentasse ou desse alguma instrução, mas ele apenas olha para nós como se fossemos um delicioso petisco.

– Iniciados – ele começa, olhando para mim como se procurasse algo bizarro em meu rosto. O encaro de volta, mas ele já esta encarando outro novo aluno do curso. Eram quatro novatos, que é o máximo de alunos que um professor de mergulho deve ter. – O professor de vocês teve um problema...

– É, deve estar... – começa a garota de cabelos castanhos e com um corpo que poderia me esmagar com o dedão. O cara com camisa havaiana não deixou a garota terminar de falar e continuou a falar num tom mais alto que o dela.

– Então eu serei o professor substituto dele hoje e bla bla bla... Me chame de Sr. D. Acompanhe-me – ele se virou e nos guiou por um corredor médio com várias portas.

Entramos na segunda da direita, onde tinha várias carteiras de fronte a um quadro de vidro. Ali, foi onde eu tive a aula mais chata da história das aulas chatas.

Ao sair da sala, onde tive aula teórica sobre vida marinha e mergulho, conferi meu celular e vi que tinha quatro mensagens e cinco chamadas perdidas. Guardei meu celular novamente no bolso, não muito interessada, e continuei o percurso para fora do local de meu curso. Procuro as chaves do carro de Leo em minha bolsa e quando a procuro destravo o alarme do lindo Volvo prateado do garoto. Meu amigo Leo viajou hoje para a incrível e maravilhosa Quebec e só voltaria daqui a uma semana, nesse período ele deixou seu “bebê” comigo, uma vez que eu não possuía carro aqui em SF.

Quando minhas costas chocaram contra a poltrona confortável do automóvel eu me permiti pegar o celular e conferir as mensagens e chamadas. Uma era da Piper, perguntando se eu estava bem e falando algo sobre o caso do Percy. Uma era do Jason, dizendo para não contar sobre minha visita em sua casa para Piper – não entendi esse lance de guardar segredo, mas tanto faz. E o resto era de um número desconhecido. As chamadas perdidas e as mensagens.

“Preciso falar com você, quero que saiba da verdade. Pode me encontrar? Percy.”

“Caramba, Annabeth, eu não tenho culpa de merda alguma, será que dá para me responder logo?”

Meu coração ficou acelerado, não porque era Percy que estava me procurando, mas sim que um assassino estava me procurando. Fiquei encarando o visor do IPhone, sem saber muito oque fazer. Eu responderia? Se eu fosse o encontrar eu poderia saber da verdade... ou poderia acabar me embolando ainda mais nesse caso e acabasse sendo acusada como cúmplice. Pego celular e respondo a mensagem:

“Aonde você está?”

Coloco o sinto de segurança, mas ainda fico a encarar o visor do celular, até que o mesmo se apaga. Enfiou a chave na ignição. Percy não responde. Giro e o som do motor enche o espaço silencioso. Nenhum barulho de nova mensagem.

Alguém bate no vidro ao meu lado, fazendo-me pular de susto. Arrumo meu cabelo, tentando disfarçar aquele momento insano. Coloco o celular no banco do carona e encaro a figura parada ao lado do Volvo prata. Era o garoto que tinha um gêmeo... não saberia dizer qual ele era. Abaixei o vidro e tentei deixar minha expressão a mais agradável possível.

– Oi.

– Annibell, que bom que você não foi embora – ele começou sorrindo torto, com as bochechas vermelhas. Seus cabelos castanhos eram de cachos desalinhados, fazendo-o parecer elfos de desenhos animados – Eu fui no banheiro e quando sai meu irmão Travis havia ido embora com o carro, e ainda deixou algo bem feio no espelho do banheiro para mim. Ele deve estar se vingando da vez que coloquei super bonde no seu sapato... mas bem, você poderia me deixar num ponto de ônibus?

– Ahn, na verdade é Annabeth – o corrijo, com raiva do Sr. D por ter espalhado meu nome de forma tão errada. O celular vibra no banco ao lado e sinto meu coração congelar, tenho que conter o impulso de pegar o aparelho de maneira desesperada. Forço dar um sorriso e dou o melhor de mim para que ele saia sincero. – Venha, Connor, entre, não tem nenhum problema.

Enquanto ele dá a volta no carro eu pego o celular e vejo a mensagem que Percy me enviou.

“Não preciso mais de você”

Senti meu rosto esquentar de raiva; ele não poderia usar palavras melhor? Ele não poderia me tratar menos como um objeto? Mesmo não querendo, decido responder.

“Para de bancar o idiota, seu desgraçado. Fale logo onde você está antes que eu dê esse número para a polícia rastrear”

Bingo! Minha mente é ágil o bastante até para ameaças, e isso é algo que não posso ter humildade. Connor entrou no carro, com um sorriso torto que me lembrava o de Leo. Tentei não deixar que a parte prudente de meu cérebro gritasse que aquilo era insano, que já não bastava estar conversando com um assassino, também estava oferecendo carona para estranhos. A resposta de Percy veio depois que Connor colocou o sinto de segurança:

“The Olympic Club”

Ahn, oque?! The Olympic Club? Que diabos era isso? Mas... Olympic. Era a empresa de minha mãe, de Poseidon, de Zeus e de, atualmente, Afrodite. Mas... clube? Isso é novidade para mim. Porque Percy estaria lá? Connor esperava algo de mim, eu pude sentir seus olhos castanhos sobre meu rosto. Fiquei imaginando o quão ridícula eu devo estar parecendo. Liguei o carro, saindo finalmente da vaga que ocupava no estacionamento.

– Você sabe aonde fica Olympic Club? – pergunto, tentando manter um jeito casual na voz. Olho para ele de esguelha, mas ele fica batendo na perna no ritmo na música que toca na rádio.

– Ah! Sei sim! Fica a alguns poucos quilômetros de minha casa, é um campo de Golf para gente muito rica, mas eu não sei explicar não – ele disse – E se eu tentasse eu iria acabar dando uma indicação errada de propósito. É mais forte do que eu – ele dá um risinho e bagunça os cabelos já bagunçados.

Dou um risinho pelo nariz para não deixa-lo sem graça. Quando paro num sinal eu pego o celular e ativo o GPS, digitando o nome de meu destino. Segundos depois a tela piscou Não Encontrado. Que ótimo.

– Então, pode me deixar aqui no ponto – ele comunica, apontando para o local destino a pegar ônibus.

Balanço a cabeça negativamente, tentando deixar uma aura gentil e meiga em seu sorriso.

– Nada disso, pode deixar que eu te deixo em casa. Não sei o suficiente do transporte daqui, mas deve ser ruim como em todo lugar. Coloca no GPS onde você mora para mim? Não vai adiantar nada você falar o nome do lugar, não conheço nada dessa cidade.

– É nova aqui? Bem, então é bem corajosa de tentar achar The Olympic Club sozinha, é quase que impossível achar a entrada daquele lugar, é só para quem realmente é convidado e recebe todas as indicações.

Batuquei os dedos no volante e mordisquei o lábio inferior com força. Que ótimo. Aonde que Percy se enfiou? Num clube secreto satânico? Não tinha outra escolha e não queria ficar perdida por São Francisco, preciso de ajuda.

– Você sabe como chegar lá? – pergunto, desviando rapidamente o olhar da estrada para conferir a expressão de Connor. Sempre o sorriso torto, sem a cara marota de criança. Nunca mudava.

– Sei sim, eu e o filho da mãe de meu irmão entravamos lá fingindo ser mauricinhos ricos ou as vezes empregados.

– Vocês conseguiam entrar?!

– Claro que não, mas era divertido!

Eu e Connor conversamos todo o caminho, ele me guiando através das ruas até que chegamos numa longa estrada que parecia não ter fim. Na minha direita tinha uma linda praia, tão convidativa que eu poderia sair do carro agora mesmo para dar um mergulho (sim, me tornei viciada em praia!). Na minha esquerda tinha casas, mas na maior parte da estrada a esquerda era uma área de preservação ambiental.

– Vire a esquerda – comunicou Connor.

– Ahn? Que esquerda?!

– A rua, ali – somente quando ele apontou que eu percebi uma pequena área devastada, com o chão de paralelepípedos. Quase que era impercebível tal estradinha, pois as árvores ao redor formavam um círculo sobre ela, dando impressão de que ainda tinha árvores naquela área. Dou seta para a esquerda, embora não tivesse vindo carro em nenhuma direção, e entro na ruazinha, logo vendo o carro balançar nas pedras abaixo dele. Eu não conseguia ver o fim da rua, parecia mais que não tinha nada. Continuei a dirigir por um bom três minutos até enxergar um grande e enorme portão, típico de mansão. Paro em frente ao portão e pego o celular, para mandar um sms para Percy.

“Cheguei no portão, oque faço agora?”

– Cara – disse Connor – Não tem como entrar assim, tem que dizer algo ou seu nome está na lista.

– Tudo bem, Connor, eu tenho um amigo que está ai dentro – tento manter a voz num tom confiante.

Pego meus óculos escuros no compartimento e o coloco no rosto, crendo que aquilo vai ajudar no meu visual, já que minhas roupas não eram grandes coisas nesse momento. Hesito quando um segurança começa a se aproximar do enorme portão. Ele parecia um armário e usava um óculos escuro que o deixava como um agente da FBI. Meu celular vibrou quando ele abriu um portão menor e caminhava em direção ao carro.

“Caramba, apenas diga seu nome”

O segurança bateu no vidro do carro e eu o abaixei. Diga o meu nome? Que poder e influencia meu nome teria nessa ocasião?!

– Então? – disse o segurança, com uma voz grossa e poderosa que me desejou estar no banco de trás escondida.

Vamos lá, coragem. Enfrente, diga.

– Annabeth Chase – digo, tentando dar mais potencia ao meu nome por meio de minha voz – Filha de Atena Chase. E ele está comigo – dou um sorriso de lado, percebendo a coisa mais obvia do universo.

Minha mãe, Atena Chase, dona de uma empresa chamada Olympic juntamente com Poseidon. Minha mente deve ter pregado uma peça e pensado que era coincidência aquele Club portar o mesmo nome da empresa Olympic. Tenho que lidar que coincidências nunca existem.

– Pode entrar – ele disse, mas não parecia dizer para mim. Percebi que tinha um pequeno ponto no seu ouvido. O portão se abriu dando passagem para entrarmos.

– Como você fez isso?! – Connor perguntou, com os olhos esbugalhados.

– Acabei de descobrir que um dos sócios da minha mãe fundou esse Club, então como ele decidiu portar o nome da empresa de minha mãe, para ter mais popularidade, ela se torna quase dona desse lugar também.

– E porque você não disse antes?! – Connor parecia confuso, como se não tivesse antes a ideia de usar o meu nome para entrar naquele lugar.

– Porque eu descobri isso agora, pela lógica faz sentindo.

– É, faz sentido.

Ficamos em silêncio enquanto continuávamos a seguir pela estrada, observando o amplo espaço que o Club tinha. O extenso gramado era aparado e bem verde, com relevos e marcações que só jogadores de golf poderiam entender. Coloquei o carro no estacionamento vazio a não ser por... um carro negro que eu poderia reconhecer em qualquer lugar por um adesivo sinistro no vidro de trás. Era o carro de Thalia Grace. Oque aquela vadia estava fazendo aqui? E oque o desgraçado do Percy estava fazendo com aquela vadia?

– Connor, agora eu tenho que resolver uma coisa séria, acho que você não irá se importar de andar pelo Club, não é? – digo, tentando dar um sorriso maroto para o garoto.

– Ah, Annabeth! Porque faz isso comigo?! – ele tentou ser dramático, mas o brilho eufórico no seu olhar contradizia-o. Aposto que estava muito empolgado para aprontar no lugar e depois se esnoba para seu irmão. – Meu número está no celular, quando acabar mande mensagem.

– Mas como botou seu número no... – comecei a dizer, mas ele já tinha desaparecido – ...meu celular?

Bufei e comecei a andar em direção a uma enorme mansão com uma arquitetura e paisagismo fantástico. Eu me sentia deslocada e perdida naquele lugar enorme, embora tentasse manter a imagem de quem sabia oque está fazendo. Cheguei no que parecia ser a entrada principal da mansão e me deparei com uma recepção digna de hotel cinco estrelas. No lado esquerdo tinha estofados fofos com mesas de centro, uma estante cheia de livros e uma enorme televisão. Percy estava sentado em uma das poltronas, lendo um livro sobre biologia, talvez me esperando.

Ele só notou minha presença quando eu parei em frente a ele com os braços cruzados e a melhor expressão de raiva que eu poderia forjar.

– Pare com isso, venha – ele disse, se levantando e não demostrando nada ao me ver. Nenhuma felicidade, nenhuma surpresa, nenhuma raiva. Nada. Não que eu esperasse, mas... poxa, nada.

Ele deixou o livro em cima de uma mesinha e puxou o meu pulso com força, fazendo-me acompanha-lo até as escadas. Percebi alguns cortes e hematomas no seus braços, assim como no pescoço. Havia um corte superficial na sua testa também, mas eu não comentei nada sobre isso.

– Vai ficar agindo como um ogro? – digo com azedume, tentando tirar meu pulso de seus dedos fortes.

– Talvez quando você parar de ser imprudente eu pare de te tratar assim – ele rebateu.

– Talvez quando você me contar a verdade sobre seu mandato de prisão eu pare de ser imprudente – digo, parando no meio de um corredor.

– E oque isso importa para você?

Fiquei quieta, sem resposta. Era a segunda vez que me faziam esta pergunta e eu não soube responder. Olhei para ele como se pudesse congela-lo com o olhar, mas ele me ignorou e continuou a me puxar por um monte de corredores e mais um lance de escadas.

– Eu quero saber, Percy. Você é meu amigo – digo, defensivamente.

– Não, Annabeth, não somos amigos.

Reviro os olhos.

– Para mim, somos. Sem falar que eu antes de você sumir do mapa a gente se beijou... a gente... – perdi o fôlego e não soube como continuar. Percy parou de costas para mim esperando que eu continuasse. Ele estava diferente. Seu modo de falar, de olhar, de agir. Estava rígido, cauteloso, enigmático. Diferente. – Você entrou na suíte quando eu estava dormindo, por quê?

– Como sabe que fui eu?- ele disse com desdém. Mantive minha expressão verdadeiramente inabalável. Nada que ele pudesse falar poderia me atingir, não em relação a nossa estranha amizade.

– Seu cheiro.

Ele respira fundo e volta alguns corredores comigo, mudando nossa direção.

– Aonde vamos? – pergunto, mas ele não responde.

Paramos em frente a uma porta que ele facilmente abre, mostrando uma enorme suíte super elegante que tinha até uma mini cozinha junto com a sala. Olho em volta, o quarto em tons pasteis e decoração elegante. Uma cama de casal enorme e uma sacada que parecia ter uma vista maravilhosa. Percy fecha a porta, a trancando e meus alertas piscam loucamente. Sinto os braços do garoto me envolvendo por trás e sua boca em meu pescoço, subindo para meu ouvido.

– Não sabia que prestava tanta atenção no meu cheiro, Chase – ele sussurrou, provocante, mordendo o lóbulo de minha orelha.

Como ele consegue? Como ele consegue mudar da água pro vinho em segundos?

– Sou uma pessoa bem perceptiva, Jackson – digo, com um tom de gelo que certamente cortaria as intenções dele.

– Por que não terminamos oque começamos ontem? – ele diz, apertando ainda mais minha cintura e sumindo a mão para minha barriga.

– Por que não começa a se explicar? – digo, duramente. Desprendo-me de seu corpo e caminho até a sacada, passando pela sala e pelo quarto. A vista era de tirar o folego. Podia ver o campo de golfe, talvez apenas a metade dele, os jardins, o estacionamento, e um pequeno filete de água que quase passava despercebido ao fundo. Deve ser a praia.

Ao me virar vejo que ele está deitado na cama, com os braços atrás da cabeça e os olhos fechados.

– Para uma pessoa que está sendo procurada pela polícia você está muito tranquilo.

Deito-me na cama ao seu lado, olhando para o teto branco, aonde pendia um lustre de cristal. A cama era fofinha e cheia de edredons, tinha apenas cheiro de amaciante, como se o local não fosse usado faz tempo.

– De quem é essa suíte? – eu o pergunto, virando de lado para ele. Ele ainda está com os olhos fechados e mesmo com a expressão dura ele parecia estar calmo. Percebi que o preferia de olhos fechados, ocultando aqueles poderosas íris esmeraldinas cheia de monstros.

– De sua mãe – ele abriu os olhos e me encarou – Seus olhos são cinzas. Lindos, calmantes e tempestuosos. Confusos. Como você.

Sua voz estava baixa, arrastada e incrivelmente sexy, embora eu não tivesse captado nenhum traço de malícia. Ele faz um traço imaginário na maça de meu rosto com o dedo, de forma delicada e pacífica. Sorri. Geralmente, as pessoas não conseguem notar que meus olhos são cinzas e não azuis na verdade.

Pela primeira vez desde que chegara em São Francisco eu senti paz. Uma estranha e acolhedora paz que eu ainda por cima dividia com Percy. O moreno sorri e se senta na cama, encostando as costas na madeira. Eu faço o mesmo e espero ele dizer algo.

– Eu quero te contar a verdade... – ele começou e segurou minhas mãos.


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