Unbroken escrita por Annia Ribeiro


Capítulo 1
Seaweed


Notas iniciais do capítulo

Ooi gente! Essa é a minha primeira fanfic, então tipo, não sei como isso vai acabar e nem se vai prestar. Espero poder contar com vcs para levar Unbroken até o final!
Ps. mesmo que tenham começado a história agora e já tenha vários capítulos não deixe de comentar em cada um deles separadamente, pois, afinal, cada capítulo é de um jeito com uma história diferente, então não vai custar nada vc dizer oque achou sobre cada um deles. Bjs
Boa leitura....
http://fanfiction.com.br/historia/534859/Teen_Paradise/



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"'Cause I came here with a load and it feels so much lighter"

Minha mãe quer o melhor para mim, mesmo que demostre isso do jeito dela. Por isso nós passaríamos uma “férias prolongadas” numa casa de praia em São Francisco, para a minha, ahn, recuperação. De New York com aquele ar carregado e sons de carros insistentes, para o aconchegado calor de São Francisco e suas praias relaxantes. Sem dúvida irá me dar uma férias dos problemas que ganhei em NY, sem falar que posso me resolver emocionalmente sem ninguém ficar atrapalhando.

– Está tudo bem, Annabeth? – perguntou minha mãe, de pé a nossa nova casa temporária, em frente a uma das mais belas praias da cidade.

– Sim – disse automática, era uma pergunta frequente “tudo bem?”, “quer algo?”, “como está se sentindo?”. – Mãe, estamos num lugar novo, com pessoas novas, não quero que fique toda hora perguntando como eu estou, porque eu estou tentando ficar legal, okay?

– Só quer... – não esperei ela terminar e a deixei com o motorista do taxi, que tirava as malas do carro. "Só quero que você fique bem", era o que ela ia dizer. Eu sabia. Ela sempre dizia aquilo.

Entrei irritada para dentro da luxuosa e surpreendente casa de praia. Ter uma mãe que é dona de uma empresa de Engenharia e Arquitetura tem grandes vantagens. Eu não sabia aonde ficava meu quarto, mas meu orgulho não me permitia voltar e perguntar a minha mãe, então eu subi as escadas e fui abrindo todas as portas até chegar a quarta e dar de cara com uma suíte totalmente a minha cara. O teto era azul escuro mesclado com roxo, lembrando o céu a noite, e as paredes branca, o piso era cinza. O local estava mobiliado com o meu gosto. Até mesmo a estante cheia de livros. Dei uma espiada pelo meu quarto, conferindo o closet enorme e desnecessário, o banheiro dos sonhos. Era similar a minha suíte em NY, mas mesmo assim eu sentia um peso diferente, não sabia explicar bem o porque.

Minha mãe estava fazendo um grande esforço para deixar-me a vontade, naquele lugar. Só ela sabia o quanto eu era contra sobre essa estúpida férias prolongadas.

– Obrigada mãe! – eu gritei, dali de cima mesmo, deixando o orgulho de lado, pela primeira vez.

Notei que minha suíte não tinha janela, mas sim uma sacada com uma varandinha média. Uma espreguiçadeira, uma mesinha e um jarro de planta descorava o lugar. Bem a cara da minha mãe, aposta na simplicidade da decoração, mas exagerar totalmente na construção. Me encostei no guarda-corpo de vidro, me decepcionando por não ter uma vista privilegiada da praia, e sim da casa ao lado da minha. Era bem bonita e extravagante também, a fachada toda era azul e eu podia ver direitinho um quarto bagunçado, que era exatamente de frente a minha sacada, a uns poucos três metros de distancia. Vi uma sombra passar de um lado para outro, vultuosos cabelos negros; ele parou de costas para mim, usando apenas uma bermuda, e eu percebi que gesticulava sem parar, parecia discutir com alguém. Por causa da música que saia do fone de ouvido eu não consegui ouvir. Melhor assim. Voltei para dentro do quarto e decidi dormir um pouco, estava exausta tanto fisicamente quanto emocionalmente. Deixar New York foi a coisa mais difícil que eu já fiz. Foi como se eu tivesse deixando Luke pela segunda vez

***

– Annabeth... – uma voz distante ecoou em minha mente – Annabeth... – ela veio mais alta e então eu despertei de meu sono.

– Mãe? – falei sonolenta.

– São seis horas da tarde, daqui a duas horas teremos um jantar de boas vindas na casa de meu sócio, o Poseidon, esteja bem vestida. A empregada já arrumou suas roupas no closet do jeito que você gosta.

– Okay.

E ela saiu do quarto. Eu não sabia que minha mãe tinha um sócio que morava por aqui, talvez isso explique o fato de ela ter escolhido justamente São Francisco em meio a tantas cidades. Ou seja, isso não era apenas uma viagem para relaxar e sim uma viagem de negócios. Era de se esperar isso de minha mãe. Depois de tomar um banho relaxante, eu vesti algo básico, mas formal. Um vestido azul claro rodado, com um cinto na cintura. Se eu fosse de jeans minha mãe me matava. Calcei uma sandália e passei a maquiagem mais básica da história. Numa bolsinha de lado eu joguei coisas úteis, como celular, dinheiro, cartão. Queria andar um pouco pela praia, pela primeira vez em minha vida. Nunca havia ido à praia e agora eu estava morando em frente a uma! Desci as escadas, olhando para o relógio na parede; ainda faltava uma hora antes do tal almoço.

– Mãe? – a chamei antes de avistá-la debruçada na mesa, com certeza rascunhando um projeto importante. Ela pausou sua atividade e olhou para mim. – Eu já estou pronta para o jantar, mas irei passear um pouco na praia. Quando tiver indo me liga que eu volto para cá.

– Tudo bem, cuidado. Qualquer problema é só me ligar – ela disse e voltou para o trabalho.

Suspirei e me direcionei para a saída da casa. Ela me tratava como se eu fosse um problema, talvez uma bomba emocional que estivesse preste a explodir a qualquer momento. E ao mesmo tempo, ela conseguia não estar nem ai para mim verdadeiramente. Ser mãe para ela é a mesma coisa que uma obrigação. O céu já estava escuro, salpicado de estrelas, fora de casa o vento estava um pouco gelado. Tirei as sandálias e as segurei com as mãos, afundando meus pés na areia da praia. Fofinha, parecia uma espécie de neve só que não era gelada.

Me sentei na areia a alguns metros da água, pude ver os sufistas nadando na imensa massa escura acinzentada. Não entendia como eles conseguiam entrar na água a noite, devia estar congelante. Tentei não pensar na minha mudança de vida, no que me trouxe a esse ponto. Daqui a alguns meses eu começaria a fazer minha faculdade de Engenharia Civil, coisa que eu amo muito e sei que nasci para trabalhar no assunto. Não poderia ainda estar emaranhada nos problemas.

Vi uma sombra estranha andar em direção a areia, acabando de sair do mar com uma prancha de surf na mão. Ao se aproximar mais pude perceber que era um menino trajando apenas uma bermuda encharcada. Não pude deixar de perceber o porte físico do garoto e, uau, ele parecia o garoto que vi da sacada de minha casa. Ele praticamente parou ao meu lado para balançar seus cabelos molhados, oque me fez ficar com muita raiva, pois pingos de água salgada voaram em minha direção.

– Fala sério, tanto lugar vazio nessa praia e você vem justamente ao meu lado para se sacudir igual a um cachorro? – digo irritada. Levantei-me tirando os pingos de água salgada de meu rosto e de esfregando minha roupa.

No principio parecia que ele ficara um pouco desnorteado por encontrar alguém ali tão perto, como se não tivesse realmente visto. Mas logo um sorriso zombeteiro e maldoso tomou conta de sua boca.

– Tanto lugar mais interessante e você está sentada sozinha numa praia no escuro? – ele rebateu – Se estar depressiva é melhor tomar remédio.

Mesmo sabendo que ele não sabia nada da minha vida, mesmo sabendo que ele tinha falado por falar e mesmo sabendo que tudo aquilo não tinha sentindo, eu fiquei com uma fúria anormal quando ele disse aquela última frase. Me levantei de supetão da areia, tirando os pingos d’água de meu rosto e de minhas vestimentas.

– Nada justifica uma pessoa se comportar como um cachorro – digo.

– E nada justifica uma pessoa ficar igual a uma doida sentada na praia sozinha no escuro.

– Que original você, roubando minhas frases e as modificando – aquela discursão não tem pé nem cabeça. Ele, sei lá, não poderia logo pedir desculpas? – Você não vai se desculpar por ter me molhado toda?

– Foi só uns pingos, sua fresca. E eu não vou te desculpar, quem está na praia é para se molhar.

– O certo é: “Quem está na chuva é pra se molhar!” – tenho quase toda a certeza que elevei meu tom de sacarmos e um bocado quanto soberba.

– Você se acha muito espertinha, né lindinha? – ele disse, e eu pude perceber sua mudança de voz. Seu olhar já me analisava, vendo se eu era um chesseburguer bom para comer. Eu realmente não mereço esse tipo de coisa. Confesso também que fiquei irada por ele ter me chamado de espertinha, Luke me chamava assim, e outra pessoa fazer o mesmo era errado.

– Cabeça de Alga, porque você não vai se ferrar, ein? – eu disse agressiva, olhando dentro de seus olhos azuis foscos (realmente naqueles olhos não tinha nenhum brilho, confesso que fiquei com medo disso).

Sai andando atrapalhada na areia. Como era difícil andar naquele negócio! Meus pés afundavam e estavam cheios de grãos.

– OQUE?! – ele gritou, confuso atrás de mim.

Me virei para ele e passei a mão na minha cabeça, como um gesto. Ele percebeu o que eu quis dizer e tirou de sua cabeça um pedaço de alga marinha. O garoto bufou e a jogou longe. Nesse momento eu levantei a mão e dei o dedo do meio para ele.


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Notas finais do capítulo

Oque acharam? Pode comentar, dando dicas de coisas que podem melhorar e etc. Os primeiros capítulos não são os melhores, mas ok. Cometem oque acharam, pois o próximo capítulo já está pronto e eu só vou liberar se vcs colaborarem também. Beijos, A.