Unapologetic escrita por oakenshield


Capítulo 8
Julgamento


Notas iniciais do capítulo

Estou muito feliz que os acessos estão aumentando. Muito obrigada.



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O médico fez visitas diárias a Katerina nos últimos dois dias. Depois, ela finalmente conseguiu ficar de pé. Podia parecer até drama considerando que cacos de vidro haviam entrado no seu pé, mas além de ter infeccionado, eles eram grandes e penetraram fundo. A ruiva descobriu porque tinha tanto sono: havia sido sedada e por isso não sentiu nada.

Depois desses dias em Las Mees, ela queria ir para casa. Branka não foi falar com ela e Petrus estava mais frio com a prima.

A mãe dele deve ter feito minha caveira, ela pensou.

Fabrizio, por outro lado, foi muito atencioso e só saia de perto dela quando tinha algo realmente importante para fazer. Até na hora do almoço ele estava com ela! Katerina não conseguiu deixar de transparecer a sua alegria com a preocupação dele.

– Eu estou bem - afirmou. - Agora, quero ir para casa.

Ela se despediu de Petrus logo após o almoço.

– Pedi para Joffrey mandar o jatinho. Estamos de partida.

Ele a abraçou e disse para ficar bem. Katerina perguntou de Branka.

– Ela está magoada por você não ter acreditado nela. Acredite Kate, eu sei como é. Se alguém me dissesse tudo isso sobre a mulher que me criou por doze anos eu também não aceitaria isso, mas é verdade. Se você não quer acreditar nela, acredita em mim.

– Eu sinto muito. Estou confusa e tudo isso é muito difícil para mim.

– Está tudo bem - ele beija a bochecha da prima. - Mas, por favor, faça alguma coisa para ajudar a minha mãe. Ela gosta muito de você e também ela vê a irmã dela, sua mãe, em você. É insuportável para ela estar presa em casa, ter perdido a irmã e ainda não ter ninguém que acredite nela.

– Você acredita.

– Sim, eu acredito, mas não é suficiente. Minha mãe é uma rainha, Kate, ela precisa ser livre. Apesar da posição dela, seu tio é o rei dos reis. Minha mãe abafou o caso, tanto que o povo pensa que ela está com uma gripe, não com a casa interditada.

– Boa sorte, Petrus. Mantenha contato.

– Eu darei um jeito - ele sorri. - Eu sempre dou.

+++

Joffrey a recebeu com um abraço caloroso.

– Estava muito preocupado - ele fala. - Como você está?

– Bem - ela tenta não falar muito. - Meu médico me liberou.

– Que bom. Bom, suba para o seu quarto e descanse um pouco.

– Estou cansada de descansar.

– Eu vou para um julgamento no centro da cidade daqui dez minutos. Se você quiser...

– Sim - ela concorda. - Eu quero.

Katerina faria o possível para sair de casa. Depois de todos esses dias deitada ela estava cansada de não fazer nada.

Ela e Fabrizio foram no mesmo carro que Joffrey, enquanto os seguranças ocuparam um carro na frente e outro atrás. Eles chegaram ao Tribunal de Justiça e foram recebidos por pessoas que ela não conhecia.

Depois de se dirigir para a sala onde haveria o julgamento, eles se sentaram.

– A réu não conseguiu estar presente porque está de quarentena - o promotor anunciou -, mas o advogado de defesa está aqui e isso é suficiente. Vamos começar.

– Não sabia que estava acontecendo tantas quarentenas assim - Fabrizio comenta.

– Como assim?

– Sua tia Branka, a rainha de Las Mees.

Ela vira-se bruscamente e o encara.

– Como é que...?

– Eu escuto tudo - ele sorri -, mas não se preocupe porque eu não conto para ninguém. É o nosso segredo.

Katerina conhece o advogado de defesa. Ela já havia o visto em julgamentos tanto pessoalmente quanto pela televisão. Mas, além disso, ela se lembrava dele de outro lugar.

– A réu, Branka Thalia Hüfner está sendo acusada de alta traição contra o Regente - o promotor fala.

Não. Tia Branka. A rainha.

– O que está acontecendo? - ela pergunta a Joffrey. - O que Branka fez?

– Ela está me difamando, espalhando informações caluniosas a meu respeito. Merece ser acusada de traição.

– Mas ela...

– Quando você está no poder, Katerina, você deve fazer os outros respeitarem-na.

– Respeito é conquistado - ela retruca.

– E quando você não o conquista você o força. Se as pessoas não te respeitam elas terão que temê-la - ele sorri. - É exatamente isso que estou fazendo.

Eu preciso fazer alguma coisa, ela decide.

Durante a pausa do julgamento, Katerina puxou Fabrizio para um canto.

– Me empresta o seu celular.

Ela ligou para Petrus e avisou. Pelo jeito ele já sabia. É claro que saberia, a vida da mãe dele está por um fio.

– Por que você não me contou?

– Para que te contar se você não acreditaria na minha mãe do mesmo jeito? Não faz diferença.

– Você está magoado comigo.

– Não.

– Você está.

– Sim – ele admite. – Estou. Minha mãe vai morrer por causa do seu tio e o que eu vou fazer? Nada.

– Mas eu vou – Katerina pensa em algo. – Eu já retorno.

Eles voltaram para o julgamento, mas antes disso a princesa conseguiu se informar de tudo.

– E então? – Fabrizio, que a acompanhou durante a sua busca, perguntou.

– Você vai ver.

Ela pediu para o juiz a deixar depor. Em circunstâncias normais ele não deixaria, mas ele não podia negar um pedido da princesa.

Tudo vai dar certo, ela disse para si mesma.

+++

Fabrizio sentou-se ao lado de Joffrey dessa vez. Isso o deixava desconfortável, porque ele o encarava como se houvesse algo errado.

Ele pode estar certo, o moreno pensou. Katerina vai fazer alguma coisa.

Ele se lembrou daquela noite em que ele estava zangado com ela, na boate, e ela se machucou. Ele sentiu como se tivesse pisado em cacos de vidro também. A dor dela se tornou a dele.

Pode ser esse lance de guarda-costas. Ele nunca fez nada do tipo, mas estava fazendo pelo seu país e pelo seu pai. Jean-Pierre precisa disso.

– Ouviremos a próxima testemunha – anunciaram.

Fabrizio não se surpreendeu ao ver que Katerina não estava sentada ao seu lado e não ficou nada espantado quando a viu entrar no tribunal e sentar-se na cadeira de testemunha.

– O que ela está fazendo? – Joffrey rosna.

Fabrizio tenta esconder o sorriso, mas não consegue. Por sorte o Regente não percebe.

Justiça, ele pensa.

– O que a senhorita tem a dizer sobre Branka Thalia Hüfner? – o promotor questiona. – Acha que ela seria capaz de cometer traição?

– Minha tia Branka está sendo acusada de traição porque está fazendo uma afirmação muito grave. Muitas pessoas especulam sobre isso, mas isso não significa que mereçam perder a cabeça.

– Então você acredita nela?

– Eu acredito que todos comentam, mas ninguém nunca teve coragem de dizer com todas as palavras. Eu acho que ela foi corajosa, por mais que não concorde.

– Então você acha que ela está mentindo?

– Eu não disse isso.

– Foi o que deu a entender.

Ela o olha feio.

– Sei que é o seu trabalho, promotor, mas não deve distorcer as minhas palavras. Eu não acho que devemos insultar o Regente. É nisso que eu acredito.

+++

Houve um recesso de algumas horas. Katerina ligou novamente para Petrus e avisou sobre seu depoimento. Ele agradeceu e ela disse que ligaria mais tarde para anunciar a sentença.

Depois de enrolarem durante um bom tempo, eles voltaram ao tribunal. As portas foram fechadas.

– Eu condeno Branka Thalia Hüfner a dois anos e cinco meses de prisão em reclusão fechada por alta traição contra o Regente.

Foi isso. O juiz não disse mais nada. Nem precisava.

Katerina contou para Petrus, que ficou furioso. Ele agradeceu pela ajuda da prima, mas a ruiva sabia que ele não estava satisfeito. Como poderia estar?

No fim do dia, Katerina pediu para Fabrizio sair do seu quarto porque precisava tomar banho. Ela relaxou na banheira por quase uma hora, depois se secou e colocou um vestido lilás.

Ela se surpreendeu ao ver Michael em seu quarto.

– O que você está fazendo aqui?

– Eu... – seus olhos estão vermelhos. Parece que havia chorado. – Eu preciso falar...

– Falar o quê?

– Kate... – ele se aproxima dela. – Meu pai adiantou o meu casamento para daqui a duas semanas.

Se ele dissesse isso alguns dias atrás, sua reação teria sido outra, mas hoje... Katerina se chocou e sentiu algo espetando o seu peito de leve, mas nada muito bruto.

– O que você quer que eu faça? Mate Leona? – ela ironiza.

– Eu quero saber se você quer fugir comigo.

Isso sim a choca.

– Como é? Mike, eu tenho um país para cuidar. Eu simplesmente não tenho condições de...

– Eu te amo, Kate – suas duas esmeraldas encontram os olhos dela. – Eu não quero me casar com Leona porque eu amo você.

– Não. Você não ama – ela respira fundo. – Nos beijamos uma vez e isso foi errado. Temos o mesmo sangue.

– Eu não ligo! – ele grita e toca o rosto dela. – Eu não quero viver sem você.

Então seus lábios tocam os dela de leve. Eles ficam alguns segundos assim, simplesmente com a boca encostada uma na outra. Quando Michael tenta aprofundar o beijo, Katerina se afasta e o empurra para longe.

– Eu não posso. Eu não quero.

– Kate...

– Eu não gosto mais de você como eu gostava antes. Acabou o encanto.

Ele a olha com mágoa no olhar. Ela não queria partir o coração dele, mas não podia fazer nada. Ela é comprometida e ele também. Além disso, eles são primos.

Eu vou casar pelo meu país, ela lembra a si mesma. Pelo meu povo.

Fabrizio entra no quarto bruscamente.

– Finalmente o achei Sr. Archiberz – ele busca o ar. – O Regente está a sua procura.

Michael sai do quarto de Katerina sem dizer uma palavra. Fabrizio fecha a porta.

– Joffrey está convocando uma reunião?

– Não. Eu só disse isso para ele sair – o moreno sorri. – Estou louco para saber pelo que Branka estava acusando o seu tio.

Fabrizio fala como se tudo fosse simples, como se ele não devesse respeito a nenhum deles. Ela gostava disso. Ele agia como se todos estivessem na mesma classe social. É como se todos fossem do mesmo lugar.

Ela suspira e se senta na ponta da cama e ele na poltrona. Parece que Fabrizio havia gostado daquele lugar.

– Meus pais – ela começa –, eles morreram há doze anos.

– Eu sei – ele diz. – Sinto muito.

– Você deve saber também que eles foram encontramos mortos no quarto deles, não é mesmo? – Fabrizio assente. – Acontece que muitas pessoas acham que não foram os rebeldes que mataram os dois. Branka está entre essas pessoas.

– Quem poderia ter matado os dois? Kurt e Harriet eram amados pelo povo. Duvido que até os rebeldes não os amassem um pouco.

– Joffrey – ela respira fundo e leva as mãos a cabeça. – Branka acha que Joffrey matou os dois.


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Notas finais do capítulo

Grandes relevações, hein? Quero tentar explicar a todos como as coisas funcionam em Frömming, mas não tenho muitas oportunidades. As ideias vão surgindo e eu vou simplesmente escrevendo. Bom, espero que a fic vá longe, assim poderei introduzir tudo aos poucos. Tenho medo de confundir a todos. Adoro explicar as coisas, então se alguém tiver alguma dúvida, curiosidade sobre o futuro ou o passado dos personagens e etc, eu responderei se puder.
Quem seria o Jean-Pierre em quem Fabrizio pensou? Talvez um novo personagem, aliado ou inimigo? Talvez ambos? Aguardem.



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