Unapologetic escrita por oakenshield


Capítulo 5
Sister


Notas iniciais do capítulo

Como eu acabei de acordar, não tenho muito o que dizer. Apenas que eu estou feliz por vocês estarem lendo, mas estaria mais ainda se vocês comentassem também.



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Fabrizio estava certo. Katerina dormiu quando já estava quase de manhã e logo teve que acordar.

Como é de rotina, ela insistiu para as criadas irem preparando o seu vestido enquanto ela tomava banho sozinha. Ela sabia que é o trabalho delas a servirem, mas algumas vezes o excesso de atenção irrita. Só de vez em quando.

Depois de se enrolar no seu roupão, Katerina se dirige para o quarto, onde um vestido amarelo claro tomara que caia a espera. As criadas secam o seu cabelo e o deixam naturalmente enrolado, não com a franja lisa, como no seu aniversário. Elas passam bastante pó embaixo dos olhos dela e a ruiva pede para que elas façam uma maquiagem leve, então quando se olha no espelho ela fica contente com o resultado: uma sombra um pouco mais escura que a sua pele e um gloss nos lábios.

Na sua porta, Fabrizio a esperava. Ele pegou a mão dela e fixou seus lábios ali.

– A senhorita está deslumbrante esta manhã, princesa Katerina - ele a elogia, sorrindo. - Não que não esteja todos os dias, pode ter certeza que está, mas hoje a sua beleza está radiante.

Pelo canto do olho ela vê Michael no fim do corredor conversando com sua irmã, Rebekah.

Mesmo estando brava com os dois, Katerina decide entrar no jogo conforme Michael se aproxima e é obrigado a ouvi-los. A escadaria mais próxima fica alguns metros depois de onde a ruiva, o guarda-costas, alguns guardas e criadas estão.

– Não deveria me cortejar tão descaradamente, sr. Schwanz.

Cortejar, ela se castiga mentalmente. Você acha que está no século XVIII?

– Não há homem em Frömming que não a cortejaria nesta manhã, princesa. Ouso até expandir minhas palavras por todo o continente.

– O senhor ousa dizer muitas coisas, não é mesmo?

– Se me permite, senhorita, a ousadia abre portas em todos os setores - ele se aproxima dela e sussurra em seu ouvido: - Todos mesmo.

Assim que Michael e Rebekah descem as escadas e não podem mais ouvi-los, Katerina dá um tapa em Fabrizio que faz um estalo e deixa a sua mão vermelha e latejante.

– Não sei se era assim onde você vivia, mas em Frömming e, principalmente, no Palácio Archiberz as coisas são totalmente diferentes. Aqui tudo acontece do jeito que eu quero e quando eu quero.

– Pensei que o seu tio fosse o rei.

Todos os subordinados ficam espantados com a audácia do recém-chegado.

– Regente - ela o corrige. - Eu sou a verdadeira herdeira. O trono é meu e pode ter certeza que assim que eu assumi-lo a primeira coisa que farei é joga-lo nas masmorras.

+++

Depois do café da manhã, Katerina e Joffrey recebem alguns nobres estrangeiros e ela se dirige até o jardim da frente, onde vê uma garota de cabelos ruivos escuros e lisos, olhos verdes também escuros, pele pálida, alta, nariz pequeno e um sorriso nos lábios rosados.

– Hana!

– Kate - a garota de dezoito anos corre para abraçar a irmã. - Me desculpe por ter partido assim, mas não podia recusar uma partida de tênis com Donald Linznert.

– Don? Seu noivo? - a mais velha pergunta e a mais nova concorda com a cabeça. - Não sabia que ele jogava tênis.

– Posso te garantir que eu o venci.

Katerina puxa a irmã para um banco de jardim branco e as duas se sentam.

– Como vocês estão?

– Kate, eu posso te afirmar com todas as letras que eu o amo - Hana sorri enquanto olha para o nada, mas então se lembra da irmã. - Sabe, eu gostaria muito que com você e Erik fosse assim. Eu também não gostava de Don no começo, mas eu o conheci.

– Pelo menos vocês se conhecem há alguns meses, já eu conheci Erik na noite em que eu sofri um atentado.

– É uma das vantagens de não ser a herdeira - ela ri levemente, mas como Katerina não faz o mesmo, ela para. - Sabe, conforme você conhece a pessoa você vai se apaixonando pelo jeito dela, pelas atitudes e pela forma como ele trata as outras pessoas. Então ele começa a te tratar com carinho e quando você vê já está apaixonada.

– Eu não gosto dele, Han - ela respira fundo. - Discuti feio com Joffrey ontem.

Elas ficam em silêncio por um bom tempo até a mais nova quebrar o silêncio.

– Soube que você ganhou um guarda-costas de presente de aniversário.

Katerina bufa.

– Nem me fale. Eu o odeio com todas as minhas forças.

– Uau, já está assim?

– Assim como? - a mais velha questiona, não entendendo o tom da irmã.

– Sabe que dizem que há uma linha tênue entre o ódio e o amor.

Katerina ri.

– Não, Hana, de jeito nenhum. Não há a menor possibilidade. É sério. Eu realmente o odeio.

– Como eu disse, você se apaixona pelo jeito da pessoas, pelas atitudes dela...

– Bom, ele é um mal-educado, mal-humorado, invasor de quarto de princesas, leitor de diários escondidos, cortejador profissional, atrevido e chato. Muito chato.

– Isso me parece o início de uma história de amor, não de ódio.

Hana olha para os lados, vê alguns guardas e se levanta, puxando a irmã para um abraço.

– Fuja enquanto é tempo, Kate. Se você não ama Erik, desista de tudo. Não fuja por alguém que a espera e nem porque alguém irá fortalece-la ou ajuda-la depois, porque terá dois países contra você - ela murmura tudo muito rápido e baixo, mas Katerina entende cada palavra. - Fuja por você mesma. Desista desse casamento pela sua felicidade e procure um amor verdadeiro.

Katerina se afasta da irmã, impressionada com as suas palavras e seu pensamento rebelde. Conspirar contra um casamento real poderia ser considerado traição e poderia levar a pena de morte, mesmo que a conspiradora seja irmã da futura rainha.

– Tudo o que eu quero é que você seja feliz - ela beija o rosto da irmã e sai do jardim.

+++

No fim da tarde, Katerina subiu para o seu quarto, onde Fabrizio estava sentado na mesma poltrona de ontem, porém com o tornozelo esquerdo apoiado no joelho direito e lendo um livro sobre política e guerra. Isso fez com que o alivio entrasse no peito da ruiva.

– Finalmente você apareceu.

– Você não deveria estar me protegendo?

– Você estava em reunião.

Ela se joga na cama e fecha os olhos.

– Não consegui dormir, sabia?

– Aposto que sonhou comigo.

Ela não se deu ao trabalho de responder.

– Deixa eu tentar adivinhar - ele continuou. - Foi um sonho erótico?

Ela se levanta e o encara.

– Alguém já falou que você é muito convencido?

– Um sonho erótico comigo poderia explicar a sua baba.

– Como é?

– Você babou.

Ela faz uma careta e ri.

– Eu não costumo babar.

– É que você não costumava sonhar comigo pelado - ele se levanta da poltrona e caminha até ela. - Sabe, se você quiser realizar os seus delírios é só pedir. Estou ao seu dispor, princesa Katerina. Posso afirmar com todas as palavras que será uma honra e eu terei todo o prazer do mundo em satisfazer os seus desejos.

Isso a faz tremer, mas ela não deixa que ele perceba isso.

– Eu sou comprometida.

Eles ficam alguns segundos em silêncio, se encarando, até que Fabrizio senta-se na ponta da cama dela, tomando todo o cuidado do mundo para não amassar o lençol, em vão.

– Foi mal por ontem - ele pede, ainda olhando diretamente para ela. - Eu não devia ter mexido nas suas coisas. Invasão de privacidade e tudo o mais. Fui idiota. Foi mal.

Ela olha para a janela e, com tristeza, percebe que o dia está no fim.

– Quer mesmo ser desculpado? Me divirta.

Ele sorri maliciosamente.

– Sabia que toparia a minha ideia.

Ela se levanta rapidamente.

– Não! Eu... - Katerina respira fundo. - Você sabe o que eu quis dizer. Eu quero ser um pouco normal e irreconhecível.

– Com seus cabelos ruivos é impossível, mas eu tenho uma ideia.

Depois de algum tempo, Katerina se olha na frente do espelho, tentando verificar o resultado daquele desastre. Fabrizio havia comprado spray de cabelo preto e depois de ela passar chapinha no cabelo ele a ajudou com a tinta, que, graças aos céus, saia com água.

– Está horrível.

– Eu não achei - ele puxa o cabelo dela para trás dos ombros. - É porque você nunca havia se visto com os cabelos escuros. Está bonita.

Ela se levanta.

– Então, que vestido você me indica a usar?

– Vestido? - ele ri. - Nada disso - Fabrizio entrega uma sacola para ela. - Toma.

Uma calça preta justa, uma blusa da mesma cor escrita METAL com o T em forma de cruz e com lantejoulas formando a letra, salto grosso também escuro, com tachinhas douradas nele e cadarços na frente. Sem contar os anéis também dourados, um em forma de cobra enrolando-se no dedo e outro com garras de caranguejo. Ela colocou um em cada mão no dedo indicador quando saiu do banheiro.

– Eu pareço uma roqueira.

– Tira a franja do olho - ele aproxima-se dela e coloca o cabelo atrás da orelha. Fabrizio sorri. - Pronto, você está irreconhecível.

Katerina não conseguiu deixar de perceber que ele não estava mais vestido o típico terno de guarda-costas, mas sim uma calça azul escura folgada, blusa preta com uma jaqueta de couro por cima e tênis também preto.

– Você também não está nada mal - ela fala. - Então, aonde vamos?

– A uma festa - ele pega a mão dela. - Vamos. No meu quarto tem uma janela que dá para nós pularmos.

– Pular a janela? - ela questiona. - Estamos no segundo andar.

Fabrizio olha para trás e sorri para ela.

– Sou ousado, não é mesmo? Vamos que eu vou lhe mostrar a minha audácia.


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Notas finais do capítulo

Há um motivo para Fabrizio estar agindo assim e logo vocês descobrirão. No capítulo seguinte Katerina irá se divertir como nunca na vida e haverá uma surpresa.



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