Unapologetic escrita por oakenshield


Capítulo 47
Kurt's Daughter


Notas iniciais do capítulo

Eu gostaria tanto de conhecer cada leitor pessoalmente, mas como eu não posso, eu gostaria muito de conhecer vocês por aqui. Adoraria se vocês comentassem por vontade própria, mas vocês não comentam e eu tenho que ficar mendigando review. É tão ruim abrir as atualizações e não ter um comentário sequer.



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– Kate, você está... - maluca, é o que Michael quer dizer.

Uma enfermeira entra no quarto de Katerina com uma seringa em mãos.

– Pronta, Majestade?

Katerina concorda com a cabeça. Michael parece ter acordado com a vida no mesmo instante, pois segura a mão dela.

– Eu não consigo acreditar que isso seja verdade, mas...

– Nós teremos muito tempo para conversar sobre isso, Mike - a prima o repreende. Na frente da enfermeira, não. - Eu tenho que trazer uma criança ao mundo.

– Boa sorte - o loiro lhe beija as costas da mão e se aproxima do ouvido dela para dizer: - estarei torcendo para o meu sobrinho.

Katerina não consegue deixar de sorrir. A enfermeira aplica o líquido nas costas da rainha, dizendo que ela precisava ser sedada parcialmente. Outros enfermeiros apareceram e a levaram para a sala de cirurgia. Michael fica sozinho, olhando para o nada.

– Vocês poderão conversar em breve - a enfermeira diz ao loiro e de repente ele a olha. Ela está com um sorriso assustador nos lábios quando murmura: - se ela sobreviver.

Katerina chega na sala de cirurgia e vê Erik lá, de luva, máscara e jaleco. O acompanhante.

– Você está bonito - ela diz.

– Infelizmente não posso dizer o mesmo - os dois dão uma risada fraca. Erik a beija no topo da cabeça. - Vai dar tudo certo.

Os médicos colocam um pano azul claro, separando-a da parte de onde o bebê sairia. Katerina estava tranquila, amortecida, sem sentir nada. Ela não estava tendo contrações, até porque o bebê não queria nascer. Ivna causou aquilo.

De repente parece que uma onda de espinhos estão sendo fincados no seu estômago. É como se um machado recentemente afiado tivesse a cortado ao meio. Sua cabeça parece estar rachando e todos os ossos da sua coluna parecem estar se quebrando naquele momento.

Ahhhh! - ela geme alto de dor.

– O efeito do sedativo passou - um dos médicos fala.

– Como assim passou? - o médico-chefe pergunta. - Não foi aplicado uma quantia suficiente?

– AI MEU DEUS! - Katerina grita.

– Eu vejo a cabeça do bebê! - a enfermeira que a buscou no quarto avisa.

– Ela... - Katerina aponta para a moça. - Ela que me sedou.

Os homens da sala olham para ela, a mulher recua. Erik caminha até ela e rasga o seu jaleco e puxa a sua blusa para cima. Todos ficam assustados a princípio, menos Katerina. Ele está a procura da tatuagem.

– O lobo - ele sussurra, apontando para a pequena tatuagem abaixo dos seios dela. - O lobo dos Apátridas. O lobo dos rebeldes. Ela é uma das condecoradas. Infiltradas especiais.

– EU VOU MORRER! - Katerina urra. - DEIXEM-NA. EU VOU MORRER!

Erik vai até ela.

– Essa rebelde precisa ser presa, Kate. Ela tentou te matar.

– O nosso filho vai nascer - ela agarra a mão dele. - Deixe-a.

Erik faz um enfermeiro segurar a rebelde.

– Chame os seguranças. O meu filho vai nascer.

– Traga-me a morfina - o médico-chefe fala. - Não há tempo para outros sedativos.

– Mas senhor... a morfina é a mais forte de todas - um enfermeiro murmura, amedrontado. - Ela pode ficar apagada por dias. É um sedativo geral.

– Eu estudei sobre a morfina durante meses na faculdade - o médico-chefe fala com a mão estendida. - Me passe a morfina, enfermeiro.

O mundo de Katerina começa a ficar borrado. Ela agarra a mão de Erik quando sente uma dor insuportável. Ela sente dores por todo o corpo que logo começam a desaparecer. Ela está se acostumando com a dor, com o sofrimento.

Não, ela diz a si mesma. É a morfina.

Katerina volta a não sentir nada, como no começo. Suas pálpebras tornam-se pesadas e se manter acordada é um novo fardo. Seu corpo amolece e a sua barriga estremece. Um choro alto se expande pela sala de cirurgia.

– É um menino - ela ouve uma voz abafada. É a voz emocionada de Erik. - É um menino, Kate. Nosso menino.

– Erik - ela murmura.

– Oi?

– Não - ela pisca pesado. - O nome dele é Erik.

Seus olhos tornam-se exaustivos demais e ela os fecha.

+++

Andrew acorda com a porta do hotel quase sendo arrebentada. Sua vontade é de esmagar a cabeça do otário que o acordou, mas a vontade passa quando abre a porta e vê Josh parado lá.

– O que você está fazendo aqui, cara? - ele pergunta, coçando os olhos.

Josh entra no quarto sem ser convidado e vasculha desde o armário até embaixo da cama, entra no banheiro e olha absolutamente tudo.

– O que é isso? - ele pergunta ao irmão mais velho. - O que você está fazendo em Hahle?

– Onde está Melanie?

Andrew franze a testa e depois dá de ombros.

– A namorada é sua, como é que eu deveria saber?

Josh retira a carta amassada no bolso e entrega ao irmão. Andrew lê tudo aquilo e parece surpreso, mas simplesmente amasse o papel novamente e entrega o irmão.

– Você não tem nada a dizer? - o mais velho pergunta, furioso.

– Se fosse verdade, você realmente acha que eu estaria dividindo um quarto com Savannah? Aquela garota dá medo.

– Onde ela está?

– Provavelmente tomando café. Aquela garota de cabelo roxo tem um buraco no lugar do estômago.

– Eu estou falando da Melanie.

– Eu não sei! - Andrew grita. - Olha pra mim, Josh. Você acha que eu estaria em Hahle se Melanie viesse atrás de mim dizendo que me ama? Você só pode estar maluco.

– Então onde ela está?

– Sei lá. Deveria estar com você. Ela só pode ter voltado as origens no norte.

Josh parece pensar nisso pela primeira vez, mas balança a cabeça negativamente.

– A Praga está de volta em Meurer. Ela nunca voltaria para o norte.

– Eu e você sabemos como ninguém que ela voltaria por uma pessoa.

– O irmão moribundo - Josh respira fundo. - Eu tenho que ir atrás dela. Se Vincent descobrir...

Andrew segura o braço do irmão.

– Eu e Savannah conseguimos o apoio dos Hallaya. Eles ainda precisam casar Fleur. Ela é o troféu deles e eles não podem se dar ao luxo de perdê-la. Vamos chamar Matthew e Hillary em Las Mees. Vamos voltar todos juntos.

Josh concorda.

– Mas antes eu preciso passar em Frömming.

– Por quê?

– Katerina precisa saber que a irmã está em perigo.

Andrew dá risada.

– Depois de tudo, você realmente acha que aquela menina se importa com Melanie ou alguma outra pessoa que não seja ela mesma?

– Você não ouviu o que eu falei? É irmã dela. Se contarmos isso a rainha, teremos o apoio dela. Ela pode não se importar, mas um leão sempre defende os seus.

– Kurt era adotado, ele não é um leão.

– Foi criado como um e nós sabemos que Melanie age como se fosse um - Josh fala e Andrew dá uma leve risada. - Temos que fazer isso por ela, Drew. Por ela.

+++

Erik, o bebê, estava no hospital há exatamente um mês. A rebelde infiltrada fugiu, mas as buscas por ela continuam. O esperado é que Erik fique mais quinze dias no hospital. Hoje é o casamento de Rebekah.

Katerina analisou e percebeu como os últimos meses foram recheados de casamentos. Casamento de pessoas importantes, casamentos feitos por decisões importantes, casamentos feitos por decisões de pessoas ainda mais importantes. Casamentos para fortalecer alianças, casamentos para formar novas alianças, casamentos simplesmente para se livrar de alguém, mas nenhum casamento para ser realmente feliz.

– Não há felicidade na Corte - Joffrey sempre dizia. - Você escolhe entre ter dinheiro e poder ou ter amor, felicidade e morar em um barraco.

Katerina sempre achou que era uma forma ridícula de se pensar, logo após o seu casamento acabou concordando com o tio. Hoje em dia, ela pode dizer que ele estava parcialmente certo. Poucas pessoas conseguem fazer um casamento arranjado dar certo, menos da metade consegue admirar o seu cônjuge de verdade e não simplesmente segurar-se para não dizer a verdade. Provavelmente menos de 1% podem dizer que se apaixonaram pelo seu cônjuge arranjado. Katerina se sente feliz por estar entre esses 1%, mas para ela ainda parece que algo está faltando. Mesmo estando casada, amando o seu marido, com um filho e com um trono, ela não se sente completa.

– Ninguém consegue se sentir completa - Hana disse a irmã mais velha quando ela lhe falou sobre o assunto. - Sempre vai ter algo faltando.

Katerina está com um espartilho claro, algo entre um bege e creme. A armação da saia é preta e a saia por cima é de um tom rosa bebê, porém como é meio transparente, o preto aparece. Ela não estava nem um pouco com vontade ir a esse casamento, principalmente porque o seu filho ainda não está em seus braços e isso a preocupava. No dia em que saiu do hospital, a imprensa em peso estava lá. Todos se decepcionaram ao ver que o bebê não estava em seus braços. Katerina se retirou para o carro, cansada demais para responder as perguntas, enquanto Erik só disse a eles que o bebê é um menino e que o nome dele é Erik.

– Eu não quero ir - Katerina murmurou quando estava na hora de começar a se arrumar. Ela estava deitada no peito de Erik, sua enorme barriga já desaparecida. Katerina percebeu que em três semanas já havia perdido todos os quilos que havia ganhado com a gravidez.

– Nós precisamos - ele disse, a beijando no topo da cabeça. - Rebekah é a sua prima, você é a rainha. Nós precisamos.

Os cabelos da ruiva estão enormes hoje. Os cachos bem modelados estão mais compridos, quase na cintura, e ela teve uma pena enorme de prendê-los, por isso disse para as criadas apenas ajeitarem-nos de uma forma que ficasse bonito. Katerina nunca os achou tão lindos, caindo como água jorrando de uma cascata.

Erik não ficava para trás, mas parece que o seu ânimo estava tão preguiçoso quanto o dela. Seus cabelos estavam arrumados de uma forma bagunçada, porém estavam loiros brilhosos de uma forma tão linda que ela não conseguiu deixar de sorrir.

– Vou ver como as coisas estão lá embaixo e já volto para te buscar - ele avisa para Katerina e lhe dá um beijo antes de sair do quarto.

A rainha ajeita uma coroa de esmeraldas na cabeça. Ela dispensou as criadas mais cedo e estava sozinha no quarto, por isso teve que atender a porta quando alguém bateu. Joshua Duninghan, o namorado de Melanie, estava lá.

– Majestade, sei que não é o melhor dia para falarmos, mas a senhora precisa saber de algo.

Seus olhos parecem aflitos. Katerina o conduz até o escritório acoplado que havia no seu quarto.

– Podemos falar aqui.

Porém Erik aparece como um foguete no quarto, a interrompendo.

– Katerina! - ele a chama. - Katerina!

Erik irrompe no escritório, adivinhando onde ela estava.

– Ah, foi mal. Não vi que você estava com gente.

– Está tudo certo - ela o acalma. - O que aconteceu?

– Tem um cisne de gelo lá embaixo.

– Quê? - ela não entende nada.

– A sua prima encomendou uma estátua enorme de cisne feita em gelo.

Katerina bate na testa.

– Quanto isso vai me custar?

– Vai nos custar, não é mesmo? - Josh murmura. - É o povo que paga os luxos da sua prima enquanto A Praga se espalha pelo norte.

Katerina olha para ele.

– O quê?

– Vincent perdeu o controle. Cada vez que alguma foge da sua posse ou ele quer chamar a atenção de alguém, A Praga volta a atacar. Ninguém entra e ninguém sai do norte, a maioria das casas está marcada de vermelho nas portas com um enorme X. É A Praga.

– A Praga é uma infecção, não é? - Erik pergunta, se sentando na única cadeira vaga, ao lado da de Erik. - É um vírus. Algo natural.

Josh balança a cabeça.

– Nós, Apátridas, temos nossas desconfianças. Vincent é cercado de cientistas e tem o seu próprio exército. É provável que ele esteja por trás de tudo.

– Nós temos que invadir o norte, então - Katerina fala, exasperada. - Esse homem é um tirano!

– Podemos montar um plano depois, com a lista da verba que teremos disponível, soldados e etc. - Erik fala. - Agora temos que resolver o que fazer sobre o cisne de gelo.

– Você não está entendendo! - Josh se desespera. - Melanie está lá. Vincent pode matá-la a qualquer momento.

Katerina olha para os dois, pensativa.

– Joshua, não há muito o que eu possa fazer agora. Hoje é o casamento da minha prima. Não dá para simplesmente eu convocar um exército para invadir o norte. Teremos que esperar até amanhã.

– Me perdoe, Majestade, mas a vida de Melanie está em jogo. Eu não posso esperar e creio que a senhora também não.

– E por que você acredita nisso?

Joshua olha para a rainha. O segredo não o pertencia, mas se fosse para salvar Melanie, ele revelaria para os sete ventos todos os seus segredos. Agora ele entendia o porquê da carta. Ela queria salvá-lo da praga, ela queria vê-lo vivo, mesmo que isso custasse a felicidade dos dois. Mas não, Josh não podia aceitar aquilo. Ele só podia ser feliz ao lado daquela mulher.

Sendo assim, ele decide falar tudo antes que tudo estivesse acabado.

– Porque Melanie também é filha de Kurt.


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Notas finais do capítulo

Meu planejamento é para mais dois capítulos que só sairão se tiver comentários. Não irei postar mais sem comentários. Xoxo.



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