Unapologetic escrita por oakenshield


Capítulo 38
Fight or Flight


Notas iniciais do capítulo

Vocês não está comentando, gente! Como posso saber quem está e quem não está gostando? Como posso saber se vocês querem que eu continue se vocês não dizem nada? Eu amaria poder responder pelo menos um comentário, por mais curto que seja, de cada leitor. É decepcionante abrir o Nyah! e não encontrar nenhum comentário, dá vontade de parar.



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Melanie olha para o monitor a sua frente.

– Está tudo sob controle - ela garante a mãe.

Valentina Hemingski é tão diferente da sua filha mais velha. A mãe tem a pele mais clara, cabelos mais escuros e levemente ondulados nas pontas, na altura dos ombros. Os olhos de Valentina são como a noite enquanto os da filha são castanhos esverdeados. As duas têm a mesma altura e Melanie é bem alta para quem tem vinte e dois anos.

– Eu deveria imaginar que deixar você e os seus amigos no comando não seria uma boa ideia, mas eu confiei porque achava que uma distração a ajudaria a esquecer que...

– Mãe, por favor - Melanie a interrompe. - Eu não quero lembrar. Será que você pode me fazer esse favor?

– Você não pode ficar assim a vida toda, filha - a voz de Valentina se suaviza. - Se você não tentar trazê-la de volta, é melhor desistir.

– Um dia eu vou revê-la - a morena diz. - É só questão de tempo.

– Tudo bem, tudo bem - Valentina a olha profundamente, como se estivessem frente a frente. - Lembre-se do que você está fazendo, não perca o foco. Se aproxime de Harriet para conseguir uma forte testemunha contra Joffrey. Assim que ele cair, Vincent enfraquecerá.

Melanie assente e com um sorriso, ela diz:

– Então finalmente poderemos começar a nossa revolução.

+++

– O que esses rebeldes estão fazendo aqui?

Hugh não sabe o que responder.

– Eles foram convidados pela rainha, milorde.

– Mas isso é uma afronta contra mim e contra o norte! Imagine só se Vincent imaginar que eu estou abrigando Apátridas...

– O senhor não está abrigando ninguém, milorde. Sua sobrinha está. O Senhor de Meurer deve saber pela sua boca da verdade antes que os boatos cheguem até lá.

– Você tem razão, Hugh. Tente se comunicar com Vincent em meu nome - ele decide. - Assim que ele atender, passe para mim. Há assuntos que precisam ser resolvidos sobre alguns rebeldes.

+++

Valerie está preocupada com Alison.

– Os espiões se dispersaram, Alis. Você é a única que ainda está em Frömming. É muito perigoso.

– Você foi muito útil nos últimos meses, Valerie. Muito obrigada - a loira pega as mãos da morena. - A melhor coisa que Leona poderia ter feito por Altulle foi ter a trazido até nós.

– Sua mãe era a melhor amiga da minha. As duas vieram da França - Valerie fala. - Ajudar a sua família foi uma honra, mas Alis... Eu estou falando sério. Eu não quero que Joffrey te flagre aqui. Ele já provou ser perverso o bastante e...

– Eu sei me defender, Vale, mas obrigada pela sua preocupação.

– Não é preocupação - a morena tatuada se aproxima. - É paixão.

Então os lábios de Valerie tocam os de Alison. A loira fica surpresa no começo. Ela sempre soube que a caçula dos Le Lëuken é homossexual, mas nunca pensou que as duas algum dia poderiam ter algo. Para Alison, elas eram apenas amigas, mas os seus lábios tem gosto de framboesa e isso a faz deixar acontecer. Porém quando elas se separam, Alison se afasta mais um pouco.

– Somos amigas, Vale. Não podemos fazer isso.

– E por quê não?

– Você é noiva do meu irmão - Alison se indigna. - Hector não merece isso.

– Mas eu não amo o seu irmão - Valerie cospe das palavras. - Eu amo você.

Isso mexe tanto com a loira que ela sente que perdeu o seu chão. Valerie passa por ela para ir até a porta, mas Alison a puxa e a beija novamente, porém dessa vez mais intensamente.

– Isso não pode mais acontecer - a loira murmura.

Com um sorriso nos lábios, Valerie concorda.

– Eu posso viver com isso.

+++

Anne Dummer chega ao seu ápice no mesmo momento que Joffrey. Depois de um beijo apaixonado, ela cai para o outro lado da cama e puxa o lençol de seda até a altura dos seus seios.

– Você é maravilhoso - ela sussurra.

– E você é tão perfeita que eu não consigo ficar longe nem por um segundo.

Ele a beija novamente e quando pensa em ir para o segundo round, a luz azul do monitor começa a brilhar. Joffrey levanta da cama rapidamente, coloca uma camisa e mal a abotoa quando se senta na cadeira na frente da tela de tamanho mediano. Vincent está do outro lado.

– Meu amigo Joffrey, você queria falar comigo?

– Ah, sim - ele ajeita os cabelos. - Não sei se já soube, Vince, mas os Apátridas estão em Frömming - ele respira fundo - e no Palácio Archiberz.

Vincent não altera o seu olhar e nem o tom de voz, o que surpreende Joffrey.

– A sua sobrinha não está no comando? - ele pergunta e o ex-rei Regente assente com a cabeça. - Então controle-a.

– Katerina é bem temperamental, como qualquer Archiberz. Ela acha que está no seu apogeu e que o povo está nas suas mãos, mas ela não sabe ainda como o cargo tão alto exige da pessoa. Logo ela se desespera e me pede ajuda.

– Você ainda tem uma cadeira no Conselho, use-a - Vincent fala com um tom neutro, mas Joffrey sabe que por dentro ele está irritado. - Se os outros Conselheiros concordarem com você...

– Katerina nunca ouviu os Conselheiros.

Então Vincent tem um estalo.

– Me diga uma coisa... Melanie está ai?

Joffrey normalmente não sabia o nome dos treinandos do PMI, mas uma prodígio como Melanie Hemingski não era qualquer pessoa. Aquela garota era tão incrível quanto Katerina um dia foi na sua infância.

Ele ainda se lembra da garota de cabelos ruivos e cacheados correndo pelo jardim do palácio enquanto olhava as outras crianças brincando. Ela analisava todos durante a primeira vez, via as suas fraquezas e no que eles eram bons e usava isso ao seu favor. Katerina sempre fora muito estrategista.

Melanie, por outro lado, tinha um dom físico maravilhoso. A garota é muito boa com armas de fogo, Vincent havia lhe dito, mas como o próprio Joffrey havia presenciado, o seu verdadeiro talento eram as facas. A morena é tão boa que consegue acertar um alvo enquanto gira. Provavelmente mataria um homem enquanto faz as unhas.

– Sim - Joffrey fala. - Ela é a comandante do grupo.

Vincent sorri e e inclina na cadeira do outro lado.

– Então não há problema algum.

Joffrey fica confuso.

– Não entendi.

– Você conhece outra garota Hemingski?

– Não. A única que eu conheço é Melanie.

– É claro que sim, porque a outra Hemingski viva é Valentina, mãe de Melanie e a grande mulher por trás dos Apátridas - Vincent fala. - Também tem Luna.

– Luna? - Joffrey franze a testa. - Já ouvi falar de Valentina, afinal eu tinha negócios com os Apátridas. Mas Luna?

– Luna Hemingski é um bebê e eu tenho certeza que você a reconheceria em um minuto. Apesar de tudo, a menina não tem nada a ver com a mãe. Eu o enviarei a foto.

Então ele corta a ligação sem se despedir. Joffrey fica ali, olhando para a tela, até que a luz azul volta a piscar. Uma foto chegou.

Meu Deus.

– Anne, venha cá - ele chama a amante. - Olhe só isso.

Um bebê está na foto: uma garota de no máximo um ano de idade. Ela tem poucos cabelos e eles são ruivos, sua pele é branca como neve e seus olhos grandes têm um tom entre azul e verde.

– Mas essa menina lembra Kurt - Anne fala. - Olhe só o traço dos olhos. Apesar da coloração ser diferente, a forma é igual. Levemente puxado, a pele clara e... olhe esses cabelos! É impossível que essa menina não tenha um parentesco com você, Joff.

Logo embaixo da foto havia uma mensagem.

"Essa é Luna Hemingski, filha de Melanie Hemingski e Joshua Duninghan. A garota está sob minha posse e proteção. É certo que quem quer que veja essa foto irá reconhecer a garota como uma Archiberz.

Isso não pode cair em mãos erradas. Faça com que essa foto chegue até Melanie. Ela irá entender o recado.

Vincent Fieldmann, Senhor de Meurer"

+++

Melanie olhou para o prato diante dos seus olhos.

– Como diabos se come essa coisa?

Joshua dá risada.

– Você usa o alicate, Mel - ele pega para ela e começa a cortar a lagosta. Melanie não sabe o que ele está fazendo, mas quando termina ele molha os dedos em um pote na frente dela.

– Mas essa não era a sopa?

– É para lavar as mãos - ele sussurra.

– Obrigada - ela o beija. - Você sempre me salva nesse tipo de coisas. Amo você.

Josh sorri para ela.

– Eu também te amo.

Katerina sente o seu estômago doer e tem a impressão de que não tem nada com o seu bebê e sim com o fato de que ela queria que Fabrizio estivesse ali com ela. Apesar disso, o bebê é a desculpa que ela murmura no ouvido de Erik para se retirar da mesa.

Mas ela não segue o caminho para o banheiro e sim para a porta da frente, mas antes de consegui chegar ao jardim, Katerina sente uma mão apertar o seu pulso.

– Você.

Fabrizio. Francis. Tanto faz. Tudo o que ela sabe é que a vontade de tê-lo ali perto dela de repente se esvaiu e tornou-se em nada além da raiva que voltou a consumi-la internamente.

– Eu vim me despedir.

Ele a puxa pela cintura e cola os seus lábios nos dela. Katerina sente o sangue fluir pelas suas veias rapidamente e correntes elétricas percorrem a sua espinha. A sua aorta está bombeando tanto sangue nesse momento e a sua jugular está tremendo tanto que ela sente que pode explodir a qualquer momento. Ela está sem salto alto hoje, então fica nas pontas dos pés para ficar na altura do amor da sua vida.

Katerina enlaça seus dedos na nuca dele e aprofunda o beijo. Ela não se importa se alguma criada está caminhando pelos corredores, se algum segurança está parado em frente ao palácio e muito menos se qualquer pessoa vá ver a cena, porque tudo o que ela quer é que esse momento não acabe nunca. Assim como a maioria dos seus acessos de raiva, esse também foi embora rápido e o amor e a nostalgia voltam para o seu peito como uma lufada de ar.

Seus pulmões clamam por ar, mas ela não pode parar porque sabe que quando seus lábios não tocarem mais os lábios de Fabrizio ela terá que ser dura e terá que deixar a mágoa tomar conta dela novamente. Ela não quer, não quer que isso acabe nunca, mas ela sabe que o momento se aproxima e o desespero toma conta do seu corpo. Ela não o larga e a sua garganta começa a sufocar, o seu cérebro não oxigena mais e ela não consegue respirar. Katerina sente que pode morrer sem ar, sente que o seu mundo está desmoronando, sente que todo o seu amor vai se dissipar em momentos e que tudo vai voltar a ser como antes mas

ela

não

quer

parar

Ela para.

Katerina se separa de Fabrizio e os dois ficam com a respiração falhada durante muito tempo, puxando o ar vigorosamente para dentro de si. Ela sente a vida voltando a entrar no seu corpo e junto com ela a raiva, a mágoa, o rancor e todos os sentimentos ruins que ela possui. Ela ama Fabrizio, mas odeia Francis. E esse garoto é Francis, não Fabrizio. Fabrizio não existe, ele é apenas um ilusão. Assim como o amor deles.

Nada disso foi real, ela lembra a si mesma. E quando eu abrir os olhos eu vou saber que nada disso foi real, nada disso foi real. Nada disso foi real.

Nada

disso

foi

real

Katerina abre os olhos.

– Eu amo você - ele diz.

– Me solta.

Fabrizio abre os olhos, surpreso.

– Kat...

– Me solta - ela tenta se mover para o outro lado, mas as mãos dele não deixam. - Me solta - sua voz soa mais alto. Fabrizio a segura e ela tenta se empurrar para o jardim, para o ar, para a vida da noite, mas não consegue. - Me solta!

– Solta ela - a voz de Erik soa alta e imponente.

Fabrizio nem percebe a burrada que está prestes a acontecer, mas então ele solta Katerina e ela cai de lado no chão, com o choque atingindo em parte a sua barriga.

– Kate! - Erik grita, vindo até ela. O loiro se ajoelha ao seu lado e Katerina vê lágrimas se formarem nos seus olhos. - Você está bem? - ele pergunta. - Pelo amor de Deus, Kate, me diz que você está bem. Me diz que você não o perdeu, por favor...

– Está tudo certo - ela diz, sentando-se. - Eu estou bem.

Erik lhe beija a testa e se levanta rapidamente. Ele olha para Francis com ódio e depois acerta um soco que Katerina ansiou ela mesma dar.

– Seu merda, quem você pensa que é para fazer isso com ela? Aqui você não é Francis Kionbach, futuro rei de Altulle. Estamos em Frömming. Aqui você é menos do que nada porque a sua família não tem moral alguma nesse lugar.

– E você não é nada além do marido da rainha.

– Eu sou rei de Ahnmach por direito e rei de Frömming por casamento. Eu também tenho o meu título de nobreza e não preciso me impor para que isso seja provado.

– Ela caiu, foi um acidente! - Francis berra.

Erik lhe acerta outro soco, desta vez no outro olho. Porém ele estraga tudo quando grita:

– Ela está grávida, seu babaca!


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Notas finais do capítulo

Mais revelações. Bom, comentem, por favor. Eu não sei se vocês estão gostando e eu preciso saber como vocês se sentem, se eu preciso melhorar algo e etc... Por favor, comentem.



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