Unapologetic escrita por oakenshield


Capítulo 34
I Wanna Be The Queen


Notas iniciais do capítulo

Desculpem-me pelo suspense. I'm back!



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As coisas não estavam acontecendo conforme o planejado. A conversa entre Katerina, Harriet e Joffrey não havia sido a mais civilizada da Corte.

– Hana não pode saber - ela fala depois do silêncio que foi causado por seguidos insultos das três partes. - Ela veio para Frömming para se casar e logo vai para Ahnmach. Em breve contaremos a novidade para ela.

Katerina se levanta da cadeira e olha para a mãe.

– Se eu soubesse da verdade, nada disso teria acontecido. Parece que o passado de vocês está mais ligado do que ambos estão revelando.

Antes de sair, ela não consegue deixar de ouvir a voz de Joffrey murmurar:

– Mais do que você imagina.

O que eles estavam escondendo?

+++

Francis termina de arrumar as malas, mas Hugh, o primeiro guarda-costas de Joffrey, veio avisá-lo que ele ficaria até amanhã por causa do casamento da princesa Hana.

Vagando pelo palácio, ele se surpreende quando a ruiva mais nova das irmãs Archiberz toca o seu ombro e o chama para conversar.

– Francis Kionbach, certo?

– Sim.

– O que você ainda faz aqui?

– A protegerei durante o seu casamento - ele sorri de forma sarcástica. - Irônico, não? Parece um deja-vu...

– Eu não sou como a minha irmã - Hana fala. - Eu não sou ingênua o suficiente para acreditar em qualquer palavra que saia da sua boca. Você não precisa desse emprego, mas há vários homens que fariam de tudo para estar dentro do palácio. Matariam para ter a honra de participar da segurança da princesa herdeira do trono. Você teve todas as chances do mundo e você jogou todas fora.

– Mais lição de moral... - Francis rola os olhos. - Eu já conversei com Katerina. Nos acertamos. Ela desistiu, eu não. Ainda há esperança.

– Esperança para quê? Para você magoá-la de novo? Eu não quero que você quebre-a novamente, está entendendo? Katerina é o futuro desse país, ela é minha irmã, mas acima de tudo é a minha rainha e ela está casada. Está na hora de você ir embora daqui.

– Você ama o seu noivo, Hana?

– Que tipo de pergunta é essa?

– Você o ama? - Francis repete a pergunta.

– É claro que amo. Don é tudo o que eu tenho.

– E como foi quando você soube no ano passado que ele havia dormido com Leona Le Lëuken? - Francis pergunta. - Você desistiu?

– Não é a mesma coisa.

– Não? - seu tom de voz insinua que ela está enganada.

– Don ainda não gostava de mim do jeito que eu gostava dele. Nós começamos a conviver a pouco tempo.

– Mesmo assim você deve ter se sentido traída. Saiu em rede internacional o assunto. O maior escândalo do ano.

– Don me traiu fisicamente, você traiu minha irmã emocionalmente.

– A dor é a mesma! - ele aumenta o tom de voz. - Você acha que eu sou o quê? Sim, eu, Francis Kionbach, herdeiro de Altulle, vim para Frömming para descobrir segredos internos, negócios novos e para revelar a todos quem Joffrey realmente é. Acima de tudo, eu vim para mostrar a você e a sua irmã, mas principalmente ao país todo, que Joffrey foi responsável pela morte do rei Kurt, o seu pai. Aquele homem está no Pequeno Salão, enchendo a cara de vinho e rindo como se fosse o rei do país. Ele matou o seu pai e você age como se o monstro aqui fosse eu!

Francis respira fundo e Hana sente os olhos arderem. As lágrimas logo irão cair.

– Eu vim para ajudar.

– Por quê?

– Porque além de ter matado o seu pai, Joffrey matou a minha mãe. Porque apesar de Kurt ter ficado sabendo e não ter feito nada, o meu pai ainda tem uma dívida com o seu. Uma dívida que deve ser cumprida mesmo depois da morte.

– Que dívida é essa?

– Meu pai envenenou Caine Archiberz e colocou a culpa nos Apátridas. Kurt descobriu e mesmo assim o deixou viver. Os dois se tornaram amigos e assim foram até Joffrey invadir o nosso país, entrar na nossa casa e matar a minha mãe na minha frente e na frente do meu pai. Eles não se falavam há três anos quando o seu pai veio a falecer.

Francis revelou tudo isso para Hana porque ele sabia que ela não contaria para ninguém e ele estava louco de guardar tudo aquilo para si. A sua cabeça estava prestes a explodir e se ele simplesmente não jogasse toda a verdade para alguém compartilhar aquilo com ele...

A loucura é o próximo estágio.

Depois do silêncio, Francis vê as lágrimas escorrendo pelos olhos de Hana. Como ele não havia percebido aquilo? Ela chorava baixo há tempos.

– Mas a minha irmã...

– Sua irmã é madura o bastante para escolher por ela mesma.

Hana seca as lágrimas, mas os seus olhos ainda ficam vermelhos e inchados, prontos para jorrar mais um litro de água para fora.

– Eu sei que você não liga porque nada aqui te pertence, mas eu me importo. É a minha irmã, é o meu país! Katerina está casada e ela merece ser feliz longe de alguém que só a machucou.

– É o meu amor.

Hana olha para Francis.

– Eu sei que você entende isso porque já passou por situação semelhante. Eu agi errado, mas me arrependo. Estava me preparando para contar a sua irmã, mas Joffrey fez questão de estragar tudo. Eu me arrependo das coisas erradas que eu fiz porque eu a amo.

Ela não diz nada, apenas o encara sem expressão alguma. Francis não vê um traço de emoção sequer.

– Eu amo Katerina e eu não vou desistir dela. Não me importa se ela está casada, não me importa se você está aqui para falar comigo e muito menos não me importo com as ameaças de Joffrey. Quem ama de verdade sabe que desistir não é uma opção.

Hana desvia o olhar e seca a última lágrima que caiu dos seus olhos.

– Nós sempre temos uma escolha.

– E eu fiz a minha - Francis fala. - Eu escolhi Katerina.

+++

O casamento de Hana e Donald aconteceu. Todos estavam reunidos no Grande Salão e a imprensa marcou presença, claro. Nobres de todos os continentes estavam ali. Katerina ainda não possui herdeiros, então se algo acontecer a ela, Hana será a rainha de Frömming. Todos precisam preparar o terreno, afinal.

A recém-casada, no entanto, não tirava a conversa que teve com Francis da cabeça. Sendo assim, ela o procurou em meio a chuva de cumprimentos que lhe era dado e quando o achou, fingiu que estava sendo saudada por ele.

– Precisamos conversar de novo.

Quando teve uma folga, Hana fingiu que ia ao banheiro e chamou Francis com o olhar. Ele a seguiu de longe.

– O que está acontecendo?

– Eu quero que você fique.

– Como? - ele questiona, surpreso.

– Quero que você fique em Frömming, mas você é o herdeiro de Altulle e deve cuidar do seu país. Deve se casar em breve - a ruiva solta tudo muito rápido. - Bom, quero que você saiba que se você decidir ficar, terá passe livre ao palácio não como guarda-costas, mas como meu convidado.

– Por que isso de repente?

Ela sorri para ele.

– Você está certo. Quem ama de verdade sabe que desistir não é uma opção - Hana diz. - Eu acredito no seu amor pela minha irmã, Francis. Eu pretendo lhe ajudar no que for preciso.

+++

Erik afasta a loira que tenta tirar a sua calça social a qualquer custo.

– Fleur, para com isso! - ele a segura pelo rosto. - Nós não podemos mais fazer isso, ok? Eu não posso mais fazer isso. Eu não quero.

– Por quê? - ela pergunta. - Você é gay?

– Eu estou casado agora.

Ela dá risada.

– Desde quando você ligou para compromisso? - Fleur Hallaya pergunta. - Nunca quis nada comigo, mas sempre ficou perto de mim. Estamos aqui no casamento da sua cunhada, juntos e longe de todos nesse corredor deserto...

Ela tenta desabotoar a camisa dele, mas Erik se afasta ainda mais.

– Você não é o tipo de mulher que é comprometida.

Ela cruza os braços.

– E que tipo de mulher você acha que eu sou?

– Eu não sei, Fleur. Me diga você.

– Sou uma mulher que consegue tudo o que quer e no momento eu quero você.

– Eu gosto de Katerina - ele admite. - Não há nada que você possa fazer para mudar isso. Você sabe qual é a pena de traição? Talvez em Hahle não seja assim, mas em Frömming é. A pena a se pagar é a morte e adivinha? Há um tipo de morte de acordo com a sua traição. A nossa, se formos pegos, além de ser traição de um marido contra a sua esposa, o que faz com que o marido seja castrado e a amante perca as mãos, é traição contra a rainha e isso é o pior crime de todos. A forca.

– Eu não ligo para a morte.

– Vai ligar quando sentir o ar abandonar os seus pulmões. Eles sempre pegam uma corda longa demais para que enquanto a pessoa tenha uma parada respiratória seja decapitado. É horrível.

– Nós vamos morrer e nunca vamos voltar. De que me importa quanto tempo eu vivo? Prefiro estar presente neste mundo por vinte anos fazendo tudo o que eu quero do que viver até oitenta como uma velha ranzinza e mal amada.

– Então você precisa encontrar alguém que a ame, porque eu não tenho esse tipo de sentimentos por você. O que rolava entre a gente era tesão, só isso. Acabou. Nem isso tem mais.

Fleur se sente mais uma vez humilhada e lhe dá um tapa na cara.

– Isso poderia lhe custar horas na cadeia de choque elétrico.

– Eu passaria por meses de tortura só para ter o prazer de lhe dar esse tapa novamente. Eu morreria pela forca, decapitação ou de tanto apanhar, não me importo. Eu morreria para poder te matar.

Isso o assustou um pouco. Erik sabe como uma mulher humilhada é mais agressiva do que qualquer rei zangado.

– Mas eu não vou fazer isso. Eu tenho planos - ela sorri. - Eu quero ser rainha.

– Você pode ter uma - ele tenta mudar o assunto. - Petrus Hüfner ainda está disponível. Francis Kionbach está noivo da herdeira da Inglaterra, mas o casamento ainda não aconteceu. Você tem chance, Fleur.

Ela balança a cabeça.

– Você não entendeu.

– O que você vai fazer? - ele tenta esconder a apreensão dos seus olhos.

– Eu não quero ser uma rainha - Fleur Hallaya sorri sadicamente. - Eu quero ser a rainha.

A ficha de Erik cai.

– Mas para isso...

– Eu li o código, Erik. Se a rainha morrer sem herdeiros, o rei fica no poder até o próximo na linha de sucessão assumir o trono. Caso ele se case e tenha filhos durante o período de um ano de regência ele fica como rei absoluto, ao lado da sua mulher e o seu filho vira o herdeiro. Há uma brecha deixada por Caine Archiberz, Erik. Nós temos chance.

Erik balança a cabeça.

– Você só pode estar louca de pensar que eu aceitaria algo como isso. Eu nunca na minha vida me sujeitaria a esse papel, porque para isso... - ele hesita.

Fleur sorri.

– Para isso Katerina tem que morrer antes de trazer o seu filho ao mundo.


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Notas finais do capítulo

Fleur Hallaya reaparece e incendeia a capital. Há muito o que se esperar dessa personagem, guardem minhas palavras.



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