Unapologetic escrita por oakenshield


Capítulo 13
Joffrey, Regente ou Traidor?


Notas iniciais do capítulo

O grande momento se aproxima.



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Cinco meses. Há cinco meses que Katerina e Fabrizio estavam se encontrando as escondidas. Eles trocavam olhares de longe, mas quando estavam a sós no quarto dela aproveitavam o tempo. Ela, apesar de tudo, ainda não achava que estava na hora de se entregar completamente. Fabrizio nunca falava sobre a sua vida pessoal, sobre sua família e nem sobre seus trabalhos anteriores. Quando eles estavam conversando era sempre ela que falava sobre si mesma.

Agora, por exemplo, eles estavam em uma sala escondida do palácio, atrás da biblioteca, abraçados. Conversavam sobre assuntos aleatórios do país, esperando o tempo passar até chegar a hora da próxima reunião.

Apesar do pouco conhecimento sobre a vida pessoal de Fabrizio, Katerina sentia que estava gostando a cada dia mais dele. Ele é o tipo de cara que se torna melhor quando está com ela.

– Eu acho que deveríamos ficar aqui o dia todo.

– Eu bem que queria, mas você tem uma reunião e eu tenho que ficar de plantão na porta.

Ele a beija e se levanta, estendendo a mão para ajudá-la a ficar de pé.

– O que você vai fazer com os rebeldes?

– Eu pretendo ouvi-los.

– Depois de tudo o que eles fizeram?

– Eu também sinto raiva deles, Fabrizio, mas eles são pessoas e vivem no meu país. Enquanto elas estiverem em Frömming, por mais longe que seja, eles são minha responsabilidade.

– Eu não entendo... - ele suspira.

– Quem não entende sou eu - ela coloca as mãos na cintura. - Desde quando você entende de política e problemas sociais?

Parece que isso o machucou.

– Você acha que eu sou um homem das cavernas? Um brutamontes que só serve para te defender? Eu nem tenho do que te defender, Katerina, porque ninguém está te atacando. O que eu estou fazendo? Ficando com a minha chefe. Ok. E você sabe porque eu estou fazendo isso? Porque eu não ligo para o seu noivo, para o seu tio e nem para lei alguma que possa me fazer perder a cabeça. Eu estou com você porque eu gosto de você e o resto não faz diferença alguma na minha vida.

Ela sorri e o beija devagar.

– Desculpa por ser mal-educada, ok? Eu não quero brigar com você, muito menos por causa dos rebeldes. O meu povo é importante para mim, mas você também é. Eu preciso conciliar isso e eu não quero que você se envolva porque eu não quero confundir as coisas. Eu quero protegê-los, mas o que eu sinto por você é diferente.

Ele a beija novamente e toma cuidado na hora de sair da sala para não ser visto. Depois de cinco minutos ela sai também e vai para a sala onde acontecerá a reunião. Assim que todos os Conselheiros estão presentes, ela apresenta a sua proposta.

– Eu acho que não deveríamos estar tão na defensiva. Sim, os rebeldes estão nos atacando, mas eles estão fazendo isso porque acham que o motivo deles é grande o bastante para justificar as mortes que eles estão cometendo e os patrimônios que eles estão destruindo. Eu acredito que se eles pudessem dizer o que querem tudo ficará melhor. Poderemos ter paz.

– É uma boa ideia - Joffrey fala -, mas nós temos um problema: os rebeldes não estão abertos para negociações. Eu mesmo já tentei várias vezes.

– Devemos estar fazendo algo errado. Temos que ter tudo muito bem planejado para quando fizermos a oferta não haver meios deles recusarem.

– Acho que o único jeito é você assumir o trono logo - Heinz Le Lëuken propõe.

– Mas deveríamos adiantar mais um casamento - Joffrey murmura.

– Está mais do que na hora, afinal - o pai de Erik fala. - Katerina já tem vinte anos e o meu filho já passou da idade de casar. Temos que agilizar tudo. Com novos reis ficará mais fácil de manipulá-los.

– Eu não quero manipular ninguém - Katerina retruca. - Quero ajudá-los.

+++

Joffrey ficou furioso, mas achou melhor aceitar a oferta de Heinz para não haver mais discussões. Depois da reunião ele foi para o seu quarto trocar de roupa.

– Onde você vai? - Ivna, sua esposa, perguntou.

– Sou o Regente. Tenho assuntos para tratar com o meu país.

Ele pega o seu paletó e dispensa o motorista. Joffrey dirige até o aeroporto feito para comportar os jatinhos da Corte. Ele pede para o piloto o levar até o extremo norte de Frömming, para uma cidade pequena chamada Boerke.

– Se eu não voltar em duas horas vá me procurar na cabana no meio da floresta.

Por algum motivo, Joffrey achava que hoje as coisas seriam diferentes.

+++

Assim que saiu da sala de reuniões, Katerina olhou para Fabrizio e levantou a cabeça. Ele entendeu o recado e dez minutos depois ele estava trancando a porta do quarto dela.

– O que aconteceu?

– Eles aceitaram a minha proposta para ouvir os rebeldes.

– Isso é bom para você - ele deixa claro que a ideia não o agrada. - Você não acha que deveria estar sorrindo?

Katerina se senta na ponta da cama e apoia os cotovelos nos joelhos, cobrindo os olhos com as mãos. Um comportamento totalmente inadequado para uma princesa.

As lágrimas começaram a sair sem permissão, mas não havia mais como contê-las. Ela aguentou por um tempo, mas precisava desabar mais cedo ou mais tarde.

Todas as pessoas tem que chorar em algum momento do dia, ela se lembra das palavras de Fabrizio.

– O que está acontecendo? - ele se senta ao lado dela e a abraça. - O que eles disseram?

Algo dentro de Fabrizio se parte quando ele vê os olhos de Katerina vermelhos e molhados.

– Eles querem adiantar o meu casamento com Erik.

Isso sim o quebrou. Imaginar aquele loiro mauricinho com a sua mulher fez a sua cabeça ferver.

– E como nós ficamos?

+++

Os guardas reconhecem Joffrey e o deixam entrar. Aquele lugar estava cada dia pior.

– Acho que vocês precisam de um dinheiro para melhorar isso aqui. Eu já não dou dinheiro o bastante para vocês?

– Usamos o último caixa para comprar armas.

– Eu deposito mais na semana que vem. Agora eu posso falar com ela?

Os dois guardas liberam a entrada do Regente. Ele atravessa a sala, onde há cinco guardas ocupando todos os lugares do sofá. Joffrey chega até o último quarto e abre a porta.

– Boa tarde.

Dentro do quarto há um guarda-roupa pequeno, uma penteadeira, uma escrivaninha, um pequeno espelho e uma cama de solteiro. Na parede há uma pequena janela que mal abre. Só isso. Sentada na cama está ela: a mulher da vida do Regente.

– Eu disse boa tarde. A boa educação manda você me cumprimentar.

– Você prefere que eu te chame como? Joffrey, Regente ou traidor? - a mulher ruiva zomba. - Ou prefere cunhado?

– Eu faço de tudo por você, Hattie, e é assim que você me trata?

– Você me deixa trancada nesse lugar no meio do mato há doze anos e quer que eu te trate como? Você matou o meu marido e agora está fazendo essa gente cometer atentados contra a vida da minha filha. Nem o casamento de Michael conseguiu salvar essa sua mente perversa.

– Eu quero o trono para mim, isso não é segredo para ninguém, mas eu nunca machucaria Katerina e você sabe disso.

– Eu estou perdendo a minha vida presa aqui, Joffrey. Por que você não me matou aquele dia de uma vez? Eu quero viver. Eu quero ser livre!

– Você vai aparecer no dia do casamento de Katerina.

– Como assim?

– Pretendo me separar de Ivna. Katerina estará casada e isso fará os Conselheiros sossegarem - ele sorri. - Então você aparecerá e nós nos casaremos. Sua filha não poderá assumir o trono, porque a verdadeira rainha estará de volta. Assim nós dois comandaremos Frömming juntos. Nossos filhos estarão casados e não teremos que nos preocupar com mais nada.

– Eu não quero me casar com você.

– Mas você fará isso para ter a sua liberdade - ele sorri. - Caso contrário, eu tenho vários rebeldes loucos para explodir a cidade.


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Notas finais do capítulo

Harriet Archiberz está de volta e o dia do casamento de Katerina e Erik está próximo e reserva muitas surpresas para os nossos queridos e não tão queridos assim. Continuem a acompanhar.



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