Unapologetic escrita por oakenshield


Capítulo 12
Kalxifor


Notas iniciais do capítulo

Estou muito feliz pelos leitores estarem aumentando. Muitos ainda não tem conta, mas os números no contador de acompanhamento estão cada dia mais altos. Muito obrigada.



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Katerina achava que tinha morrido e estava em um transe pós-morte, como ocorreu no dia do seu aniversário. Fabrizio e ela estavam lá, se beijando, enquanto balas eram alojadas no corpo de pessoas, mas o que poderiam fazer? Ela nunca utilizou uma arma e Fabrizio está machucado. Acabariam morrendo.

Quando os lábios dele encostaram nos dela, Katerina sentiu como se tudo ao seu redor, o ataque e os rebeldes violentos, tivessem sumido. Era apenas ela e Fabrizio ali. Ela manteve os olhos fechados o tempo todo, saboreando aquele momento maravilhoso. O beijo dele começou de forma calma e devagar, mas como eles não se separavam nem para tomar fôlego direito, os beijos acabaram se intensificando. Ele a puxou para mais perto e Katerina quase machucou o joelho dele, mas Fabrizio pareceu não ligar, porque apesar da dor não parou de beijá-la.

Ela parou por um tempo e buscou o ar que seus pulmões estavam clamando, então se afastou.

– Eu não posso. É errado.

– Sorte que um de nós não liga para o que é errado e o que é certo - ele fala, a beijando novamente.

– Katerina! - ela ouve um grito do seu tio ao longe e quase pula.

– Eu tenho que ir - ela diz. - Joffrey precisa de mim.

Ela se lembra do ferimento dele no joelho e quando não ouve mais tiros, toma uma decisão. Ela se agacha e envolve o braço dele nos seus ombros. Ela coloca uma mão na sua mão e a outra na cintura dele, dando apoio. Era difícil carregá-lo, mas eles não estavam muito distantes da entrada e Joffrey estava lá, esperando.

– Que diabos eles fizeram com vocês?

– Fabrizio levou um tiro - ela responde. - Precisa de cuidados médicos.

– Não se preocupe, senhor, o cara já está morto - Fabrizio fala e olha de relance para Katerina. - Matei doze essa noite.

Ela fraqueja. Doze pessoas. Quando vem a sua memória a mulher morta por um deles, o sentimento de compaixão abandona o seu peito.

Eles não merecem minha pena, ela reflete. Se não quisessem morrer, não teriam vindo até aqui para matar os nossos.

Acontece que os rebeldes também eram de Frömming. Também pertencem ao seu povo que ela tanto defende. Katerina não pode deixar as coisas continuarem desse jeito. Toda festa que acontece acaba em tiroteio. Ela precisava planejar algo para quando se tornasse rainha, assim poderia fazer com que o seu país finalmente ficasse em paz.

+++

Katerina havia dispensado as criadas depois de guardar seu vestido. Ela tirou a maquiagem e colocou uma típica camisola curta, dessa vez preta, para dormir. A princesa sempre preferiu usar camisolas do que pijamas. As camisolas são mais soltas e confortáveis.

Quando ela foi para o seu quarto, deu de cara com Fabrizio deitado na sua cama e para piorar a porta estava aberta. Ela corre até a porta e a fecha.

– O que você está fazendo aqui? - ela pergunta e tenta ignorar o olhar dele fixado na sua camisola.

– Eu vim conversar, mas acho que não vai ser preciso.

Ele se levanta e tranca a porta, depois a beija, dessa vez com mais desespero do que mais cedo. Fabrizio a joga na cama e começa a beijar o pescoço de Katerina enquanto as suas mãos estão levantando a camisola dela. Os dedos trêmulos da ruiva passeiam pelas costas dele e ela acaba tirando a camisa dele.

– Aposto que andou sonhando comigo novamente - ele sussurra e morde a ponta da orelha dela.

– Cala boca.

Katerina tira o cinto dele e empurra as suas calças jeans, jogando-as no chão. As mãos de Fabrizio percorrem desde as coxas dela até a sua cintura e quando ele tenta tirar sua camisola, Katerina o faz parar.

Ela sabia como os homens funcionam: a menina gosta dele, o beija e dorme com ele, então depois ele a chuta e corre atrás de outra. Ela não deixaria isso acontecer.

– Boa noite - ela controla o seu desejo e se vira para o outro lado, ficando de costas para ele.

– Mas o que é que você... - ele suspira. - Katerina.

– Está quase amanhecendo - ela diz. - Preciso dormir.

Ela pensa que ele vai embora, mas não. Ele fica ali em silêncio. O único som no quarto é a da respiração acelerada dos dois.

Então ele a surpreende quando a puxa para mais perto de si, mas sem vira-la. O braço de Fabrizio fica ali, na cintura de Katerina, enquanto sua respiração batia na nuca dela.

Para a ruiva, se um dia ele a quisesse completamente, teria que provar que gosta dela tanto quanto ela gosta dele.

+++

Quando Katerina acordou, perto do meio-dia, correu para o banheiro, escovou os dentes e tomou banho. Fabrizio levantou enquanto ela colocava o vestido e também foi direto para o banheiro. Quando ele saiu a ajudou a apertar as barbatanas do espartilho.

– Você está linda hoje - ele sussurra enquanto beija o ombro dela, depois a nuca, a bochecha e a boca. - Espero que o seu primo pare de correr atrás de você agora que está com as algemas do casamento.

– Michael e Leona irão morar aqui? - ela perguntou e Fabrizio assentiu. Ela dá de ombros. - Se eu o quisesse teria o feito desistir do casamento. Você sabe que eu tinha esse poder.

– Você tem vários poderes além desse.

Ela não pode deixar de sorrir, então deixa ele beijá-la mais uma vez.

– O que aconteceu com o seu joelho? - ela se lembra. - Você está caminhando muito bem.

– Foi um tiro de raspão - ele diz. - Fui no médico e ele passou aquela pomada milagrosa.

Há uma pomada que todos chamam de milagrosa, inventada por um médico há cinco anos atrás, porque cura tudo em questão de segundos. É caríssima, mas parece que Joffrey estava disposto a fazer Fabrizio ficar bom logo.

– Kalxifor - ela fala. - É o nome da pomada.

Ele dá de ombros.

– Estou bem agora. Cicatrizou rápido.

– Ainda bem.

Ela dá um selinho nele.

– Tenho que ir agora.

Katerina corre para o quarto da irmã.

– Han! - ela a acorda. - Vamos. Eu preciso falar com você.

Ela conta desde o dia em que ele a levou para a boate até ontem. Ela tirou as partes em que Michael estava envolvido, como no dia em que ele a beijou no quarto dela, há duas semanas, e ontem, no banheiro. Ela também não contou sobre a conversa que teve com Branka em Las Mees e Petrus. Contou apenas que foi para lá porque o primo também estava na boate e ofereceu ajuda. Ela não sabia de que lado Hana estaria, afinal. A mais nova perguntou porque ela não foi para casa e ela disse que não queria falar com Joffrey depois da briga que tiveram por causa do guarda-costas.

– Quem é que me disse há algumas semanas que ele era mal-educado, mal-humorado, chato e etc?

– Ele ainda é um pouco mal-educado, mas está melhorando. É muito convencido, isso sim. Nunca vi alguém ter tanta autoestima.

– Acho que tenho uma irmã apaixonada.

– Não - ela nega. - Bom, ainda não.

Hana sorri.

– Eu sabia que ia acontecer uma coisa. Eu te disse, não é? Eu disse. Sabe, se você está feliz é melhor você fazer o que eu sugeri.

– Eu não posso, Han. Eu devo isso ao meu país.

– E você vai casar com um cara que você não gosta agora que você está apaixonada por outro? Como é que as coisas vão ficar?

– Eu esperava que você me ajudasse.

– Eu acho que você devia ter tomado todo cuidado do mundo já que não pretende desistir do casamento, porque agora que você está gostando dele vai ser difícil tomar uma decisão.

– Você realmente acha que eu deveria abandonar tudo, não é?

Uma ideia maluca passa pela cabeça de Katerina. E se Hana quer que ela desista de tudo para ela assumir o trono? Porque depois de Katerina, Hana é a próxima herdeira. É a segunda pessoa na linha de sucessão.

E se a sua irmã não é quem Katerina pensa que é? E se Hana está a manipulando e a enganando o tempo todo?

Não, ela diz para si mesmo. Essas conspirações estão me deixando maluca. Minha irmã nunca faria isso.

– Sim - Hana responde. - Eu acho.

Ou será que faria?


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Notas finais do capítulo

E Hana, hein? Uma personagem tão misteriosa. Quem será que ela é? Ela quer a felicidade da irmã ou o trono?
Observação: Kalxifor, a pomada milagrosa, não é nada além da minha imaginação.



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