– O que você quer, Joffrey? - o rei Kurt perguntou ao irmão mais novo.

– Eu chamei vocês até aqui para fazer uma proposta.

– O que está acontecendo? - Harriet, a rainha de Frömming, questiona.

– Eu quero que Katerina vá morar comigo.

– Como é? - o rei indaga.

– É isso mesmo que você ouviu. Eu quero treiná-la para que ela saiba se defender. A garota tem talento.

– Minha filha tem quem a defenda - Kurt murmura. - Eu pago muito bem os seguranças.

– O povo paga - Joffrey o corrige. - Kurt, peço que reconsidere. Katerina um dia será rainha e precisa de um treinamento adequado. Sabe como esses rebeldes são. Um momento de distração dos seguranças e...

– Você está dizendo que eu não treino a minha filha de maneira adequada? - ele questiona. - Está dizendo que eu sou um incompetente?

– Você entende tudo errado, Kurt. Eu só quero o melhor para Katerina.

– Por que esse súbito interesse na minha filha?

Joffrey olha de relance para Harriet, mas logo volta a falar com o irmão.

– Como eu disse, eu quero o melhor para ela.

– Você tem o seu filho para cuidar. Vá treina-lo e deixe a minha filha em paz. Ela não vai.

– Kurt, por favor...

– Eu sou o seu rei! - Kurt grita. - Me respeite!

– Em momento algum eu o desrespeitei - Joffrey sussurra com o maxilar travado. - Bom, mas como pedir com educação não funciona...

Joffrey chama seus seguranças de confiança e tranca a porta enquanto eles seguram os braços de Kurt e Harriet.

– Que diabos você está fazendo?

– Joffrey, por favor - Harriet pede. - Pare com isso.

– Você deveria entender, Hattie - Joffrey se aproxima dela e toca o seu rosto. - Você deveria entender mais do que ninguém. Katerina é minha...

Ela o interrompe quando cospe no rosto do irmão do rei e a raiva toma conta dele. Joffrey limpa o rosto com a manga e pega o punhal no cinto de Kurt, cujo nome está marcado na prata e o crava bem no seu peito.

Tudo o que se escuta na sala é o grito histérico de Harriet. Quando ela perde o ar, Joffrey rosna para o irmão que ainda está vivo:

– Apodreça no inferno.

Quando a vida abandona o corpo do irmão, ele se vira para a cunhada, que está com os olhos molhados, mas tenta engolir o choro.

– Me mate de uma vez.

– Hattie...

– Me mate! - a rainha pede aos gritos.

Ele faz um sinal para seus seguranças soltarem a mulher que por muito tempo ocupou a maior parcela do seu coração e toca o rosto dela novamente.

– Eu te amei, Hattie. Eu nunca seria capaz de te matar.

– Então o que você vai fazer? - ela tenta se desvincilhar das mãos dele, mas Joffrey a segura pelo queixo. - Me torturar? Me jogar na prisão junto com outros criminosos como se eu fosse como eles?

– Eu tenho outros planos para você, Hattie - ele sorri e a beija na testa. - Ou melhor, para nós dois.