Sobre Humanos e Deuses escrita por S Laufeyson


Capítulo 9
Capítulo 8 - Imprevistos Acontecem


Notas iniciais do capítulo

Oie amores, bom dia!!
Nyah está de volta e já vamos comemorar trazendo um capítulo novo (é, aproveitei esse tempo para escrever... já tenho quatro capítulos prontos... #TodosComemora.. )

Enfim, espero que gostem!!


Me deixe saber o que vocês acham, okay?



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O avião já havia cruzado todo o oceano e entrado em solo Russo alguns minutos antes. Roxie permanecia concentrada em controlar a aeronave, mesmo que ela tivesse a opção “piloto automático” a sua disposição. Loki também permanecia em sua cadeira, estava entretido com um livro que carregara consigo.

– Porque não tentou descobrir quem é você? – perguntou o deus e Roxie virou a cabeça na direção dele. – Quero dizer, você se lembra do que aconteceu a partir daquele dia que acordou na Itália, mas antes disso? Não tem curiosidade de saber?

– Eu acho que minha mente deve ter bloqueado antes disso. – respondeu seriamente. – Não deve ter sido nada bom, porque senão eu me lembraria.

– Sei. – ele voltou a atenção para o livro e mais alguns minutos de silêncio se seguiram.

– Loki. – falou a garota e o deus apenas deixou um sonoro “hum” escapar. Sem tirar atenção do livro. – Você se lembra de tudo da sua vida? – ela perguntou e ele a olhou de soslaio.

– Como assim? – fechou o livro e virou o corpo para ela.

– Sua memória é sequencial ou tem momentos que não se lembra? – Roxie olhava para frente. Estava curiosa quanto ao que se passava na cabeça de Loki.

– Porque tá perguntando isso?

– Só curiosidade. – a garota desconversou.

– Agora que você falou. – ele franziu o cenho. – Tem momentos que não são claros para mim. Tipo, algumas coisas da minha infância e até mesmo já adulto, mas como você disse: Não deve ter sido nada bom, porque senão eu me lembraria. – Repetiu as palavras que a ruiva usou anteriormente e Roxie balançou a cabeça concordando, mas sabia que não era um simples bloqueio. Aquela parte da vida dele, alguém arrancou.

– Loki, eu... – ela respirou fundo. Roxie quis contar o que havia lido a respeito dele, mas achou melhor não fazê-lo. A reação de Tony, quando ela disse que sabia, foi o suficiente para perceber que Loki não havia feito coisas muito boas. -... posso confiar em você? – Loki deixou um sorriso debochado lhe escapar e olhou para o painel de controle.

– Onde estamos? – desconversou e a garota respirou fundo.

– Já passamos por Moscow e agora estamos sobrevoando Smolensk. – Loki fez um bico e voltou a sua atenção para o livro. Roxie puxou a alavanca de piloto automático e se levantou.

– Para onde vai?

– Ao banheiro. – respondeu. – Não mexa em nada. – Ela seguiu em direção a outra parte da aeronave e Loki revirou os olhos. Roxie entrou na minúscula cabine e encostou-se na porta. Abaixou ao lado da pia, jogou um pouco de água no rosto e olhou-se no espelho. Precisava dormir imediatamente. Suas olheiras estavam mais acentuadas e ela parecia bastante cansada, embora não sentisse esse extremo cansaço. Pegou mais um bocado de água para jogar no rosto, mas foi arremessada contra uma parede quando o avião inclinou-se bruscamente. Saiu correndo do lugar, segurando-se por causa da envergadura da aeronave, e voltou a cabine de comando. – O que você fez?

– Não olhe para mim. – respondeu Loki. Ela sentou-se na cadeira e percebeu o alarme vermelho que piscava em sua tela.

– Fomos atingidos e estamos perdendo altitude. – colocou o seu cinto de segurança. – Segure-se, vou ter que fazer um pouso de emergência. – Roxie tentava estabilizar o máximo o avião enquanto que o solo, coberto de neve, se aproximava rapidamente. O contato com o chão fez com que o avião chacoalhasse e quicasse até que parou. Em cima de um lago congelado. – Loki, temos que sair, agora. – O painel indicava inconsistência do solo.

– Não precisa falar uma segunda vez. – respondeu ele e os dois soltaram os cintos. Correram na direção da saída enquanto a camada de gelo rompia-se com o peso da aeronave. O bico envergou-se e começou a entrar no lago e por pouco Roxie não conseguiu sair. Afastaram-se bem a tempo de ver o avião afundar completamente.

– Ótimo, era tudo o que eu precisava! – gritou a garota e tirou o celular do bolso. Pediu o GPS e ele indicou que deveriam seguir para o sul.

– Para onde está indo?

– De volta a Smolensk. – respondeu enquanto caminhava. – Temos que achar uma forma de seguir viagem. – Ela se virou e deu de cara com alguns homens armados. – Loki, preciso de uma ajudinha aqui.

– É, eu também. – respondeu ele e a garota o olhou. Um homem mantinha uma faca no pescoço do deus.

– Droga!

– Nós os encontramos. – falou, em russo, um homem loiro usando um óculos bem parecidos com de aviador. Roxie foi empurrada para o lado de Loki e de igual modo, um deles colocou uma faca em seu pescoço.

– Algum de vocês fala mandarim? – perguntou a mulher no idioma chinês e todos se olharam.

– Eu falo mandarim. – respondeu Loki com fluência.

– Eu sabia. – Ela sorriu. – Digamos que eu li seus arquivos. – O homem que a segurava apertou ainda mais a faca no pescoço dela. – Loki, poderia usar seus poderes?

– O que você quer que eu faça? – perguntou ele.

– Surpreenda-me. – Roxie encarou o mesmo homem de óculos e Loki sorriu. De repente, todos fitaram o lugar ao fundo e começaram a se desesperar. Os dois que os seguravam, saíram correndo. Loki segurou a mão de Roxie e mostrou a ela o que estava acontecendo. Era uma avalanche. – Eu estou surpresa. – Ela sorriu e olhou para os homens, mas um deles não se mexia. Esse estava com o corpo completamente coberto com uma roupa de frio, máscara e gorro. Não era alto como os outros homens, mas parecia ser mais corajoso ou conhecer uma forma de manter-se imune os poderes de Loki.

– Seus idiotas. – gritou a pessoa e a voz era distorcida, robótica. Ele falava em inglês. – Não há avalanche algum. É uma ilusão. – Ele viu que os homens pararam e olharam para o deus da trapaça. - Parabéns, Loki, mas agora é minha vez. – O sujeito ergueu as mãos e a avalanche sumiu. Do chão surgiram várias criaturas, as mesmas que Roxie e Loki viram anteriormente. Skrulls.

– Merda! – falou a garota. Loki tentou fazer outra ilusão, mas não conseguia. Aquele homem o estava bloqueando.

– Corre, Roxie! – falou segurando na mão da moça e forçando-a a ir sentido contrário. Os Skrulls deram vários gritos tenebrosos e começaram a correr atrás dos dois.

– Não vamos poder correr para sempre. – falou Roxie quando eles pararam ao lado de uma arvore antiga. Os monstros se aproximaram e, sem que ninguém conseguisse compreender, Loki fez uma parede de gelo entre eles. Olhou para suas mãos e percebeu que estavam azuis. – O que tá acontecendo com você? Porque seus olhos estão vermelhos?

– Eu não sei. – respondeu ele. – deve ter sido coisa daquele homem. – As cores azuis começaram a desaparecer e Loki voltou ao normal.

– Não há para onde correr. – Roxie respirava com dificuldade. Eles estavam encurralados. Atrás estava a parede de gelo e os Skrulls, na frente, um lago.

– Eu tive uma ideia. – ele encarou a ruiva. – Quanto tempo consegue prender a respiração?

– Está ficando louco? – ela gritou e a parede de gelo explodiu. O mesmo homem que “criou” os Skrulls, disparou contra os dois e Loki segurou no braço de Roxie. – Nem pense nisso, a água está gelada.

– É, eu sei. – Ele puxou a mulher pela mão e os dois caíram dentro do lago. De certa forma, a água não estava tão gelada quanto Roxie presumia, mas era o bastante para fazer a sua temperatura corporal despencar dois graus, rapidamente. Cruzaram o lago nadando por baixo e pararam quando chegaram a outra margem.

Ela encarava Loki que parecia não sentir aquela queda brusca. Ele esperava que os homens e os monstros, que apontavam as armas para eles, fossem embora. Por isso, não subiram a superfície, mesmo estando do lado oposto ao deles.

A mulher chamou a atenção informando que estava com dificuldades para respirar e que já estava com bastante frio. Eles mal estavam ali há alguns minutos.

Loki revirou os olhos quando percebeu que além de ar, Roxie precisava deixar aquele lago, imediatamente.

– “Frágil”. – pensou ele, mas lembrou-se da história que ela lhe contara. Nunca mais pensaria isso sobre ela.

As últimas bolhas de ar saíram da boca da mulher e ela agora já não tinha mais como se manter embaixo d’água. Impulsionou o corpo para subir, mas Loki segurou em sua mão.

– Eu vou morrer. – ela respondeu mexendo os lábios. – Eu preciso de ar e de me aquecer. – Loki a olhou e então a puxou para perto. Encostou os lábios nos dela e assoprou um pouco do ar que prendia em seus pulmões e aquilo liberou um pouco mais de oxigênio para que Roxie pudesse continuar ali, mas não aliviava o frio.

Ela ficou estática por alguns segundos, observando Loki enquanto ele vigiava a superfície. Não esperava aquela atitude dele. Depois de pouco mais de vinte segundos, ele segurou a mão dela e se impulsionaram para subir. Pararam atrás de um tronco de arvore que estava na superfície.

Roxie respirava fundo e os lábios tremiam. Aqueles homens e criaturas ainda procuravam por eles e era certo que não sairiam daquele perímetro antes de terem certeza que os dois não estavam mais ali. Loki encarou a mulher em sua frente e percebeu que tinha que aquecê-la ou ela morreria.

Esticou-se para olhar em volta e percebeu que havia muitas arvores que poderia ajuda-los a escapar. - Você vai ter que correr. – Loki voltou a encarar Roxie.

– Eu não consigo mexer as minhas pernas. – respondeu ela se sentindo inútil. O frio era demais para ela.

– Está bem, eu dou um jeito. – ele olhou de novo ao redor. – Ao menos consegue sair do lago?

– Eu acho que sim.

– Quando eu mandar. – Ele observou os homens e os monstros do outro lado, revirando a margem onde eles havia caído. Será que ninguém percebeu que eles já não estavam mais ali? Esperou que eles se descuidassem e encarou Roxie. – Agora.

Saíram do lago, mas como Roxie havia dito, não conseguiu dar nenhum passo. Loki segurou a mulher no colo e os dois se embrenharam no mato a sua frente. Ele carregou a mulher até que encontraram uma cabana. O deus a colocou sentada em cima de uma mesa e fechou a porta. Eles não haviam sido visto.

– O que vamos fazer? – ela tremia completamente. A água do lago estava gelada e a temperatura de menos dez graus Celsius não ajudava em nada.

– Dá para você parar de tremer? – perguntou ele duramente.

– Desculpe se não tenho resistência ao frio, como você.

– Como você se sente?

– Não sinto meus braços e nem minhas pernas. Tenho espasmos por todo o corpo. – ela parou de falar e engoliu secamente. – Estou tendo uma hipotermia e acho que fui atingida. – ela ergueu a mão e estava vermelha.

– Precisamos te manter aquecida. – Loki olhou em volta da cabana e sentiu a raiva tomar conta dele. – mas que droga de lugar é esse que não tem nem um misero cobertor? - Ele olhou para trás e percebeu que Roxie parou de tremer. Correu até ela. – Ei, ei!

– Uma vez eles me trouxeram para a Rússia, mas foi em um dia quente. Eu era menina e era tudo diferente. Não haviam prédios e nem nada. Era um lugar vazio. Não tinha civilização, não enquanto a gente caminhava.

– Você está delirando.

– Me deixe aqui e encontre os outros. – ela já não conseguia manter os olhos abertos. – Eu sou descartável. Só vou te atrapalhar.

– Dá para calar a boca, não está ajudando. – A cabeça da garota tombou e ela perdeu a consciência. Seu corpo caiu para o lado direito, mas não chegou a tocar na mesa, já que o deus a segurou antes disso. Tomou o pulso dela, quase não sentia. Estava morrendo. – Onde é que eu fui me meter? Vai ser bom, ele disse. Nunca mais escuto o Thor.

Nesse momento sentiu uma dor na cabeça forte, parecia que seu cérebro estava sendo comprimindo por alguma coisa tão pesada que o deixava indefeso. Colocou Roxie deitada na mesa e se abaixou com as mãos na cabeça. Teve um lapso de memória onde ele, Thor e os guerreiros, haviam indo a Jotunheim. Lembrou-se de uma batalha grande contra os gigantes de gelo. Comprimiu a cabeça até que as imagens começaram a desaparecer.

Ele achou que era alguma coisa fruto da sua imaginação. Provavelmente a baixa temperatura o estava aturdindo também, o fazendo ter alucinações.

Respirou fundo quando as imagens desapareceram. Aquilo só havia tirado ele do foco. Puxou Roxie para mais perto e percebeu que as roupas dela estavam encharcadas. Pensou em vesti-la com as suas, mas de igual modo estavam ensopadas. Também teve a ideia de ascender a lareira da cabana, mas lembrou-se dos homens e criaturas que, certamente, estranhariam ao ver a chaminé liberar fumaça.

Só havia uma saída.

Abriu o zíper da roupa da jovem e puxou pelos braços, deixando o tórax dela nu. Reparou que havia uma grande ferida ali, um pouco abaixo das costelas. Um tiro que ele se preocuparia depois, pois percebeu que não havia atingido nenhum órgão vital. Retirou a própria camisa e subiu na mesa. Evolveu o corpo de Roxie com o seu corpo e segurou as mãos da garota junto a ele. Era a única forma de mantê-la aquecida. Se daria certo, só o tempo diria.

...

Ela acordou assustada, havia tido um pesadelo muito real, mas não se lembrava qual. Sentiu o ferimento latejar e institivamente levou a mão até ele, sentindo um curativo.

Observou o lugar onde estava, percebendo que parecia um quarto de hotel e logo em seguida observou a si mesma. As cores em suas mãos e pés havia deixado de serem azuladas por causa do frio, não sentia mais tremores e usava apenas uma camisa comprida.

Precisava urgentemente de respostas.

Loki cruzou a porta do quarto trazendo alguma coisa nas mãos. Comida. Ela sentiu o cheiro e seu estômago roncou. Ele entregou o pacote para ela que comeu rápido. Era um hambúrguer com batatas.

– Obrigada. – Agradeceu depois de engolir a primeira mordida.

– Disponha. – Ele puxou uma cadeira e sentou-se.

– Por quanto tempo fiquei desacordada?

– Um dia. – ele respondeu sem vontade. A feição era fria. - Perdemos um tempo precioso, por sua causa.

– Minha causa? – Roxie colocou a comida de lado. – De quem foi a brilhante ideia de pular no lago?

– Se não tivéssemos pulado, eles teriam nos prendido igual fizeram com os outros. – ele alterou a voz. – Eu nos salvei. – A garota o olhou tristemente e ele respirou fundo.

– Você está certo. – respondeu ela. Deixou a comida de lado e se levantou, mas não conseguiu dar nenhum passo, sem sentir uma dor aguda. Apoiou-se na mesa.

– Vai com calma. A ferida foi feia. – Loki se levantou e seguiu na direção de Roxie, mas essa não permitiu que ele a tocasse. Esticou o corpo e se colocou reta. Não era aquilo que iria derrubá-la. – A bala ainda estava ai quando eu comecei a fazer o curativo. Tive que retirá-la e suturar o local.

– Obrigada.

– Pare de agradecer, estou perdendo a paciência. – Foi grosseiro, mas ela não se incomodou.

– Desculpe.

– Agora vai começar a se desculpar?

– O que está acontecendo com você? – Roxie perguntou seriamente. Está certo que Loki nunca teve uma paciência invejável, mas estava mais ranzinza do que o costume.

– Nada. – respondeu ele enquanto passava uma das mãos em seu rosto. A garota se aproximou e ficou de frente para o deus. Loki apenas viu as pernas dela, aparecendo logo depois que a camisa acabava. Retirou a mão do rosto e o ergueu, dando de cara com uma Roxie de braços cruzados e de feição séria.

– Não pode haver segredos entre nós. – falou ela. – Eu dependo de você e você depende de mim. Segredos separam. – a ruiva respirou fundo e sentiu a ferida latejar. Embora fizesse aquele lindo discurso, ela tinha que guardar o segredo sobre a memória de Loki. Para a sua própria segurança. – O que aconteceu enquanto eu estava apagada?

– Não aconteceu nada. – mentiu ele. Não contaria a ela que teve uma visão maluca de uma realidade que não se lembrava. Levantou-se da cadeira rapidamente. – Eu só estou estressado com tudo isso. Perdemos tempo demais.

– É! Eu sei. – ela respirou fundo e seguiu na direção de onde havia uma mala. – Onde estamos e onde conseguiu isso?

– Estamos em um hotel, em Smolensk.

– Você roubou?

– Olha quem fala. Quem teve a ideia de roubar a nave militar? – respondeu em um tom como se tudo fosse simples.

– Eu não vou usar essas roupas. – ela encarou o deus.

– Para mim tudo bem. – ele ergue as mãos. – Não me importo de você andar por ai usando apenas essa camisa.

– Por falar nisso... – ela se escondeu atrás de uma cadeira e revirou a mala, achando uma calça jeans e uma blusa azul de renda richelieu. -... quem trocou minhas roupas?

– Está vendo mais alguém aqui além de mim ou de você? – respondeu ele com um sorriso debochado. – Você estava congelando por causa das roupas molhadas. Eu tive que trocá-las.

– Você me viu nua!

– Nada surpreendente. Já vi corpos melhores. – Roxie pareceu ofendida e Loki sorriu divertido.

– Grosso! - Ela pegou as roupas e seguiu para o banheiro, não esperou a resposta de Loki.

...

Demorou alguns minutos e saiu já vestida e usando um par de botas que encontrou na mala, bem maiores que seus pés. Os cabelos estavam presos por uma trança embutida e caiam por sobre o ombro esquerdo.

– Você bem que poderia ter pegado uma mala de uma pessoa menos extravagante. – reclamou a mulher ao pegar mais duas calças, dois vestidos e duas blusas.

– Fez um novo curativo? – perguntou sem dar importância as provocações da mulher.

– Não.

– Isso vai infeccionar. – ele estava frio.

– Não se preocupe.

– Eu não me preocupo. – respondeu ele. Roxie parou de arrumar a mala e se aproximou dele.

– Eu estou cansada da sua arrogância.

– Como é que é?

– Você fica se fechando nesse seu mundinho de “eu sou um deus” e não passa de uma pessoa fria, mal humorada e arrogante.

– Não me ofendeu. – ele levantou-se. – Você deveria ser mais agradecida. Eu salvei a sua vida.

– Eu agradeci, mas você disse que eu estava lhe fazendo perder a paciência, lembra?

– Eu não vou discutir com uma humana.

– Você é tão ferrado que não consegue me responder uma única pergunta direta.

– Sobre o que você está falando agora?

– Eu posso confiar em você? – O deus desfez o cenho, que até o momento estava franzido.

– É a terceira vez que me pergunta isso.

– Nas outras duas vezes não obtive a resposta.

– Quer que eu soletre ou um desenho é mais válido? – ele a encarou e a respiração de Roxie ficou pesada. Estava perdendo a paciência com o deus. – Não confie em mim.

– Como eu posso seguir em uma viagem perigosa como essa se eu não posso confiar em você? – ela falou uma oitava acima do que pretendia.

– Eu sou o perigo dessa viagem! – ele gritou. Foi o suficiente para Roxie tremer dos pés à cabeça. – Não percebeu que na maioria dos problemas, eu que te coloquei lá?

– Então você não se importa com a minha segurança?

– Eu não me importo com nenhum dos vingadores, eu não me importo com o meu próprio irmão. Eu não me importo com uma mortal. Você não é nada.

– Então o que diabos você está fazendo aqui? – Ela devolveu no mesmo tom que ele havia usado com ela. Gritava. – Se quiser, você e seu ego podem dar a meia volta. Eu sigo sozinha. – Roxie respirou fundo e deixou o quarto. Não esperou a resposta de Loki porque sabia que se ficasse, ela perderia a paciência com ele e poderia acontecer alguma coisa mais grave. Bateu a porta do quarto com muita força e seguiu para algum lugar onde pudesse esfriar a cabeça, longe do asgardiano.

...

Já havia se passado quase quatro horas desde que a ruiva deixou o quarto e Loki começou a achar que havia acontecido alguma coisa com ela. Eles estavam em território desconhecido, sendo caçados em todos os cinco continentes por uma organização extremamente poderosa.

Era apenas questão de tempo que eles os alcançassem.

Saiu a procura de Roxie em todos os cantos que achou que ela estaria, até que um dos funcionários do hotel disse ter visto uma ruiva, sentada no parapeito do terraço. O deus chegou ao último andar, pelas escadas. Abriu a porta de acesso com extremo cuidado, não queria que ela soubesse que ele estava ali.

Os cabelos vermelhos voavam com o vento, porque a trança já quase não existia. Ela dizia que esse era o problema com seus penteados, nunca ficavam fixos por causa dos cabelos finos.

Roxie virou a cabeça e conseguiu ver o deus de soslaio. Ele percebeu que ela chorava.

– O que veio fazer aqui? Veio se divertir? Continuar zombando de mim? – falou ela seriamente. – Vá embora e me deixe sozinha.

Loki não respondeu. Sentou-se ao lado dela e ficou olhando para a frente.

– Não é uma vista tão bonita. – falou ele como se nada tivesse acontecido, como se ele e Roxie apenas tivessem resolvido procurar uma vista para admirar. A garota o olhou incrédula. Como ele poderia ser daquele jeito? Esperava ao menos um pedido de desculpas ou algo semelhante, mas ele levou o assunto para outra tangente.

– Inacreditável. – A ruiva se levantou de onde estava e seguiu sentido às escadas. As lágrimas voltaram a correr e ela estava ficando com raiva outra vez. A mente estava um caos e ficou pior ainda quando Loki a segurou pelo braço, puxou para perto, segurou em sua nuca e a beijou.


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Notas finais do capítulo

É isso, amores!!!!
Beijinhos e nos vemos nos comentários e nos próximos capítulo!!!

S. Laufeyson!