Sobre Humanos e Deuses escrita por S Laufeyson


Capítulo 7
Capítulo 6 - Fale-me Sobre Você


Notas iniciais do capítulo

Oie amores, tudo bem?
Caramba, pensei mesmo que esse capítulo não ia sair, foi quase um parto escrevê-lo, de tão difícil que foi, mas enfim.. aqui estamos nós!!!
Nesse capítulo, começamos a esclarecer o passado de Roxie. O que aconteceu com ela ao ponto de torná-la o que é hoje. Espero que gostem...

Aos que estão comentando e aos que favoritaram: Obrigada! Vocês me animam demais para escrever (podem ter certeza disso)...
Aos que estão acompanhando: Favoritem a fic, para eu conhecer vocês e comentem também.. quero muito ver o que pensam da história...

E tem mais uma coisinha: Eu fico meia encabulada, sabe? Mas, seria petulância demais, dessa escritora, pedir uma recomendação??? Aquele que se sentir tocado pelo Loki e achar que a fic deve ser recomendada, poderia disponibilizar um tempo e fazer isso? Prometo segurar a Roxie aqui e pedir para o Lokito ir te visitar... kkkkkkkkkkkkk

Enfim, vou deixar de enchimento de linguiça e vamos logo ao capítulo... :)



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Os três homens encararam Roxie e Loki seriamente. Cada um portava armas de choque e cassetetes.

– Vou dar uma chance de vocês fugirem. – Loki cruzou os braços. – Um, dois... – Os homens encararam os dois parados a quase cinco metros de distância deles. -... três. – Os três sujeitos começaram a respirar rapidamente e estavam assustados, olhando para trás dos dois vingadores. A ruiva olhou para eles e depois para Loki que nem ao menos piscava.

– O que você está fazendo?

– Estou na mente deles. – Loki sorriu debochado. – Consigo fazer com que eles vejam o que eu quero. Nesse momento, eles estão vendo um exército atrás de nós. - Roxie sorriu.

Segundos depois, os soldados largaram as armas no chão e saíram pelo corredor, em direção ao lado de fora do prédio.

– Vai ter que me ensinar isso. – Loki riu.

– Isso não é para os mortais. – Ele se abaixou e pegou um dos cassetetes, entregando para Roxie. Ela olhou a arma e revirou os olhos.

– Sem problemas, não sou uma deusa mas acho que sou imortal. Eu posso aprender. - Loki franziu o cenho.

– Imortal? Não era bem isso que você estava demonstrando enquanto lutava com aquele grandão. – Roxie levantou uma das sobrancelhas e cruzou os braços. – Está bem, eu te ensino, mas precisamos de tempo e isso nós não temos.

– É, você tem razão. – Ela respirou fundo. - Acho que a primeira coisa a se fazer é procurar o Nick e eu sei como. – A ruiva seguiu na direção da sala de comando e sentou-se no computador de Nick. – Ele disse que precisavam saber onde estávamos, caso precisassem de nossa ajuda, certo?

– Sim. – ele respondeu sem vontade.

– Acho que ele também pode ser rastreado. – Ela digitou algumas coisas e encontrou um campo que servia para colocar o nome. Digitou Nick Fury e apertou o enter. O computador buscou e mostrou a localização do homem.

– Ainda está na América, mas está em Philadelphia. – concluiu Loki olhando os registros.

– Temos que achar uma forma de chegar até lá. – ela se levantou e seu celular tocou. – Alô.

– Eu não sabia que estava dando uma festa, Roxie. – falou Tony do outro lado. A ruiva conseguiu ouvir o barulho de tiros sendo disparados. – Como anfitriã, deveria estar aqui para me receber.

– Onde você está?

– No terraço. – ele respondeu fazendo esforço.

– Estamos a caminho. – respondeu ela e saiu, ao lado de Loki, em direção as escadas.

Chegaram alguns minutos depois, e encontraram Stark dando um soco no último agente da víbora. O homem caiu de um lado e a máscara do homem de ferro, subiu. Revelando o rosto de Tony.

– Vocês queriam brincar?

– Estávamos na fila. – Roxie entrou na brincadeira. – Você demorou.

– Sentiram saudades? É eu também.

– Nós conseguimos superar a sua ausência.

– Ainda está chateada comigo ou está gripada? Eu não quero pegar gripe.

– Não, agora estou feliz em lhe ver. – ela sorriu. – mas o trabalho ainda não acabou.

– Como você consegue ser chata?

– Eu me faço a mesma pergunta. – falou Loki que até o momento estava calado, só observando a cena.

– Sendo chata ou não, encontramos o Fury e precisamos chegar até lá.

– Lá onde? – Tony seguiu para dentro do prédio, fazendo o barulho de metal em atrito enquanto caminhava.

– Philadelphia.

– Eu posso ajudar. – ele sorriu.

...

Os três aguardaram no pátio quando, finalmente, o carro preto estacionou ao lado deles. As portas se abriram e não havia ninguém ali dentro.

– Eu quero que conheçam o futuro. – Tony apontou. – Um carro sem motorista.

– Você recriou a super máquina? – A ruiva encarou o bilionário.

– Você não estava encarcerada? Não deveria saber essas coisas. – ele a olhou por alguns minutos. – Sim, eu recriei a super máquina. Insatisfeita? Me processe.

– Eu adorei. – ela deu a volta e sentou-se no banco do motorista. – Quem é o controle?

– Boa noite, senhorita Monroe. – respondeu o carro. – É um prazer falar novamente com senhorita.

– O nome dele é J.A.R.V.I.S. – Tony sorriu. – Ele vai acompanhar vocês na viagem e eu vou por cima. Nos encontraremos lá.

– J.A.R.V.I.S. é um computador?

– Eu prefiro ser chamado de “Sistema Inteligente” ao invés de computador, se a senhorita não se importar.

– Você feriu os sentimentos dele. – Stark falou seriamente.

– Desculpe, J.A.R.V.I.S. – respondeu Roxie sorrindo. Olhou para Loki que ainda estava do lado de fora do carro. – Você vem ou vai ficar ai?

– Sim, eu vou. – respondeu ele secamente. Sentou-se no banco do carona e as portas do carro se fecharam. O vidro do lado de Loki abaixou quando Tony tocou nele.

– É bem provável que eu chegue primeiro, mesmo o carro sendo muito rápido. Eu vou atacar e vocês me encontram lá.

– Nada disso, Tony, você vai nos aguardar.

– Eu tenho um pouco de dificuldade em trabalhar em grupo. – ele sorriu. – Não demorem. – A máscara se fechou e ele pegou impulso. Em uma determinada altura ele nivelou e seguiu em direção a Philadelphia, deixando apenas uma marca de fumaça no céu noturno.

– Pode ir, J.A.R.V.I.S. – falou Roxie.

– Eu só posso dar a partida quando todos os ocupantes do veículo estiverem devidamente protegidos pelo cinto de segurança. – falou o carro.

– Sério isso? – perguntou Loki.

– Sim, senhor. – respondeu. – 65% dos acidentes, em transito, causam mortes. Se o cinto fosse usado por todos os motoristas e passageiros, esse número reduziria em 40%.

– Eu não vou colocar o cinto.

– Infelizmente não poderei deixar o local. – respondeu o computador. Roxie, impaciente, destacou o cinto que já usava, puxou o de Loki e pregou na cadeira.

– Resolvido a situação. – ela colocou o seu novamente e respirou fundo. – Pode seguir, J.A.R.V.I.S. – olhou para Loki. – E se você tirar esse cinto, eu juro por Deus, que eu mato você. – O asgardiano encarou a mulher seriamente, mas sua expressão passou de sério para divertida, em questão de segundos. O sorriso tomou o rosto dele e uma ruga se formou entre os olhos de Roxie.

– Eu gostei disso. – respondeu ainda sorrindo quando J.A.R.V.I.S. ligou o carro e fez com que pegassem a interestadual, em direção a Philadelphia.

...

– Eu estou entediado. – Loki mexia em alguns botões do carro.

– É, eu também. – Roxie cruzou os braços e encarou a estrada a frente. Como era J.A.R.V.I.S. que guiava o veículo, ela não precisava nem sequer usar o volante.

– Senhor, devo pedir que pare de apertar esses botões, já que pode haver alguma falha no meu funcionamento. – pediu o carro, com aquela paciência que só um computador teria.

– Falta ainda muito tempo, J.A.R.V.I.S.? – perguntou a ruiva.

– Exatamente uma hora, senhorita Monroe. – respondeu ele.

– Estou um pouco cansada, vou ver se consigo dormir. – ela baixou o banco. – Qualquer eventualidade, me acordem. – Virou-se de frente para o vidro do carro, no lado do motorista, e encolheu-se como pôde. Fechou os olhos.

– O que é isso, em suas costas? – perguntou o deus.

– Onde? – Roxie ainda permanecia de olhos fechados.

– Aqui. – Loki tocou na pele da vingadora, bem na omoplata direita.

– É uma tatuagem. – respondeu ela.

– Eu sei que é uma tatuagem, mas queria saber o que significa esse “N”.

– É a única coisa que não me deixa esquecer o quão forte eu sou. – apertou ainda mais os olhos, na tentativa de impedir que começasse a chorar, mas foi impossível. Enxugou as lágrimas com uma das mãos e se virou. Ainda deitada, encarou o asgardiano.

– Me conte. – pediu Loki. Ele não falou com uma expressão dura ou de autoridade, apenas de curiosidade.

– Quando eu disse que talvez eu fosse imortal, eu não brinquei. – ela sorriu sem querer sorrir. – Eu sou bem mais velha do que você imagina.

– Qual a sua idade?

– Noventa e Sete anos e contando. – Roxie observou a expressão de Loki mudar radicalmente. Ele estava surpreso. – E isso é a partir de onde me lembro.

– Como assim?

– Antes disso, minha vida é um imenso borrão. Sem quaisquer outras memórias. A minha primeira lembrança foi ter acordado, em pleno solo Italiano, no ano de 1917. Eu estava nua, faminta e sem forças para me levantar do chão. Não sabia meu nome, não sabia minha idade, não sabia nada sobre mim. – Loki estava prestando total atenção no que Roxie falava. - Eu fiquei deitada no chão, atrás de uma fábrica têxtil por um dia inteiro, até que uma das mulheres que trabalhava lá, me encontrou. Giuliana era o nome. Me levou para casa dela, me deu banho, me deu o que comer, o que vestir e me deu um nome: Roxanne. Escolheu esse porque havia visto uma peça de teatro onde a atriz tinha os mesmos cabelos vermelhos que os meus e o nome dela era esse. – Ela parou de contar a história e suspirou.

– Você foi morar com ela? – perguntou ele sem expressar muita reação.

– Fui. Ela era casada e tinha um filho pequeno, deveria ter uns três ou quatro meses apenas. O nome era Nicola. – O sorriso de Roxie desapareceu. – E também tinha o marido dela, Lorenzo. Ele era muito agressivo e quase a matou espancada quando ela disse que havia me levado para morar com eles por alguns dias.

– Então ele lhe expulsou?

– Não. – Algumas lágrimas se acumularam nos olhos azuis de Roxie. – Ele dizia que era a coisa mais linda que ele já tinha visto em toda a sua vida e que não me deixaria solta por ai. Eu tinha que ser dele, apenas dele.

– E ele abusou de você.

– Durante dois longos anos. Na frente de Giuliana ou do Nicola, quando ele bem quisesse.

– Porque você não foi embora? Porque você não o matou? – Havia ódio na voz dele, misturado a repulsa.

– Eu não sabia nada, era inocente demais. Não tinha controle sobre os poderes, eles apareciam e desapareciam quando bem entendia. Eu só os tive completamente quando fui presa. – Ela se justificou quase como se aquilo a consumisse há muito tempo. - Eu não fui embora porque ele me ameaçava e dizia que se eu tentasse, ele afogaria o Nicola, esfaquearia a Giuliana e depois me encontraria e me manteria trancada pelo resto da minha vida. – Roxie enxugou mais algumas lágrimas. Fechou os olhos como se as lembranças necessitassem daquilo para vir a sua mente. – Numa noite, 14 de Fevereiro de 1919, ele chegou bêbado em casa e veio direto a mim. Puxou os meus cabelos com força e disse que eu seria dele, naquela noite. Havia quase um mês que ele havia me deixado em paz e esse foi o melhor mês da minha vida. – Ela abriu os olhos. – Eu gritei o quanto pude, mas ninguém viria me socorrer. Eu estava sozinha. Só que, de repente, eu criei uma coragem fora do normal e uma força também, já eram meus poderes aparecendo, e o chutei com força. Ele caiu da cama e se machucou na testa. Eu corri em direção a saída, apavorada.

– Aceita um, senhorita? – interrompeu J.A.R.V.I.S. e o painel se abriu. Havia uma caixa de lenço de papel ali dentro.

– Obrigada, J.A.R.V.I.S, é muita gentileza a sua. – respondeu Roxie sorrindo, com a atitude do computador. Ela pegou um lenço e continuou – Eu corri para pegar o Nicola e a Giuliana e fugirmos os três, mas ele nos alcançou. Ela se colocou entre mim e o Lorenzo, assim tentava me proteger e proteger o filho que estava em meus braços, mas parecia que ele estava possuído e assim ele a matou, na minha frente. Tentou tirar o bebê de meus braços, mas eu não soltei e ele disse que me estupraria com a criança ou sem ela. Para não machucar o Nicola, eu o coloquei no chão e Lorenzo me jogou contra uma parede. – ela limpou as lágrimas. - Não me lembro bem o que aconteceu, porque eu bati a cabeça com força, mas enquanto ele ia se desfazendo das roupas, eu o toquei. Suguei toda a sua vida e aquilo teve um sabor doce para mim. Vingança. Ele não me tocaria mais, nunca mais. – Ela sorriu, dessa vez um sorriso de superioridade, de alegria. – Busquei uma luva de Giuliana e fui embora com o Nicola. Pegamos o primeiro navio que saia da Itália e viemos parar aqui, na América. Eu criei o Nick como se fosse o meu filho e graças a deus ele não se lembrou de nada daquele dia, a sua mente fez questão de apagar a tristeza. Eu vi o meu “filho” se casar, eu vi meu neto, vi o homem e o pai de família que ele se transformou. Muito diferente do pai que teve.

– Então, quando você foi presa? – ele encurtou o momento de Roxie.

– Depois que encontraram Lorenzo naquele estado, uma organização passou a investigar quem, ou o que, havia feito aquilo e, de alguma forma, eles chegaram a mim. Me levaram para esse lugar e me treinaram, das mais diversas formas, para que eu pudesse caçar aqueles que faziam mal, tal qual Lorenzo fazia comigo. Uma arma perfeita, nascida da dor. Me ensinaram vários idiomas, me ensinaram a lutar, a dirigir, a pilotar aeronave, a me comportar com uma dama... Enfim, me ensinaram tudo que eu precisava saber. Fiquei 72 anos lá e só sai apenas uma vez.

– Muito tempo. – falou Loki como se aquilo não fosse óbvio.

– Dez anos atrás, eu pedi que eles procurassem pelo Nicola e eles me disseram que ele tinha tido um infarto e estava internado em Seatle. Eu implorei para vê-lo e eles me levaram até lá. – Os olhos dela se encheram ainda mais de lágrimas que ela secou usando o lenço que o J.A.R.V.I.S. havia lhe entregado. – Ele sorriu ao me ver. Estava espantado porque eu não havia envelhecido nenhum dia e até achou que eu fosse um fantasma que havia ido busca-lo. Eu expliquei toda a situação para ele e contei tudo o que me aconteceu naqueles anos. Pedi que ele também me deixasse ciente do que havia acontecido na vida dele. Deixei ele lá, com a promessa de que eu voltaria para vê-lo, mas ele faleceu naquela noite. – Ela encarou Loki e ficou séria. Enxugou, pela última vez, as lágrimas que rolaram e pigarreou a garganta. – Esse “N” é de Nicola e serve para me lembrar que eu não sou fraca, porque tive a coragem de desafiar o Lorenzo, recomeçar na América, criar um filho sozinha e ainda ser o que sou hoje. Essa tatuagem é para que eu não esqueça quem eu fui ou o que sou. É a lembrança dessa tatuagem que me motiva a seguir. É isso.

Loki nem ao menos piscava. Estava realmente impressionado com a história daquela mulher, mas principalmente da força que ela demonstrou durante todo esse tempo. Ela, certamente, não era fraca e ele não ousaria chama-la assim outra vez.

– Volte a dormir. – mandou ele. Roxie o encarou e assentiu. Virou-se mais uma vez na direção do vidro e se encolheu. Achou que não teria sono, mas acabou dormindo mais rápido do que imaginou.


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Notas finais do capítulo

Obs: A Super máquina, citada pela Roxie e pelo Tony, foi uma série americana criada em 1982 onde existia um carro com inteligencia, chamado KITT... essa série foi re-gravada em 2oo8 (e foi ai que eu conheci)...
Vou deixar um video aqui, caso queiram entender mais:
https://www.youtube.com/watch?v=8M9DDrIdXxk

É isso, amores!!
Beijinhos da tia!!

S. Laufeyson!