Sobre Humanos e Deuses escrita por S Laufeyson


Capítulo 26
Capítulo 24 - Alguém Como Você


Notas iniciais do capítulo

Olá amooooooores!!
Gente, primeiramente deixe-me explicar o motivo de tantos dias sem postar. O primeiro deles é que tive um bloqueio sacana. Eu não sabia o que fazer e nem para onde ir (eu pari esse capítulo... kkkkkkkkkk). O segundo é que eu fiquei doente e fiquei impossibilitada de escrever. Eu tava tonta, enjoada e com dores, então tive que deixar a escrita um pouquinho de lado, mas finalmente estou aqui e vos entrego o penultimo capítulo das memórias de Roxie... espero, sinceramente que estejam gostando.

Segundamente (Oi?)... LADYANNE e QUEEN OF LIGHT.. Meninas, vocês não fazem ideia de como eu fiquei feliz em receber a recomendação de vocês duas... como é de prache (e eu sou uma mateiga derretida) eu chorei, muuuuuuuuuuuito. Principalmente porque foi em um momento que eu estava bem desanimada com a fanfic. Vocês me deram um novo ânimo... podem ter certeza disso. Então, o capítulo é de vocês duas.. espero, de verdade que gostem... o/....

OBS: Devo esse capítulo, além das minhas lindas que recomendaram, a Barbara (minha beta linda, com ideias incríveis) e a amiga maravilhosa Tairini.. que me deram um gás incrível para escrever.. obrigada, amores da minha vida!!!

*** Oieeeeeeeeeeeeeeeeeeeee fantasminhas... Tia ama vocês também!!

Adicionem o grupo, meu povo... o/
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Então povo, é isso.. vamos ao novo capítulo e espero que gostem... Me deixem saber!!!



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Sigyn estava deitada em sua cama, já era bastante tarde e ela ainda não conseguia dormir. Mesmo estando bastante cansada, de toda aquela viagem, o sono não vinha. As palavras gritadas de Loki a atormentavam de uma forma que ela não conseguia desvencilhar-se daquilo. Desde o dia em que ele as disse, não havia um só momento em que elas não aparecessem em seus ouvidos, mostrando um Loki vulnerável, magoado e ferido. Ela odiava aquilo.

Havia se passado apenas um dia desde que chegaram. Sif queria saber a razão de eles terem voltado antes de completar os sete dias, mas ela mentiu, dizendo que havia se sentido mal. Reproduzia as palavras de Loki, no dia anterior, quando Thor os questionou, depois de salvá-los do bilchsteim. A amiga ficou no quarto com ela, conversando até tarde e fazia uma hora que ela havia ido. Sigyn estava abraçada a um travesseiro e encolhida na cama. Chorava baixo até que alguém bateu em sua porta. Achou que pudesse ser Sif que esqueceu de algo, mas deu de cara com Loki, quando abriu.

– Oi. – falou ele. Percebeu imediatamente que ela estava chorando. – O que houve?

– Nada. – respondeu a ruiva e virou-se de costas para Loki. Ele deu a volta, ficando de frente para ela outra vez.

– Sigyn...

– Eu estou chateada por causa do meu cavalo. É só. – mentiu ela. Loki ergueu uma sobrancelha. Ele sabia que ela estava mentindo. Ele era o deus da mentira, mas não quis lembrá-la daquilo. Não queria que ela chorasse mais ainda. Fingiu ter acreditado nela.

– Então vai gostar do que eu tenho para você. – ele sorriu.

– O que? – ela perguntou tentando parecer curiosa. Estava, na realidade, mas não estava bem para surpresas.

– Você vai ver. – respondeu ele e tirou um lenço do bolso. – Se quiser, tem que me deixar vendá-la.

– Me vendar? – ela deu um passo atrás. – Não. Sem venda.

– Está com medo de mim? – Ele franziu o cenho. Ela soube imediatamente que sua atitude o feriu.

– Não é isso, Loki...

– Você nunca me impediu de te vendar antes. Quantas vezes eu te fiz surpresas em nossas vidas? – ele falava sério, mas não havia aumentado a voz em momento nenhum. – Eu sou o último homem que você deveria pensar que lhe faria algum mal.

– Me perdoe. – ela pediu ficando completamente sem graça, com aquela situação. Percebeu que estava sendo infantil demais. Realmente, de todos os homens de Asgard, Loki seria o último a quem deveria duvidar. – Você tem toda a razão. – Ela aproximou-se de Loki e virou-se, ficando de costas para ele. O pano pousou em seus olhos e o deus amarrou em sua nuca. O tecido de seda verde, fez um contraste gritante com o cabelo vermelho da deusa.

Conduziu-a pelos corredores do primeiro andar e desceu as escadas. Sigyn estava completamente dependente de Loki, naquele momento. As pernas tremiam a cada degrau descido, justamente porque não via o que estava por vir. Deslizou uma ou duas vezes, mas Loki sempre estava por perto para ampará-la. Em uma dessas, ele a segurou pela cintura, no momento exato em que ela pisou em falso. Ela sentiu o braço do deus ao redor de si, impedindo o que seria uma grave queda.

– Te peguei. – falou ele e a observou atentamente. Foi automaticamente enfeitiçado pelo cheiro dos cabelos soltos. Reparou na camisola que a deusa vestia, nos pés calçados em uma sandália simples de tiras. Nos pelos dos braços dela arrepiados. Sorriu.

Continuou levando-a até a saída e de lá até os jardins. Sigyn sabia que não estava mais em casa, justamente porque o cheiro de terra molhada ficou tremendamente forte. Caminharam por alguns poucos minutos antes que o deus a fizesse parar. Sigyn sabia onde estava, o relinchar de um cavalo entregou.

– Está pronta? – perguntou Loki. A mulher assentiu e ele lhe tirou a venda. Assim que ela abriu os olhos, deu de cara com um animal extremamente exuberante. Majestoso. O cavalo, da raça Frísio, estava amarrado no estábulo. A crina caia por sobre o seu dorso, cobrindo-o quase que completamente, como se fosse uma cascata negra e ondulada. A cauda dele chegava a encostar-se ao chão, de tão comprida. Era forte e imponente, mas ao mesmo tempo parecia dócil. A ruiva sorriu.

– É meu? – Ela perguntou enquanto alisava o animal. Ele esfregou o focinho nela. Adorou o carinho de Sigyn. Loki assentiu e ela sorriu. Caminhou até ele e o abraçou com força. – Obrigada.

– Já mandei que providenciassem os adornos para ele e que o deixassem pronto para que possa montá-lo. – Loki colocou os braços para trás quando Sigyn o largou e voltou até onde estava o cavalo, apanhando uma cenoura de um cesto próximo e dando para o animal comer.

– Amanhã. – falou ela sorrindo e o olhou.

– O que tem amanhã? – Loki franziu o cenho.

– Irei montá-lo. – ela sorriu.

– Precisa deixar que ele acostume-se com você primeiro, Sigyn.

– Acha mesmo que ele já não está acostumado? – perguntou a ruiva no momento em que o cavalo encostou a cabeça nela outra vez. Ela alisou o rosto do animal, enquanto ele comia outra cenoura que havia roubado do cesto. – você vem comigo, não vem?

– Montar com você? – Perguntou o deus enquanto seus lábios formavam um sorriso perfeito. Os olhos não desviaram-se, em segundo algum, da mulher a sua frente.

– Claro. – respondeu ela. – Quem mais conhece todos os lugares de Asgard, como a palma da própria mão?

– A que horas? – Loki perguntou fingindo ter a sua habitual seriedade.

– A tarde é melhor, não é? – Sigyn o encarou e ele assentiu. – Assim dá tempo ao tratador de arrumá-lo.

– Concordo plenamente. – respondeu o deus e sorriu.

...

Já se passavam algumas horas desde que a família real havia almoçado, no dia seguinte. Sigyn desceu as escadas rapidamente, na direção dos estábulos. Trajava um vestido azul claro, inteiramente confeccionado em musseline, de apenas uma manga. Os bordados desciam de acordo com o corte do decote e seguiam pela extensão do vestido, em pequenos arabescos. O comprimento não passava do joelho. Por baixo, Sigyn trajava uma calça de couro, própria para montaria. Calçava suas botas e os cabelos estavam presos em um rabo de cavalo.

Carregava consigo uma cesta onde colocou algumas coisas para que, ela e Loki, pudessem comer enquanto estivessem fora. E isso incluía uma torta de maçã que ela mesma havia feito. Sabia que Loki adorava torta de maçã.

Chegou ao estábulo e percebeu que seu cavalo já estava selado e pronto para o uso. Comia um pouco de feno enquanto o tratador o escovava. Ao ver a princesa, o homem a reverenciou.

– Não necessita disso, Hadel. – falou ela sorrindo, dispensando o modo como ele a tratava. Ela não gostava de ser tratada com tal reverência. Nasceu princesa, mas não gostava daquilo. E ainda porque Hadel já era um idoso.

Sigyn curvou-se diante dele e o homem corou.

– Não faça isso, princesa. – pediu o homem. – Já implorei que parasse.

– É o meu dever, fazê-lo. – Ela sorriu. – Foi o meu mestre em montaria. Devo o meu total respeito ao senhor. – O homem sorriu lisonjeado. Sempre ficava sem jeito quando encontrava Sigyn. - Sabedoria é mais importante que um título de nobreza. – ele assentiu completamente sem jeito. Ele havia ensinado Sigyn a montar há vários anos e ela passou a fazer-lhe uma referência, sempre que o encontrava. Fazia isso com todos os seus mestres.

– Estamos prontos? – Perguntou Loki aproximando-se dos dois. Hadel o reverenciou e ele apenas assentiu com a cabeça.

– Quase. – respondeu ela. – Hadel, por favor, poderia trocar a minha sela? Pretendo usar a convencional hoje. Quero ver o quanto esse cavalo corre. – Ela alisou a cabeça da sua montaria enquanto o tratador trocava a sela.

– Para que é a cesta? – perguntou Loki curioso.

– Para se caso tenhamos fome, não precisemos retornar. – respondeu ela e o deus sorriu. A ruiva pensava em tudo. Era bem detalhista.

– O cavalo está pronto, princesa. – informou Hadel soltando o animal. Sigyn preocupou-se de colocar algumas cenouras e maçãs em sua cesta também. Se ela e Loki podiam sentir fome, os cavalos também podiam.

Colocou o pé esquerdo no apoio e impulsionou o corpo, sentando confortavelmente na sela. O tratador trouxe o cavalo do deus e ele subiu rapidamente, segurando as rédeas em seguida. Fez o animal contornar e parar ao lado da ruiva.

– Que tal testar a força dos cavalos? – Sigyn olhou para Loki de soslaio, apenas para ter certeza que ele entendeu que ela o desafiou para uma corrida.

– O que estamos esperando? – perguntou ele e a garota deu o comando. O cavalo, imediatamente, começou a correr conforme ela o atiçava, sacudindo as rédeas. O de Loki partiu logo em seguida. Ele não confessaria nunca, mas permitiu que a ruiva saísse na frente.

A montaria seguiu pelas planícies de Asgard, por cerca de vinte minutos. Até que, em um determinado momento, Loki conseguiu alcançar Sigyn e ultrapassá-la. A ruiva era tão competitiva quanto o deus da trapaça e não aceitaria perder para ele. Atiçou ainda mais o cavalo, ao ponto dele conseguir ficar lado a lado com o puro sangue do deus.

O fim da corrida estava próximo e eles lado a lado. O tronco da cerejeira era a linha de chegada e parecia que daria empate, caso nenhum deles agisse de imediato. Sigyn inclinou o corpo para frente e novamente fez o animal correr ainda mais rápido, Loki puxou o dele, para que fosse mais devagar. Ela venceu pela diferença de poucos centímetros.

– Eu sou a melhor. – gritou ela fazendo o cavalo parar e erguendo os braços em comemoração.

– É, você é a melhor. – concordou ele sorrindo. Sigyn franziu o cenho. Percebeu que nunca havia ganhado uma corrida contra Loki.

– Eu não acredito que você fez isso. – ela falou seriamente. Loki ergueu uma sobrancelha.

– Fiz o que?

– Você me deixou ganhar. – Ela respondeu acusativa. Não estava chateada, apenas sentiu-se iludida. Pulou de seu cavalo e o segurou pela rédea. – Loki!

– Eu não deixei. – respondeu o deus, também desmontando.

– Porque eu não consigo acreditar em você? – A ruiva puxou o cavalo por um caminho, encontrando a clareira onde eles sempre costumavam passar um tempo. Não só os dois, mas Thor também. Isso quando eram apenas adolescentes e não tinham ainda compromisso nenhum com as coisas relacionadas ao reino.

– Talvez porque eu não seja o deus da verdade? – perguntou ele seguindo-a. Sigyn prendeu um sorriso e virou-se para ele.

– Amarra os cavalos que eu vou arrumar as coisas do piquenique. – ela entregou a rédea de seu Frísio para o deus e seguiu na direção da clareira. Loki respirou fundo e puxou os dois cavalos com ele. Os amarrou em uma árvore, na entrada do bosque, e virou-se para olhar a ruiva. Não a encontrou. Havia apenas o pano esticado no chão e a cesta em cima, mas nada de Sigyn. Caminhou cauteloso pelo lugar, mas não a via. Foi inevitável que se preocupasse. Ataques eram constantes em Asgard e, não só uma vez, tentavam capturar algum membro da família real, para que houvesse uma barganha.

– Sigyn... – chamou alto. Esperou que ela o ouvisse e entregasse o seu paradeiro, mas não foi isso que aconteceu. – Sigyn! – Repetiu ainda mais alto.

Ele analisou a cena, com seus incríveis olhos verdes, em busca de algum detalhe que entregasse o que aconteceu ali. Até que a mulher saiu de trás de uma árvore, soltando um grito, na tentativa frustrada de assustá-lo. Loki a olhou de soslaio, sem expressar nenhuma reação.

– Até quando vai tentar? – perguntou.

– Até o dia em que eu conseguir. – Ela sorriu, encostando-se a árvore. – Você sempre conseguiu me assustar.

– Eu nunca fiz algo assim, Sigyn. – Loki elevou os olhos até ela quando essa sorriu. Não era verdade, ele sempre lhe pregou peças. Assim como fez no exato momento em que ela se virou e deu de cara com uma projeção sua, encarando-a. Sigyn soltou um grito antes de fazer com que a ilusão desaparecesse e descesse da rocha. Encontrando o verdadeiro Loki sorridente por ter conseguido, mais uma vez, assustá-la. Ele desviou de uma tapa, antes que a deusa se desse por vencida e sentasse no pano.

– E eu tinha feito torta para você. Não merece comer nem um pedaço. – falou ela desfazendo a cesta.

– Torta? Que tipo de torta? – perguntou ainda de pé.

– De maçã. – respondeu ela e mostrou o prato. Loki sorriu ao perceber que a mulher havia feito algo para ele. Sentou-se confortavelmente ao lado da ruiva e respirou fundo. Encarando-a. – Não faça esse olhar.

– Que olhar? – perguntou o deus. As sobrancelhas ergueram-se de uma forma suplicante. Ele tentava convencer Sigyn. Manipulá-la. Aquilo era uma encenação que a ruiva conhecia muito bem. – Você faria essa desfeita comigo?

– Claro que faria. – respondeu ela. Loki expressou intensa indignação enquanto Sigyn fingia estar séria, mas ela não se manteve assim por muito tempo, abriu um sorriso logo em seguida. – mas mesmo não merecendo a torta, vou deixar que coma. – Ela cortou uma fatia e entregou para ele. Loki sorriu e mordeu um pedaço.

– Está muito bom. – o deus elogiou a ruiva, que ficou com as bochechas mais vermelhas que seus próprios cabelos.

– Mas que surpresa agradável. – Sigyn virou-se dando de cara com Balder que descia de seu cavalo. Estava de armadura completa, o que significava que estava de serviço. Alguns de seus homens, que o seguia, esperaram ainda montados. – A melhor coisa que me aconteceu hoje. Encontrar minha mulher durante uma ronda.

– Ela não é sua mulher. – respondeu Loki seriamente.

– O que são cinco semanas? – Ele aproximou-se e abaixou ao lado da ruiva, pegando uma maçã da cesta. – Ela será em breve e vai gostar disso. – Ele mordeu a fruta e encarou a mulher por alguns segundos - E como estão meus sogros?

– Muito bem. – respondeu a jovem, completamente desconsertada. Odiava a presença de Balder e desejava que ele fosse embora, o mais rápido possível.

– E os seus pais, Loki? Como estão? – Ele ergueu os olhos para o deus e sorriu. Estava provocando-o.

– Sigyn já te disse que estão bem. – Loki sorriu debochado. - E vão ficar ainda melhor quando souberem que ao invés de gastar seu tempo na ronda, como espera-se de um soldado, fica de conversa mole com a princesa e o príncipe de Asgard. – Loki respondeu superior. Fez questão de lembrá-lo o que, de fato, ele era. Não interessava se seria o príncipe consorte em poucos dias. Ele era um soldado e sempre seria um soldado.

Balder pareceu entender o recado, mas não sairia por baixo. Colocou a maçã de volta no cesto e agarrou Sigyn de surpresa. Segurou a ruiva pela nuca e beijou-lhe a boca. Ele lembrava-se do alerta de Loki, mas sabia que o príncipe não iria se dispor diante de tantos soldados presenciando o fato.

Loki virou-se para o lado oposto, tentando controlar-se. Não aceitaria as provocações de Balder. O soldado, conseguindo o que queria, afastou-se da ruiva e levantou-se.

– Nos veremos no jantar. – ele sorriu. – Com licença, altezas. – fez uma rápida reverência e deu as costas para os dois, subindo em seu cavalo. Deu o comando ao animal e esse saiu apressado, sendo seguido pelos outros homens.

– Desculpe. – falou Sigyn com a voz abafada por um choro. Alisava o pescoço de uma forma que apagasse o toque de Balder.

– Ele te machucou? – perguntou Loki.

– Não. – respondeu ela, passando a enxugar as lágrimas de seu rosto. – é só que eu não suporto estar com ele, não suporto ser tocada por ele e não quero me casar com ele. Seu eu tivesse uma forma de fugir dele...

– Se quiser eu posso interferir, sempre que estiver por perto. – prontificou-se o deus da trapaça. – Basta pedir.

– Como eu pediria, sem que ele notasse? – Sigyn olhou para Loki, com os imensos olhos azuis ainda molhados de lágrimas.

– Quando entrei no treinamento de luta, para uma possível guerra, me foi ensinado que não precisávamos falar para que o nosso companheiro entendesse. Bastava um sinal. – ele limpou uma lágrima que escorreu dos olhos dela. – Escolha um gesto, que você não faça com frequência e que eu posso identifica-lo mesmo de longe, e eu venho ao seu encontro. – A mulher respirou fundo e encarou o moreno.

– Eu não sei que gesto escolher. – ela respirou pesadamente. Passou a mãos no rosto e nos cabelos, percebendo que alguns fios ficaram presos ao brinco. Resolveu retirá-lo para desenrolar a mecha.

– Esse será o sinal. – falou Loki.

– O que? Enrolar o meu cabelo no brinco?

– Retire o brinco. Se eu a ver sem um deles, vou até você. – o deus a observou seriamente. – E não se preocupe. Eu ficarei sempre atento.

...

A semana passou extremamente rápida.

Sigyn evitou sair do palácio, naqueles dias. Seu destino cruel estava se aproximando e ela apenas queria se isolar das outras pessoas, já que toda a Asgard explodiu em comentários e preparativos, conforme a data ia se aproximando. Quatro semanas eram quase nada quando o assunto era organizar o casamento da princesa.

Ela estava debruçada em sua sacada, olhando o movimento da cidade e nem percebeu que Frigga entrou em seu quarto.

– Devia ir lá fora, respirar um pouco de ar fresco. – comentou a rainha. Trajava um vestido branco, com mangas compridas e decote canoa. A armadura dourada apenas se dava na cintura e irradiando para o busto. Um enfeite a mais no vestido.

– Não estou com vontade de conversar com ninguém sobre esse casamento. – respondeu a ruiva. Ainda vestida com as roupas com as quais havia dormido. Um vestido, azul claríssimo, que chegava aos pés. – Eu sei que será a única coisa que vão falar, se eu sair.

– Eu sinto muito. – a rainha aproximou-se da filha, alisando-lhe os braços. – Eu fiz o que eu pude. Tentei remediar a situação por todos esses anos, mas não deu mais.

– Eu entendo mãe, não estou cobrando nada de você. – a ruiva virou-se, encarando a mulher. – Foi um golpe de mestre dizer que eu era estéril. Rendeu-me vários anos a mais. – Sigyn sorriu. – Toda a Asgard já estava acreditando mesmo que era verdade.

– Eu queria que o Balder tivesse acreditado também e tivesse desistido de você.

– Balder não me quer tanto assim. Ele quer o status que o título de “príncipe consorte” vai lhe dar. – A jovem respirou fundo e deu a volta ao redor da mulher, sentando-se na cama. Frigga fez o mesmo. – Ele teve centenas de anos para desistir de mim, mãe, e não o fez. Isso prova o que eu venho dizendo.

– Eu sei. Também acredito nisso. – concordou a rainha. – Qualquer homem teria desistido de casar-se com uma mulher que nunca havia tido as suas regras. Se não o fizesse, seria a mesma coisa de aceitar que a sua linhagem terminasse ali.

– Balder quer o poder e eu sou o caminho que ele encontrou até o que almeja. Mesmo se a mãe dele não tivesse descoberto, que eu não era estéril, ele não desistiria. – os olhos de Sigyn encheram-se de lágrimas. – Eu estou fadada a ser mulher de Balder.

– Você não é a Skuld. – falou Frigga. Referindo-se a norna responsável pelo futuro. – e também não vê o que vai acontecer. Não se desespere por antecedência.

– Você viu o meu futuro, não foi? – a princesa perguntou chorosa. Levando os olhos encharcados na direção da mãe.

– Vi e como sabes, não posso lhe contar. – ela forçou um sorriso e alisou os cabelos da filha. – Só peço que não sofra por antecipação. Está bem?

– Sim, senhora. – respondeu ela e Frigga deu-lhe um beijo na testa.

– Assim é bem melhor. – ela sorriu. - Estamos quase para servir o jantar. Já mandei que chamasse Thor, mas não encontro Loki em lugar algum. – Sigyn olhou na direção da janela e percebeu o céu pronto para escurecer.

– Ele está no planetário. – respondeu olhando a mãe.

– Como sabe?

– Todos os dias, entre a tarde e o cair da noite, ele vai até lá para olhar o universo. – ela sorriu.

– Poderia chamá-lo para mim?

– Mãe, eu não quero ir. – pediu ela. Não queria mesmo ter que deixar seu quarto. O planetário ficava no palácio, mas ela tinha que passar pelos jardins e ele estava cheio de mulheres preocupadas com os arranjos da festa. Quem guiava era a mãe de Balder, Sademai.

– Vai, Sigyn. – mandou Frigga. – Se elas lhe pararem, diga-lhes que está preocupada com outra coisa sobre o casamento. – A ruiva respirou fundo.

– Está bem. – respondeu a princesa e recebeu um beijo na testa. Sigyn arrumou-se com um vestido verde claro de mangas compridas e, com a ajuda de uma das suas damas de companhia, arrumou os cabelos de uma forma que alguns fios ficassem soltos.

Passou devagar pelo palácio e apressou os passos no jardim. A mãe de Balder a chamou para que desse uma olhada nos tecidos que forrariam as mesas, mas ela lhe deu a desculpa que sua mãe mandou. A mulher não questionou.

A jovem subiu os vários degraus da torre do planetário e bateu na porta ao final delas.

– Loki. – chamou sem vontade. Sabia que ele não abriria a porta. – A mamãe mandou chamar para o jantar. Não se atrase. – Ela deu as costas e começou a descer as escadas até que a porta se abriu.

– Sigyn. – chamou ele e a princesa virou-se. – Como sabia que eu estava aqui?

– É para cá que você vem todas as tardes, desde que me lembro. – ela sorriu e deu as costas para ele.

– Não quer entrar? – perguntou Loki.

– Nunca me deixou entrar antes.

– Eu estou convidando agora. – ele deu um passo ao lado, deixando um caminho para que ela passasse. Sigyn sorriu ainda mais e assentiu, voltou a subir os degraus que havia descido e entrou no lugar. Admirou-se com tudo aquilo. Era algo bem semelhante ao observatório de Heimdall, mas as diferenças estavam no que ornamentavam o lugar. Haviam várias anotações presas nas paredes, vários desenhos dos planetas em alinhamento, cálculos dos mais variados possíveis e um telescópio bem no meio da sala.

– Isso é inacreditável. – falou ela sorrindo, analisando o desenho de alguns planetas, acompanhados de cálculos que ela nunca havia visto na vida.

– Quer ver as estrelas? – perguntou ele e Sigyn virou-se para olhá-lo. Sorriu enquanto assentia. O deus foi até o seu telescópio e começou a posicionar o objeto para alguma estrela. Sigyn cruzou a sala, estava impressionada com aquilo. Sentou-se em uma poltrona, próximo de alguns cálculos e pegou um dos cadernos que estava em uma pilha. Abriu as primeiras folhas e passou a admirar os desenhos tão bem detalhados que Loki fizera.

Não achou que o deus fosse tão bom naquilo. Passou as várias folhas, apreciando cada uma delas, até que deparou-se com um par de olhos. Seus olhos. Mudou a página e lá estava seu rosto. Não o de agora, mas um pouco mais jovem. Olhava para baixo, com uma mecha de cabelo solta. O desenho era idêntico a ela. Loki era detalhista.

No canto superior haviam seus lábios, formando um sorriso sincero. Há muito ela não sorria daquele jeito. Não havia razão para sorrir. Levantou as vistas até Loki e ele ainda olhava pelo telescópio, ajeitando o aparelho. Voltou sua atenção para o caderno outra vez e assim que passou a folha, viu seu rosto completo, o que possuía agora. Aparentava estar concentrada em algo. Talvez estivesse lendo ou coisa do tipo. Loki a observava sempre, era a única explicação para ele captar expressões tão fortes e detalhá-las com tanta perfeição. Pensou que ele poderia estar observando-a agora e não queria um constrangimento por ela ter achado aquilo, dessa forma, fechou o caderno e colocou ao seu lado.

Loki a olhou no segundo seguinte. Sabia que a mulher havia aprontado alguma coisa, conhecia aquela expressão de culpa como ninguém. Seus olhos correram dela para o caderno ao seu lado e percebeu o que havia acontecido. Respirou fundo e resolveu não tocar no assunto. Ela havia visto seus desenhos, não queria embaraça-la por isso.

– Vem. – chamou ele, estendendo uma das mãos para ela. Sigyn respirou fundo e levantou-se, segurou em sua mão e ele lhe ajeitou o telescópio, mostrando onde ela deveria olhar. Sigyn abaixou e observou a massa a sua frente. Um complexo aglomerado de cores, variando entre o azul, o verde, o vermelho, o amarelo e o laranja. Uma das coisas mais lindas que ela havia visto em toda a sua vida. – Essa é a nebulosa do caranguejo. Um resquício de uma supernova.

– Supernova? – ela perguntou curiosa e Loki sorriu. Adorava ensinar as coisas para ela.

– É o nome dado aos corpos celestes surgidos após as explosões de estrelas. Essas explosões produzem objetos extremamente brilhantes e estes vão desaparecendo com o passar do tempo.

– Então isso é a morte de uma estrela?

– É. – respondeu ele. – O último brilho dela.

– Triste, mas é lindo. – Ela voltou a abaixar-se e observou a nebulosa outra vez. Começando a rir em seguida.

– O que? – perguntou Loki curioso.

– Você está querendo tomar o emprego do Heimdall ou é impressão minha? – perguntou ela e o deus sorriu. Sigyn gostou de ver aquele sorriso.

– Olhamos as estrelas com propósitos diferentes. – Loki deu a volta na sala e pegou o caderno em cima da poltrona e colocou de volta na pilha. – Heimdall vê buscando segurança, eu vejo buscando conhecimento. – Sigyn enrubesceu quase que imediatamente. – É melhor irmos jantar, a mãe não vai gostar de atrasarmos.

– Está bem. – respondeu ela e respirou fundo. – Eu adorei o lugar.

– É seu também. – Loki se viu falando. – Pode vir a hora que quiser. - A princesa sorriu e assentiu. Os dois seguiram em direção a porta e desceram as escadas. Loki os camuflou, quando passaram pelos jardins, e chegaram bem na hora do jantar.

...

Dois dias se passaram e Loki caminhava pelos corredores do palácio. Havia acabado de sair de seu quarto e descia em direção a biblioteca. Queria ler alguma coisa, desvencilhar sua mente um pouco. Queria apenas relaxar.

Para chegar, tinha que passar pela sala de recepção e foi ai que ele deu de cara com ela. Freya. Havia muito tempo que a deusa mãe não aparecia por Asgard, embora fosse muito amiga de Frigga.

– Loki. – ela sorriu largamente e abriu os braços, colocando o moreno entre eles e apertando-o com bastante força.

– Olá Freya. – respondeu ele gentilmente, mesmo que estivesse sendo apertado por ela.

– Você está cada dia mais belo. – falou ela segurando o rosto do rapaz. – O amor nos deixa mais bonitos. Quem é a felizarda?

– Ninguém, Freya. – respondeu fingindo tranquilidade.

– Meu filho. – ela alisou-lhe o rosto. - Eu sou a deusa da atração, luxuria, sensualidade e amor. Acha mesmo que me engana? Assim como você, que é o deus da trapaça e da mentira, sabe quando alguém mente para você eu sei quando alguém está amando.

– Veio visitar Frigga? – perguntou Loki, interrompendo a deusa. Ela sorriu e afastou-se dele. Entendeu que ele havia desconversado.

– Há muito não venho ver minha velha amiga. – ela sorriu. – Uma das moças que trabalha aqui, me informou que ela está na biblioteca, ensinando a Sigyn a tocar piano. Há muito não vejo a menina também. Já casou?

– Ainda não. – respondeu Loki ficando sério de repente. Freya percebeu a tensão, mas não comentou nada. – Se quiser, posso leva-la até ela.

– Eu aceito a sua gentileza. – a mulher pegou no braço de Loki e esse a conduziu pelo corredor até a biblioteca. Ao entrar, encontrou Frigga contando o tempo de uma música, enquanto Sigyn tocava o piano. A ruiva concluiu e Frigga a elogiou. Havia tocado sem um único erro.

– Freya. – falou a rainha, levantando-se do banco e indo de encontro a amiga, abraçando-a. – Que maravilha ter a sua visita.

– Percebi que faz séculos que não venho te ver, minha amiga. – ela sorriu para Frigga e levou os olhos para a jovem ruiva. – Menina Sigyn... – a garota levantou-se e abraçou a mulher, que aparentava não ter mais que quarenta anos, com longos cabelos negros como a noite. -... está uma linda moça.

– Obrigada, Freya. – agradeceu sorrindo.

– Estou vendo que o amor fez um estrago nesse palácio. – ele olhou para Sigyn e então para Loki. A ruiva abaixou as vistas enquanto o deus permanecia sério.

– Venha Freya, vamos caminhar um pouco e tomar um chá. – Frigga estendeu a mão para a deusa mãe.

– Excelente ideia. – concordou a mulher e virou-se para Loki e Sigyn. – Vejo vocês depois, crianças. – eles assentiram com a cabeça e então as duas saíram porta a fora. Os dois jovens trocaram olhares significativos antes que a ruiva sentasse outra vez no piano e o deus da trapaça, sentasse em uma mesa de xadrez, de frente para ela.

Sigyn recomeçou a tocar a música e Loki criou uma cópia, de si mesmo, para que o acompanhasse no xadrez. A mulher seguia tocando divinamente, o que obrigou Loki a voltar sua atenção para ela, não apenas uma vez.

Em um determinado trecho da música, Sigyn elevou seus olhos na direção do deus e isso fez com que ela perdesse um compasso, obrigando-a a parar. Ela franziu o cenho e recomeçou a tocar. Seguiu impecável até que sua mente foi levada até Loki outra vez. Errou outra nota.

– Está tudo bem? – perguntou o moreno.

– Está sim. Tudo perfeitamente bem. – respondeu ela e Loki ergueu uma sobrancelha. – E eu não estou ligando se você é o deus da mentira e sabe que eu estou mentindo.

– Eu não disse nada. – ele sorriu e voltou sua atenção para o jogo. Moveu uma peça e a sua cópia moveu outra.

– Isso é deprimente. – falou a ruiva. Levantou-se e tocou na cópia do deus, que desapareceu. Sentou na cadeira de frente para Loki.

– O que pensa que está fazendo? – perguntou ele.

– Vou jogar xadrez com você. – respondeu ela retirando as suas peças do tabuleiro. Loki sorriu.

– Você nunca aprendeu a jogar xadrez, Sigyn. – Loki falou sem tirar os olhos da ruiva.

– Me ensine. – pediu ela sorrindo. O deus assentiu e começou a explicar as distribuições das peças e as regras do jogo. Sigyn não prestou muita atenção. Não nas explicações.

...

O sol havia começado a ir embora, enquanto as seis damas estavam no mesmo quarto. Elas, depois do dia de Odin, ficaram conhecidas como “As Seis”. As damas que desafiaram o Pai de Todos. Sigyn estava entre elas. Arrumavam a deusa da guerra, Lady Sif, para a sua festa que se seguiria logo mais à noite. A princesa ajudava no penteado, enquanto que as outras distribuíram-se em maquiar, ajeitar as unhas e arrumar a roupa. Era o dia de Sif e ela merecia ser tratada como rainha.

Sigyn adorava estar na companhia de suas amigas. Foram as únicas que aceitaram seguir com ela para o torneio e que ficaram ao lado dela depois do triste fim. Elas eram contra aquele casamento, tanto que não falavam nada a respeito, enquanto estavam na presença da ruiva.

– Essa festa vai ser memorável. – comentou Axe. Era uma jovem de longos cabelos loiros, com raízes incrivelmente escuras e pontas quase brancas. Ela cuidava das unhas de Sif.

– Estou ansiosa para ver quem vai aparecer. – Warla também se fez ouvir, enquanto ajudava Axe com as unhas do pé da amiga. Ela era ruiva, não tanto quanto Sigyn. Possuía os cabelos da cor de laranja e sardas por todo o rosto. Um par de olhos verdes acompanhava todo o conjunto da obra.

– A mim só importa uma única pessoa. – foi a vez de Dirta comentar. Era uma bela jovem, de longos cabelos castanhos e olhos quase amarelos. Era extremamente bonita.

– Quem? – perguntou Sif sorrindo.

– Um certo príncipe. – falou ela sorrindo.

– Meu Deus, vai haver briga aqui agora. – brincou Vahel. Era a mais jovem das seis, e possuía os cabelos quase brancos e olhos incrivelmente roxos.

– Protejam-se todas. – brincou Sigyn terminando de colocar um grampo no cabelo de Sif.

– Espero, sinceramente, que não esteja falando sobre o Thor. – comentou a deusa da guerra, olhando a mulher de soslaio.

– Não o brutamontes. Estou falando do príncipe que usa o cérebro, ao invés dos músculos. – comentou Dirta. O sorriso de Sigyn deixou seus lábios quase que instantaneamente. Sabia que era de Loki que ela falava.

– Não brinca com a gente. – falou Vahel. – Sério?

– Porque não? – perguntou ela colocando um vestido em cima da cama. – Ele é lindo, provocante e sedutor.

– Terminei, Sif. – comentou Sigyn, cortando a conversa da amiga. – Era assim o penteado?

– Era assim. – falou a deusa sorrindo. – Obrigada.

– Disponha. – ela forçou um sorriso e se afastou. – Se me dão licença, tenho que ir me arrumar.

– Claro, vai sim. – concordou Dirta. – E aproveita e traz o Loki junto, quando vier. – Sigyn a encarou e assentiu, contra a sua vontade.

Deixou o quarto e a casa de Sif o mais rápido que conseguiu. Estava com ciúmes, já havia percebido aquilo.

...

A deusa havia acabado de sair do banho e já vestia sua roupa de baixo. Um vestido fino, cor-de-rosa bem claro, com uma abertura considerável nas costas.

Precisava apertar os espartilhos e vestir o vestido, mas não havia ninguém que o pudesse fazer. A mãe de Balder pediu a ajuda de todas as damas do castelo, para auxiliar nos preparativos da festa, que faltava apenas três semanas para acontecer. Dessa forma, Sigyn ficou sem ninguém para auxiliá-la.

Teve então a ideia de pedir ajuda a sua mãe, que estaria em seu quarto no final do corredor. O problema era passar por ali, usando uma roupa intima e sem ser vista por ninguém. Abriu a porta e observou atentamente. Respirou aliviada ao perceber que o guarda, que fazia a segurança do andar, não estava ali. Poderia passar correndo, se fosse o caso.

Vestiu o espartilho, por cima do vestido fino, e segurou no busto. Correu até o quarto de Frigga e não a encontrou. Respirou pesadamente, tentando pensar em alguém que pudesse ajuda-la.

Resolveu voltar ao seu quarto e esperar que o guarda retornasse a seu posto, pediria que ele fosse chamar alguém para ajudá-la. Era só questão de tempo.

Deixou o quarto de Frigga e ia retornando ao seu, quando Loki e Thor apareceram em sua frente. Sigyn empalideceu quase que instantaneamente. Os dois ergueram as sobrancelhas e se olharam, quase no mesmo minuto. Depois encararam a ruiva outra vez.

– Você pretende ir assim para a festa? – perguntou Loki sorrindo.

– Mas é claro que não. – respondeu ela ficando séria. Tentando trancar o busto com as mãos e braços.

– Não me leve a mal, mas acho que faria bastante sucesso. – Loki sorriu mais ainda quando viu a feição de Sigyn mudar de seria para indignada.

– Eu teria que sair distribuindo socos em quem se atrevesse a olhar para ela. – comentou o loiro, fechando o punho.

– Eu preciso apertar meu espartilho e eu estou sem minhas damas. Pensei em pedir ajuda para a mamãe, mas ela já deve ter ido para a festa.

– Se eu fosse você, iria assim. – continuou Loki.

– Dá para vocês pararem com a gracinha e me ajudar? Chamem alguma das minhas damas, por favor. – Sigyn fez cara de choro.

– Deixa eu ver se consigo apertar isso. – falou Thor indo na direção dela. Sigyn virou de costas, apoiando-se na parede. – Para que tantos fios?

– Puxa os dois maiores. – mandou a ruiva. Loki encostou-se na parede e cruzou os braços, apenas observando a cena. Thor era um guerreiro. Não teria a presteza necessária. Um brutamontes por natureza. A prova disso era a dificuldade que ele tinha em puxar os dois fios de uma vez. Geralmente puxava um e afrouxava o outro. – Thor, faz direito.

– Eu não sei fazer essas coisas. – reclamou ele.

– Deixa eu tentar. – Falou Loki aproximando-se. O loiro entregou-lhe os fios.

– Divirta-se nessa coisa maluca, eu vou me arrumar. – o deus do trovão seguiu pelo corredor e entrou em seu quarto.

– Puxa os dois de uma vez. – falou Sigyn ficando rubra, imediatamente. Loki puxou os fios, mas não muito. – Puxa com força, Loki.

– É a primeira vez que ajudo a vestir um espartilho. Em todas as outras vezes eu ajudei a tirar. – Ele respondeu colocando um pouco mais de força nos fios. Sigyn fez uma careta. Em parte porque agora ele havia apertado com força e em parte porque se prendia para não responder ao comentário dele.

Sem querer o deus se pegou observando as costas da ruiva. A parte do vestido que deixava a pele descoberta, onde os dedos dele tocavam enquanto ajudava os fios a se alinharem. A sensação de ter a pele dela em seus dedos era única. Ele queria acaricia-la, mas não podia. Retornou de seus devaneios e deu um último puxão.

– Está ótimo. Já chega ou eu vou ficar sem ar. – respondeu ela. – Amarra as fitas em um laço.

– Feito. – comentou ele e ela se virou. Tomando o cuidado de ter o busto ainda encoberto pelos braços.

– Obrigada. – agradeceu ela e passou por ele, voltando a seus aposentos e fechando a porta.

– Por nada. – respondeu para si mesmo. Sorriu e entrou em seu quarto. Precisava se arrumar também. O baile de máscara estava já para começar.


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Notas finais do capítulo

É isso, gente!!!!
Os amo e nos vemos no próximo capítulo!!!

S. Laufeyson!!!