Sobre Humanos e Deuses escrita por S Laufeyson


Capítulo 12
Capítulo 10 - Um passeio Em Sua Mente


Notas iniciais do capítulo

Olá amores!!!!
Enfim, chegamos ao capítulo 10 e agora a coisa começa a pegar fogo... Espero mesmo que gostem da viagem de Loki pela mente de Roxie...

Me deixem saber o que acharam desse capítulo, okay?
Aqueles que favoritaram, comentaram e estão acompanhando... Muuuuito obrigada, sem vocês não teriam histórias.
Aqueles que nunca comentaram, poderiam dar esse presente para a tia hoje? Dizer o que estão achando da histórinha??? Eu daria pulos de alegria... o/

Pessoas... Surtem comigo nesse capítulo... XD



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Os olhos azuis permaneceram fixos em um ponto qualquer da farmácia enquanto a ruiva entrava em um estado catatônico. Tudo aquilo porque Loki passeava por sua mente. Ele havia tomado tudo dela naquele momento: Sua mente, seu corpo e seu livre arbítrio. Ali, ela era dele.

Para surpresa do deus, a mente de Roxie não era um perfeito caos, como ele imaginou e, também, ele não teria que cavar tão fundo em busca de respostas, já que as memórias dela eram bem organizadas e de fácil acesso. Ele via um caminho central e desse caminho se ramificavam vários outros, mais finos e menores. Ao final, cada um tinha... uma porta?

Loki ficou ainda mais surpreso com aquilo, se é que era possível.

Ela também não tinha muitas memórias que valessem a pena serem guardadas. A maioria dos seus anos, ela passou nas instalações do governo e essas lembranças não eram tão importantes.

Ele começou a caminhar por ali e percebeu algumas diferenças no local, tal qual as cores das portas. Algumas eram brancas, outras laranjas e outras eram de um vermelho sangue vivo. Determinou de imediato que vermelho era a cor de alerta, talvez as memórias mais tristes que ela tinha. Ele sentiu vontade de destruir aquelas portas. Talvez assim, ela não se lembrasse mais daquelas coisas que a deixavam tão mal, dentre essas coisas, Lorenzo.

Para comprovar a sua teoria, pegou o acesso a uma porta escarlate, a mais próxima de onde estava. Roxie agitou-se, como se implorasse para que não fosse ali, como se ela não quisesse que aquilo passasse a fazer parte dele. Dessa maneira, seu corpo reagiu àquela tentativa.

Então houve curiosidade. O que ela escondia? Continuou aproximando-se da porta e esticou a mão para tocar a maçaneta, mas então parou. Roxie começou a chorar. O deus se deu conta de que não valeria a pena fazê-la sofrer para satisfazer uma curiosidade banal como aquela.

Deu as costas e seguiu pelo caminho central. A ruiva acalmou-se.

Observou o corredor com todas aquelas portas e percebeu que teria que abrir uma por uma para saber a verdade, exceto as vermelhas. Era o momento que ele conheceria Roxie a fundo. Pegou o caminho que dava acesso a uma porta laranja e a abriu. Viu-se em uma sala de espera, no corredor de um hospital, mas enxergava através dos olhos de Roxie. Estava nervoso e ansioso.

Não, Roxie estava nervosa e ansiosa.

Aqueles sentimentos eram dela e por ele estar vendo através dela, ele também os sentia. A garota encostou a cabeça na parede atrás de si e respirou fundo, mas não conseguiu permanecer ali. Levantou-se e começou a andar de um lado a outro do lugar.

Aquilo irritou Loki.

Eram emoções conflitantes e ele não queria senti-las mais. Tinha um propósito ali e não poderia se desvencilhar disso. Escolheu ver a cena de outro ângulo, outra perspectiva. Escolheu ser alguém que admirava a pintura e não ser a pintura. Imediatamente estava do outro lado daquela sala.

Roxie estava exatamente igual àquela que ele conhecia, exceto pelos cabelos que estavam mais curtos.

Só havia ela naquela sala e parecia que cada minuto de espera se tornavam horas para ela. Usava uma luva preta e aquilo nada tinha a ver com o frio, estava se precavendo para se caso precisasse tocar em alguém. Já deveria saber a dimensão de seus poderes.

Enquanto Loki ia encaixando as peças daquele quebra-cabeça, um homem entrou na sala correndo. Ele era alto, cabelos loiros escuros e olhos castanhos bem claros. Agarrou Roxie no ar e a rodou. Loki franziu o cenho.

– Nasceu. – O homem gritava ainda com a ruiva nos braços. – Eu sou pai.

– Meus parabéns, meu amor. – respondeu ela sendo posta no chão e alisando o rosto dele. – Eu estou muito orgulhosa de você, filho.

– Obrigada, mãe. – Ele sorriu. – Meu Deus, eu sou pai. Você é avó, dona Roxanne.

– Eu sou avó. – ela deu um grito de pura felicidade e abraçou o rapaz outra vez. Loki não conseguiu deixar de sorrir. Não era todas as memórias de Roxie ruins, mas não era aquela que ele procurava. Deu a meia volta e, quando viu, já estava novamente no caminho central.

Percebeu assim que aquelas portas laranja eram memórias fortes, não necessariamente ruins, mas fortes o bastante para a marcarem. Ver o filho se tornar pai era uma dessas lembranças. Pensou que talvez a memória que buscava, estivesse atrás de alguma porta branca, mas lembrou-se do momento em que Roxie lhe disse que havia pesquisado sobre ele e que estava curiosa ao seu respeito. Sorriu. Imaginou se ele poderia ser uma memória forte o bastante para estar atrás de uma porta laranja.

Andou mais a frente e viu a segunda porta, aquela era laranja mais escura. Questionou-se em relação a abrir aquela, já que puxava para o vermelho. Dessa forma, decidiu ver qual seria a reação de Roxie. Se ela ficasse tão agitada quanto esteve na porta vermelha, ele não abriria.

Pegou o caminho que dava acesso a ela e segurou a maçaneta, Roxie percebeu a aproximação dele e agitou-se, mas não como se implorasse para que ele não visse. Era só como se ali fosse uma memória triste, mas que ela não se importava que ele a revivesse. Entendeu que poderia entrar.

Abriu a porta e novamente viu pelos olhos da ruiva. Ela estava diante de um espelho e usava apenas uma toalha. Havia acabado de sair do banho. Ela se olhava e os olhos azuis começaram a marejar. O soluço começou a ficar mais forte enquanto ela se examinava.

Havia um hematoma grande um pouco acima de onde havia o nó da toalha. Ao tocar ali, sentiu dor. Loki também a sentiu.

Ele escolheu não deixar aquela perspectiva. Já que ele não podia entrar nas portas vermelhas, aquela era uma forma de saber como ela se sentia de verdade.

O choro começou a sufocar a garota no momento em que ela percebeu mais um hematoma em seu pescoço e em seu ombro. Aproximou-se do espelho e percebeu um corte em seus lábios. Estava ferida por dentro e por fora.

As lágrimas voltaram a correr com força e ela afastou-se do espelho. Loki sentiu o ódio surgir nela, ódio de si mesma, ódio de sua aparência. Foi por causa dela que Roxie estava sofrendo tudo aquilo. Percebeu por fim que aqueles hematomas foram feitos pelo italiano e ela ainda estava na casa dele. O deus o odiou ainda mais.

Pegou uma tesoura, que escondeu envolta em suas roupas, e voltou a olhar-se no espelho. As madeixas ruivas estavam molhadas e caiam por sobre os ombros. Eram extremamente compridas e passavam facilmente dos quadris.

Puxou a primeira mecha para frente e cortou. Junto com as seguintes, suas lágrimas começaram a cair. Cortou mais curtos do que os do próprio Loki.

Quando os cabelos estavam todos no chão, ela voltou a aproximar-se do espelho. Loki ainda achou a mulher extremamente bonita e pareceu que a ruiva também ainda achava aquilo, porque a ideia de ferir-se no rosto apareceu em sua mente. Preferia ficar marcada, com enormes cicatrizes, para o resto da vida a ter que ser tocada por Lorenzo outra vez.

Abriu a tesoura e encostou uma das pontas em seu rosto. Pressionou um pouco, ao ponto de sangrar, mas não chegou a rasgar porque alguém bateu na porta.

– Quem é? – perguntou em italiano. Era notável que ainda estava aprendendo a falar aquele idioma. Não houve resposta, apenas outra batida na porta. Loki sentiu medo de ser Lorenzo, quer dizer, Roxie sentiu medo de ser Lorenzo. As emoções começaram a ficar confusas para o deus, já não sabia onde acabava Roxie e onde ele começava.

A terceira batida se ouviu e junto com ela uma risada. Uma risada de uma criança. Nicola.

– Abre, Roxie. – Embolou-se na pronuncia do nome da garota. A ruiva limpou o sangue que escorria de seu rosto, largou a tesoura na pia e abriu a porta. Sentado no corredor estava Nicola, tinha acabado de fazer dois anos. Ela deixou o banheiro e sentou-se também, ao lado dele. O menino levantou-se e abraçou a mulher.

– Você está ficando tão lindo, sabia? – Ela sorriu. Loki sentiu que ela o amava, mesmo ele sendo filho do homem que a violentava. O menino não tinha culpa de nada.

A garota começou a chorar.

– Não chora. – ele sorriu. – Adultos não choram.

– Choram quando estão feridos. – ela alisou o rosto dele e o abraçou. Loki não quis mais ficar ali. Já imaginava o tamanho do sofrimento dela e ver tudo através de seus olhos tornou as coisas ainda mais difíceis. Voltou ao caminho central e se perguntou quantas daquelas memórias teria que ver?

Viu uma porta branca em sua frente e não pensou duas vezes antes de ir até ela. Ao abrir, viu um parquinho através dos olhos de Roxie. Escolheu observar a cena. Já estava cansado de emoções para atrapalhar. Precisava analisar a cena e não fazer parte dela.

A ruiva estava em pé, próximo a um balanço e de olho no menino que Loki deu a idade de oito anos, mais ou menos. Os cabelos da ruiva estavam novamente grandes, mas nem perto do que eram anteriormente. Também não havia cicatrizes em seu rosto, ela provavelmente havia desistido daquela loucura.

Percebeu que nada ali o interessava e resolveu voltar ao seu caminho, mas quando pensou em fazer, paralisou. Uma mulher aproximou-se de Roxie e a cumprimentou.

– Roxanne, eu presumo. – falou ela. Loki aproximou-se para ouvir melhor a conversa. Não que ele precisasse daquilo, mas o choque em vê-la ali era grande demais.

– Sim e você quem é?

– Trabalho para a imigração e vim ver se está tudo bem. – respondeu ela e sorriu. Os cabelos compridos estavam presos em um rabo de cavalo e usava roupas simples. Um vestido preto formal.

– Está tudo bem sim, obrigada pela preocupação. – Roxie respondeu em um inglês fluente. – Só uma dúvida, depois de tantos anos, porque a imigração veio atrás de mim? Sou cidadã americana agora, assim como o meu filho.

– Somente para sabermos como anda a sua adaptação a América. – respondeu a loira e olhou para o menino. – Ele é lindo.

– Obrigada. – A ruiva sorriu.

– Não é seu filho biológico, é? – Roxie engoliu secamente.

– Eu sou a mãe dele. – respondeu secamente. – Eu o crio, dou amor e tudo o que ele precisa. Mãe é aquela que daria a vida pelo filho e eu faria isso sem pensar duas vezes. Então, eu sou sim a mãe dele.

– Eu sei bem do que você está falando. – ela sorriu. – O amor de mãe é algo inexplicável.

– Você tem filhos? – perguntou Roxie.

– Dois garotos. – respondeu a mulher e sorriu. – Então é isso, Roxanne. Foi um prazer conhecer você. Veremos-nos novamente em breve.

– Espere, você não me disse o seu nome. – Perguntou Roxie e Loki encarou a mulher. Ele tinha certeza que era ela, saber de um nome não mudaria isso. Sua mãe estava ali, falando com Roxie.

– Frigga. – respondeu ela e sorriu.

– Como a deusa nórdica?

– Exatamente como a deusa nórdica. – a rainha sorriu. – Até breve, Roxie.

– Até. – concluiu a mulher e olhou para seu filho que lhe trouxe uma flor. A ruiva beijou-lhe a cabeça e ele voltou correndo para onde brincava.

Loki voltou ao caminho. Estava definitivamente intrigado com tudo aquilo. Não entendia o que sua mãe queria estando ali, questionando Roxie daquela maneira. Imaginou que talvez, como Frigga tinha o dom de ver o futuro, ela tivesse visto o que ela e Loki estariam passando agora e veio conhecer quem seria a sua companheira naquela viagem suicida. Só poderia ser isso.

Andou ainda por várias portas até que chegou a uma que era de cor bem clara, como se tivesse mesclado o laranja e o branco. Olhou em volta e não viu outra similar àquela. Ele não sabia, mas estava diante do momento em que uma simples memória começava a se tornar algo importante para Roxie.

Segurou na maçaneta e girou. Estava no quarto da ruiva, nas instalações da S.H.I.E.L.D. e ali ele queria apreciar a cena e por isso, escolheu olhá-la de longe.

Ela pegou um elástico, prendeu os cabelos e sentou-se na frente do computador. Começou a fazer downloads de músicas para seu MP4. Adorava treinar ouvindo-as. Colocou uma música para tocar e paralisou assim que a mulher começou a cantar. Era “Gods and Monsters” de Lana Del Rey. Pensou em Loki imediatamente.

Ele sorriu com aquilo. Finalmente havia chegado onde queria.

Roxie jogou o nome do deus no computador, mas tudo o que encontrou foram histórias nórdicas sobre um deus da trapaça que em tudo divergia do que ela conhecia.

Ele sorriu mais ainda quando viu uma foto que os midgardianos diziam ser dele. Era um homem de barba e cabelos ruivos, compridos. Completamente fora da realidade.

Ao menos mantiveram o elmo chifrado.

Entristeceu-se quando sua pesquisa resultou apenas naquilo, mas não se entregaria assim tão fácil. Não desistiria.

– O que você esconde, Loki? Porque Steve me disse para não confiar em você? – Ela respirou fundo e abriu outra tela. Usou de seus conhecimentos em computação, mas mesmo assim não encontrou nada. Sentiu-se derrotada exatamente quando o relógio marcou cinco da manhã. Levantou-se da cadeira e seguiu para sua cama. Soltou os cabelos e deitou-se. Loki aproximou-se e a olhou ajeitar-se para dormir.

A cena a seu redor começou a escurecer e ele não entendeu o porquê. Não queria voltar ao caminho principal agora, por isso não conseguia compreender. As imagens reapareceram com ele observando a mesa de reuniões onde Roxie estava sentada. Parecia aflita e ansiosa. Ele reconheceu aquele momento, no dia em que elas foram enviadas. A última vez que todos os vingadores estiveram juntos. De repente, sentiu que ela relaxou, exatamente quando ele e Steve cruzaram a porta. Os dois sentaram ao lado dela e a tensão recomeçou.

Dadas as ordens, a ruiva levantou-se e o deus se viu tocando-a. Ele mesmo não sabia porque havia feito aquilo.

A cena outra vez escureceu e tudo acendeu com ela na frente do tal computador. Era ali que ele queria chegar, embora tenha gostado de ter visto o que ele causou em Roxie nos primeiros dias.

Ela abriu a pasta com o nome dele e começou a ler o que estava escrito. Havia tudo ali: Cor dos cabelos, olhos, pai e mãe, descrição dos poderes e a sua foto. Roxie se demorou um pouco mais olhando para ela.

Ao ler o final, paralisou: “Memória apagada”.

Imediatamente Loki mudou a perspectiva e passou a ver as coisas pelos olhos de Roxie. Ela sentia medo, tal qual havia lhe dito e aquele medo só fez aumentar quando ela lhe perguntou se podia confiar nele e ele não deu uma resposta conclusiva. A verdade era que ela não queria acreditar que ele não era uma pessoa boa, não conseguia imaginar a razão de ter tido a sua mente apagada daquela forma. Ter a sua memória revirada daquele jeito parecia cruel.

Ele foi passando de memória em memória e todas as vezes que ela chegou perto de contar, deixou que o medo se sobressaísse e a calasse. Loki passou a se perguntar por que a razão daquele medo todo e como se fosse a própria Roxie respondendo, ele ouviu a voz dela em sua cabeça: “Eu tenho medo de você se transformar em outra pessoa, uma pessoa ruim. Tenho medo do que você esconde, Loki, porque eu não quero temer você”.

Ele respirou fundo e se viu, novamente, no caminho central das memórias de Roxie. Ela não havia mentido para ele. Se havia escondido aquilo foi pelas razões que ela havia dito. Sentiu-se mal por ter duvidado dela.

Decidiu pôr um ponto final naquela viagem e deixar a mente da mulher. Quando pensou em sair, viu aquela porta que chamou a sua atenção. Como não havia visto ela antes? Da forma como ela era imponente, era para ter visto logo no momento em que chegou. Ela era negra, com grossas correntes amarrando-a e era bem maior do que as outras. Sem contar que não havia um caminho menor que levava até ela. Na verdade, aquela porta era o final do caminho central.

Ele aproximou-se e segurou na maçaneta. Achou que aquelas correntes fossem apenas para espantá-lo e que teria acesso a entrada se prosseguisse, afinal, ele era o deus ali. Forçou uma vez, mas as correntes nem se quer se moveram. Tentou a segunda e a terceira, mas nada adiantou. Aquela memória estava trancada. Já estava desistindo quando, em um última tentativa, uma pequena greta se abriu. Levou seus incríveis olhos verdes através daquele mínimo espaço e percebeu porque aquela memória estava inacessível.

Era a memória de quando Roxie era menina. A memória que ela não se lembrava.

Ele soube disso, no momento em que viu uma criança ruiva, de no máximo oito anos, correndo atrás de uma bola de metal voadora. Ela sorria muito enquanto perseguia o brinquedo.

Aquilo o intrigou.

Ele sabia sobre aquelas bolas que pareciam grandes insetos, enquanto voavam, mas tomavam a forma circular quando eram pegas. Ele sabia porque havia brincado muito com elas quando era menino. Loki conhecia a origem daquele brinquedo porque ele surgiu em Asgard, mas assim como tantas tradições de seu povo foram parar na terra, ele imaginou que esse conhecimento também havia chegado até os midgardianos.

– A mamãe mandou chamar para o jantar, vocês não vêm? – um menino gritava para que Roxie o pudesse ouvir. Loki queria ver quem era, mas a única abertura da porta não lhe permitia.

– Eu já estou indo. – respondeu ela e deixou que a bola caísse no chão. A porta se fechou tão rápido que se Loki não tivesse sido ágil e tivesse se afastado, teria ficado com alguns dedos presos ali.

Perguntou-se o que estava acontecendo e porque ele havia visto aquela bola com Roxie. Chegou a conclusão que ele não conseguia mais separar o que eram suas memórias e o que eram as memórias da garota. Isso porque achou que aquela memória lhe era familiar. Ele colocou a parte de Asgard naquela lembrança.

Tentou abrir a porta outra vez, para ver se dessa vez tinha mais controle sobre o que via, mas por mais que ele tentasse ou colocasse força, não conseguiria abrir novamente.

Roxie inquietou-se e Loki a deixou.

Imediatamente a ruiva retomou o controle do seu corpo enquanto olhava para o deus que estava diante dela. Ele não falava nada e apenas a mirava de uma forma intrigante.

– Conseguiu?

– Você sabe que sim. – ele respondeu grosseiramente. Foi sem querer, não queria ser grosso. – Eu acredito em você.

– Queria que não tivesse precisado fazer tudo isso para acreditar. Queria que pudesse confiar em mim.

– Agora eu confio. – ele encarou os olhos da garota e demorou um pouco para eles perceberem que o celular tocava. Olhou visor e percebeu ser J.A.R.V.I.S. e que já haviam perdido dez ligações.

– Alô! – a ruiva atendeu. Colocou no viva-voz.

– Porque não atenderam as chamadas anteriores? – Nick perguntou deixando parecer que estava estressado com aquela situação.

– Meus pontos abriram e Loki teve que fazer uma nova sutura. Deixamos o celular no carro. – ela mentiu. Os olhos azuis não desviavam atenção do deus. – Desculpe.

– Eu preciso que tenham foco no que fazem. Estamos em uma missão complicada, agente Monroe.

– Eu e Loki estamos em uma missão complicada. – Ela desviou o para algum lugar qualquer. Sentiu suas bochechas ficarem vermelhas quando Loki a encarou.

– Todos nós estamos: A equipe de resgate, a equipe que foi sequestrada e o comando. Temos que nos ver como um só time só se quisermos que isso dê certo.

– Não temos tempo para discutir trabalho em grupo, senhor. Onde estão os outros?

– Pedi que J.A.R.V.I.S. mostrasse, no mapa, a localização exata do lugar. Ele acabou de enviar para o seu celular.

– Entendi. – respondeu a garota. - A partir de agora estamos em modo de busca e resgate, senhor, então já sabe: Sem contato até que nós liguemos.

– Eu sei quais os protocolos a seguir quando os agentes estão em “modo de busca e resgate”, agente Monroe. – Ele fava seriamente. – a maioria deles foi eu que escrevi. –A garota respirou fundo e olhou para o deus.

– E mais uma coisa: Se sairmos dessa com vida, temos que fazer uma pequena reunião para esclarecer algumas coisas que estão mal contadas.

– Coisas tipo o que, agente?

– Breve saberá. – respondeu ela. – Espere o nosso contato. - Roxie desligou o aparelho, olhou a mensagem de J.A.R.V.I.S. e colocou na calça. – Nós temos a localização. Você vem?

– Sim, eu vou. – Ele fez menção de sair da farmácia, mas a garota passou em sua frente. Fazendo com que ele parasse.

– Obrigada. – agradeceu.

– Pelo que?

– Por não ter tentado ver aquela memória. Não era boa. – Ela tentou sorrir. – Obrigada.

Loki assentiu e Roxie seguiu em direção ao carro. Ele foi logo atrás. A magia se desfez e o carro voltou a ser como era antes, exceto por um detalhe: A prisioneira não estava mais lá.


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Notas finais do capítulo

Então..o que acharam?
Beijinhos!!

S Laufeyson!