Shouldn't Come Back escrita por EviGrangerChase


Capítulo 25
O Baile


Notas iniciais do capítulo

E aí meus amores??? Volteeei depois de um bom tempo. Peço desculpas mais uma vez pela demora, mas houve muitos problemas que me impediram de finalizar esse cap semanas atrás, então mil perdões!!! Alguns avisos sobre esse cap e os próximos que vai agradar alguns e outros talvez:
1- O Baile vai ter vários caps (acredito que no minimo 3);
2- Eles vao se centrar principalmente nos 4 primeiros POVs;
3- O cap ta bem grandinho kkkkkkkk;
4- Baile = Música, então vcs vao notar que em alguns caps que virão terão uma musica como tema, espero que nao se importem;
5- E eu não sei quanto vai demorar para mim postar a partir de agora, afinal as aulas estão voltandoooo haushau mas prometo postar eles assim que conseguir escrevê-los.
Espero que gostem desse cap tanto quanto eu gostei de escrevê-lo. Obrigado a todos que me mandaram reviews. Um forte abraço a todos e nos vemos nas notas finais!! ^.^



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/496294/chapter/25

POV Thalia

Coloquei o último brinco, peguei minha bolsa e olhei-me novamente no espelho. Eu não estava tão ruim. Meu longo vestido prateado brilhante delineava meu corpo, escondendo os sapatos novos. Usava eu colar prateado, mas meus brincos eram pretos. Já a pulseira e o anel tinham lugar para as duas cores. Minha bolsa era preta, enfeitada com algumas pedras. Meu cabelo estava preso em um coque desfiado, o qual eu precisei passar o dia no salão para fazer. Em meus olhos, passei maquiagem prateada, na boca um forte batom vermelho e as unhas eram da cor preta. Ajeitei meu vestido pela última vez e saí do meu quarto.

Escutei vozes vindas da sala, onde eu sabia que Nico esperava. Meu pai não havia gostado de meu par, mas eu não o culpava, afinal, Nico era meu primo e confesso que quando pensava nisso, também me sentia um pouco desconfortável. Mas no final, ele não tivera opção senão aceitar.

Comecei a descer as escadas, momentaneamente perdida em meus pensamentos. Quando estava quase na metade da descida, percebi que as vozes haviam parado. Olhei para meu pai e minha madrasta, meu irmão mais velho e Nico, sentados e me observando. Comecei a enrubescer, mas fiquei definitivamente vermelha após o assobio de meu irmão. Cheguei ao pé da escada e a primeira coisa a ver foi meu irmão de olho dourados me abraçando, fingindo chorar de emoção. Ri de seu gesto e o abracei.

Apolo puxou-me pela mão, ignorando totalmente meu pai e Hera, levando-me até Nico, que ainda não havia dito uma palavra. Apolo pousou minha mão na de Nico e foi embora.

Nico estava belíssimo em um terno preto, uma camisa branca e gravata preta. Os olhos escuros brilhavam como água no fundo de um poço.

Despedimo-nos de minha família e saímos em direção ao seu carro e ao baile.

POV Jason

Eu estava sentado no sofá do apartamento de Drew, esperando que minha dor de cabeça aliviasse. Desde que voltara de São Francisco ela estava sendo minha companheira constante. Eu queria acreditar que minha viagem tinha sido um conto de fadas, mas eu sabia que não fora. Eu e Drew havíamos discutido bastante nos últimos dias.

Eu não havia contado para ela inda, mas a verdade é que minha memória havia se recuperado quase totalmente. A viagem havia dado certo no final das contas. As lembranças começaram a voltar assim que pisei novamente na cidade e comecei a rever coisas conhecidas. Mas por algum motivo, eu não havia contado a Drew.

Ficava cada dia mais fácil ver Drew como uma estranha e sentir saudades da outra garota: Piper. Eu conseguia lembrar com clareza do nosso último encontro e do acidente que se sucedera. Doía-me lembrar no modo como eu a havia tratado. Não é como se eu quisesse voltar correndo para ela, mas eu queria pelo menos um momento para pedir desculpas e esclarecer o que havia acontecido.

– Então, como estou? – Drew caminhava até mim. Ela estava tão linda que era o suficiente para encher meus olhos. Piper foi soprada para fora da minha mente no momento que vi Drew.

Drew usava um vestido vermelho, justo na parte superior e com uma fenda para a perna direita. O sapato era da mesma cor. Nas mãos, carregava uma bolsa dourada. O colar reluzia na cor do ouro, e os brincos, a pulseira e o anel, eram do mesmo tom dourado, mas com pedras vermelhas. Os cabelos longos caiam em ondas por seus ombros. A maquiagem nos olhos era simples, mas marcante, já o batom e o esmalte eram de um vivo tom vermelho.

Levantei e fui ao seu encontro. Abracei sua cintura e a puxei para mim, selando seus lábios. Enquanto nos afastávamos para recuperar o fôlego, sem abrir meus olhos sussurrei:

– Senti tanto a sua falta, Piper...

Senti seu corpo enrijecer. Abri os olhos e a fitei, ligeiramente alarmado. Ela havia se afastado. Não, aquela não era a Piper, o que eu havia dito?

– O que você disse? – perguntou desconfiada.

– Desculpe, foi um erro da minha parte. Minha memória ainda está confusa.

–Tudo bem, dessa vez eu perdoo – ela voltou para meus braços – mas nunca mais me confunda com minha maldita irmã novamente.

Dessa vez fui eu que me afastei.

– Irmã? Como assim? – perguntei confuso. - Por que nunca me contou que ela era sua irmã?

– Desculpe, mas não achei que isso fosse importante para você.

Comecei a caminhar, enquanto pensava e falava.

– Por isso sempre que eu pedia sobre sua família você desviava do assunto. Não queria que eu associasse você com ela... E por isso seu sobrenome me era familiar. – Deuses, como eu era tolo! – Agora só falta eu descobrir que você está comigo por interesse.

– Ei, por favor! – ela já estava na minha frente novamente, os olhos marejados – Nunca diga algo assim novamente. Não vê que eu amo você? Mas agora precisamos ir, ou vamos nos atrasar. – ela deu-me mais um selinho e se afastou.

Saímos. Durante o caminho, não troquei nenhuma palavra com ela além do necessário.

POV Piper

–Nossa Piper! Você está linda – falou Grover enquanto eu me aproximava. Quando cheguei perto, Grover segurou minhas mãos e beijou suavemente minha testa. Sorri com o gesto.

– Você também está um gato, Grover. – elogiei enquanto ria.

– Por favor, não ria. Estou me sentindo um pinguim nesse terno – isso fez com que eu risse mais ainda.

Mas Grover tinha seu charme, usava um terno escuro e uma gravata borboleta da mesma cor. Parecia antiquado, mas nele ficava bem.

Eu havia optado por um vestido vermelho, apesar das lembranças negativas que a cor me trazia. Jason sempre me dizia que era a cor que mais gostava em mim, mas para provar que eu o havia superado, usei mesmo assim. Meu vestido era tomara-que-caia, justo até metade das coxas, no entanto, a partir da cintura havia uma parte de meu vestido que era esvoaçante e suave, como seda. Meu sapato era dourado e brilhante, assim como minha bolsa de mão. Eu usava um colar dourado, que combinava com o resto de meus acessórios, exceto nas pedras vermelhas, presentes nos outros. Eu havia prendido meu cabelo de maneira simples, com a ajuda de minha mãe. Eu não quis ir a um salão, diferente de Silena, por isso pedi a ajuda de minha mãe para prendê-lo. A maquiagem nos olhos era bem marcada e o batom de um profundo tom vermelho. Minhas unhas estavam da cor do vestido.

Caminhei com Grover ao meu lado até seu carro. A conversa entre nós fluía naturalmente, como se nos conhecêssemos há muito tempo. Grover era gentil comigo, nunca ultrapassando meus limites.

Eu havia conhecido Grover após saber da viagem de Jason, eu estava abalada e não o vi até que nos esbarramos. Ele estava carregando uma caixa cheia de objetos, e eu havia derrubado tudo. Ajudei-o a recolher e percebi que algumas coisas eram de garota. Quando viu meu olhar confuso começou a explicar sobre o que havia acontecido. A proibição do namoro e a viagem que levara sua Juniper para longe dele. Acompanhei-o até onde ele precisava ir enquanto conversávamos. Era bom saber que eu não era a única com problemas. Por algum motivo, contei um pouco sobre mim também. E quando percebi já marcávamos mais encontros e conforme fomos nos conhecendo, surgiu o convite que nos levaria ao dia de hoje.

Entrei no carro e partimos para a festa.

POV Percy

Sinceramente, eu estava constrangido esperando na sala com meu pai e a mãe de Annabeth. Atena havia descido poucos minutos antes, dizendo que Annabeth estava quase pronta. Meu estômago estava embrulhado de nervosismo e a gravata apertava minha garganta. Eu nunca vi problema em usar terno, mas dessa vez ele estava me deixando desconfortável, embora eu ache que eu não ficaria confortável independente de estar com o terno ou outra roupa.

Acho que eu estava fitando fixamente o topo da escada, pois meu pescoço começou a doer. Mas minha dor foi recompensada pela visão de Annabeth descendo.

Antes de namorarmos pela primeira vez, Annabeth sempre usava roupas folgadas e antigas, além de sempre carregar uma mochila nas costas, o que dava a ela um ar ligeiramente corcunda, mas apesar de muitos não verem, eu via a beleza que ela escondia por trás dos enigmáticos olhos cinza e dos cabelos dourados, mas foi por poucos verem sua beleza que eu cometi o maior erro de minha vida, fazendo com que eu perdesse a maior transformação de Annabeth. Quando eu voltei, ela não era mais uma garota, mas sim uma mulher, não só fisicamente, mas em todos os aspectos.

Eu sempre achei-a bela, mas na noite de hoje, Annabeth estava deslumbrante. Seu vestido azul parecia ser feito de minúsculas safiras, era tomara-que-caia e delineava seu corpo. Ficava tão bem, que parecia ter sido feito para ela. Os sapatos eram prateados e brilhantes, assim como a pequena bolsa que carregava. Um lindo colar prateado enfeitava seu pescoço e brincos azuis brilhavam quando mexia a cabeça. Fiquei feliz em ver a pulsei que eu dera-lhe de presente em seu pulso. Os cabelos loiros caiam em cachos pelas costas e ombros, presos de forma simples no topo da cabeça. Os brilhantes olhos cinza, quase prateados, estavam bem delineados. Os lábios eram de um belo tom vermelho e as unhas cintilavam em azul escuro.

Eu não me lembro de ter levantado, mas quando percebi já estava na sua frente, hipnotizado. Pensei em palavras para dizer, mas acho que só gaguejei, por que ela começou a rir de mim. Segurei em sua mão e a conduzi até a porta. Ela despediu-se da mãe e do meu pai. Acho que me despedi também, não lembro. Lembro-me de ter escutado um “Comportem-se” e Annabeth responder um: “Vocês também”.

Quando chegamos perto de meu carro, girei-a para que ficasse de frente a mim.

– Annabeth... Não tenho palavras para dizer como você está linda. – seus olhos se iluminaram ainda mais. Comecei a aproximar-me de seu rosto, estávamos tão perto, eu sentia seu perfume como se fosse parte de mim, nossos lábios estavam quase tocando e então nos afastamos.

Entramos no carro sem uma palavra e seguimos assim o resto do caminho.

Chegamos ao salão onde aconteceria o Baile. Ele estava lindamente decorado com cristais de gelo para fazer jus ao nome, apesar de ser apenas o último dia do verão.

Lentamente, segurei a mão de Annabeth e fiquei feliz ao ver que ela não a afastou. Trocamos palavras de admiração pela decoração. Paramos na porta, esperando Piper e Grover que estavam chegando. Cumprimentamo-los e começamos a conversar.

Senti alguns tapas em meu ombro. Virei-me e dei de cara com Jason.

– Caramba Jason!! Como é bom ver você! – falei enquanto o abraçava. – Onde você estava todo esse tempo?

– É bom ver vocês também – falou. – Eu... estava colocando as ideias no lugar.

Foi impossível não notar o olhar dirigido a Piper que seguiu as palavras. Um silêncio desconfortável seguiu-se, até que Drew o quebrou:

– Vamos Jason, não há mais lugar para você aqui...

– Aposto que vai me culpar por isso também – a inesperada voz de Piper soou irritada.

– E do que eu te culpei antes, posso saber? – perguntou Drew num ar zombeteiro.

– Huum... Deixe-me pensar – Piper fingiu pensar. Quando falou, seu tom era irônico, algo incomum em Piper – Por ter mais amigos, por ser mais querida pelas pessoas, por ter nascido, mas principalmente, por ser a namorada de Jason.

Eu, Annabeth e Grover observávamos estupefatos a cena que se desenrolava.

Ex–namorada, maninha! – Agora Drew e Piper estavam tão próximas que podiam começar a se estapear a qualquer momento. – Ele me escolheu!

Jason parecia a ponto de sair correndo, mas manteve a calma:

– Chega, Drew! Vamos. – e a puxou gentilmente pelo braço, até que ela finalmente desviasse os olhos de Piper e o seguisse salão adentro.

– Idiotas! Eles se merecem – murmurou Piper.

– Boa noite! – uma voz animada quebrou a tensão que se instalara. Eram Thalia e Nico. Caminhavam até nós com enormes sorrisos, que murcharam ao sentir o clima tenso.

– O que aconteceu? – perguntou Thalia preocupada.

– Jason e Drew – resumiu Piper friamente.

– Eu ainda arranco os cabelos daquela vac...

– Acho melhor entrarmos – interrompeu Annabeth. Ela olhava preocupada para um dos portões. Acompanhei seu olhar e vi Leo e Calipso, caminhando de mãos dadas. Apoiei a ideia de Annabeth para que entrássemos sem termos mais uma briga antes de começarmos o dito Baile. Por sorte, dessa vez nos escapamos.

As mesas tinham apenas duas cadeiras, então despedimo-nos de nossos amigos e fomos nos sentar em uma mesa mais afastada. Assim que nos acomodamos, o diretor da escola iniciou um longo monólogo, mas que foi recompensado por um enorme banquete ao final.

POV Annabeth

Tudo estava correndo melhor do que eu imaginara. A quase discussão entre Piper e Drew podia ter arruinado um pouco a noite delas, mas havíamos evitado uma discussão entre Thalia, Nico, Calipso e Leo. E isso era alguma coisa.

Calipso usava um vestido rosa claro, de corte simples, mas bonito. Seu modelo assemelhava-se um pouco ao meu. Os cabelos castanhos estavam soltos e caiam em pequenas ondas sobre suas costas. Percebi que Leo, ao seu lado, lançava olhares cada vez mais frequentes para a mesa onde estavam sentados Thalia e Nico.

Mas nada iria estragar a minha noite. Não hoje!

A reação de Percy quando me vira havia sido melhor do que eu poderia esperar. Os olhos verdes brilharam e se arregalaram levemente e ele gaguejara de um jeito tão fofo que me fizera ter vontade de apertá-lo. Mas Percy estava extremamente elegante. O terno preto caia bem em seu corpo esguio e musculoso. A gravata azul, da cor de meu vestido, dava o toque final necessário. Eu não havia contado a ele de que cor seria meu vestido, mas ele devia ter deduzido que eu me inspiraria em seu presente.

Não consegui comer muito no banquete, em parte por estar sem fome e outra por não querer que minha barriga aparecesse, já que meu vestido era extremamente justo, apesar de não ser totalmente desconfortável.

Pedi licença a Percy e fui ao banheiro. No caminho encontre Silena e Charles indo para a pista dançar. As músicas haviam começado a tocar há pouco tempo, mas mesmo assim já havia inúmeros casais dançando.

Silena estava linda usando um vestido tomara que caia com várias tonalidades de rosa e branco. Suas joias eram douradas e cor de rosas, e seu cabelo estava preso em um lindo coque desfiado, feito por mãos experientes. Cumprimentei-os e segui meu caminho.

Esperava encontrar o banheiro vazio, mas não estava. Por sorte, eram minhas amigas. Reyna, Bianca e Rachel tagarelavam alegremente. Deram uma pequena pausa quando me viram entrar e logo recomeçaram ao me reconhecerem.

Reyna vestia um belo vestido lilás, de um ombro só, trabalhado com pedrinhas prateadas. Seus acessórios eram simples, mas belos. Seu cabelo estava preso em uma espécie de coque.

Bianca estava com um vestido preto, degotado e esvoaçante. Suas joias eram pretas e douradas, o que lhe conferia um ar misterioso. Parte de seu cabelo estava preso no topo da cabeça, enquanto a outra parte caia ondulada por suas costas.

Rachel estava igualmente vestida com um vestido esvoaçante, porém o seu era verde, realçando seus olhos. O cabelo ruivo, preso em uma trança lateral, contrastava com o verde do vestido. Seus acessórios deixavam-na ainda mais bela.

Cumprimentei a todas, mas elas já estavam de saída, então fiquei sozinha no banheiro.

O reflexo em meu espelho não parecia o mesmo que eu via todos os dias. A garota loira que me devolvia o olhar parecia mais uma estrela de cinema do que uma estudante qualquer. Seus olhos cinza estavam grandes demais, iluminados pela empolgação e emoção. Retoquei meu batom rapidamente.

Quando estava saindo, quase tropecei em uma garota.

– Desculpe – falei educadamente. Então eu a reconheci. – Ei, você não é a garota da loja?

– Sim, sou eu – falou alegremente. – Não nos apresentamos aquele dia. Eu sou Quione, você é...?

– Annabeth. – falei. – Prazer em conhecê-la.

– O mesmo. – falou.

Quione usava um vestido azul claro, de um ombro só e ricamente trabalhado com pedrinhas prateadas. O cabelo escuro estava solto e uma tiara os enfeitava.

Estava virando-me, pronta para ir embora quando fui pega de surpresa. Uma mão forte me puxou e bati minha cabeça com força na parede.

Antes que eu pudesse protestar, Quione falou:

– Fica longe dele Loira. Ele é meu.

– Do que está falando. Você é louca?... – falei exasperada enquanto tentava me afastar dela.

– Nem mais uma palavra, mas é melhor ficar longe dele, para o seu bem. – E foi embora.

Caminhei devagar até a pia, assustada e confusa demais para pensar em qualquer outra coisa. O que fora aquilo? Que súbita mudança fora aquela? Eu não conseguia entender. Mal conhecia a garota.

Massageei minha cabeça onde eu havia batido na parede quando alguém entrou. Virei-me pronta para enfrentar a garota, caso fosse ela, mas era Hazel e parecia preocupada:

– Annie, que bom que te encontrei - seu tom era aliviado. – Percy está quase louco procurando você. – Então ela viu minha expressão. – Aconteceu alguma coisa?

–Não, está tudo bem – menti. – Eu estou indo. Obrigado.

Ajeitei meus cabelos, apesar de eles não estarem com nenhum fio fora de lugar e sai com Hazel. Ela usava um delicado vestido verde claro, tomara que caia. Seu coque estava firmemente preso e suas joias eram igualmente delicadas.

Despedi-me dela e fui até a mesa que dividia com Percy, mas antes de chegar lá, fui interceptada por ele.

– Deuses Annie! Pensei que havia pulado a janela e me deixado aqui sozinho – com essa eu tive que rir, e a garota foi momentaneamente esquecida. – Vamos dançar? – pediu esperançoso.

– Desculpe, não sei dançar.

– Sabe sim. Já dançamos antes. Por favor... – então ele fez carinha de bebê foca e não resisti. Comecei a rir. Percy entendeu como uma deixa e me conduziu até a pista.

Surpreendi-me ao ver Clarisse dançando. Ela usava um vestido preto simples, com acessórios dourados. Os cabelos estavam arrumado de forma simples.

Tocava uma valsa. Começamos lentamente e quando percebi, rodopiávamos como se fizéssemos isso a vida inteira. Fechei os olhos e deixei que a música me levasse. Por um momento esqueci as mágoas, as brigas, as lágrimas e tudo aquilo que havia me atormentado tanto nos últimos anos. Foi como se existíssemos apenas nós dois no mundo. Senti um sorriso aparecendo em meus lábios.

Abri os olhos quando senti o ritmo mudar. Passara de uma valsa para uma música tão lenta que nos obrigava a ficarmos praticamente parados no lugar. Senti suas mãos deslizarem para minha cintura e abracei seu pescoço. Ficamos tão próximos que era possível sentir os batimentos um do outro. Nossos corações pareciam bater no mesmo ritmo.

– Annie, sei que não é hora para isso, mas não aguento mais segurar isso para mim. Nós tentamos ser amigos, mas é impossível. Eu não consigo mais – suas palavra eram tão sérias que senti meu coração para por um segundo, mas nem por um momento perdemos o ritmo. – Eu preciso de você como nunca precisei de alguém antes. Te deixar foi a maior burrice que já fiz na minha vida e sei que não tem perdão. Mas por favor, volta pra mim.

Senti como se meu coração fosse explodir. Tive vontade de chorar, de rir, de gritar, mas mantive o rosto impassível. Apenas respondi?

– Não importa o que aconteça, sempre fui e sempre serei sua – com certeza não era o que ele esperava ouvir, pois seus olhos fechados abriram-se com incredulidade. Certamente ele esperava outra repreensão.

– Devo acreditar nisso que eu ouvi ou será outro sonho? – perguntou ainda surpreso.

– Me pergunto o mesmo – e antes que pudéssemos falar mais alguma coisa, colei meus lábios aos seus e nos beijamos. Tenho certeza que nunca houve algo mais intenso ou apaixonado. Seus braços em minha cintura puxavam meu corpo para o dele, e meus braços puxam seu rosto para mim. Éramos finalmente duas partes do quebra-cabeça que se encaixavam. O mundo poderia ter explodido e virado cinzas que não perceberíamos. Não sei quanto tempo se passou, mas não foi o suficiente. Afastamo-nos para recuperar o fôlego. Percy me abraçou com tanta força que senti o chão sumir sob meus pés.

Queria me afogar em seus olhos verdes, acariciar seus cabelos negros e macios, me embriagar com seu perfume e ficar tão perto dele o quanto a física permitia, mas havia muitas pessoas ao redor.

Aceitei seu convite para irmos para fora. Assim que saímos porta afora, senti seu corpo me prensar contra a parede e mergulhamos em mais um beijo intenso. Minhas mãos desgrenhavam seu cabelo mais ainda e suas mãos se enroscavam em meus cachos. Afastávamo-nos apenas o suficiente para recuperar o fôlego. Começamos outro beijo. E outro. Outro...

Até que uma voz falou, pegando-nos de surpresa e estragando o clima.

– Eu avisei Loira.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Sim, eu sei, sou malvada e estou me sentindo mal pelo que estou fazendo, mas vai ficar ainda pior kkkkkkkk para todos ashuahsua Eu notei que não mencionei todos os casais, então aqui vai a listinha kkkkkkk
Percy e Annabeth
Thalia e Nico
Piper e Grover
Leo e Calipso
Jason e Drew
Rachel e Luke
Clarisse e Chris
Frank e Hazel
Silena e Charles
Reyna e Octavian
Bianca e Ethan
Espero que me mandem reviews dizendo o que acharam. Um abraçoo a todos ^.^