Shouldn't Come Back escrita por EviGrangerChase


Capítulo 16
Apenas nós dois


Notas iniciais do capítulo

Heey galerinha!! Foi mal mesmo pela demora, estive sem tempo e criatividade :/ Mas achei um tempinho para escrever porque realmente adoro vocês ;) !! Espero que gostem desse cap tanto como eu gostei. Estou meio triste que ainda não recebi nenhuma recomendação :( Obrigado a todos os meus leitores fieis. Um abraço bem apertadooo :)



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POV Piper

Abri os olhos com extrema dificuldade, minhas pálpebras estavam pesadas. Não reconheci onde estava. Tudo era branco; as paredes, a janela, a porta, os lençóis, a cama e até meu pijama. Tentei me levantar, mas não consegui sequer movimentar os braços para me apoiar. Uma dor lancinante veio de meu peito, cada respiração era como uma facada em meu pulmão.

Percebi que estava toda cheia de fios e tubos. Um monitor ao lado de minha cabeça batia no ritmo de meu coração, um saquinho cheio de um líquido incolor e espesso pingava por um tubo que terminava dentro da parte superior de minha mão e mais um tubo que bombeava oxigênio para meus pulmões sensíveis e doloridos. Meu peito estava tão firmemente enfaixado que chegava a ser doloroso.

Que lugar era aquele? O que eu estava fazendo ali?

As lembranças começaram a invadir minha mente: o carro rodopiando, Jason inconsciente e sangrando ao meu lado, escuridão caindo sobre mim. Eu estava no hospital.

Ignorando a dor torturante que ameaçava me dominar, tentei me levantar e gritar por Jason. Lágrimas escorreram de meus olhos. Escutei o monitor se acelerar conforme meus batimentos, o que só piorou a dor, já que eu precisava de mais oxigênio.

–Ei, ei, ei. Acalme-se! – falou a voz paciente do médico que entrou em meu quarto. Apesar da dor, pude perceber como ele era lindo. Era jovem, poucos anos mais velho do que eu. Tinha cabelos castanhos, cortados de forma a parecerem sempre despenteados, olhos castanho-claros, quase dourados e um sorriso branco e brilhante. Ele tinha mais postura de galã de cinema do que médico – Sou o Dr. Eros. Como está se sentindo?

–Como está Jason? – perguntei. Ele sorriu de forma paciente, provavelmente tinha pena de mim, mas esperei a resposta pacientemente.

–Está melhor agora. Como você está se sentindo? – perguntou novamente.

–Com dor – respondi de forma menos agressiva do que pretendia. Algo nele me chamava, mas ao mesmo tempo algo me repelia.

–Foi o que imaginei. Vou botar mais morfina no seu soro.

–O que aconteceu?

–Você sofreu um acidente. – respondeu enquanto ajeitava meus equipamentos.

Não me diga, pensei.

–Quero saber por que estão tentando me esmagar dentro dessa faixa. – falei tentando não soar tão exasperada como me sentia. Pelo seu sorriso, percebi que falhei.

–Ainda está frágil demais. Vou avisar seus pais que acordou. – falou enquanto de dirigia a porta.

–Eles estão aqui? – sorri com a notícia, que me deixou tão surpresa que quase esqueci o que estava falando.

–Agora não. Sua mãe queria ir para casa e seu pai foi com ela, mas sua irmã ainda está aqui. Ela fica sempre no seu quarto, deve ter ido buscar algo para comer.

Senti lágrimas escorrerem de meus olhos. Era toda vez a mesma coisa. Apenas Silena e sua dedicação incansável por mim. Meus pais nunca tiveram tempo para nós duas. Minha mãe só pensando em roupas, joias e sapatos e meu pai nos próximos filmes que ia fazer. Eu não saberia o que fazer sem minha irmã, mas se a situação fosse ao contrário, tenho certeza que eu faria o mesmo por ela.

–Tente se acalmar, não fique nervosa. – a voz do médico, agora mais perto, era suave.

–Por favor, diga o que aconteceu comigo. – falei suplicante. Dr. Eros suspirou, decidindo se contaria ou não.

–Está bem. Você quebrou duas costelas e uma delas perfurou seu pulmão direito. Você teve um pouco de hemorragia interna, por isso é importante que você não se movimente demais.

Agora a dor em meu peito estava explicada, mas não se tornara mais suportável.

–E Jason? – perguntei ao médico que já estava com a mão na maçaneta da porta.

–Você está muito frágil para receber notícias assim.

–Apenas me diga se ele está vivo – perguntei quase sem forças por causa da morfina.

–Sim, mas agora você deve dormir – e saiu.

Eu não tinha ideia do que havia acontecido com Jason, mas o importante é que estávamos vivos. Se tínhamos chances de permanecer assim eu não sabia.

Afundei em um sono pesado e sem sonhos.

POV Percy

–Annabeth!? – exclamei surpreso. Não esperava encontrá-la aqui.

Ela virou-se como se tivesse escutado a voz de um fantasma. Ao ver seu rosto, meu coração disparou com o uma metralhadora.

–O que está fazendo aqui? – perguntei. Sabia que não era de meu interesse e que provavelmente ela me daria um fora, mas não consegui evitar que a pergunta saísse. Esperei uma resposta, mas a única coisa que ela fez foi virar-se e continuar a caminhar.

Corri atrás dela e a virei para que ficasse de frente para mim. Annabeth parecia a ponto de derramar lágrimas, tinha os olhos extremamente brilhantes, mas a expressão continuava firme e dura.

–Me solta – a voz soava com frieza calculada. Não reagi. –Deixe-me ir. – pediu, dessa vez os olhos estavam suplicantes. Senti seu braço puxar, tentando se soltar de minha mão, mas não cedi.

–Solta ela Jackson – escutei uma voz grave e mandona. Olhei e vi o garoto louro com quem Annabeth havia dançado sexta à noite. Luke era o nome dele.

Soltei-a lentamente e contra vontade sem desviar os olhos de Luke.

–Ele te machucou? – perguntou olhando para Annabeth. Ela negou com a cabeça. – Então vamos embora, parece que a tarde terminou.

–Até parece que você manda nela. – falei com ironia. Luke apenas me olhou com raiva. Seus olhos voltaram-se para Annabeth, repetindo silenciosamente o que havia dito.

Senti uma onda louca de ciúmes e raiva que quase passei a enxergar vermelho, mas a resposta de Annabeth me fez desviar da raiva.

–Não, eu vou sozinha. Não preciso de ninguém.

–Mas Annabeth... – comecei.

–Cale a sua boca Jackson, você não tem direito algum de falar com ela depois do que fez! – Luke praticamente gritava de raiva. Ele havia chegado mais perto de nós.

Annabeth tinha os olhos arregalados de surpresa, como se a imagem mental que formara de Luke não combinasse com suas ações.

Não consegui tolerar e respondi:

–Quem é você para falar alguma coisa? O que você fez por ela?

–Só sei o que não fiz: magoá-la e abandoná-la.

As palavras foram como tapas na cara. Tenho certeza, que se fosse possível, sairiam faíscas de meus olhos. Senti meu corpo se preparando para brigar.

–CHEGA! - a voz de Annabeth foi, pela primeira vez, um balde de água fria. Percebi que o mesmo havia acontecido com Luke. – Parem os dois, aqui não é nenhuma arena. Eu vou sozinha e quem não me deixar em paz vai se arrepender.

Ela virou-se e foi embora, pisando firme. Conhecendo-a como conhecia, sabia exatamente o que precisava fazer.

Fui até meu carro, curvando os ombros como se tivesse “perdido a briga”, mas era apenas para não ser seguido.

Dirigi devagar, mas encontrei Annabeth caminhando por uma extensão do Parque dos Doze, onde havia apenas um enorme gramado com muitas árvores e bancos para lazer. Ela caminhava com rapidez e com a cabeça abaixada.

Acelerei o carro para poder dar tempo de estacionar antes de ela passar por mim. Pela primeira vez na vida calculei o tempo certo e quando saí do carro ela passou por mim.

–Annie – chamei, esquecendo-me de que ela não queria ser chamada assim por mim. Ela pareceu espantada, mas logo recuperou a postura. Os olhos estavam ligeiramente avermelhados e inchados, como se tivesse chorado todo o caminho que percorrera sozinha.

–Falei que queria voltar sozinha.

–Eu sei – falei enquanto me aproximava e segurava sua mão. Ela não recuou, apenas deixou escorrer mais lágrimas, que sequei delicadamente com a mão. Ela parecia a ponto de desmoronar. Conduzi-a até uma elevação do terreno, embaixo de várias árvores.

O vento que soprava ao fim da tarde era refrescante depois do dia quente de verão. Sentei e ela sentou-se ao meu lado, sem soltar minha mão, o que percebi ser uma evolução.

Ficamos um tempo sentados, sentindo a brisa no rosto. Percebi que Annabeth se acalmara ao meu lado, pelo menos parara de chorar. Virei-me para ela e percebi que ela me encarava.

–O que foi? – perguntei curioso e começando a ficar vermelho.

–Nada – falou desviando o rosto para os últimos raios de sol. – É que por um momento quase pensei que fôssemos amigos novamente.

Uma única lágrima escorreu por seu rosto. Senti meu coração se contorcer no peito e com muito esforço segurei algumas lágrimas que quiseram escapar. Segurei seu rosto delicadamente, fazendo com que olhasse para mim. Sequei a lágrima solitária.

–Não sabe como dói escutar você falar isso – falei soltando seu rosto.

–Isso dói? – perguntou com certa ironia, mas sem alterar a voz. Assenti, desviando o olhar e soltando sua mão.

–Eu sinto muito Annabeth. Sei que não vai adiantar falar, mas lamento mais do que consigo expressar. Eu não sei por que fiz aquilo, talvez eu fosse jovem demais e me deixei levar por aparências, mas a verdade é que nunca vou me perdoar pelo que fiz. – olhei para ela e vi que chorava novamente. O que eu estava fazendo? Só estava piorando as coisas. – Acho que vamos indo, não estou fazendo nada de bom aqui.

Comecei a levantar, mas sua voz me pegou de surpresa e me fez voltar.

–Quando você foi embora eu fiquei muito mal. Não comia nem dormia. Percebo agora que foi uma reação infantil também, eu só sabia chorar. Eu estava ficando doente, mas fui me recuperando aos poucos e fui me escondendo atrás de maquiagens e máscaras. Eu estava esquecendo você, elo menos era o que eu dizia para mim, mas quando você voltou tudo desmoronou.

Fiquei surpreso com as palavras e pelo modo como ela as falara, sem mudar a expressão, como se estivesse lendo e não expondo as feridas do peito. Vi em seus olhos a dor que as palavras lhe trouxeram e tentei me aproximar, mas não tive coragem. Seu rosto parecia de cristal sob a luz da lua. Ela não chorava mais, mas sua expressão era distante.

Quando ela se virou, um olhar de compreensão passou entre nós. Um olhar que há muito tempo não acontecia, lembrança de uma amizade há muito perdida.

–Será que podemos tentar sermos amigos novamente? Pelo menos por enquanto, para não forçar nada– perguntei baixinho, com medo da resposta.

–Estou cansada Percy. – falou fechando os olhos, soando realmente cansada. Percebi que já estava tarde, mas ela continuou – Estou cansada de negar tudo isso, de que não sinto nada por você e que te esqueci. Eu sinto sua falta Percy. Não há um dia desde que você foi embora que eu não senti. – ela levantou a mão delicadamente e a encostou em meu rosto. Fechei os olhos, apenas sentindo seu toque macio. As palavras estavam tão carregadas de sinceridade que duas lágrimas escaparam pelas minhas pálpebras fechadas. Senti seus dedos secarem as lágrimas.

Abri os olhos lentamente enquanto ela levava a mão para longe de meu rosto.

–Eu também Annabeth. Parece que você está me descrevendo. Também digo que esqueci, mas desde que vi você pela primeira vez desde que voltei, soube que nunca havia esquecido você. Senti falta de você mais do que sou capaz de admitir. Vamos recomeçar Annie. – pedi suplicante. Falei novamente: - Vamos tentar ser amigos novamente, pelo menos para começar.

Ela assentiu quase imperceptivelmente enquanto olhava para baixo, mas quando virou eu rosto sua expressão era de fragilidade.

Aproximei-me e beijei sua testa para demonstrar que dessa vez eu faria melhor e que iria protegê-la, inclusive de mim mesmo. Abracei-a e ela se aconchegou em meu ombro. Já havia estrelas no céu, mas eu não queria me mexer. Foi como voltar no tempo, só eu e ela. Sem brigas, desejos, raiva ou qualquer outra coisa que vinha nos afastando.

Apenas nós dois.


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Notas finais do capítulo

E aí??? Quero reviews, okaay?? kkkkkkkkkk ^.^



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