Gray ouviu o grito de Lucy do lado de fora da casa.

_Melhor eu ir ver o que está acontecendo…

Gray fez menção em voltar, mas Juvia o puxou e abraçou seu braço, o prendendo a ela.

_Não, não, não, não! Gray-sama vai levar Juvia pra casa.

A garota arrastou o moreno para longe do sobrado, com um sorriso no rosto que perturbou Gray, o garoto achou melhor não contrariar a azulada. Os dois seguiram em silencio por uma rua bem iluminada. Juvia havia encostado a cabeça no ombro do moreno e apertava ainda mais o braço dele contra o peito com seu abraço, Juvia sorria feliz com a situação. Gray suava frio, sem saber o que fazer. Queria logo se ver livre daquela maluca.

Depois de alguns minutos de caminhada, o silencio estava incomodando Gray, mas ele não sabia se queria ou não conversar com Juvia, ou o que conversar. Afinal porque ele estava fazendo tudo aquilo? Ele resolveu olhar com o canto do olho para Juvia, ela estava sorrindo, mas a pressão que o seio dela fazia em seu braço estava começando a atrair sua atenção…

Melhor parar de pensar nisso, Gray se repreendeu mentalmente.

Ele olhou para todos os lados a fim de achar algo que pudesse distrair sua mente do calor do corpo da Juvia, de como parecia macio o seio dela, do cheiro do perfume da azulada… Gray estava ficando louco! Precisava achar algo para se distrair! E rápido! Uma olhada por cima do ombro e ele viu uma pequena mercearia, no mesmo instante arrastou Juvia pra lá.

_Gray-sama? O que foi? A casa da Juvia é na outra direção. – ela apontou pra direção contraria que Gray a puxava.

_Eu sei… Apenas queria comprar…

O moreno se amaldiçoou mentalmente por não ter nenhuma desculpa para arrastá-la até lá, ele apenas queria se distrair e aumentar a distancia do corpo dela!

Que inferno!

_Anh… Hm… Queria… Então… Sorvete! Isso! Eu queria comprar soverte! – Gray sorriu triunfante por ser bastante esperto e inventar uma desculpa tão incrível com aquela.

Dito isso, ele entrou na mercearia e foi atrás do bendito soverte. Juvia apenas observava tudo com um sorriso bobo. Os dois pararam na frente do frízer, que estava muito defasado em opções de sabores, e foram escolher o soverte.

_Gray-sama prefere de que sabor? Morango ou menta? – indagou a azulada.

_Ah, pode ser de menta mesmo.

_Qual o tamanho? Para o Gray-sama é o grande ou extra-grande?

Enquanto isso, o professor de química do Colégio Fairy passava atrás da prateleira e ao reconhecer a voz dos seus alunos, da horrível turma SGA, parou para ouvir essa conversa, que era no mínimo estranha para esse senhor.

_Você sabe como sou, é claro que é o extra-grande, Juvia. – Gray respondeu já ficando sem paciência.

Do outro lado da prateleira o professor abriu a boca em sinal de descrença pelo que tinha ouvido.

_Oh! O Gray-sama é incrível mesmo! – Juvia disse isso enquanto dava pulinhos de alegria.

_Então, Juvia, você vai chupar ou não?

Quando Gray disse isso, o professor levou a mão ao coração e quase desmaiou ali mesmo.

_Juvia vai chupar.

_Certo, então vamos logo.

Dito isso os dois pegaram seus respectivos sovertes de menta extra-grande e morango pequeno, e se encaminharam para o caixa. Nesse momento o professor recuperado do choque, apareceu na frente deles e olhou bem para cada um e depois entregou um pacotinho a Gray.

_Estou vendo que a noite de vocês vai ser ótima, filho. Mas não quero nenhuma aluna minha grávida e saber que eu podia ter impedido tal irresponsabilidade. Então leve mais esse pacote de camisinha, só pra garantir… – o professor bateu no ombro do Gray e deu um sorrisinho – Ah, não se preocupe, eu peguei o tamanho extra-grande e de menta pra você. – o senhor foi até o caixa e pagou suas compras, logo depois saiu da mercearia.

_Q-Q-Q-QUE?! O QUE FOI ISSO?! – Gray gritou para o nada, ainda segurando aquele maldito pacote de camisinha, extremamente constrangido. – AQUELE VELHO ESTÁ LOUCO?!

_Oh! A Juvia não sabia que o Gray-sama tinha essas intenções com ela…

A garota começou a fantasias mil e uma coisa que Gray ficou com medo de perguntar o que era.

_Eu não tenho! Aquele professor é louco! Confundiu tudo! Não preciso disso! – ele jogou a caminha em uma prateleira próxima e foi logo pagar os sovertes. Já tinha se arrependido de sair da sua casa e agora está naquela situação – Vamos embora, Juvia!

_Vaaaamos, meu Gray-sama!

Juvia foi saltitando o resto do caminho, perdida em fantasias que envolviam o garoto ao seu lado.

xxx

Uma parte da cozinha estava coberta por algo vermelho e pegajoso, quando Erza se virou por causa do grito de Lucy, a ruiva se encontrava coberta pela mesma substancia vermelha, meio descabelada e empunhava uma faca na mão.

_O que foi?! É ladrão?! É o caminhão que me atropelou?! É a bolsa azul da Juvia?! Ataque terrorista?! Erza de TPM?! – gritou Natsu fazendo várias perguntas ao mesmo tempo e todas eram perguntas idiotas, como de costume dele, acordando assustado e olhando em todas as direções, pronto pra brigar, até que avistou Erza – AAAAH!!! É O SATANAS! NÃO! É A ERZA ASSASSINA VINDO ME MATAR! – gritou o rosado em total desespero, que correu na direção oposta de onde Erza estava, dando de cara com a parede, batendo a cabeça e desmaiando novamente.

_O que é isso, Erza?! – perguntou Lucy, tremendo de medo.

_O que? Isso…? – Erza apontou pra si mesma – Ah, acabei sujando um pouco as coisas aqui com o bolo de morango que Juvia me deu.

_Um pouco?! Aanh… Juvia te deu um bolo…? – Lucy disse, com medo – Talvez ele fosse para o Gray… – tentou argumentar a loira.

_O que?! Tá dizendo que o bolo não é meu?! – no mesmo momento uma aura assassina brilhou em volta de Erza, desafiando qualquer um a dizer que o bolo não era dela.

_N-não! É claro que é seu! Claro! Pode comer em paz. Só vou pegar um pouco de água… – Lucy rapidamente pegou um copo d’água e voltou pra perto de um certo rosado – Francamente, ele não cansa de desmaiar? – enquanto falava sozinha, derramou o conteúdo do copo no rosto do Natsu, acordando ele.

_AAAAAAHHHHHH! É UM TSUNAMI! EU NÃO SEI NADAR! – Natsu gritou se debatendo – Lucy, segura em alguma coisa! A próxima onda deve tá vindo! É o fim do mundo! – o garoto se jogou em cima de Lucy, como se de fato estivesse tentando protegê-la de uma tsunami imaginaria.

_O que?! Sai de cima de mim, seu louco! Não tem tsunami nenhum! – a loira tentava dizer isso, já ficando sem fôlego por causa do peso de Natsu jogado em cima dela – SAAAAAAAAAI! – ela deu um chute bem entre as pernas do rosado.

Natsu de um berro de dor e foi lançado para longe de Lucy.

_Por que?! Por que chutaram o Natsu Junior de novo?! Ninguém tem pena de mim, não?! – o rosada gritava isso enquanto rolava no chão por causa da dor, fazendo ainda mais barulho e derrubando tudo pela frente.

Uma veia saltava da testa de Erza, que só queria comer o resto do seu bolo em paz.

_EU VOU MATAR OS DOIS! SAIAM DAQUI AGORA E VÃO DORMIR! – não foi preciso um segundo aviso pra Lucy e Natsu saírem correndo da cozinha, cada um subindo correndo a escada e entrando em seus quartos.

_Cheeeeeguei! – Gray abriu a porta com um chute e teve que se baixar rapidamente, porque um jarro passou voando a poucos centímetros da sua cabeça – O que foi isso?!

_Vai pro seu quarto agora, Gray! Você não vai atrapalhar o meu momento com o bolo de morango! – novamente uma aura assassina surgiu entorno da Erza.

_Já fui! – o moreno passou correndo, temendo por sua vida, e subir para seu quarto.

_Enfim, a sós…

Erza deu um sorriso tranquilo e foi acabar de comer seu bolo.