Mais tarde naquele dia, não muito longe do Colégio Fairy, havia uma pequena república onde Natsu, Gray, Lucy e Erza moravam juntos. A república era um pequeno sobrado, em que eles tinham que dividir o banheiro no andar de cima, onde também ficava o quarto de cada um. E no andar de baixo ficava a sala, a cozinha e a área de serviço.

Os quatro se encontravam ao lado de fora da porta do sobrado, Natsu vasculhava os bolsos, a procura das chaves.

_Cadeeeee?!

_Não acredito que você perdeu as chaves de novo, Natsu! – Lucy reclamou.

_Eu vou achar, eu sei que elas estão aqui!

Natsu tirou a mochila das costas e procurou dentro dela, Erza cruzou os braços, impaciente.

_Anda logo, cabeça de fósforo, to apertado! – Gray estava quase dançando pra conseguir conter sua bexiga.

Natsu arrancou a calça e começou a chacoalhá-la de cabeça pra baixo, Lucy virou o rosto pro lado.

_Natsu! Tenha modos!

Depois de balançar a calça três vezes, as chaves caíram, Natsu as apanhou e abriu a porta. Gray, desesperado, empurrou Natsu pro lado e correu casa adentro, arrancando as roupas e subindo a escada a toda velocidade.

_Aaaaah! Mijar, mijar, mijar, mijar! – entrou no banheiro e bateu a porta.

Os três entraram, Natsu foi direto para a sala e ligou a tv e o videogame, Erza fechou a porta e trancou, depois ela e Lucy passaram pela sala, indo em direção a escada.

_Faz um lanche pra mim, Lucy? – pediu Natsu quando Lucy passou perto do sofá.

_Não sou sua empregada! – respondeu Lucy, irritada.

Natsu olhou pra ela e sorriu.

_Vai ser, depois que eu vencer o grêmio.

_SE vencer. – Lucy pegou uma almofada no sofá e jogou na cara de Natsu – Idiota!

A loira voltou a andar batendo os pés, Gray passou por ela e a olhou, confuso.

_Que é?! – perguntou irritada.

_Nada, não posso mais olhar?

_HUNF! – Lucy virou o rosto e subiu para o quarto.

Erza acompanhou Lucy em silencio e depois foi para seu quarto. Estranhando o comportamento da ruiva, Lucy a seguiu, e ao entrar no aposento de Erza, a vê jogada de bruços na cama. Lucy se sentou na beira da cama da amiga e passou as mãos nos cabelos dela.

_O que foi...? – perguntou num tom de voz preocupado.

Erza continuou quieta e imóvel, Lucy colocou a mão no ombro dela e a balançou levemente, Erza resmungou e virou de barriga pra cima na cama, respirou fundo e olhou nos olhos da loira.

_To preocupada...

_Com o grêmio?

_Sim... Vai ser difícil... Conheço Jellal há mais tempo que vocês, sei que ele é muito bom...

_Calma, Erza. Não vamos perder pra eles, e se formos, poderemos dar um jeito de dar a volta por cima.

_Não vou jogar sujo. – disse Erza, séria, deixando Lucy um pouco aflita.

_Tudo bem, tudo bem, é você quem manda. Mas não entendo o que aquele garoto esquisito tem de demais.

_Ele não é esquisito!

Lucy se encolheu e depois Erza percebeu que se exaltou.

_Desculpa...

_Não foi nada. Mas... Ele é estranho... Com aquele jeito quieto, misterioso, a tatuagem no rosto.

_Não acho. Ele é esperto e inteligente. E aquela tatuagem... – Erza suspira – Aaah... Deixa ele tão charmoso...

_Hmmmmm... Não sabia que você achava ele charmoso...

A ruiva fica tão vermelha quanto seu cabelo.

_N-não! Eu não gosto dele nem nada!

_Mas eu não disse nada sobre gostar. Aaah, Erza danadinha. – Lucy ri de leve e Erza fica mais vermelha ainda.

_Aquele garoto... Se fosse qualquer outro eu estaria tranquila e certa da nossa vitória... Mas tinha que ser justo ele... – suspira.

Lucy segurou a mão dela.

_Vai dar tudo certo. Você, Levy, Juvia e eu vamos dar tudo de nós pra vencermos. E é melhor você já começar suas pesquisas para o discurso.

_Certo! – disse Erza, mais animada – Amanhã depois da aula eu vou pra biblioteca da escola, porque estudar aqui em casa, com aqueles dois – ela dá uma pausa e as duas ouvem os gritos dos garotos que jogavam videogame no andar à baixo – é impossível.

Lucy riu de leve e se levantou.

_Bom, acho que você já esta um pouco melhor, – Lucy se levantou – vou tomar um banho e depois vou descansar. To exausta! – ela se espreguiça e vai até a porta. Antes de sair, se virou para Erza – Ah! Pra te incentivar, lembre-se que com a derrota dos garotos, você pode ter o Jellal pra você por uma semana. – Lucy ri e sai do quarto.

Lucy vai em seu quarto e pega uma muda de roupas limpa e sua toalha, depois caminha para o banheiro.

_Kyaaa... Que preguiça... Quero mais é tomar um banho gostoso e descansar a tarde toda. – disse a si mesma e entrou no banheiro.

No andar de baixo, Natsu e Gray jogavam Mortal Kombat e lutavam tanto no jogo quanto entre si.

_Porque você sempre escolhe o Sub-zero? – Natsu resclamou – Já é muito manjado jogar com você, não tem graça.

_Então porque você ainda perde pra mim? Hahaha.

_Filho da...

Natsu segurou o braço de Gray pra atrapalhar ele enquanto o batia no jogo, Gray tentou se afastar, deitou no sofá e empurrou Natsu com o pé no rosto dele.

_Que noooojo! Seu porco chulézento! – Natsu deu um tapa na perna de Gray, tirando o pé dele de perto.

Gray continuou se esticando, colocando o pé perto do rosto do rosado, que tentava o afastar com o cotovelo enquanto tentava lutar contra Gray no videogame.

_HA! Venci! Chupa essa, cuecão! – comemorou Natsu, depois ele se levantou – To com fome. Vou lá na cozinha fazer o lanche que a Lucy não quis fazer pra mim.

Gray se levantou para ir junto.

_Foi sorte. – resmungou – E eu nem tava jogando pra valer.

_Você sempre diz isso.

Natsu abriu a geladeira e pegou queijo, presunto, maionese, catchup, azeitona, orégano, cheddar, parmesão, calabresa, sobras de frango, molho de pimenta, pimenta do reino e pimenta vermelha. Gray olhou tudo assustado.

_Você esvaziou a geladeira, cara!

_Pera, ta faltando coisa. – Natsu voltou na geladeira e pegou alface e tomate.

Gray pegou uma garrafa de água gelada e ficou bebendo enquanto assistia a obra do mestre cuca Natsu.

Natsu pegou uma fatia de pão, passou maionese, cobriu de queijo e presunto e regou de molho de pimenta. Fez outra camada de calabresa e cheddar e encheu de pimenta do reino, colocou alface e tomate, desfiou as sobras de frango na mão – Gray fez uma careta ao ver isso – misturou com azeitona e orégano e adicionou ao lanche. Depois enfeitou com pimentas do reino, todo caprichoso, cobriu com catchup, salpicou o parmesão e finalizou com o pão.

_Tcharaaam! O que achou? – Natsu esfregou as mãos, orgulhoso de seu trabalho, pegou o lanche e deu uma mordida – Que deliiiicia! – falou de boca cheia, cuspindo uma nasca de azeitona.

_Parece mais um lanche do Scooby-doo flamejante, de tanta pimenta! – Gray riu.

Natsu pegou o molho de pimenta e apertou, soltando um esguicho na direção de Gray, que desviou e fez o mesmo com sua garrafa d’água, acertando a camiseta de Natsu.

_Desgraçado!

A água da garrafa de Gray havia acabado, ele pegou a maionese e jogou no cabelo de Natsu, que ficou com muita raiva. O rosado apertou o molho novamente, dessa vez acertando a cara de Gray.

_AAAAAH!!! Meus olhos!!! – Gray correu até a pia e lavou o rosto freneticamente.

_Aff, agora vou ter que tomar banho. – Natsu passou a mão no cabelo emelecado de maionese – Que nojo...

_Some daqui! – gritou Gray, irritado.

_Mas você nem consegue me ver. – Natsu riu.

_SAI!

_Táaa bom, estressadinho. Parece até a Erza.

Natsu saiu da cozinha, tirou seu cachecol e o avaliou, vendo se sofreu algum dano. Suspirou aliviado por ver que não havia nenhuma mancha e amarrou o cachecol na cintura. Tirou a camiseta molhada e foi tirando o excesso de maionese do cabelo com ela, enquanto subia as escadas. Andou por todo corredor esfregando a camiseta na cabeça, quase sem ver por onde andava, chegou ao banheiro e abriu a porta, entrou e a trancou. Colocou seu cachecol num cabide atrás da porta e se despiu. Abriu a porta corrediça do chuveiro.

_KYYAAAAAHH!– gritou Lucy.