A Garota de Cabelos Azuis escrita por Bruna Gonçalves


Capítulo 21
"Fim?"


Notas iniciais do capítulo

Hey!
Quero chorar aqui! Oficialmente, a fanfic "A Garota de Cabelos Azuis" chegou ao fim!
Bem, como vocês verão lá nas Notas Finais, eu farei um agradecimento especial a todos os meus leitores e direi o porque da interrogação no título, certo?

Aproveitem o capítulo!



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– Mamãe? – sua voz saiu chorosa.

A mulher observou a filha e sorriu, abraçando-a. Alice pôde ver que lágrimas brotavam dos olhos da sua mãe, e as duas ficaram grudadas por vários instantes.

– Onde estamos? – Alice sussurrou.

– Você não se lembra, meu amor? – Clarice separou-se da filha e secou os olhos. – Quer dizer que não se lembra do acidente?

– Acidente?

– Alice, querida, estamos em um hospital. – A mãe percebeu o olhar confuso da filha e resolveu continuar. – Eu, você e seu pai estávamos indo para aquela trilha que sempre fazemos nas férias com as bicicletas. Você resolveu ir atrás de um coelho e acabou caindo em um buraco, batendo a cabeça em uma pedra. Te encontramos com um corte profundo na cabeça e vários machucados.

Sua mãe estava viva. Ainda morava com Alice. Ela e sua família faziam trilhas nas férias. A garota bateu a cabeça em uma pedra enquanto perseguia um coelho.

– E... – Seus pensamentos moviam-se com rapidez em seu cérebro. Tocou sua testa, encontrando um curativo. Pegou seus cabelos, vendo que eles não estavam pintados de azul, mas sim na cor castanha. – Quanto tempo eu dormi?

– O corte foi profundo, você ficou em coma por três meses.

– Três meses? – sussurrou, as lágrimas surgindo nos seus olhos. – Mas e Isaac?

– Quem é Isaac, querida? – Seu pai entrou no quarto do hospital, sorrindo. Um médico estava com ele, e os dois pareciam realmente muito felizes.

– Alice, mas que susto a senhorita nos deu, hein? – o senhor grisalho sorriu, observando algumas pranchetas. – Mas a sua recuperação será rápida. Está sentindo alguma coisa?

– Na verdade, eu... – Pensou em como iria explicar toda aquela história. – Eu não estava em coma. Eu estava bem até alguns minutos atrás.

– Isso é completamente normal. Você alucinou, “sonhou” – Fez aspas com os dedos. – durante o tempo que ficou em coma. Sem querer decepcioná-la, mas tudo que aconteceu depois do seu acidente nunca aconteceu.

Então... Isaac nunca existiu?

(…)

Enquanto saía do carro dos pais, ainda tentava entender. Isaac foi uma obra de sua imaginação, o rapaz dos seus sonhos. Guilherme também. Sarah, Eric e Gustavo, nenhum deles nunca existiu. Nenhum dos seus amigos que a acolheram por todo aquele tempo eram reais.

Mas tinha o lado bom. Seu pai era legal com ela, nunca foi namorado de Catarina, que era uma coordenadora legal, e, o principal: sua mãe estava viva. Além disso, Alice não tinha nenhuma cicatriz, e sua vida era relativamente boa e saudável.

Quando entrou pelos portões da escola, uma turma a esperava, e todos correram até Alice.

– Querida Alice! – uma garota de olhos cinzentos e cabelos loiros muito claros disse, abraçando-a. – Meu Deus, ficamos tão preocupados com você! Te visitamos no hospital milhares de vezes!

Pouco a pouco, foi se lembrando dos rostos, já que tudo ainda estava muito confuso em sua cabeça. A garota (Carolina) era a Rainha Branca e os dois garotos loiros idênticos (Lucas e Felipe) eram os Gêmeos. Ela mesma tinha a sua turma do “País das Maravilhas”.

Lembrou-se dos momentos que passou com todos eles, as risadas que deu, as briguinhas idiotas que fez, e os comparou com sua turma da imaginação. Com eles, as aulas se passaram rapidamente, e seus pais iriam fazer uma festa de “boas-vindas” para ela depois.

(…)

Estava pegando as matérias com todos os seus professores, já que tinha ficado tempo demais fora da escola. Tinha ficado tempo demais “apagada”, e os professores queriam ajudá-la, dando aulas depois da escola. Acabou de pegar a matéria de filosofia, e estava indo para o portão principal, quando o viu.

Ele estava do outro lado da rua, encostado no muro de tijolos laranja, ouvindo música nos fones de ouvido. Calmo, destoava-se de todo aquele ambiente barulhento e agitado. Seus cabelos azuis estavam escondidos por um gorro preto, o que só dava mais ênfase nos seus olhos verdes. Olhos verdes brilhantes e expressivos que estudavam Alice de cima a baixo.

Ele murmurava uma música, a música exata que Alice cantava quando conversou com Isaac no momento que se deitou em baixo da grande árvore da escola. Nem sabia que aquela música existia, mal sabia que outras pessoas a conheciam.

Por algum motivo sentiu-se completamente curiosa e atraída por aquele rapaz.

Olhou para os lados, ignorando seus amigos chamando seu nome da calçada, e atravessou a rua. A dois passos de distância do rapaz, parou, sentindo-se completamente assustada e estranhamente animada.

– Ei, garoto de cabelos azuis. – Sorriu ao ver os olhos verdes grudarem nos seus. – Quer ir na minha festa de “boas-vindas”?

– Está falando comigo? – Sussurrou, um sorrisinho de canto nos lábios.

– É claro que estou. – Cruzou os braços em frente ao peito. – Você é o único garoto de cabelos azuis que eu estou vendo.

– Porque você está chamando um garoto aparentemente “estranho” para uma festa com seus amigos e família? E eu nem te conheço.

Alice sorriu, aproximando-se mais um pouco e estendendo a mão para que ele a apertasse. O garoto a apertou, e um choque estranho percorreu todo o corpo da garota.

– Pois eu tenho a impressão de que te conheço há bastante tempo. – Sorriu. – Alice.

– Gabriel. – Cravou os olhos nela novamente. – E, quer saber? Tenho a impressão de já ter te visto também.

O guiou até o carro de seus pais, onde seus amigos já a esperavam. Sua mãe estava no volante, e sorriu ao ver Alice entrando no carro com um garoto.

– Quem é ele, filha? – Sorriu. – Um amigo novo?

– O nome dele é Gabriel. Posso dizer que já o conheço há algum tempo.

No banco de trás, com seus amigos, ficou feliz ao ouvir as observações positivas de sua melhor amiga sobre seu mais novo amigo.

Ainda teria que se acostumar com aquela nova perspectiva, onde sua mãe não estava morta, seu pai era legal, Isaac nunca existiu, seus amigos não eram tão estranhos e seus cabelos não eram azuis (mas sim daquele garoto misterioso chamado Gabriel).

Poderia se acostumar com isso.

(…)

– Um coelho com cauda felpuda. – A garota apontou, sorrindo.

– Um Dodô de chapéu. – Gabriel apontou para outro ponto, onde Alice pôde ver a figura com precisão.

– Uma peça de xadrez. Acho que é uma rainha. – Apontou novamente.

Os dois riram um pouco. Alice foi procurar Gabriel durante a festa, já que ele sumiu de sua casa, e o encontrou deitado na sombra da árvore do quintal, olhando nuvens. Juntou-se a ele e a observação virou uma disputa.

– Eu acho que ganhei. – Alice murmurou, virando-se para o rapaz. – Agora quero meu prêmio.

– Está bem. – Gabriel sentou-se, pedindo com o olhar para que Alice sentasse também. – Lá vai: quer sair comigo?

– Ah, claro! Eu posso chamar os meus amigos, vai ser divertido.

– Não, Alice. Quis dizer sair, tipo, sair.

– Um encontro? Só nós dois?

– É! – O rapaz sorriu. – Você é tão... Doida. É um tipo raro de pessoa. Você me viu na rua e resolveu me trazer para a sua festa, sem nem me conhecer. Eu adoraria saber um pouco mais de você, te conhecer melhor. Além disso, quando você foi falar comigo na calçada, eu senti como se já te conhecesse, já tivesse te visto em algum lugar, entende?

– Como vou saber que você não é, sei lá, o maníaco do machado? Você pode ser um psicopata que atrai garotas com seu cabelo azul e seus olhos verdes. Sabe, não quero ser mais uma de suas vítimas. – Levantou uma sobrancelha e cruzou os braços.

– Pode ser que eu seja. – Deu de ombros, levantando-se. – Mas você só vai descobrir se for comigo até o planetário. Depois da aula, sexta.

Ele abaixou-se na altura da garota e deu um beijo (um selinho, na verdade) em seus lábios rosados, levantando-se novamente e indo até a casa. Pelas grandes janelas de vidro, Alice viu Gabriel despedindo-se de seus pais, pegando sua mochila escura e indo até a porta.

Eu acho que tenho um encontro na sexta, pensou, deitando-se novamente na grama e ouvindo a música que ecoava de sua casa.


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Notas finais do capítulo

E aí?
Gostaram desse final?
Bem, como deu para perceber, esse último capítulo não foi lá um "gran finale". Eu deixei um mistério, quase que um capítulo "inacabado", já que não falei quase nada sobre Gabriel e como o encontro deles foi.
Pode ser que, futuramente, eu faça um One-Shot ou um segunda temporada (quem sabe?) d'A Garota de Cabelos Azuis.
O que acham?
Sabe, não sou boa com despedidas, e não quero enrolar muito porque sei que vou chorar, então, muito obrigada a todos os meus leitores, obrigada pelos reviews enviados e pelo tempo que dedicaram a leitura da minha fanfic, guardarei cada um de vocês no meu coração e espero ver todos vocês mais tarde, está bem?
Amo vocês e nunca irei me esquecer de meus queridos leitores!

Um último beijo com Nutella!



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