Apenas Mais Uma de Amor escrita por Yukino Miyazawa


Capítulo 2
Um salto de Fé


Notas iniciais do capítulo

Relevem os erros!!!



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1 de janeiro de 2014

Niko piscou tentando impedir as lágrimas de escorrerem por suas bochechas, mas como ele não podia se emocionar com a cena a sua frente, Félix brincando com seus filhos, a família que sempre desejou. Mas sabia que para essa família ser real, ele teria que lutar por ela, e estava disposto a fazer o que fosse preciso.

Sete dias haviam se passado desde o primeiro beijo. Beijos... Niko se perguntava se alguém podia fica dependente de beijo, pois tinha certeza que estava viciado nos beijos dele.

Sete dias haviam se passado desde que se conheceram como amantes. O cheiro dele ainda emanava do seu corpo, o gosto dele ainda estava na sua boca... Tarde demais, não tinha volta. Félix estava dentro dele, em cada célula do seu corpo. Dentro do seu coração. Da sua alma.

– Foi um erro!

– Foi um erro?! - Niko perguntou incrédulo. Félix se vestia, a cama ainda estava quente, onde minutos atrás ele estava deitado. Niko se levantou puxando o lençol e o enrolando na cintura.

– Niko...

– Não foi um erro Félix... Por que é tão dif...

– Olhar para mim Niko... - Félix parecia que ia chorar - Eu não tenho nada para ter oferecer... Você tem tudo, uma casa, um trabalho, seus filhos.

– Félix... Nós...

– Nós Niko, não existe nós, isso... Foi apenas sexo - Niko quis chorar, o que aconteceu entre eles foi tudo, menos apenas sexo.

– Félix eu sei que você esta com medo... - Niko tentou pacientemente, mas percebeu que dissera a coisa errada ao ver o olhar de desprezo dele.

– Medo?! Eu devo ter usado o Santo graal como pinico para ouvir uma coisa dessas. Por favor... Eu não estou com medo! Do que estaria com medo - disse deboche escorrendo por suas palavras.

– Medo de me amar... e mais medo ainda de ser amado - Niko disse com firmeza. Félix começou a rir.

– Carneirinho... Por isso você é tão ingênuo, acha que vive em um conto de fadas - Niko começava a perde a paciência. Félix estava quase vestido, queria gritar com ele, fazer com que ele entendesse que os dois tinham cruzado uma linha, e que pelo menos para ele não tinha mais volta. Não eram mais apenas amigos, eram... O que eles eram agora? Era isso...

Niko deixou o lençol cair, e foi difícil esconder o sorriso ao vê-lo tentar desviar o olhar. Sem tira os olhas dos dele, Niko se aproximou. Félix deu dois passos para trás, quando seus pés encostaram-se aos dele. Niko sorriu e esticou seu braço, segurando na camisa que ele tinha acabado de colocar, e lentamente o puxou. Um passo, dois passos.

Niko encostou os lábios nos dele, nenhuma reação. Ele desceu beijando seu queixo, subiu para sua bochecha, seu nariz, sua testa e de voltar aos seus lábios. Félix suspirou correspondendo ao beijo ardentemente, puxando Niko para mais próximo. Sua mão foi para a nuca dele, enterrando seus dedos em seus cabelos. Todos os pensamentos fugiram de sua cabeça, seus pulmões começaram a reclamar pedido ar. Sentiu o corpo do Félix em cima do seu, e foi com certo espanto que percebeu que estava sobre a cama. A boca dele em seu pescoço. Seu ombro... Peito...

Aquela tinha sido a primeira discussão, depois do que Niko chamava de "O dia que eles cruzaram a linha". O amanhecer o recebeu com uma surpresa, Félix não estava do seu lado na cama, foi com esperança que correu ate o banheiro esperando encontra-lo. Mas ele não estava lá, e também em nenhum outro cômodo da casa. Félix tinha ido embora, fugido.

O dia transcorreu, com Niko tentando não pensar em Félix e esperando que ele aparecesse ou desse um telefonema para justificar sua atitude. Ao chegar em casa foi com desapontamento que descobriu que Félix não tinha aparecido, e no decorre da noite veio a tristeza de que talvez ele nunca mais voltasse. Era quase meia noite, quando a campainha tocou. Niko se perguntou quem poderia ser àquela hora, seria alguma noticia ruim. Mas era ele, parecia completamente perdido e assustado. Foi com um misto de alegria e raiva que Niko deu passagem para que ele entrasse.

– O que você quer Félix - Por mais que Niko quisesse corre para os braços dele, e dizer que estava tudo bem, não podia. Félix tinha que deixar de ser um menino mimado, e crescer. Afastou para longe a alegria que sentia ao vê-lo, e manteve apenas a raiva por ele ter ido embora sem ao menos dizer um tchau.

– Carneirinho... Eu sinto muito... Por te indo embora - Niko cruzou os braços.

– Eu... Estava lá fora a horas, tomando coragem para bater - Niko sentiu seu coração amolecendo.

– Vamos sentar... - Niko sentou no sofá, esperando que Félix sentasse ao seu lado, mas ele se sentou em uma das poltronas.

– Você quer comer alguma coisa... Posso preparar algo...

– Não... Estou sem fome - O silencio tomou conta da casa, não era um silencio constrangedor, mas um silencio que precede algo importante, e Niko sabia que depois dessa conversa, seu coração poderia se encher de felicidade, ou ser totalmente quebrado.

– Carneirinho... - Félix respirou fundo - Eu nunca tive um amigo, eu não sou bom e manter amigos, talvez por que sempre vivi uma mentira, talvez por que nunca pude me mostrar de verdade.

Niko apertou suas mãos uma na outra, Félix não disse isso com tristeza, ou qualquer outro sentimento, mas sim como alguém que faz um comentário sobre o tempo dentro de um elevador, o que fazia que o coração de Niko ficasse mais apertado.

– Você foi o primeiro amigo de verdade que eu tive... Tá certo que eu me aproximei de você pra irritar a lacraia - Félix fez uma careta, e depois sorriu - Mas você é... Essa pessoa tão boa, tão doce... Tão ingênua, que eu... Eu... Me vi querendo proteger você... Eu quero proteger você - lágrimas escorriam por seu rosto.

Niko queria ir ate ele, queria secar suas lágrimas com beijos, mas sabia que ele ainda não tinha terminado. Apertou seus lábios, impedindo que o soluço que estava preso em sua garganta escapasse.

– E para fazer isso... Eu tenho que me afastar, por que eu tenho que proteger você... De mim - Niko deixou o soluço escapar. Abriu a boca, mas nenhuma palavra veio, apenas sentia o gosto salgado de suas lágrimas.

Niko não podia deixa-lo ir, mas o que poderia fazer. Amarra-lo? Seus olhos ardiam das lágrimas, se levantou dando as costas ao Félix não queria que ele o visse nesse estado.

– Quando eu acordei na sua cama, era isso que ia te dizer - Niko se virou em surpresa - Então eu vi você dormindo... - Félix sorriu com a lembrança - Lindo... - disse num suspiro - Eu só queria fica ali, olhando você.

– Félix...

– Espera... Mas tinha tanta coisa na minha cabeça... Tanta coisa. Eu não podia deixar você criar um monte de ilusões. Então fui embora. Mas você não saiu da minha cabeça, eu não sabia o que fazer com você, eu só sabia que não queria perder você.

Niko sorriu seu coração se enchendo de esperança.

– A Marcia... Nós conversamos... - Félix se levantou. Olhos negros e olhos verdes se encontraram.

– Eu não tenho nada a oferecer, eu não tenho dinheiro. Eu não sou uma pessoa boa, eu vou magoar você em algum momento. Eu sou egoísta, e por ser egoísta eu quero fica com você - Félix deu um passo em direção a Niko e parou sem desviar o olhar - Não sei explicar o que sinto por você... O que sei é que quero fica perto de você.

Niko desviou o olhar. Era isso, Félix colocou a decisão em suas mãos.

Niko não tinha o que decidir, seu coração já tinha feito a escolha. Felix. A verdade era que naquela noite após terem feito amor, agora como um casal, Niko pode realmente pensar em tudo que Félix havia dito, naquela noite e na anterior. Sabia que Félix era um homem bom, mas não entendia por que ele havia feito todas essas coisas horrorosas. Quem era esses dois homens que habitavam dentro dele. E Pior, por que ele acreditava que só existia um. O mal. Mas havia o outro o que tinha lhe ajudado a recupera sua casa e seus filhos. O que preferia passar um natal simples, a base de salsicha, a deixa alguém de quem gostava sozinho. O que gostava de brinca com seus filhos e com a netinha da Marcia. O que falava do filho com tanto carrinho. Niko sabia que Felix era um homem bom. Mas apenas nos dias que se seguiram, nas conversas sentados no sofá, tomando uma taça de vinho, ou de madrugada após estarem saciados, que Niko pode entender. E ao entender, ele o amou mais.

O quão difícil foi para ele, desejou ter uma maquina do tempo, para pode protegê-lo, para pode dizer a ele que alguém o amava e que ficaria tudo bem. Não podia voltar no tempo, mas queria um novo futuro com Félix. O difícil seria convencê-lo, que ele merecia esse novo futuro. Ele ainda não havia aceitado o cargo de gerente, tiveram uma briga feia por causa disso. Félix deixou claro que queria ir embora, recomeça em outro lugar, e pela primeira vez, ele não havia passado a noite com Niko. Fizeram as pazes no dia seguinte. Mas essa noite serviu para realmente pensar nos seus sentimentos. O que sentia por ele? Era apenas uma paixão? Paixões acabam! Não. Já tinha se apaixonado antes, e o que sentia com Félix não tinha comparação, era como querer comparar um riacho, com um oceano. Era amor? E Ele sentia o mesmo?! Niko não precisou de muito para descobrir a resposta. Agora era a hora de mostra a ele, que estava disposto a dar um pulo de fé, se Félix estivesse segurando sua mão.

– O jantar esta quase pronto... Jaiminho vai tomar banho - Niko deu um beijo no filho quando ele passou correndo. Sentou-se ao lado do Félix no chão, e fez um carrinho na cabeça do Fabricio.

– Carneirinho, essa criaturinha esta cada vez mais parecida com você - Félix disse sorrindo, fazendo caretas para o bebê.

Niko afastou alguns brinquedos que estavam a sua frete, e abriu o papel no chão, sobre o olhar atento de Félix, que franziu a testa, e olhou para o Niko com curiosidade.

– O que é isso carneirinho... Por que esse mapa mundi?!

– Você não disse que queria ir embora de São Paulo?! Então, escolha um lugar para onde possamos ir!

– Carneirinho... Que brincadeira é essa?

– Não é brincadeira Félix. Para onde você for eu vou. Você disse que queria recomeça em outro lugar... Olhe é só escolher! Vamos ficar no Brasil? Ou você quer ir para outro Pais? Europa?... Já sei vamos escolher na sorte! Vamos feche os olhos onde seu dedo encostar é lá que iremos morar.

– Carneirinho... Isso não tem graça - Félix disse irritado.

Niko estendeu a mão.

– Eu pulo se você pular comigo. Um salto de fé.

Félix o encarava em total descrença, o que passava na cabeça do carneirinho como ele podia se tão burro.

– Então Félix vai me deixa pular sozinho?

Félix olhou para mão do Niko estendida, ele falava serio, podia ver nos olhos dele. Sua mão tremia quando foi de encontro à dele, isso era estupidez. Niko sorriu amplamente e Félix não pode evitar sorrir também, suas mãos se entrelaçaram apenas os indicadores levantados fazendo uma espécie de arma. Niko se aproximou e o beijou, um beijo doce e gentil, que foi interrompido quando Félix sentiu seu dedo indicador toca no mapa. Niko olhou para o mapa, mas Félix não pode fazer o mesmo, seu coração batia descompassado. Ele não sabia se pelo beijo, ou pelo que ele tinha deixado Niko fazer.

– Bem... Você pode fazer as malas, pois estamos a caminho dos Estados Unidos, na Califórnia.


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Notas finais do capítulo

Próximo, cap veremos a partida!!!



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