Quem Disse Que O Amor Pode Acabar? escrita por Beth


Capítulo 5
Mondo Bongo


Notas iniciais do capítulo

Pessoal olá! Quanto tempo!
Me desculpem por não ter postado depois que o Nyah voltou!
Bom acho que vocês devem ter notado que é único titulo que não é inglês, e não há uma tradução literal.
Mondo Bongo, é uma musica do grupo Joe Strummer e The Mescaleros. Uma musica caribenha, e faz parte da trilha de um dos meus filmes preferidos.
Mr. And Mrs. Smith, ou seja, Sr. e Sra. Smith, interpretado por Brad Pitt e Angelina Jolie.



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Capitulo 5-

–Eu não vi muita coisa. Havia o som do vidro quebrando, e então havia vidro pra todo o lado, alguns cortaram meu braço- Stella murmurou, revirando sua mente em seguida pra se lembrar de algo mais- Pessoas assustadas correndo e se abrigando. E então tudo ficou em silêncio. Eu esperei alguns segundos, me levantei... E não havia nada. Ninguém- Ela concluiu, o policial assentiu a encarou.

Ela mordeu a língua com a vontade de manda-lo pro inferno.

Ela conhecia aquele olhar, ele fazia parte da sua vida. E sabia exatamente as vezes em que recebia-o.

Quando dizia que crescera num orfanato, o olhar de pena estava ali; quando contava que perdera o homem que fora um pai pra si, e que cuidou dela quando era apenas uma criança assustada, o olhar continuava ali.

Quando dizia que nunca tivera a oportunidade de conhecer qualquer familiar seu; ou quando contava sobre Frankie.

Ela odiava aquele olhar. Talvez fosse por isso que Mac era a única pessoa com a qual ela conseguia se abrir, não havia olhar de pena com ele. Havia olhar de orgulho, e de surpresa por ela ser tão forte.

E agora nem isso ela tinha mais.

–Algo mais?- Perguntou se envolvendo mais forte no casaco, a bala havia perfurado o vidro e junto uma garrafa de suco que estava em cima dela, o que resultara em uma Stella melada e cheirando a maracujá.

–Não, pode ir. Muito obrigado, Det. Bonasera- O policial falou, ela assentiu e o observou se afastar. Ele era novo, e parecia realmente preocupado, e então ela pensou irônica quanto tempo levaria pro serviço roubar isso dele.

Esse era um dos problemas quando se era policial. Você via tantas coisas, ouvia tanto, a pressão e o medo da morte eram companhia constante. Era quase impossível com o passar dos anos não se tornar frio e ressentido.

Ela fez uma breve oração pra que isso não acontecesse. Quando ela reabriu os olhos ele estava vindo em sua direção.

–Você está bem?- Mac perguntou, ela não respondeu. Ele parecia realmente preocupado, e ela se pegou pensando quantas vezes sentira aquele mesmo sentimento? De pensar que iria perde-lo? De que ele, assim como todas as coisas boas que ela tinha, iria ser tirado de si?

–Eu estou bem. Me sentindo melada e doce, mas bem- Ela falou encolhendo os ombros, viu o fantasma de um sorriso em seu rosto.

–Vamos. - Ele a chamou, ela o encarou por alguns segundos antes de responder.

–Pra onde?

–Vou leva-la pra casa. - Ele explicou, Stella assentiu. Normalmente diria que não queria, ela não precisava de ninguém bancando sua babá. Mas dessa vez era diferente, ela queria sentir que havia alguém se importando com ela nesse mundo.

Stella sacode a cabeça, fazia tempo que ela não pensava nisso. Fazia anos que não se sentia tão solitária.

–Então é aonde?- Mac perguntou ao ligar o carro, Stella ajeitou o cinto o afrouxando um pouco e colocou as pernas em cima do banco, se encolhendo, e começou a ditar as instruções.

XXXXXXX

“-Você nunca vai conseguir se livrar- Frankie falou sorrindo, seus olhos brilhando com uma espécie de prazer sádico, enquanto apertava a faca no pescoço de Stella e a prensava contra a parede- De mim.

–Me solte!- Ela tentou se libertar, uma tentativa inútil, pois Frankie segurou sua garganta com força, Stella se debateu. Seu pulmão se comprimia em busca de ar, e sua boca abriu tentando desesperadamente sugar algo, enquanto sentia o aperto da mão no seu pescoço. Seus olhos se enchiam de lágrimas, sua cabeça começa a pulsar com forçar, enquanto ela tentava gritar e obter ar ao mesmo tempo.”

­ –Pare!- Ela gritou se erguendo da cama, algo se enrolava em seu pescoço, ela o puxou em desespero.

O cobertor havia ficado preso na jaqueta, Stella limpou os olhos molhados, no mesmo segundo em que a lâmpada acendeu. Ela levou alguns segundos pra identificar Mac se sentando na beira da cama, ele a puxou pra si.

Enquanto ela enterrava o rosto em seu peito, sentia o corpo convulsionar e os soluços irromperem junto com as lágrimas. Ela estava em desespero, e nem ao menos sabia por que.

Mac fechou os olhos enquanto esfregava as costas dela com os dedos, ele sabia exatamente o que estava acontecendo. Ele se lembrava de quando às vezes ela acordava gritando, e ele precisava de alguns segundos pra faze-la ver que não estava no orfanato.

E foi assim que ele entendeu que uma casa não era um lar. Stella tinha tido uma infância pobre, não se tinha muito quando se morava em um orfanato, nunca havia faltado roupa, ou comida, mas havia faltado o principal. Amor. Ela crescera sem saber o que era o amor de um pai e uma mãe, e ele odiava isso. Odiava vê-la daquela forma, tão indefesa e com medo.

Naquele momento ela não era Stella Bonasera a detetive competente que todos falavam, não. Naquele momento ela era Stella Bonasera a menina órfã, com medo de ser abandonada outra vez.

–Você quer uma xícara de chá?- Ele perguntou após alguns minutos depois, os soluços dela haviam cessado. Ela arrumou o cabelo, e limpou o rosto assentindo, ele assentiu e beijou sua testa enquanto ia pra cozinha.

Stella ajeitou o casaco em volta de si e o seguiu, ainda sentia sua testa formigar onde os lábios dele haviam estado segundos antes. Ela se sentou em silêncio enquanto o observava andar por sua cozinha.

–Espero que não se importe de estar aqui. Eu preferi não acorda-la, você parecia cansada. Estava indo embora quando a ouvi gritar- Ele explicou, Stella não respondeu apenas continuou o observando em silêncio.

–Como você sabia?- Ela perguntou alguns minutos depois, ele se virou pra ela com a jarra de chá nas mãos.

–O que?

–Onde estava cada coisa.

–Por que eu não mudei nada de lugar- Ele murmurou colocando a jarra na bancada e indo pegar os copos. Ela imediatamente entendeu, Stella sempre manteve a mesma organização, tudo estava no mesmo lugar que na casa deles que ela havia deixado em New York.

Ele colocou em silêncio o chá nas xícaras e estendeu uma pra ela, Stella envolveu seus dedos na caneca inteira e a aproximou da boca tomando um gole, Mac a encarava com um sorriso.

–O que foi?- Stella perguntou o encarando com as sobrancelhas juntas, ele sorriu sacudiu a cabeça e voltou a tomar seu chá- O que foi?!- Ela insistiu, Mac riu, e fingiu não ouvi-la, Stella bufou- Fala logo!

–Curiosidade matou o gato- Mac falou sorrindo colocou a xícara de chá na bancada, Stella revirou os olhos, e bufou novamente.

Havia abrido a boca pra responder quando tudo ficou escuro, e o cômodo completamente silencioso.

O ouviu se levantar, ela continuou no mesmo lugar, apenas se levantou. Stella sentiu suas mãos se fincarem na bancada de mármore, enquanto o ouvia andar e tentava identificar exatamente aonde ele estava.

Ela prendeu a respiração, não conseguia vê-lo, e isso a fazia se arrepiar. Ele se aproximou fazendo com que ela finalmente conseguisse enxergar, mesmo que vagamente seus olhos azuis, sentiu as mãos dele subirem por seu braço e repousarem em sua nuca.

Ela estendeu o braço tocando o peito dele, sentia a sua mão subir e descer conforme ele respirava.

–Isso não é uma boa ideia- Ela sussurrou, sentia sua garganta se fechar e sua mão querer continuar a explorar o corpo dele. Mac sorriu e deslizou o dedo pela nuca dela, Stella tombou o pescoço e soltou um breve gemido.

Ele a encarou, ela sabia exatamente o que aquele olhar dizia: “Quem se importa?” Ela deslizou os dedos pela camisa dele chegando até o primeiro botão e sorriu de volta.

E então Mac a beijou, a outra mão indo na sua cintura, a boca dele era tão quente e macia quanto ela se lembrava, e enquanto ela sentia seus lábios cobrirem os dela a velha e boa sensação da corrente elétrica voltava a percorrer seu corpo.

E o que era calmo começou a tomar outros precedentes, ele jogou no chão com a mão livre tudo o que havia na bancada. Stella ouviu o barulho estridente na cozinha silenciosa e prontamente se apoiou nele quando a ergueu e a colocou em cima do balcão.

Ela sentiu suas mãos impaciente puxarem a camisa com força pra que os botões se abrissem, enquanto ele beijava seu pescoço. Ela gemeu frustrada por não conseguir se concentrar na ação, ouviu a risada dele e cravou as unhas em suas costas com o máximo de força que podia.

E então as luzes acenderam. Ela colocou a mão nos olhos, a claridade repentina a cegando.

Eles se entreolharam. Stella sentiu sua boca se apertar. O que ela estava fazendo a minutos atrás?!

–Eu acho melhor...- Ele não completou a frase, ela assentiu, e observou ele pegar seu terno e ir em direção a porta, ele parou apenas alguns segundos e a olhou.

Stella tinha a sensação que via no seu rosto, o espelho do seu próprio. A confusão.... Nervosismo.... Atração.

E então ele saiu fechando a porta atrás de si, Stella fechou os olhos e se inclinou, suas mãos deslizaram pela boca ainda vermelha do forte beijo.


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Notas finais do capítulo

Sinto muito. Minha vida tá uma loucura, eu tive que viajar no sábado passado e foi muito inesperado e acabei não podendo postar o capitulo.
Não vou ter tempo de responder os comentários do ultimo capitulo, começei a responder e tive que parar. Mas assim que tiver tempo respondo.
Não deixem de cometar por causa disso!
Uma das leitoras me mandou uma mensagem, então quem quiser mandar também, quiser falar algo, ou pergunta. Não fiquem com vergonha ou medo, eu não mordo! ; )
Obrigado pelos comentários! Beijos!
Ps: Bem vindas leitoras novas!



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