Quem Disse Que O Amor Pode Acabar? escrita por Beth


Capítulo 1
Sweet Escape




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-Você viu isso?!- Stella gritou furiosa atirando os papeis em cima da mesa com uma força desnecessária, Bennett a encarou, ela estava furiosa, os olhos verdes pareciam soltar faíscas.

-Eu não vejo...

-Ele me tratou como se eu fosse sua empregada!

-Ele foi educado. Distante, mas educado- Ele falou se entender, Stella soltou uma risada irônica. Distante e educado?! Era assim que se chamava?!

Ele podia ser distante e educado com o inferno que fosse, mas ele dormia com ela! E agora a tratava como se fosse uma qualquer, como se tudo o que viveram não fosse nada?! Que merda Mac Taylor estava pensando?!

Você foi embora, o que esperava? Uma parte de sua consciência debateu.

Mas isso não era motivo pra tanto, ela rebateu mentalmente, Stella se sentou na cadeira tampando o rosto com os dedos.

Como ele podia ser tão frio?! Ela ainda sentia seu corpo reagir ao simples pensamento dele, e ele agia como se ela não fosse nada. Como se não passasse de uma lembrança.

-Eu não entendo- Bennett murmurou a encarando, na verdade não entendia mesmo!

Stella não era o que se podia chamar de controlada, havia momentos durante o interrogatório em que ele tinha medo de que ela voasse sobre a mesa e esganasse o suspeito.

Ela também não era muito paciente com certas coisas. Mas nunca, nunca a vira assim, ela parecia... furiosa.

-Eu pensei que fossem amigos- Ele murmurou, fora isso o que ouvira durante todas a festa do prefeito, que o Det. Bonasera e Det. Taylor eram amigos, na verdade alguns até especulavam algo além disso, Stella sorriu novamente e o encarou.

Sua língua coçava pra lhe responder: Antes, sim. E namoramos, e casamos, e eu estava tão frustrada e irritada com ele que vim embora sem dizer nada largando a aliança em cima da mesinha e mandei todos os papeis por fax!

-Por favor, assuma o caso com Diana- Stella murmurou se levantando e pegando a carta com força, ela a apertou por um momento encarando a assinatura e a jogou dentro da bolsa- Eu vou sair.

-Sabe que horas vai voltar?- Bennett perguntou, ela ajeitou a bolsa no ombro, pegou o casaco em cima da cadeira e finalmente se virou pra ele já com a na maçaneta da porta.

-Não- Falou saindo antes que ele pudesse pensar qualquer outra coisa, Stella agradeceu mentalmente por no prédio funcionar apenas os laboratórios, e rapidamente chegou ao térreo.

Ouviu fracamente alguém dizer seu nome e falar algo, mas não deu ouvidos, a chuva caia furiosamente a sua frente, ela apenas parou tempo suficiente pra colocar o casaco proteger a bolsa e entrar na chuva.

Ela foi embora andando, era engraçado. Esse era muito dos costumes que havia trazido de New York pra New Orleans, quando algum caso mexia muito com ela, ou apenas estava estressada demais ela ia andando pra casa.

Não se importava com a distancia, eram apenas algumas quadras, e então chegava em casa cansada o suficiente para tomar um banho cair na cama e dormir.

As memórias iam invadindo sua mente enquanto andava.

“-Mac eu vou pra casa- Stella falou batendo na porta de vidro do laboratório, ele ergueu os olhos da papelada.

-Ok- Falou e voltou pra ela, enquanto Stella ia embora sozinha, sabia que ele só iria embora lá pras 23h.”

Essa rotina foi repetida várias e várias vezes.

Não era assim no começo, ao contrário, houve um tempo em que os dois mal podiam esperar pra ir pra casa, um tempo em que eles iam jantar fora quase toda as noites.

E os jantares cessaram, o trabalho começou a ser exaustivo, e tomar todo o tempo. Stella não culpava Mac, sabia que era culpa de ambos. Mas ele não havia ajudado em nada.

E depois de 3 anos de casados, eles eram apenas duas pessoas que compartilhavam a mesma casa. O que havia acontecido?! Stella passara 2 meses se perguntando onde estava o amor pelo qual se casaram?

E a proposta de New Orleans foi como um bote salva-vidas, Stella não comentara nada com Mac, nem com ninguém, dissera a si mesma que ia apenas analisar. E a gota d’agua foi quando no aniversário de 3 anos de casados dele, Mac o passara no laboratório, ela esperara no dia seguinte.

Nada, ele agia como se nada estivesse acontecido, como se fosse mais um dia. Stella sabia que agira errado, sabia que fora precipitada. Mas estava tão furiosa, tão chateada, tão... magoada.

Que apenas pegara suas coisas colocara na mala, e fora embora.

Sem despedidas.

Sem bilhetes, apenas foi embora.

Dois meses em New Orleans mandara os papeis pra ele assinar, os papeis da sua demissão, ela prometera a si mesma que se ele tentasse ou fizesse algo, ela voltaria. E tentaria novamente.

Mas ela recebera os papeis da mesma forma com que mandara, a única coisa que mudou, era a assinatura na pequena linha pontilhada.

-Tudo bem Srta. Bonasera?- O porteiro perguntou surpreso ao vê-la toda ensopada parada na frente do prédio.

-Sim- Ela sussurrou, murmurou um obrigado quando ele abriu a porta, e passou direto pro elevador, assim que as portas se fecharam ela fechou os olhos e se sentou no chão.

Os braços envolvendo as pernas, ela podia lembrar da forma com um dia os braços dele estiveram em volta de si.

Ela tinha o esquecido! O que estava acontecendo agora?!

A verdade era que ela passara os últimos meses mentindo pra si mesma, fingindo ser outra pessoa. E agora o passado vinha cobrar, e ela tinha que prestar contas.

As portas do elevador se abriram, e Stella levantou, agradeceu mentalmente por não haver ninguém no corredor e entrou no seu apartamento.

Ela estava agindo como uma criança. Antes que pudesse pensar a memoria a invadiu.

“-Eu sou uma garota grande Mac. Posso cuidar de mim mesma- Ela disse o encarando, embora soubesse tanto quanto ele que nesse momento era mentira. Se ela realmente soubesse cuidar de si mesma, não estaria ali, sendo levada por ele em casa após ter sido atacado pelo ex-namorado”

-Você é uma garota grande agora Stella- Ela murmurou pra si mesma na escuridão do apartamento.

XXXXXXX

-Ela respondeu?- Jo perguntou após alguns segundos de silêncio, Mac não precisava pensar muito pra saber do que ela estava falando.

Ele demorara mais tempo do que o necessário pra escrever a pequena carta que mandara, ele começara as 19h e terminara as 23h, havia na lixeira uma pilha de rascunhos.

Por que toda vez que ele começava, precisava reiniciar, ou soava crítico demais, ou extremamente irritado, e irônico.

-Não- Ele respondeu a Jo, e brincou com a tampa da caneta, ela apenas o observava.

-Você quer falar sobre isso?- Jo perguntou após mais alguns segundos de completo silêncio, ele sorriu levemente irônico.

Quantas vezes ouvira aquela frase? Quantas vezes Stella entrara no seu escritório com sua própria papelada e a fazia em silêncio, esperando por ele.

Esperando quando ele estivesse pronto pra dizer exatamente o que pensava e sentia. E quantas vezes fizera a mesma coisa por ela?!

Apenas a levava pra casa, e parava o carro na frente da sua casa, a esperando começar a falar, ou chama-lo pra subir. Ou mesmo a levava pra um restaurante pra conversarem.

Eles não precisavam pedir, não precisavam pressionar. Era... natural.

Talvez essa fosse a principal palavra do relacionamento deles, tudo parecia natural.

-Eu estou bem- Ele falou, não se importou se sua voz o traia.

-Você se separam?- Jo perguntou o encarando, ele sabia que se havia pra conversar sobre isso seria Jo.

Ela poderia fornecer o que seria chamado de ponto de vista neutro, ela não era como o resto da equipe tentado a achar que haverá um feliz para sempre.

-Ela foi embora, acho que isso, mesmo não dito, é uma espécie de termino- Ele respondeu, ela continuou o encarando, não fora isso que perguntara- Não. Nenhum de nós pediu o divorcio. De certa forma eu estou surpreso que ela não tenha pedido, já que estava tão ansiosa pra se livrar de mim que não se dignou a deixar um bilhete nem nada.

-Mac...

-Pelo menos Peyton deixou uma carta- Ele murmurou acido- Ela não se dignou a isso.

-Talvez vocês devessem conversar- Ela falou, ele a encarou cético- Quando eu me divorciei, as coisas haviam mudado, o amor havia acabado. Nós éramos apenas duas pessoas vivendo na mesma casa.

-Stella e eu somos a mesma coisa.

-Não são.

-Por que não?- Ele perguntou levemente frustrado, Jo sorriu um pouco, parecia ter de certa forma um pouco de pena dele e da situação.

-As coisas não estão acabadas entre vocês. Eu vejo no seu olhar, na forma com que você fala dela. Vocês apenas se afastaram, isso não acabou. E isso está estampado em você.

-Acabou!- Ele replicou, não sabia o quanto daquilo era pra ela e o quanto era pra si mesmo- Eu não a amo mais. E não preciso dela.


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Notas finais do capítulo

Essa ideia me passou pela cabeça, tempo depois que eu comecei a realmente gostar da série CSI:NY.
E agora anos depois, desenvolvi ela de uma forma diferente.
Espero que você goste!
E comentem, eu não mordo. :)
Críticas, sugestões, opiniões e ideias, serão sempre bem vindas.



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