Luka sentia a luz do sol passando pela janela e batendo no seu rosto. Era por volta das 9:30, ela passou a mão pelo rosto, olhou para o teto e se deu conta de que não estava na casa de Haku. Levantou rapidamente e sentiu uma dor de cabeça chata, ela se deu conta de que havia bebido naquela noite e só. Não sabia como tinha acabado ali, dormindo naquele sofá. Enquanto ela fazia algum tipo de esforço para se lembrar de algo, sentiu alguém vindo do corredor. Ela virou o roso e viu novamente aquele porco escultural, e pelo azar ou sore, ela já sabia de quem era. Gakupo bocejou, passou a mão pela cabeça e olhou para Luka ainda sonolento.

– Já acordou?

– Já... – Ela respondia corada.

– Então pode ir embora.

– Ei! Ai... – Luka levantou-se rapidamente e logo caiu sentada no sofá de novo.

– Está doendo, né? – Gakupo dizia olhando para a jovem.

– Um pouco, droga...

– Isso que da beber como uma criança. - Gakupo foi até a cozinha e voltou alguns segundos depois com um pequeno comprimido e um copo d’água . – Toma isso, vai te ajudar a melhorar.

– Obrigada... – Luka respondeu pegando o comprimido da mão dele.

– E depois vá embora.

– Hã!? Você é um imbecil mesmo!

Luka engoliu o comprimido e tomou toda a água que havia no golpe em um gole só. Levantou-se do sofá e andou em direção a porta, a abriu e olhou para trás observando Gakupo pela última vez.

–Seu imbecil!

BANG! A porta se bateu com bastante força, Gakupo ascendeu um cigarro e deu um pequeno sorriso. Até que a chatinha era um pouco divertida. Ele voltou na direção do seu quarto e decidiu deitar mais um pouco. Era sábado, o bar só iria abrir um pouco mais tarde.

Luka entrou no apartamento de Haku batendo os pés, a de cabelos brancos observava aquilo um pouco assustada. Observava Luka sentar em frente a bancada, batendo com a mão no balcão. Haku pensou em perguntar, mas decidiu deixar para Luka contar por sua própria vontade.

– Não vai perguntar onde eu estive?

– N-não, a-a-achei melhor t-te dar espaço.

– AQUELE GAKUPO É UM COMPLETO IMBECL!

– Calma Luka, Gakupo é uma boa pessoa. Ele... Ele só é um pouco difícil...

– Ahg! Eu vou dormir, pode me acordar meia hora antes de você sair?

– Sim, bons sonhos.

A doçura de Haku encantava Luka. Haku via bondade até em pessoas do tipo de Gakupo, era algo realmente incrível.

Luka chegou ao bar um pouco depois de Haku e achou um pouco estranho terem só 3 pessoas lá. Kaito, Sonika e Haku estavam arrumando cadeiras, mesas, limpando o chão dentre outras tarefas.

– Pink Girl! Ainda bem que chegou. – Kaito ia dizendo enquanto entregava um pano para Luka. – O pessoal parece estar atrasado, deixarei você com Sonika e Haku enquanto eu dou uma saída.

– Onde você vai? – Ela perguntava segurando o pano na mão um pouco confusa.

– Vou falar com o Kyioteru, resolver umas contas. Qualquer coisa peça ajuda a Sonika ou Haku, vou indo.

– Ok... – Por um momento, Luka achou que Kaito estava mais feliz que o normal. Talvez o tal Kiyoteru tenha notícias boas.

Sonika estava focada em Limpar o balcão, copos e arrumar as bebidas. Luka então reparou mais detalhada mente na jovem, percebeu que a de cabelos verdes tinha realmente um estilo. Conseguia ser sexy e ao mesmo tempo parecer bem jovem. Luka então decidiu a iniciar o trabalho. Limpou, arrumou e até mesmo cantou um pouco para passar o tempo. Passando uma hora, Gakupo chegou ao bar acompanhado de sua preciosa amiga Prima, fato de incomodou Luka brutalmente. A rosada segurou o pano com as duas mãos e começou a torcer, torceu tanto que o pano já estava parecendo pedra.

– Onde está Kaito? – Perguntava Gakupo indo na direção do balcão.

– E isso é meu. – Prima pegou rapidamente o pano da mão de Luka e foi fazer os seus afazeres. Aquela menina a deixava louca, louca de uma maneira em que Luka gostaria de voar em cima do pescoço dela e arranca-lo.

– Kaito foi ver Kiyoteru, sabe como ele é né? – Sonika dizia bebendo um pouco de vodka que havia colocado em um pequeno copo.

– Será que ele irá demorar? – Indagou Luka.

– Luka, quando o assunto é Kiyoteru, Gakupo prefere nem voltar ao bar.

Ela ficou sem entender aquela frase de Sonika, ou melhor, preferiu nem perguntar. Não tinha intimidade suficiente com ninguém ali para fazer qualquer tipo de pergunta fora o trabalho. Bom, pelo menos esse era o pensamento dela.

Por volta das 22:00 Kaito voltou ao bar que já estava com bastante gente. Ele estranhou o fato de ter chegado e Meiko não ter arrumado nenhuma confusão. Ele andou para atrás do pequeno palco que havia lá e encontrou a sua querida pink girl.

– Olá Luka, está pronta?

– Sim, mas Yuuma fez algo que não é bem o meu estilo...

– Vai ficar tudo bem, apenas vá e dê o seu melhor.

– Sim!

– Hey, Luka! – Yuuma aproximou-se de Luka, um pouco ofegante. – Vim te desejar boa sorte!

– Obrigada Yuuma, vou tentar dar o meu máximo.

– Vou ficar aqui cuidando do som, qualquer coisa estou aqui.

Luka então se sentiu um pouco mais aliviada e sorriu. O que fez o jovem Yuuma ficar todo constrangido e Luka dar uma pequena risada da atitude dele.

As luzes que antes iluminavam o palco foram apagadas e em poucos segundos se ascenderam com Luka já em frente ao microfone. Ela estava totalmente diferente das outras vezes que cantou, estava usando um vestido preto com decote em v fazendo o seu busto ficar bem realçado. Usava lentes em um tom roxo escuro, e os cabelos soltos, porém de uma maneira desgrenhada. Aquele não parecia nem um pouco com a Luka que havia entrado a primeira vez no bar. As pessoas que assistam a jovem no palco ficavam impressionadas com tanta beleza e também pela diferença que havia em Luka, não esperariam aquele tipo de atitude vindo daquela mocinha “romântica” que cantava músicas mais calmas.

– Essa noite, tudo será diferente.

Então uma batida forte e rápida começou a ser ouvida, a música se chamava “Dancer In The Dark”. Um estilo completamente diferente ao qual Luka havia esperado. A música intercalava entra uma melodia rápida e triste, de uma maneira que todos no bar conseguiu dançar e aproveitar a voz da jovem cantora.

I keep on fighting against God in such a dirty,cruel place…

De todas as pessoas, o que mais parecia impressionado com aquilo era o grandalhão de cabelos roxo. Aquela no palco era realmente a chatinha que o irritava só de abrir a boca? Ela parecia outra pessoa com aquele cabelo, aquela roupa e todo o resto que ele nem se quer esperava dela. Ele observava ela no palco sem piscar ou perder a atenção, nem se quer percebeu que sua companheira de bar ao lado o observava achando aquilo hilário.

– Ei Gakupo, vai acabar babando. – Dizia Sonika enquanto limpava um copo.

My left arm has been blown off, and my wings have been teared off.

– … Não é o estilo dela, só isso.

– Se você diz.