Kajima Home escrita por Kid Leader


Capítulo 2
Lie




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Luka observava o sorriso do rapaz de cabelo azul. Era sincero e bondoso, não era do tipo que só forçava um sorriso para manter a aparência.

– Ela quer tentar a vaga.

– Ei, não fale por mim! – A jovem rosada retrucava o rapaz de cabelos roxos.

– Tudo bem.

Sem mais, ele virou de costas e saiu por uma porta indo em direção ao movimento do bar. Isso incomodou Luka de uma maneira que nem ela entendia, ele poderia pelo menos ter dito o seu nome. Não podia?

– Esse Gakupo, sempre gentil. – Dizia Kaito irônico.

– Gakupo? Combina com ele...

– É, bom, você vai tentar? Estamos realmente precisando de alguém no palco. Você me parece ser bem habilidosa com algo. Você vai cantar?

– Eu... – Luka resistia um pouco em falar – vou cantar uma composição minha.

– Waaaa, incrível pink girl! Certamente você será aprovada! Bom, pode esperar no cômodo ao lado, daqui a alguns minutos irei te chamar. Dê o seu melhor!

– Ok...

Kaito acompanhou Luka até o cômodo que seria uma espécie de camarim, porem bem menor e com somente um penteadeira. Luka sentou-se na cadeira, olhou-se no espelho, respirou fundo e começou a fazer um aquecimento vocal.

– Pink girl... que coisa engraçada. – Caiu em um devaneio leve pensando no apelido que ganhara de Kaito.

A porta do camarim improvisado então se abriu novamente, o azulado entrou e sempre com um sorriso no rosto falou com Luka.

– Está na hora, pronta?

Ela balançou a cabeça positivamente, ambos saíram do camarim e foram para o palco. Luka nunca havia cantado para pessoas estranhas na vida, só cantava para sua avó ou para amigos da sua antiga cidade. Mas Luka sabia que aquela seria uma etapa única e que ela sempre iria recordar aquele momento. Kaito então pegou o microfone e deu algumas batidas.

– Pessoal, nós estamos trazendo uma novidade para vocês. Agora teremos a nossa nova cantora, sejam bons com ela. Apresento a vocês, Luka!

Ele apontou para a rosada que só deu um aceno para a plateia cochichando. Luka aproximou o microfone de sua boca, mas algo a fez arrepiar. Distante dali, apoiado em uma parede estava ele, observando-a com aquele olhar seguro e misterioso. Kaito, entregou-lhe o microfone e se retirou, ficando atrás de uma parede onde observava Luka. Ela ficou apara ali durante 2 minutos, o público já estava fazendo comentários.

Para o azar de Luka, Gakupo deu um leve sorriso e decidiu sair, assim que alguns passos aquela voz divina saiu. Ele parou no exato momento em que ouviu a voz de Luka.

Why can't it be perfect?
This love's not even real
Why don't I cry for you?
Love was dead from the start

I don't want you
I don't need you
I'll forget you
It doesn't matte

Gakupo então se virou novamente para o palco, precisava ver, ouvir e sentir. O que? Sentir? Ele não sabia o que aquela palavra significava mais, pelo menos não até aquele momento.

I don't want you
I don't need you
I'll forget you
It doesn't matter

Algunsminutos depois, Luka saiu da vista do público deixando todos sensibilizados. Foi ao encontro de Kaito e antes que pudesse falar algo, ela foi travada por aplausos. Ela estava sendo aplaudida, ela tinha conseguido fazer pelos menos um grupo de pessoas sentir aquilo que ela queria.

Eu sabia que você iria me ouvir.

Kaito deu um grande abraço em Luka, ela no começo ficou um pouco corada mas depois retribuiu o ato.

– Pink girl, você foi divina! Eu poderia morrer feliz agora depois de ter ouvido essa canção. Como ela se chama?

– Lie...

– Hum, algum motivo especial?

– Sim, mas... É melhor deixar pra lá. – Ela respondeu dando um sorriso meio sem graça.

– Ok, mas um dia você me conta. Ok?

– Sim....

Os dois então caminharam novamente até o camarim, que para a surpresa de ambos estava já com alguém dentro. Assim que Luka viu quem era, seu rosto ficou levemente corado Gakupo estava encostado na parede com os braços cruzados olhando na direção da dupla.

– Gakupo! Ouviu-a cantando? Parecida um anjo!

Você ouviu, né?

– É.

– Nossa Gakupo, não seja cruel com a Luka, parabenize o trabalho dela!

– Não vim aqui para isso, só vim avisar que estou indo.

– Já? Aonde vai? – Por impulso Luka pronunciou tais perguntas, fazendo com que os dois homens olhassem na direção dela um pouco surpresos.

– Não é porque te ajudei que devo dar satisfação da minha vida para você. Até amanhã Kaito.

Era óbvio o que ele iria dar uma passa fora nela, não era absolutamente nada dela. Por que iria dizer o que iria fazer depois do trabalho? Ela apenas abaixou a cabeça e aceitou aquilo. Kaito observou aquilo e ficou um pouco chateado por Luka.

– Gakupo, não seja grosseiro com a novata!

– O QUE!? – Os dois disseram em uni som. Mas Luka estava com uma expressão de felicidade e Gakupo, pobre Gakupo, era nítida a surpresa e raiva daquele momento. Sem mais ter o que fazer, o roxeado saiu com raiva daquilo.

– Isso mesmo Luka, bem vinda a equipe!

– Mas você não falará com o dono ou gerente do local sobre isso?

– Bom, como eu irei-me consultar? Shion Kaito, gerente, proprietário e cozinheiro.

– Megurine Luka... Cantora.

Os dois deram um aperto de mão. Logicamente Luka estava um pouco constrangida no começo, mas Kaito tratou logo de segurar a mão da jovem e selar ali uma possível grande parceria. A rosada mesmo constrangida retribuiu não só o aperto, mas também o sorriso que parecia nunca sair do rosto de seu agora gerente Kaito.

– Desculpe Luka, mas preciso fazer algumas coisas agora se não se importa. Eu pedirei para Haku lhe acompanhar até em casa. Amanhã esteja aqui no mesmo horário.

– Ok...- Pela maneira que ele falou, deveria ser uma pessoa bem forte e também segura.

Enquanto Kaito se apressava para achar Haku, Luka pegou a bolsa que carregava com si e deu uma última olhada no espelho. Se estava ali, infelizmente foi graças aquela grosseiro de cabelo roxo. Ela balançou a cabeça e se recompôs, ouviu a porta do local se abrir e virou-se na direção dela. Kaito entrava com uma mulher de cabelos brancos, tinha um corpo bem bonito, mas não conseguia ver o seu rosto. A mulher estava com a cabeça abaixada e sua franja estava na frente dele.

– Luka, essa é Haku. Ela mora alguns metros daqui. E como você mora mais afastada, pedi para que ela deixasse você dormir na casa dela.

– Kaito, não precisa incomoda-la. Eu posso ir sozinha.

– Não, esse horário aqui em Kajima é um caos. Você não lê o jornal menina? Sempre aparecem gangues brigando, pessoas sendo agredidas e outras coisas.

– Eu sei, se você insiste “chefe”.

– E pelos céus Haku, não precisa ser tímida. Você sabe que é perfeita para isso. Levante a cabeça e diga oi para Luka.

A mulher levantou a cabeça e mostrou seu rosto para Luka. A rosada ficou congelada com aquele olhar, por mais que o corpo de Haku mostrasse alguém tímido, o seu olhar era de uma matadora. Seus olhos vermelhos como sangue fresco eram algo lindo e ao mesmo tempo intrigante.

– Olá... – Haku disse um pouco nervosa ainda.

– Ahn? A sim, oi. – Luka saiu daquele transe em seus pensamentos e cumprimentou hoje sua então colega de quarto.

– Bom você esta em ótimas mãos Luka. Conto com você Haku.

– Sim... vamos? – Haku perguntou a Luka. A rosada só balançou a cabeça positivamente. Haku entendeu aquilo e saiu em direção à dispensa, Luka a seguia logo atrás.

A caminhada até a casa da Haku duraria alguns minutos, elas provavelmente não ficariam naquele silêncio até chegar, não é? Luka tratou logo de puxar algum assunto com a sua colega quase albina.

– Er... você trabalha a quanto tempo com o Kaito?

– E-e-eu estou com ele desde que sai da gangue...

– Gangue!? – Luka disse surpresa com aquilo. Mas com aquele olhar, ela provavelmente era uma integrante de um nível alto.

– Sim, to-todos nós que trabalhamos lá somos “libertos” de alguma gangue da cidade.

– Todos!? Inclusive Kaito!?

– Não... Kaito veio como um anjo para nós. Não sabemos o passado dele. Só conhecemos o seu irmão gêmeo que trabalha conosco. Ambos evitam falar o porque de estarem lá, então evitamos perguntar. Estou falando de mais né?

A mulher rapidamente abaixou a cabeça e ficou constrangida com a atitude que na sua cabeça havia sido indelicada.

– Não, fico feliz que tenha me contado... –Luka tentou amenizar a dor da colega, mas o silêncio logo voltou a reinar. Isso durou até ambas chegarem a casa de Haku.

Ela morava em um prédio de oito andares, mas precisamente no quinto andar. No apartamento de Haku havia muitas garrafas de cerveja espelhadas, tirando isso o lugar parecia arrumado. A colega quase albina entrou rapidamente no apartamento e tratou de ir juntando as garrafas.

– Não repare nisso, eu só gosto de b-beber um pouco...

Luka entrou no lugar e observou a sua volta. Não era algo grande, mas daria para duas pessoas passarem a noite tranquilamente. A cozinha e a sala eram ligadas, e mais a fundo havia um corredor que dava para um quarto e um banheiro. Na sala havia também uma pequena varanda.

– Você pode tomar banho se tiver vontade, posso te emprestar uma roupa limpa minha...

– Eu agradeço, vou deixar as minhas coisas no sofá.

– Tudo bem. – Haku saiu indo em direção ao quarto e trazendo uma muda de roupas limpas para Luka. Ela pegou as roupas e em seguida entrou no banheiro e se trancou. Desabotoou a sua camisa e em seguida retirou a sua saia, suas meias entrou no chuveiro.

Nada no mundo agradava mais a Luka do que um bom banho relaxante. Ela havia passado por algumas aflições hoje, ela merecia nem que fosse um pouquinho por aquele momento de relaxamento. Ela sentia a água quente escorrer pela a sua pele. O corpo de Luka era algo que até sua avó achava perfeito. Curvas no lugar, seios grandes e volumosos, mãos delicadas e macias. Poderia ser uma bela modelo.

Mesmo na casa de Haku, o pensamento de Luka estava bem longe. Para falar a verdade ela nem sabia onde estava, só que ele tinha cabelos roxos lindos. O que está pensando Luka? Ele é um irresponsável, não combina e nem deve ser um homem para relacionamentos. Fora aquele temperamento grosseiro e estúpido. Ela balançou a cabeça, desligou o chuveiro e se enrolou na toalha que Haku havia deixado pendurada para ela. Vestiu as roupas da quase albina que era composta por uma camiseta e um short com tecidos leves. Saiu do banheiro, deu um pequeno boa noite para a tímida Haku e entrou no quarto. Dormir seria o melhor para ela naquele momento.

Na manhã seguinte Haku estava deitada ao seu lado, de olhos fechados a sua colega nem parecia uma matadora assassina, ou seja lá o que ela foi. Luka se espreguiçou olhou a manhã pela janela. Provavelmente era nova de manhã, não ia mais voltar para aquele emprego no restaurante. Não queria ficar fazendo algo sem vontade.

Ela levantou da cama e caminhou até a cozinha, iria pelo menos preparar um café para agradecer Haku. Pelo menos é o que ela tinha em mente até olhar o sofá. Antes que pudesse gritar de susto, viu aquele grosseirão deitado no sofá de Haku, segurando a sua bolsa como se fosse um ursinho de pelúcia.

Naquele momento, os pensamentos confusos de Luka voltaram a sua cabeça.


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Notas finais do capítulo

Eu não sabia se aquilo era um sonho ou pesadelo. Será que ainda estou dormindo?



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