Kajima era uma cidade cheia de surpresas. Não era como Tóquio, mas estava longe de ser um lugar tranquilo. A cidade era bastante movimentada, seu único defeito eram as gangues que “controlavam” o local. Mesmo sendo pouco o número de gangues que atacavam pessoas, após certo horário as pessoas evitavam andar pelas ruas de Kajima. As gangues brigavam entra elas mesmas, no intuito de fazer com que houvesse somente um líder.

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Ela andava de um lado para o outro, estava ansiosa para o seu teste. Luka tentava a algum tempo consegui pelo menos cantar em algum bar da cidade. A voz de Luka era algo deslumbrante, desde pequena, quando morava com a sua avó, sonhava no dia em que faria um grande show, onde poderia cantar suas músicas e fazer todos sentirem aquela mesma sensação que ela sentia quando cantava.

Mas com a morte de sua avó acabou atrapalhando os planos da jovem. Quando a idosa morreu, Luka havia completado 19 anos, e tinha que arranjar emprego para conseguir se manter. Aos poucos o sonho de ser cantora acabou ficando distante, até que um dia ela caminhava pela rua quando viu um papel colado em um poste próximo ao restaurante que trabalhava como garçonete. Havia um bar no centro da cidade contratando amadores para um teste. Luka não pensou duas vezes, pegou o papel e aguardou ansiosamente até o dia da apresentação. Ela treinou bastante durante aqueles cinco dias, escolheu perfeitamente a música que iria cantar. Treinava arduamente para fazer um resultado impecável e ser a escolhida.

Ela estava pronta, mesmo preocupada com o horário ela não iria desistir de seu sonho, não novamente.

O local onde o bar se localizava era na parte badalada da cidade. O centro era o único lugar onde os estabelecimentos ficavam abertos durante a noite toda. Havia uma trégua entre as gangues e os donos dos locais.

Luka chegou na porta do bar, respirou fundo fechou os olhos e agradeceu.

– Obrigada pela oportunidade. Vó, não irei decepciona-la!

A mulher abriu os olhos e caminhou para dentro do local que.... Luka não encontrou uma palavra para expressar aquilo. Estava mais para uma boate do que um bar estava lotado, cheio de pessoas e até mesmo integrantes de gangues reconhecidas. Ela se sentiu um pouco perdida, não conseguia mexer as suas pernas por conta do nervosismo que sentia. Ela tinha vontade de sair correndo daquele lugar sem pensar nem duas vezes. Virou-se de costas e sair o mais rápido possível daquele local.

Luka avistou um beco próximo ao local e entrou nele, apoiou-se na parede e respirou fundo. Olhou para o céu estrelado e fechou os olhos novamente.

– Estou sendo covarde novamente né? Você deve estar rindo de mim agora...

Respirou fundo mais uma vez e caminhou em direção a saída, pelo menos elas achou que caminharia até ver dois homens atrapalhando a passagem.

– O que temos aqui? Você parece estar perdida.

– Quer uma ajuda, gracinha?

Luka arregalou os olhos e deu alguns passos para trás, se antes estava nervosa, agora isso só aumentou. Por impulso, virou-se de costas e decidiu correr. Antes que pudesse finalizar o primeiro passo um dos homens a puxou pelos cabelos e a jogou contra a parede. Luka bateu com as costas, teve um leve dor e soltou um pequeno gemido.

– Uhh, parece que machucou né? Isso que acontece com meninas que não colaboram.

– P-Por favor me deixem ir.... – A voz de Luka parecia fraca como se estivesse com dificulde de respirar.

– Shh – Fez um deles puxando um canivete do bolso. – Nós 3 vamos nos divertir bastante, então, só fica caladinha e tudo vai ficar bem.

– Por fa.... – Antes que pudesse terminar a frase o homem colocou o canivete com a lâmina no pescoço de Luka.

– Já falei para calar a boca!

Enquanto um gritava com ela, o outro ia abrindo os botões de sua blusa. O sutiã dela ficou completamente exposto, ela já estava pronta para chorar e para aceitar aquele destino horrível que lhe aguardava.

– Vocês têm 3 segundos para largar ela.

Uma voz grave pode ser ouvida da entrada do beco. Luka não conseguia enxergar o rosto por conta da luz forte que vinha atrás, mas observou que era um homem aparentando ser um pouco mais velho que ela, cabelos compridos em um rabo de cavalo alto. Ele usava uma jaqueta preta, com o símbolo de um lobo na parte da frente.

– 3

– Qual é seu babaca? É sua namoradinha? Se não for saia daqui seu merda, não tem tempo para uma criança como vo...

– Vamos embora! – O cara que estava abrindo a blusa de Luka saiu correndo na direção oposta batendo em um grande.

– Hã? Do que você ta falando?

– 2

– Você não sabe quem ele é?! – Perguntava desesperado. – SÓ VAMOS EMBORA!

O homem tentava pular a grade, sem obter sucesso algum.

– 1...

– Não sei quem é você babaquinha, mas vou acabar com a tua raça agora!

O homem foi para cima do jovem que sem nenhuma dificuldade se esquivo, fazendo o homem passar reto por ele.

– Mas o q.... – Antes que conseguir terminar a frase, o rapaz de cabelo roxo golpeia seu pescoço e o faz cair no chão. Não contente, ele ainda pisa em sua cabeça, como se estivesse querendo afundar a sua cara no chão.

Luka observava aquilo completamente assustada, não sabia se corria, ficava parada, gritava ou chorava. Ela apenas observava aquela violência assustada em seu canto. O jovem de cabelo roxo olhou para o outro do beco e observou o desajeitado tentando pular a grade.

– Ei – O homem virou-se para o de cabelo roxo assustado. – Pega esse lixo, e suma daqui. Nunca mais volte nessa área, se não o próximo é você.

– S-s-s-sim senhor! – Ele respondeu correu rapidamente até onde o companheiro estava, apoiou-o em seu ombro e saiu dali o mais rápido possível.

Luka ainda sem reação agora olhava para o rapaz de cabelo roxo, ela não sabia o porque, mas algo nele lhe chamava atenção. Ele então voltou seu olhar para ela e observou sua camisa aberta.

– Não precisa me agradecer dessa maneira. – Ele dizia acendendo um cigarro e tragando logo em seguida.

Luka logo se recompôs, fechou a sua blusa e se levantou rapidamente.

– Obrigada... – Falou um pouco constrangida.

– Você é uma das que vai cantar não? Eu te vi la dentro.

– Sou, na verdade eu acho que não vou co...

– Vem comigo. – Ele falou dando as costas para ela e indo novamente em direção ao bar.

Luka fez como ele pediu, o seguiu e tentou ficar o mais próxima possível dele. Desse vez ela entrou por outra porta, uma mais pequena onde dava em um depósito.

– Hey Kaito, trouxe uma candidata.

Um homem de cabelo azul colocava uma caixa em uma prateleira e em seguida se virou para os dois.

– Olá senhorita, bem vinda ao Kajima home!