Hamptons - Terminada escrita por BibihCooper


Capítulo 4
Lembranças


Notas iniciais do capítulo

Olá Leitores, primeiro quero deixar o meu muito obrigada a Aline Alonso e a Amante dos livros pelos seus comentários! E segundo dizer que este capitulo é importante para a história. Então vamos lá!
MIl beijoss!



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Certa noite em que eu estava saindo do teatro tarde da noite, depois de mais um espetáculo, dei de cara com Peeta encostado em um carro.

– O que faz aqui? – perguntei assim que o vi

– Te esperando! O que mais eu estaria fazendo do lado de fora de um teatro em que você participa da orquestra? – ele usou daquele tom engraçado.

– Como me achou aqui? – tive que perguntar

– O porteiro disse. – ele sorriu – Quer jantar?

– Não estou com fome. Estou cansada. – respondi honestamente

– Tudo bem. – ele disse meio derrotado – Só quero me desculpar por aquele dia. Não devia ter feito aquilo.

– Não se desculpe Peeta. Eu que beijei você e depois te mandei embora. Você precisa me desculpar.

– Queria conversar com você, mas só quando quiser, sobre aquele dia. – ele pegou de leve no meu cabelo. – Ainda continua linda. – sorriu

– Pode ser agora. – suspirei – Está mais do que na hora de eu deixar tudo isso para trás de vez.

– Tem certeza? – ele segurou minha mão entre a dele

– Tenho sim. – o abracei.

– Você está de carro? Por que eu tenho um agora. – Peeta sorriu para mim divertido e seus olhos brilharam.

– Estou sem carro. Ia para casa de taxi.

– Vamos então. – ele me conduziu até um carro modelo esportivo bem moderno. Bem parecido com os que ele usava em Hamptons, mas lá seu preferido era um conversível dos anos 60, de cor verde. – Não estou nada surpresa. – disse a ele quando entrei no carro.

– Não mudei tanto. – ele riu. Ele fez o caminho até nosso prédio, estacionou o carro, entramos no prédio. – Vamos para minha casa, você ainda não foi lá e tem uma coisa que te pertence guardada comigo.

– Pode ser. – respondi insegura, já não sabia mais o que esperar daquela conversa. Pegamos o elevador, descemos no andar de Peeta e entramos no seu apartamento. Ele é exatamente igual ao meu, exceto por ter uma decoração moderna e pela cor da cozinha que é laranja. Me lembro de uma vez ele me dizer que está é sua cor favorita.

– Pode sentar no sofá. – ele me indica o sofá preto no meio da sala. –

– O que você quer conversar comigo? – eu pergunto assim que me sento

– Katniss, por que você fugiu de Hamptons? Fiquei preocupado quando saí do hospital e você simplesmente sumiu.

– Por que eu não queria ficar lá. Não naquele lugar que me levou tudo que eu mais amava. – senti que começaria a chorar a qualquer momento

– Eu ainda estava lá. – ele disse triste

– Não completamente.

– Katniss, o que você realmente lembra daquele dia? – Peeta perguntou me olhando nos olhos, de uma forma que ele não fazia desde que brigávamos por ciúmes ou só pela distancia de nossa cidade natal, até aqui.

FLASH BACK

Era um dos domingos mais lindos que eu já tinha visto em Hamptons desde o inicio do verão. Eu já estava no segundo período da faculdade de música na Julliard, Nova York, e só voltava para casa em feriados prolongados ou nas férias, como a que estou agora.

Meu pai programou um passeio de iate para ele, minha mãe, Prim, minha irmã mais nova, eu e Peeta, meu namorado desde os dezesseis aos de idade. Tinhamos acabado de almoçar um delicioso salmão assado preparado pela minha mãe e salada. Peeta tinha levado a bebida. Eu não me lembro de ter me sentido tão feliz em minha vida como naquele dia. Fazia semanas que não via minha família toda junta. Assim como não via o mar ou comia a comida de minha mãe. Foi bom saber que ela e papai tinham feito as pazes, Prim me disse que os dois tinham brigado por alguma reunião que ele foi e chegou de manhã cedo. Os dois agora pareciam um casal de namorados, tão apaixonados quanto eu e Peeta já estivemos em toda nossa vida. Mas aquele seria o ultimo dia feliz que eu passaria com minha família. Não sei bem como tudo aconteceu. Sei o que os bombeiros me contaram.

Eu estava na parte de trás do barco sentada em um dos bancos com Peeta ao meu lado quando ouvimos o grito de Prim, sentimos um forte impacto e um enorme barulho de explosão. Fui lançada a metros de onde eu estava, caindo no mar. Quando voltei a superfície meu ouvido esquerdo doía e eu sentia minha cabeça oca. Procurei pelos outros, mas não vi nada, apenas destroços do barco onde estávamos e fogo em alguns pontos. Tentei nadar para perto de alguns destroços acumulados, minhas forças cederam. Segurei na primeira coisa que vi boiando e desmaiei.

Acordei no hospital três dias depois. Não tinha nenhum machucado sério, apenas arranhões pelo corpo. Na saída de lá eu fiquei sabendo. Um homem pilotava outro iate sem habilitação e alcoolizado. Ele acabou batendo no nosso e causou uma enorme explosão dos dois barcos. Prim minha irmãzinha de apenas quinze anos morrerá no momento do acidente, ela estava na frente do iate onde o outro barco havia batido. No momento da batida meu pai bateu com a cabeça, desmaiou e acabou morrendo afogado. Minha mãe tentará tira-lo de lá, mas ela não tinha forças o suficiente para isso. Os dois estavam na cabine de comando. Já Peeta foi lançado para o mar assim como eu. Quando caiu no mar ele bateu com a cabeça em algum rochedo que tinha ali e desmaiou. Foi encontrado quase sem vida.

Quando recebi alta visitei primeiro minha mãe, que se encontrava em estado de choque e me perguntava quando meu pai ia chegar para levar ela para casa. Ela acreditava estar em algum dos spas que ela costumava ir nas férias. Depois fui ver Peeta. Por algum motivo sem explicação ele tinha perdido a memória dos últimos anos, ele acreditava que ainda estávamos saindo do Ensino médio e escolhendo as faculdades que íamos fazer. Foram momentos muito difíceis para mim. Precisei enterrar meu pai e irmã sozinha. Peeta e minha mãe não apresentavam nenhuma melhora e minhas aulas estavam próximas de voltar. Foi quando me decidi por me mudar de vez para Nova York, internar minha mãe em uma boa clínica psiquiatra e vender a casa que eu morei por toda minha vida. Conversei com o advogado de meu, o Cinna. Ele tratou de tudo: desde a mudança a compra do apartamento. Desde então eu não havia voltado a Hamptons. Tudo que eu sabia de lá era por Cinna ou pelos jornais, já que nosso acidente foi notícia em todo a país. Não é todo dia que um grande empresário de minério e sua família sofrem um acidente desse porte e junto deles o sucessor de um grande império de restaurantes perde a memória. Foi por Cinna que eu soube que Haymitch, pai de Peeta, havia visto toda a explosão de seu barco, que ia encontrar com o nosso. Ele socorrerá a mim e a Peeta, chamado a guarda costeira. Depois disso ele passou por sérios problemas com bebidas alcoólicas e perdeu parte de sua fortuna. Mas foi pelos jornais que eu soube que Peeta havia recuperado sua memória de forma milagrosa, que estava trabalhando com seu pai e que agora Haymitch estava se tornando um rei dos restaurantes novamente.

FIM DO FLASH BACK

Eu tinha acabado de contar tudo isso a Peeta e ele me olhava assustado. Eu apenas deixava que lágrimas escorressem de meus olhos.

– Eu fui visitar sua mãe assim que cheguei aqui Katniss. – ele me disse calmo – Sei que não tem ido ve-lá. Ela sente sua falta.

– É muito difícil chegar e a primeira coisa que eu ouço é: Como estão seu pai e Prim?

– Quando cheguei lá à primeira coisa que eu ouvi foi: Você trouxe a Katniss? – Peeta me olhou esperando uma resposta

– Como você sabia onde ela estava? – foi a primeira coisa que passou pela minha cabeça, já que quando me mudei fiz questão de manter tudo em sigilo absoluto

– Cinna. – ele me respondeu

– E como me encontrou?

– Cinna.

– Eu vou matar Cinna. Ele não pode sair falando de mim para as pessoas! – soquei uma almofada

– Para as pessoas Katniss? – Peeta me encarou triste novamente – É isso que eu sou? Só uma pessoa?

– Não! – eu respondi alto – Droga. Não foi isso que eu quis dizer.

– O que você quis dizer? – ele me perguntou impaciente

– Não sei. Mas gosto de ter você aqui. – fui sincera e ele sorriu

– Preciso te dizer uma coisa. – ele me encarou e eu fiz sinal para que continuasse – Quando eu recuperei a memória alguns meses depois do acidente, e soube que você tinha vindo para cá, eu quis vir te procurar na mesma hora, mas fui impedido pelos médicos. Eles ainda precisavam fazer exames e eu precisava de tratamento, isso durou um ano. Enquanto isso eu trabalhava com meu pai na empresa. Um dia eu quis provar que já estava bom e podia vir atrás de você e deixei de tomar meus remédios, peguei o carro e dirigi feito louco pelas ruas. Acabei sofrendo um acidente. Bati em um poste e minha perna esquerda ficou presa nas ferragens e uma coisa muito ruim aconteceu. – ele respirou fundo e levantou um pouco a calça que usava. Eu vi que ali havia uma perna mecânica. – Precisaram amputar ela. – ele estava triste de novo. A primeira coisa que eu fiz foi lhe puxar a orelha, como eu fazia antes sempre que brigávamos.

– Seu besta! Não acredito que fez isso. – eu briguei com ele – Não sabe a vontade que tenho de te bater nesse momento! Onde já se viu isso? Parar um tratamento sério, para provar que já esta bom! Tinha que ser você mesmo Mellark! – eu estava gritando com ele como fazia quando éramos namorados e ele fazia uma besteira e eu tinha de ajuda lo a concertar.

– Você não precisa falar isso para mim. Meu pai faz questão de repetir quase todos os dias. – ele me disse bravo

– Me desculpa. – eu sacudi a cabeça – Continue.

– Depois eu quis vir te procurar de novo, mas fiquei com muito medo de acontecer algum acidente ou de você não me querer mais por eu ser um deficiente agora. Fiquei adiando por alguns meses, até que Cinna foi até Hamptons, nos conversamos e ele me disse que a empresa de seu pai passava por problemas, que você teve de arrumar um emprego e que morava sozinha aqui nessa cidade enorme. Disse a ele que queria te achar. Cinna me deu seus dados, mas meu pai não ia permitir que eu viesse a Nova York só para ver você, pelo menos não depois do acidente. Então fiz vestibular para administração na Columbia e aqui estou eu, morando no mesmo prédio que você. – Peeta abriu para mim um enorme sorriso, daqueles que sempre fizeram com que eu achasse que ele é o cara mais lindo do mundo todo e que merecia um milhão de beijos só por isso. Mas dessa vez eu voltei a puxar sua orelha. – Por que você fez isso de novo?

– Que idiotice foi essa de achar que eu não ia te querer só por você ter perdido sua perna? – eu estava brava e ele me olhou assustado – Talvez eu não fosse te querer por você ser um idiota que não faz seu tratamento e bate com o carro colocando a vida de outras pessoas em risco, mas não por isso.

– Desculpa Katniss, não quis te ofender! – ele encolheu os ombros.

– Mas ofendeu! Me ofendeu por não saber que eu ia querer você mesmo que estivesse pintado de vermelho. – eu acabei deixando escapar o sentimento que estava guardado em mim durante esses anos. Eu queria Peeta comigo.

– Sério? Sério mesmo? Por que você não era muito boa de declarações e isso pareceu uma. – ele estava rindo. Rindo de mim como fazia antes de tudo.

– Sério. – eu falei baixo. E senti ele se jogar em cima de mim e me abraçar. – Que saudades de você Katniss. Muitas saudades. Até dos puxões de orelha. – ele disse distribuindo beijos em meu rosto e mexendo no meu cabelo.

– Eu também. – falei baixo de novo. Odeio essas coisas de muito sentimento. – Não quero que pense naquela coisa de deficiente. – eu disse olhando em seus olhos

– Não tem como eu não pensar. Tenho até um passe de transportes públicos e uma vaga garantida na faculdade. – ele tirou do bolso um cartão azul com a foto dele.

– Credo. Está horrível nessa foto. – eu peguei o cartão

– Eu sei disso. Mas o estado de Nova York me obriga a ter isso. – ele puxou de minha mão e recolocou no bolso. – Que foi? – ele me perguntou quando me viu rindo e chorando ao mesmo tempo.

– Você me deixou feliz. Feliz de verdade. Desde que cheguei a Nova York, depois de tudo. – eu fui sincera, mas do que eu era normalmente.

– É bom saber que o responsável por isso sou eu. – ele disse convencido, me obrigando a me deitar no sofá com ele por cima. – Eu te amo Katniss. – ele disse me olhando nos olhos

– Eu também Peeta. – eu sorri. Não sei quanto tempo nós ficamos deitados naquele sofá desconfortável falando sobre os últimos anos de nossas vidas, que estivemos longe um do outro, lembrando de nossa infância e falando muita besteira.

– Isso foi seu estomago roncando? – ele me olhou sorrindo e colocando o ouvido sobre minha barriga.

– Desculpa, é que eu não jantei ainda.

– Vamos resolver isso. – ele se levantou me puxando junto como se eu fosse uma boneca de pano.

– Não me diga que tem comida de verdade na sua geladeira? – eu perguntei assim que me sentei na balcada.

– Tem sim. E feita por mim. – ele disse orgulhoso

– Desistiu de ser chefe? – Peeta queria ser chefe de cozinha e quando eu vim estudar em Nova York ele ficou no Hamptons fazendo um curso profissionalizante com um chefe metido a besta.

– Desisti. Cozinhar é algum tipo de diversão, não trabalho. Prefiro lidar com as contas e essas coisas.

– Hum... espero que isso esteja bom. – eu apontei para a travessa de vidro que ele tinha acabado de por no forno.

– Está sim. É lasanha vegetal, espero que goste. – ele apoiou na balcada.

– Gosto sim. – eu sorri – Peeta, você sabe que as ações de meu pai caíram bastante né? – ele fez que sim com a cabeça – Agora elas voltaram a subir. Será que você pode me ajudar sobre a decisão que devo tomar?

– Claro! – ele disse entusiasmado e não parou de falar no assunto durante todo o jantar, comecei a me arrepender de ter perguntado sobre isso a ele. Quando acabamos de comer eu disse que ia para meu apartamento, pois estava morta de cansada. Peeta disse que acompanharia até lá, ou seja, no andar de cima. Nos subimos pela escada e assim que paramos em frente a minha porta ele me olhou triste. – Já estou com saudades de você.

– Eu também. – disse a ele, que me abraçou bem forte. Não tenho certeza mas ele andou praticando algum esporte de força. Voltei a encara lo – Conseguiu vou t deixar ficar. – eu disse divertida

– Sabia que você ia pensar sobre isso. – ele me disse rindo. Nos entramos, mostrei a casa a ele e disse para ficar a vontade enquanto eu tomava banho. Quando voltei ao quarto tudo já estava arrumado para que fossemos dormir.

– Esqueci o quanto você é um príncipe romântico. – eu disse a Peeta lhe puxando para um beijo.


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