Por Você escrita por Andye


Capítulo 17
Não Vou Aceitar


Notas iniciais do capítulo

Oiê gente!!! Quero agradecer a todos os comentários do capítulo passado, foi bem tenso e saber da opinião de vocês me deixou muito animada mesmo, de verdade.
Quero dar as boas-vindas aos leitores Anabelle Winchester Salvatore e anjo da noite, agradecendo seus comentários e a participação.

Um grande beijo a todos e vamos ao capítulo!



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Bastaram apenas nove dias para o quadro de Rony atravessar da melhora gratificante a recaída preocupante. A Dra. Fals havia tentado inúmeras vezes conversar com a senhora Weasley, mas como sempre, ela continuava irredutível. Não acreditava na veracidade do sentimento de Hermione por seu filho, e preferia que ele sofresse agora que se decepcionasse mais para frente.

Ela sabia que exagerava. Sabia que estava indo contra todos os seus conceitos e sentimentos, mas precisava proteger o filho daquilo que acreditava ser prejudicial, mesmo que isso fizesse com que seu coração se despedaçasse cada vez que o via debilitado. Tinha fé que ele entenderia em algum momento.

Ela se preocupava com sua saúde também. Era claro que não aceitar os tratamentos era o único meio que ele tinha de protestar contra a tirania da mãe, mas nem mesmo sua condição fazia com que a mulher voltasse atrás. A situação estava complicada.

O Sr. Weasley também tentou conversar com a esposa. Depois de mais uma discussão com Rony, na qual Gui saiu em defesa do irmão e de praticamente deixar Gina de castigo por toda a eternidade, Arthur se viu obrigado a falar com a mulher.

– Molly, você já passou de todos os limites aceitáveis - o tom dele era baixo. Conversavam no refeitório.

– Não passei de limite algum, Arthur. Será que eu sou a única pessoa que percebe o quanto essa garota faz mal ao Ron? Ela colocou toda a minha família contra mim e isso eu não vou permitir.

– Ela não colocou ninguém contra você, Molly. Se os garotos não estão felizes, a culpa é exclusivamente sua.

– Vai me acusar como seus filhos fizeram? Também vai me ameaçar com ódio eterno? Vai dizer que eu sou a única culpada pelo Rony está assim?

– Não preciso acusar você de nada, Molly. Sei que tem consciência de seus atos, e sei que sabe muito bem até onde está indo com tudo isto. A única coisa que quero é que passe de uma vez por todas por cima desse seu orgulho e admita que está errada. Você sabe que está.

– Não quero falar mais sobre isto.

– Tudo bem. Mas tenha consciência do que está fazendo com sua família, não a Hermione, mas você.

...

Gina fazia o possível para manter Hermione informada sobre o quadro do irmão. A morena havia recebido uma mensagem apaixonada do ruivo no dia de toda aquela tragédia e desde então a garota havia sido afastada do hospital por uma determinação da Dra. Fals, que achou prudente que a senhora e ela não se encontrassem por enquanto.

O problema era que Hermione não estava mais conseguindo se manter longe dele. As longas horas de conversa com Vanessa, Leonel e Luna lhe dizendo o quão arriscado era ela tentar ver o ruivo, mesmo que ela concordasse, não estavam conseguindo convencer a falta que sentia.

O sentimento que nutria era mais forte que o seu senso de perigo e por vezes ela ficou do lado de fora do hospital, vendo o movimento, esperando que Gina aparecesse e dissesse que ele estava bem, que estava só, e que poderia vê-lo. Todas as tentativas naqueles dias haviam sido frustradas e ela voltava pra casa cada vez mais entristecida.

– Ronald, você realmente não pode permanecer assim - a Dra. Fals falava preocupada. O tom matriarcal delicado. A mão sobre seu ombro com carinho.

– Não me importa - falou sem muito ânimo.

– Por favor, Rony - a mãe continuou - Tem que continuar o tratamento.

– Não preciso que a senhora me diga o que fazer, mamãe. Sou crescido o suficiente para saber o que é bom para mim - o tom era ríspido.

– E está agindo como uma criança mimada.

– Estou agindo como eu quero. Não me importa o que a senhora pensa ou fala. Não quero saber. Agora me deixa em paz.

Até o tom de voz do ruivo estava debilitado, muito cansado, mesmo que grosseiro. A doutora estava com os pés e mãos atados. Não sabia mais o que fazer para reverter o quadro. Era um absurdo que Rony se deixasse abater desta forma, mas ainda mais absurda era a posição que a mãe tomava diante da saúde do filho.

Ele tinha melhorado muito nos últimos dois meses e estava em ponto de receber alta, mas os últimos dias fizeram com que ele regredisse drasticamente. Não tinha mais interesse no tratamento e deixava claro que o motivo era a prepotência de sua mãe.

– Você não pode continuar assim, Ronald - a mãe falou autoritária.

– Vai me obrigar a tomar os remédios e fazer a químio? Ou vai me bater também? Me colocar de castigo? Sinto muito, mãe, mas nem precisa se dar ao trabalho, a senhora já está fazendo isto - arqueou uma sobrancelha desafiando a senhora.

– Não preciso ouvir isto de você, Rony - a ruiva disse simplesmente e saiu se direcionando a médica - Como ele está?

– Muito mal.

– Seja clara, Dra. Fals!

– Sra. Weasley – a mulher respirou profundamente antes de continuar – O Ronald tem se negado a receber sangue e isso tem feito muito mal ao tratamento que ele muito pouco está seguindo. A última bateria de exames que fizemos mostrou que os glóbulos anômalos estão se proliferando exageradamente e estão se acumulando rapidamente na medula.

– O que isso quer dizer? - a mulher pareceu nervosa.

– Durante todo o quadro clínico do Ronald, ele nunca teve esse tipo de manifestação. Ele estava muito bem até dias atrás, mas eu não terei muito o que fazer em breve - o tom era cansado.

– Dra. Fals, o que a senhora está querendo dizer com isto?

– Vou ser muito franca com a senhora. Estou tentando controlar ao máximo, mas acredito que vou precisar de sua autorização para manter o seu filho sedado e assim administrar a medicação venal.

"Quando os glóbulos brancos se acumulam na medula óssea, impedem cada vez mais a produção de células normais e acabam invadindo outros órgãos e tecidos do corpo e ele está com uma produção muito exagerada.

"Ronald está anêmico e a palidez, a perda de peso, o cansaço, as dores de cabeça e a dificuldade respiratória são consequências disto. Ele apresentou um aumento relativo no baço e eu estou realmente preocupada.

"Acredito que, no momento, o melhor para ele seja a transfusão medular, mas ainda não temos um doador compatível. Precisaremos deixá-lo em um tratamento intensivo, mas não posso garantir muito mais por mais tempo."

A senhora Weasley começou a chorar e Rony percebeu o estado da senhora que o observava com dor. Não fez nada. Não esboçou nenhuma reação, apenas virou o rosto para o lado e fechou os olhos, cansado de tudo aquilo. Cansado de sua vida.

– A senhora tem que fazer alguma coisa – a doutora continuou depois de olhar o garoto daquela forma – Imagino como tem se sentido com toda esta situação e realmente, acredite, eu tenho grande empatia em relação a tudo isto, mas será que a senhora realmente está certa nas suas decisões?

– O que quer dizer? - falou enxugando os olhos.

– Sra. Weasley, me desculpe estar falando assim, mas a senhora está matando seu filho mais rapidamente lhe impedindo de fazer o que ele quer.

– Está falando da Granger?

– Sim, senhora. Eu estou falando da Hermione. E se a senhora colocar a mão em sua consciência, verá que todos têm razão. O Ronald teve uma melhora fenomenal nos últimos dois meses e ia receber alta em poucos dias. Quando está com ela, ele sente desejo de viver, de continuar lutando. Se empenha em fazer o melhor para que ela fique feliz também.

– Mas ele mal a conhece.

– Não, eles se conhecem e muito bem. Eles se amam, senhora Weasley. Não prive seu filho de ser feliz.

– Ela não o ama, doutora. – a mulher parecia muito abalada.

– E quem a senhora é para estabelecer quem ama ou não o seu filho? Ele é um homem lindo, maior de idade, e sua condição dependente fez com que a senhora não o visse crescer. Ele precisa viver, Sra. Weasley, agora mais que antes. Não sei por quanto tempo ele vai...

– Não fale nada.

– Então faça alguma coisa. Não permita que seu filho tenha essa decepção.

– Mas estou impedindo que ele sofra.

– Não. A senhora não está impedindo que ele sofra. A senhora está fazendo com que ele definhe a cada novo minuto porque não consegue aceitar que está errada e pedir desculpas.

– Mas ele - a mulher recomeçou a chorar.

– Molly - a Dra. Fals colocou a mão sobre seu ombro - Eu sei que ama o seu filho e quer o melhor para ele, que quer protegê-lo, mas pense muito bem no que fará daqui para a frente porque, eu sinto muito, mas a vida de seu filho está definitivamente em suas mãos.

Lágrimas grossas e silenciosas desciam incontroláveis dos olhos da senhora ruiva. As palavras haviam machucado o seu ego, mostrando o quão amarga ela estava sendo. Respirou fundo antes de reunir forças para o que faria em seguida.

– Onde eu encontro a Dra. Granger?


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