O Segredo De Peeta Mellark escrita por BRENA


Capítulo 1
One


Notas iniciais do capítulo

Heeeey Pessoal!!!Aqui estou eu com mais uma fanfic e.eMinha primeira one-shot, espero que gostem!!!



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Entrei em meu quarto. Katniss estava deitada na cama, vestida com uma camisola branca de seda, o cabelo preso em uma trança. Linda.

– Oi. – Ela sorriu, se sentando.

– Oi. – Me deitei ao seu lado, retribuindo o sorriso.

Seus olhos brilhavam, o sorriso continuava em seu rosto. Ela subiu em cima de mim, me beijando. Coloquei as mãos em seu pescoço, abraçando-a.

Acho que o melhor beijo que eu já havia lhe dado. Suas mãos percorreram minhas costas e eu acariciei suas bochechas logo passando para seus cabelos.

De repente ela se afastou, curiosa.

–Peeta.

Seus olhos focaram-se nos meus.

–Katniss.

Ela riu.

– Posso te perguntar uma coisa? – Ela sentou-se ao meu lado. Um nó se formou em minha garganta, odiava perguntas.

– Claro – Minha voz falhou – Claro.

– Eu fui mesmo seu primeiro amor?

Fiquei um tempo em silencio.

– Então...?

– Foi... – Engasguei – Quer dizer... Não. Mais ou menos.

– Mais ou menos? –Katniss ficou mais seria. Acho que essa não era a resposta esperada.

– É. Bem... Teve uma garota...

~ Flash BackOn~

–Peeta Mellark! – O berro de minha mãe soou em toda padaria. Senti um arrepio.

O que eu tinha feito dessa vez?

Corri até a bancada, aguardando a surra.

– Mãe? – Sussurrei.

Ela levantou a cabeça. A expressão carrancuda e infeliz.

– Você não deu comida para a menina que estava lá fora. Deu? – Rosnou ela

– Não – Respondi rapidamente – Claro que não.

– MENTIROSO! – Ela me socou – EU VI!

– Desculpe – Uma lagrima escorreu pelo meu rosto – Ela estava com fome.

Minha mãe respirava bruscamente.

– Para o canto. – Suas palavras eram como um tapa.

– Por favor...

– Agora.

Obedeci, engolindo em seco. Virei de costas ouvindo a cinta estalar. O berro que eu dei foi tão alto que até a capital escutou.

– Ainda faltam nove. – Senti o sorriso de minha mãe. Por que ela me odiava tanto?

Lagrimas percorriam pelo meu rosto. Oito. Sete. Seis.

– PARE – Implorei – POR FAVOR.

– Cinco. – Ela murmurou.

Gritei.

– Quatro.

Três. Dois.

– Um.

Um. Foi a ultima palavra que eu ouvi antes de desabar a chorar. Com as ultimas forças que tinha corri para fora dali. Para longe, bem longe.

Mas como o esperado, cai. A neve me refrescou, mas eu ainda não sentia meu corpo. Tentei me levantar.

Um liquido vermelho molhava a neve. Meu sangue.

Minha mãe já me batera, varias vezes, mas nunca a ponto de me fazer sangrar.

Não tanto.

– Ah – Gemi.

– Meu Deus... – Uma voz feminina se aproximou – O que aconteceu... Meu Deus.

– Me ajude. – Pedi.

– Eu vou ajudar. Eu vou ajudar. – Disse ela baixinho me ajudando a levantar.

– Obrigado.

– Não precisa agradecer. – A garota abriu a porta de uma cabana velha, me sentando em um banquinho. – Alicia. Sou Alicia.

–Peeta. – Sorri.

Ou pelo menos tentei.

– O que aconteceu com você,Peeta? – Alicia perguntou delicadamente.

A observei bem. Os cabelos castanhos e cacheados iam até a cintura. A pele branca e limpa fazia contraste com os olhos negros. Era bem magra, com uma roupa quatro números maior do que deveria usar.

– Nada. – Respondi, tentando parecer convincente.

– Nada. – Ela repetiu, como se a palavra a machucasse. – Eu... eu já volto. Você precisa de neve. Anestésico também. Volto logo.

Ela saiu pela porta apressada.

– Mas... – Tentei para-la, sem sucesso.

Olhei a cabana, estranhando. Era um lugar extremamente simples. Um cômodo só, havia uma pia, um fogão e um colchão no chão.

Me perguntava aonde ela conseguiria anestésico.

– Voltei. – Alicia surgiu do além – Analgésico. Aplique isso no seu braço, e depois... depois...

Então ela parou de falar. Lagrimas silenciosas corriam pela sua face.

– Não chore, por favor, não chore. – Me levantei vagarosamente, tentando ignorar a dor. – Aproximei-me dela e segurei sua mão. – Vai ficar tudo bem.

– Não vai. – Ela soltou minha mão. – Estou sozinha.

– Sozinha? – Arrisquei a perguntar.

Uma pausa longa ocorreu.

– Meus pais morreram e meu irmão também- Então ela começou a chorar mais, mais e mais – Não. Eles não morreram. Eles me abandonaram.

Alicia pegou um pedaço de papel com algo escrito e me entregou.

Sinto muito. Mas não podemos fazer nada. Espero que você fique bem.

– O que...? – Não estava entendendo nada.

– Nada – Murmurou Alicia – Eles não podem fazer nada.

Ela pareceu recuperar o controle. As lagrimas pararam de escorrer pelo seu rosto.

– Desculpe. – Ela corou – Coloque essa neve em suas costas. Vai se sentir melhor.

– Obrigado. – Peguei o balde de neve, lançando lhe um sorriso solidário.

Coitada.

Parece que o analgésico estava fazendo efeito. Deixei o balde com neve cair e desmaiei.

. . .

Acordei um tempo depois. Olhando para o céu, era mais ou menos 20 horas.

Minha mãe iria me matar.

Alicia estava sentada ao meu lado, um olhar perdido. Tentei me levantar, desnecessário.

– Não faça isso. – Alicia falou sem atenção– Voce precisa ficar ai. Deitado.

Obedeci.

– Então... – Alicia tentou puxar assunto – Me fale sobre você. O que fazia no meio da neve?

Quase sorri.

– SouPeetaMellark, tenho 14 anos e moro em uma padaria.

– Uma padaria? – Alicia olhou para minha barriga. – Parece magro para morar em uma padaria.

– Minha mãe... ela é meio rígida. – A expressão de Alicia mudou.

– Ela que te bateu, não foi?

Assenti com a cabeça, envergonhado. Mais uma pausa.

– Bem... Eu sou AliciaLayven, tenho 13 anos e moro nesta cabana faz duas semanas. – Alicia mudou de assunto – Agora, me fale sobre você de verdade.

Sorri.

– De verdade?

– De verdade.

– Comece você. – Sugeri – Só pra eu saber o que falar.

– Esperto. – Alicia se deitou ao meu lado. – Eu sou Alicia Layven, amo dançar, tenho 13 anos e adoro animais. Nunca fui a escola e não tenho amigos... Fui adotada quando tinha 8 meses, minha mãe biológica não me quis. Desde então venho morando com minha família adotiva, até duas semanas atrás quando meus pais descobriram que minha mãe biológica veio da capital e, sendo que eles nutriam um profundo ódio pela capital,me abandonaram nessa cabana me deixando apenas esse bilhete. – Ela pegou o pedaço de papel e suspirou – Sua vez.

Os olhos de Alicia lacrimejavam.

– Eu... Eu sou Peeta Mellark, adoro confeitar pães. Na verdade acho que é a única coisa que eu sei fazer direito. Tenho 14 anos e minha mãe me odeia. Tenho 3 irmãos que não se importam comigo. Meu pai está sempre muito ocupado. Disse que moro em uma padaria? – Sorri. Não gostava daquela tensão no ar.

Alicia sorriu pela primeira vez no dia. Aquilo me fez sentirmelhor.

– Você não respondeu minha outra pergunta. – O sorriso desapareceu lentamente de seu rosto – O que fazia no meio da neve?

– Minha mãe. – Falei esperando que aquilo bastasse. Porem Alicia esperava o resto da historia – Eu dei comida a uma garota na rua. Minha mãe não aprovou e... isso aconteceu.

Alicia pareceu incrédula. Ela ficou vários minutos quieta, com uma careta no rosto. Olhei novamente para o céu. Quase 21 horas.

Precisava ir.

– Acho melhor eu ir. – Falei delicadamente tentando me levantar.

– Ah, claro. Tem razão. Sua mãe deve estar brava. – Ela se levantou chateada e me acompanhou até a porta.

Hesitei em sair. Não podia deixar Alicia ali, sozinha. Afinal ela me ajudou.

E também, mesmo machucado, um dia ali naquela cabana velha ao lado daquela garota havia sido melhor que um ano saudável na padaria.

– Quer saber? – Entrei de volta na cabana – Vou ficar aqui, com você.

Perplexa, Alicia me abraçou cuidadosamente.

– Obrigada.

. . .

Já fazia quase 2 meses que eu eAlicia convivíamosjuntos. Ela caçava, e eu arranjava agua. Assimsobrevivíamos.Nunca mais tive noticias de minha família, o que me incomodava um pouco.

Fala serio, eu havia sumido!!! Será que eu era tão insignificante?

–Peeta! - Alicia tinha um sorriso sacana.

De repente, uma bola de neve me atingiu no rosto. Cuspi a neve e olhei incrédulo pra a garota.

–Você. Não.Fez. Isso. - Sorri, colocando um pouco de neve na minha mão.

–Ah, nem vem - Alicia encheu suas mão com neve.

Estreitei os olhos.

–É GUERRA! - Gritei avançando em sua direção.

Credo, que garota rápida.

Três segundos e eu estava no chão, abarrotado de neve.

–Ei - Alicia disse subindo em cima de mim - Eu sou ótima em guerras de neve.

–Não me diga! - Brinquei.

Meus olhos encontraram os dela. Meu coração bateu a cem por hora. Naquele momento nada mais importava, apenas ela.

Alicia hesitava em me beijar como se eu fosse bater nela.

–Vem. - Sussurrei o pedido.

–Nunca beijei ninguém antes. - Ela falou, envergonhada.

–Nem eu. - Dei um sorriso torto e troquei as posições. Agora eu estava em cima dela.

Suavemente, encostei meus lábios nos dela. Foi a melhor sensação do mundo. Sentir suas mãos em meus cabelos, o sorriso entre o beijo.

Foi então que eu soube que estava apaixonado.

. . .

–Alicia, acorda - Murmurei.

–Não quero acordar - Retrucou ela enfiando a cara no travesseiro.

–Nem eu. - Bocejei - Mas agora já foi.

–Besta - Ela disse, levantando-se.

Meu Deus! Até descabelada é linda.

–Hoje é meu aniversario. - Ela sorriu - Isso significa que amanhã é a colheita.

Rapidamente o sorriso sumiu de seu rosto.

Colheita... Já?

–Vamos esquecer a colheita. - Afirmei - Quer dizer, hoje é seu dia.

–Você é fofo. - Senti meu rosto corar. Ela riu e beijou minha bochecha.

Não sabia qual era o status meu e de Alicia. Fazia uma semana que haviamos nos beijado, e desde então estamos nos tratando... diferente.

–Chega de frio. - Alicia apoiou-se em uma arvore que ficava em frente a cabana - Oi calor.

A neve derretida molhava meu sapato. Algo brilhante no chão me chamou atenção.

Um fino pedaço de alumínio.

Uma ideia surgiu em minha mente.

–Alicia - Fui a sua frente e segurei sua mão. Amarrei o pedaço de alumínio em volta de seu dedo, de forma que pareceu um anel - Quer namorar comigo?

Primeiramente, ela ficou sem reação. Logo em seguida ela me beijou profundamente.

–Com certeza.

O resto do dia nós apenas conversamos. Caminhamos e observamos a pobreza do distrito 12.

O sol já estava se pondo. Uma pergunta se formou em minha mente.

–Como chegou ao distrito 12? - Perguntei com cuidado - Quer dizer, sua mãe era da capital.

–Na verdade, não era para eu ter nascido. - Alicia resmungou desgostosa - Não sei quem é meu pai. Acho que nem minha mãe sabe. ela cogitoua ideia de me abortar, porem já era muito tarde. ela esperou e nascer e então me colocou em um carro, onde estavam enviando mais pacificadores para o distrito 12. Os pacificadores me jogaram em uma lata de lixo, em tão minha família adotiva me resgatou.

Um grande silencio ocorreu.

O ser humano é horrível.

–Espera aqui. - Alicia correu até a cabana e após alguns minutos voltou. Vestia um vestido branco com detalhes pretos, o cabelo penteado em um rabo de cavalo alto com uma meia fina e um sapato de boneca. Mais linda do que nunca.

–Uau. - Falei abobado.

–Minha roupa para a colheita. - Ela deu um sorriso triste - Gostou?

Me aproximei dela e segurei sua cintura.

–Adorei - Sussurrei encostando minha testa na dela.

–Tenho uma roupa para você também. - Ela abaixou o olhar para o meu corpo e mordeu olabioinferior - Está que você usa está velha, não acha?

Alicia caminhou até um canto da cabana e agarrou um saco preto. Delatirou uma camiseta de gola e uma calça jeans surrada.

–Acho que vai ficar lindo. - Ela me entregou a roupa e eu a vesti - é.

–É? - Falei confuso, ainda abobado.

–Eu tinha razão. Ficou lindo.

Nos sentamos embaixo da arvore em frente a cabana e observamos as estrelas.

–Esse foi o melhor aniversario da minha vida. - Afirmou Alicia, se aconchegando em meu ombro.

–Esse foi o melhor dia da minha vida. - beijei sua cabeça.

Adormecemos ali mesmo.

. . .

–Desprezíveis. - Um pacificador mal-humoradonos acordou puxando Alicia e eu pelo colarinho - Estão atrasados.

Outro pacificador apareceu e levou alicia para o lado onde as meninas ficavam.

Por um momento tinha esquecido da colheita.

A mulher furou meu dedo e me despachou para junto dos outros meninos.

–Bem vindos, bem vindos. -Effiecomeçou - Bem vindos a septuagésima segunda edição dos Jogos Vorazes. E que a sorte esteja sempre ao seu favor.

"Guerra, guerra cruel..." O filme serepetiu, como sempre.

–Bem... Como sempre, as damas primeiro -Effiecaminhou até a grande bola de vidro e remexeu. Dramaticamente ela abriu o papel - Keila Meres. - anunciou ela com um sorriso.

Todos olharam em volta. Keila subiu ao palco, chorosa.

–Bem vinda querida. Agora os cavalheir... -Effie foi interrompida por um grito. Keila havia enfiado uma faca no proprio coração. Ela desabou no chão, morta. - Oh! -Effie espantou-se.

Pacificadores subiram ao palco e recolheram o corpo de Keila.

–Bem... -Effie disse sem graça - Acho que mais uma dama será escolhida. - Ela andou novamente a bola de vidro e pegou mais um papel - Alicia Layven.

Foi como um tapa na cara. Não podia acreditar.

Alicia foi escolhida para os Jogos Vorazes.

–Walter Black -Effiechamou o garoto.

Pensei em me voluntariar, mas minha voz não saia. Não sabia o que fazer.

–Os tributos do distrito 12 pessoal! - Falando isso,Effieconduziu ambos para fora do palco.

Correndo, fui falar com Alicia.

Entrei na sala de visitas, aturdido.

Eu chorava, ela chorava. Como aquilo acontecera?

–Me abraça. - Pediu ela - Por favor.

Abracei-a como se não houvesse amanhã.

Por que não havia mesmo.

–Eu devia ter me voluntariado... eu... - Falei entre os soluços.

–Não. - Ela disse firme - Fiquei aqui, em segurança. Morrerei feliz.

Beijei-a.

–Eu amo voce. - Ela disse nervosa.

–TEMPO! - Gritou o pacificador antes que eu pudesse responder.

. . .

O desfile, a entrevista, o treinamento. Eu não assisti. Não aguentaria.

A única coisa que eu me obriguei a ver foi os jogos.

5, 4, 3, 2, 1. Os Jogos começaram.

Alicia foi bem, nos primeiros 10 segundos. Agarrou uma mochila e tentou correr para fora da arena. Um garoto a derrubou e ela gemeu de dor. Um soco em sua cabeça bastou para o canhão soar.

Cai no chão. A dor era insuportável. Era como se eu estivesse lá.

–NÃO! - Berrei

Alicia estava morta.

~ Flash Back Off ~

Depois disso voltei para a padaria. Para minha surpresa, me receberam bem. Parece que a historia de Alicia fez o pingo de compaixão de minha mãe aparecer.

Mas é claro que aquilo era segredo. Só minha família sabia, ninguém mais.

–Quem ela era? -Katniss perguntou furiosa.

–Ninguém - Engoli em seco - Ela não significou nada.

Virei de costas para Kat. Em partes ela havia sido meu primeiro amor. Uma queda, desde os nove anos.

Mas com Alicia foi diferente.

–Eu amo você Katniss. - Falei mais para mim mesmo do que para ela.

Senti seu sorriso.

–Eu também amo você Peeta.

Fechei os olhos, tentando focar em um pensamento distante.

Eu amo você, Alicia.


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Notas finais do capítulo

O que acharam? *---*Até a proxima o/