A claridade invadiu a enfermaria logo cedo, fazendo Draco soltar alguns palavrões. O menino se levantou e foi no pequeno banheiro, reservado para os “doentes”. Se examinou no espelho. É, o incêndio havia acabado com ele. Seus olhos estavam fundos e o cabelo um pouco escurecido; no braço esquerdo, uma queimadura se estendia do ombro ao cotovelo. Mas era só isso. Até que ele continuava bonito.

Quando voltou, não conseguiu impedir a vontade de ver a garota que salvara, já que na escuridão da noite anterior não tinha conseguido observar o estrago feito pelo fogo. A morena dormia calmamente. Em sua face, era possível observar uma pequena marca na bochecha; o braço direito estava queimado; os cabelos todos bagunçados. E mesmo assim, ela estava linda.

– Porque eu te salvei, em, Granger?- o garoto se perguntou. A verdade é que ele não sabia. Não sabia porque a tinha salvado, nem o porque de estar achando a menina linda. Não sabia, muito menos, o que o levara a levantar na noite anterior enquanto a garota gritava o nome do Weasley. Estava confuso em realção ao abraço que recebera também; e o porquê de ele ter retribuído. Ele não sabia de nada. Mas mesmo não sabendo, Draco estava feliz. E, para ajudar ainda mais, não sabia ao certo o porquê.

– Me apreciando, Malfoy?- a garota, já de olhos abertos, repetiu a pergunta que o loiro tinha feito, o que ruborizou as bochechas dele.

– Hunpf... Não. – ele andou rapidamente de volta para sua cama.- Só estava pensando o que tinha feito você gritar pelo Weasley ontem.- disse cínico. Os olhos da menina marejaram. Ponto fraco, atingido. Culpa, também.

– Não é da sua conta.

– Ah, entendo. EU te ajudo e não é da minha conta. Faz todo o sentido.- sorriu o loiro, debochado.

– Já te agradeci, Malfoy. Não foi nada que te interessasse.

– Ou será que o sonho foi só uma desculpa para ficar abraçada comigo? Sabe- Draco fez uma voz de quem ia contar um segredo- todas as garotas querem ficar abraçadas com Draco Malfoy.

– Então vá lá abraçá-las, porque eu não sou uma delas. – a menina respondeu, curta e grossa.

– Quer dizer que você não gostaria de me abraçar...- o garoto se aproximou do ouvido dela- E de ficar comigo, assim?

O corpo de Hermione estremeceu. O que estava acontecendo? Ela o odiava. Cada fiu de cabelo do Malfoy. Desde o primeiro ano, eles nunca tinham ido um com a cara do outro. E continuava assim. A única coisa que ele tinha feito era salvado ela, certo? E ajudado ela na noite anterior, mas só. Isso não mudaria o que ela sentia. Ela iria empurrá-lo. Mas não empurrou. Sua mente brigava com seu subconciente. “Eu não estou gostando disso”, repetia para si mesma. Mas quem poderia enganar? Hermione estava gostando. E muito.

E não era só ela. O garoto sabia o que queria com aquilo, mas não podia negar. Estar tão perto assim dela o causava uma sensação estranha. Ele correu os braços abraçando a morena, que, para a surpresa do mesmo, não revidou. Pelo contrário, ela se aconchegou. A vontade de ambos era continuar ali. Mas não podiam, era contra tudo. Contra a reputação de Draco, contra a fama de Hermione. Era preciso provocar um pouco mais. E assim Draco fez.

– Em Granger? Vai dizer que não gostaria de ganhar um beijo de Draco Malfoy...

O garoto se inclinou para frente, deixando sua face à centímetros da morena. Seus olhos encontraram os dela. Ela estava hiponotizada. Seus olhos castanhos brilhavam encontrando os acinzentados do garoto. E, sendo justos, o sonserino também estava desejando. Ambos lá, ambos naquela situação, propensa a tudo. E então...

– É uma pena que não queira.- o loiro concluiu, se afastando e deixando para trás Hermione, sem reação e sem fala.

E antes de sair, Draco ainda deu uma olhada para trás, sorrindo pela expressão deixada na garota. “Ninguém resiste à Draco Malfoy”. Mas ao mesmo tempo, imaginava o que teria acontecido se ele tivesse ido em frente. “Mas que saco, Draco, para com isso!”. Não havia como negar. Após aquela provocação, estava desejando os lábios de Hermi....Granger.