That's no love without hate escrita por Xtraordinary Girl


Capítulo 35
Não há amor sem ódio


Notas iniciais do capítulo

FELIZ ANIVERSÁRIO ADIANTADO PARA UMA PESSOA QUE MERECE DEMAIS, ME ACOMPANHOU POR TODA A HISTÓRIA E MERECE TUDO DE BOM NO MUNDO! KEP, QUERIDA, O ÚLTIMO CAP É TODO SEU!
Gente, não me matem. É o final que eu sonhei, e eu particularmente acho ele perfeito.
Kep, querida, espero que entenda os acontecimentos e saiba que esse cap não é nem metade do presente que você merece. Nos agradecimentos vou ser melosa, então vou me conter a um : PARABÉNS!



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Um ano depois, Hogwarts

É, guerra é guerra. Depois da morte de Dumbledore, o único lugar seguro do mundo passou a ser governado por comensais. O ministério caiu logo depois, com a morte do ministro. E Harry Potter passou a ser o nome mais comentado. Normalmente, na mesma frase que “execussão” e “morte”.

Naquele ano, Hermione não voltou a Hogwarts para completar o tão sonhado sétimo ano. De barraca em barraca, ela Ron e Harry passaram meses e mais meses, se escondendo e tentando destruir as Horcruxes. Não tivera notícia alguma de Draco Malfoy naquele meio tempo. Na verdade, não tivera notícia de ninguém. Aquela maldita guerra a deixou sem ninguém.

Fora forçada a tirar as memórias de seus pais para que estes não fossem mortos. Seus amigos lutavam bravamente, com o risco de serem mortos a qualquer momento. Sua escola, amada escola, estava tomada por aqueles que os queriam mortos. E seu grande amor tinha sido levado dela, como um vento forte arranca folhas de uma árvore. Ela se sentia despedaçada, apoiada nos dois amigos. Fraca, essa era a palavra. Hermione Granger estava se despedaçando aos poucos, sem poder despencar. Não podia deixar a todos, mas também não conseguia reeguer a si mesma. Travada em uma batalha que, mesmo ganha, não a consertaria.

Mas ela continuava em pé naquela manhã sombria, no terreno de Hogwarts. Alunos, professores, todos lutando contra o mal. Tentando impedir que Voldmort se reegue-se. Até os alunos da sonserina estavam ali, lutando bravamente como grifinórios, sendo caridosos como os lufos, inteligentes como os corvinos. As casas de Hogwarts não dividem tanto assim, afinal todos são bruxos e todos tem todas as virtudes, basta chegar o momento necessário para utilizá-las.

Feitiços. Maldições imperdoáveis, era o que mais se ouvia, junto ao barulho de varinhas se chocando, corpos batendo no chão. Aquilo era perturbador. Olhou para os lados, observando a cena. Ronald Weasley estava ajoelhado ao lado de uma menina de cabelos vermelhos escuros, com os olhos fechados. Hermione suspirou, andando até o amigo.

– Estupore! – gritou a morena, os cabelos já embaraçados voando na cara. Viu o comensal ser atingido e se aliviou, chegando finalmente onde Ron estava.

– Ela me salvou. – foi o que disse, antes de abraçar a melhor amiga e soluçar. De todos os momentos em que ela tinha visto-o mal, aquele era sem dúvida o pior deles. Encarou o chão por um instante, e pediu que a sua amiga de curta data tivesse uma vida melhor, seja lá onde fosse.

– Alex sempre foi uma heroína. Se orgulhe dela, Ron. – disse ao ruivo, que concordou. – Não deixe-a ir em vão.

O garoto concordou e murmurou algo que Hermione não entendeu antes de sair correndo em direção a batalha. Ele faria aquilo pela namorada, por seu amor. Faria de tudo para ganhar, pois Alex queria aquilo. E a garota ousada dos olhos de cigana não seria esquecida, se dependesse do Weasley.

– Eu sinto muito não ter podido fazer nada, Alex. – ela se viu conversando com o corpo sem vida da amiga. Mesmo depois de tudo, o único sentimento que ela tinha pela francesa era felicidade. – Você foi uma heroína, lembre-se disso. E sempre mereceu tudo, mesmo não enxergando. Você sempre foi muito melhor do que eu. – concluiu, se levantando novamente e sendo surpreendida logo em seguida por um feitiço que por pouco não a atingiu. A garota virou assuntada e deu de cara com um comensal.

Pensou em lançar um feitiço, mas naquele momento era como se todas as suas aulas tivessem sido apagadas de sua memória. Pensou em correr, mas ele com certeza a alcançaria nem tão longe. Teria que ficar ali e lutar, apreciar o que seria sua última batalha.

– Granger, Granger. – falou o homem encapuzado, fazendo a garota ir para trás em um ímpeto e tropeçar, caindo de costas no chão. – Que honra, matar a ratinha do Potter! O Lorde com certeza vai gostar de saber disso. Avada…

Ela fechou os olhos, na tentativa de expulsar tudo de sua mente, afinal queria estar livre no momento em que partisse para um lugar desconhecido. Pensou no sorriso dos pais, quando ela passou em Hogwarts. Nos abraços apertados de Rony e Hermione, nas conversas com Gina, Luna, até mesmo com Lorena e Alexandra. E, por último, o pensamento que veio a cabeça dela tinha olhos cinzentos e cabelos bagunçados e loiros. Desejou, como o tão famoso “último desejo”, que mantivesse todos aqueles a salvo, principalmente Draco. E então esperou o feitiço, que não veio.

– Sectusempra! – foi a palavra que ela ouviu antes de abrir os olhos e encarar o seu quase assassino deitado, com cortes por todo corpo e sangrando. Piscou os olhos, se levantando rapidamente e quase caindo de novo, mas dessa vez dois braços fortes a seguraram. Os braços da pessoa que a salvou, que sempre a salvaria. – Eu não acredito que quase perdi você. – foram as palavras de Draco para a garota, enquanto ele se certificava que nenhum comensal esava perto. Para ele, aquele ano também tinha sido difícil.

Depois do incidente com Dumbledore, tudo havia piorado. Seu pai o achava um covarde, os outros comensais não confiavam no garoto. E o Lorde o queria morto. A única defesa que tinha vinha de sua mãe e, surpreendentemente, de Astoria. A garota o apoiou nos momentos em que ele se viu sem forças, ou melhor, piores. Porque sem força era uma característica permanente em Draco desde que tinha aceitado por aquela maldita marca em seu braço. Afinal, perdera tudo, menos o amor de Narcisa. Desde pequeno, o objetivo de sua vida era agradar o pai. Agora? Ele nem mesmo o olhava direito sem pronunciar uma ofensa ao filho. Seus amigos continuaram de seu lado o máximo possível, mas Nott e Zabine saíram da escola no meio do ano e, graças ao Fraco Malfoy, Crabble estava morto. Tinha matado um de seus melhores amigos. E a última coisa que o importava, seu último tesouro, era a garota dos cabelos cacheados e morenos e de olhos cor de avelã. A grifinória mais ciumenta, mais chata, mais irritante. A garota que ele mais amava na vida, que ele estava segurando nos braços naquele exato momento.

Ele a havia magoado de todas as formas, de todos os modos e ela não desistira. Tinha confessado tudo, aberto mão de seu orgulho sonserino por ela, e ela não o julgara. Tinha entregado seu amor a ela, e recebeu o dela em troca. E ele se sentia um monstro por saber que tinha quebrado cada parte daquele amor e o despedaçado, enquanto ela cuidou tão bem do seu.

Coçou a cabeça, pensando o que faria daquele momento. Sabia que seria o último, então passou alguns segundos sem falar nada, apenas a abraçando, o que bastou para que o muro de Hermione desabasse e a garota chorasse, se encostando nele. Tão vulnerável, tão desprotegida, tão dele.

– Por que fez isso? Por que deixou isso acontecer? – ela sussurrou, quebrando o coração do garoto em pedaços. – Por que eu ainda te amo, Malfoy?

– Me desculpa. Desculpa, ok? – ele disse, sem lágrimas. Draco tinha gasto todas as lágrimas que tinha, agora não sobrara nada. Somente um vazio enorme no peito.

– Você sabe que eu te desculpo, Malfoy. Eu não consigo não te desculpar, não consigo nem ao menos te odiar. E eu me odeio por isso, sabe? Eu me castigo todo santo dia por ter me aproximado de você, por ter me deixado levar e por te amar tanto assim que eu sei que, se você pedisse, eu te acobertaria.

– Sabe que eu não te pediria isso.

– É uma das razões pelas quais eu te amo. - concluiu ela, antes do loiro selar os lábios dos dois com urgência. O beijo não durou muito, nem pouco. Na verdade, nenhum dos dois tinha ideia de quanto tempo havia se passado. Só sabiam que era importante, que era decisivo e que era final. – Me prometa uma coisa, Draco.

– Não sou bom com promessas.

– Com essa vai ser. Prometa que se te pedirem para escolher entre ficar seguro com a sua família ou comigo, escolherá a sua família. – ele a encarou pasmo, mas ela só segurou seu rosto. Naquele momento, um comensal começou a se aproximar. – Prometa, Draco.

– Eu prometo. Mas agora você vai ter que fazer isso também: corra. Corra, Hermione, e não olhe para trás. Só corra e fique a salvo, certo? – ela assentiu, sentindo o coração pulsar de nervoso no peito. – Eu sempre vou te amar, pequena. Agora! – ele gritou e Hermione o obedeceu, correndo sem olhar para trás.

Agora sim, tivera um final digno para a história de amor. Agora sim, tudo estava resolvido. Ela não ousou olhara para trás, queria cumprir a última promessa. Mas as palavras do amado ecoavam em sua cabeça. “Eu sempre vou te amar”. Ela também sempre o amaria. E isso daria força para seguir em frente e lutar, seguir e ganhar. A garota empunhou a varinha e se jogou no mar de feitiços, determinada. O amor a moveria, como moveu Ron, como moveu Harry.

Draco assistiu-a ir sem esconder o sorriso no rosto. Era para isso que ele tinha lutado durante esse ano inteiro. Para ela, e continuaria lutando por eles dois, mesmo que o nós não existisse mais. Encarou o homem encapuzado na sua frente e sorriu debochado, apontando a varinha. Aquela guerra seria ganha pelo lado certo.

No final, Draco aprendeu a amar, e Hermione aprendeu também. Porque o amor não é só quando a história termina com um felizes para sempre, e sim quando durante na trajetória até esse final os momentos são felizes. Draco e Hemione não iriam casar, morar juntos ou envelhecer uma ao lado do outro. Mas a história deles ficaria guardada para sempre, com cada gota de lágrima, cada sorriso e cada gargalhada. E talvez, um dia, esse amor possa até ser uma vaga lembrança, somente. Mas que ele existiu, ninguém poderia negar.

Eles eram imperfeitos, errados e equivocados. Se odiavam mortalmente. Mas não há amor sem ódio, asism como não há felicidade sem sofrimento. O final poderia não ter sido o típico de contos de fadas, mas o durante foi. E o que conta é o durante, não o antes e o depois. Eles seguiriam as suas vidas sim, se casariam, teriam filhos com outras pessoas. Mas o amor nunca morreria, nem quando eles fossem para outro plano.

Porque de coisas como o amor, o destino se encarrega. Ele trás as pessoas para ficarem o tempo necessário para aprendermos com elas. E então ele as carrega de volta, numa leve brisa, deixando como recordação as melhores lembranças. E disso ambos sabiam muito bem.

Olharam para a direção do outro e, ao olhar se encontrar, sorriram. Naquele momento, tiveram a certeza: não existe o famoso para sempre. São os momentos pequenos que o compõe. E eles tinham vivido o para sempre deles, com certeza. Agora seriam outros caminhos a serem traçados. Encararam novamente os comensais e murmuraram três palavras antes de partirem, cada um para o seu lado, em direção a batalha.

– Muito obrigado, destino.

É, a história deles estava feita e tinha sido colocado um ponto final nela. Porém o destino, sacana como é, não deixaria as duas famílias se afastarem assim tão facilmente.

Afinal, não há amor sem o ódio.


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Notas finais do capítulo

Ainda temos o epílogo, certo? então não vou me despedir, pessoal.
Espero de coração que tenham gostado E POR FAVOR, deixem comentários pelo menos nesse último capítulo, me dizendo o que acharam.