That's no love without hate escrita por Xtraordinary Girl


Capítulo 34
Não há perdão


Notas iniciais do capítulo

Oi, gente.
Primeiramente, muito obrigada à Mrs. Perry, pela recomendação linda! Eu amei!
Segue o penúltimo capítulo de TNLWH. Não me matem, espero que gostem.



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Ronald saiu do banheiro um tanto quanto zonzo. Apesar de não querer admitir, tinha se machucado e bastante na briga contra o Malfoy. Não gostava mais de Hermione, embora o carinho ainda se sobressaísse. A briga foi por puro desgosto de ver a garota com quem ele sempre conviveu sendo manipulada daquele modo! Em todos esses anos, nunca pensou que Hermione pudesse ser iludida tão facilmente.

Perdido nos pensamentos, ele cambaleou, se encostando na parede e esbarrando em alguém.

– Ei! – a garota reclamou, retomando o equilíbrio. Arrumou os cabelos e o encarou, arregalando os olhos em seguida. – Rony? O que aconteceu com você?

– Nada, Alex. – respondeu, tentando recuperar a visão, um tanto embaçada.

– Ah, entendo. Você sempre sai com o nariz sangrando e cambaleando por aí? Certo, vou anotar para não me preocupar mais. – disse debochada, fazendo o ruivo bufar.

– Você consegue ser menos irônica?

– Irônica? Eu estou sendo fofa, querido. Agora desembucha o que aconteceu para você sair do nada parecendo que saiu de uma briga.

– Por que quer tanto saber?

– Sou curiosa. E pelo amor de deus, me importo com os meus amigos. – ela soltou um sorriso fraco e se aproximou, passando a mão pelos lábios inchados do garoto para limpar o sangue.

– Malfoy. – disse somente, se encostando novamente na parede e a garota suspirou, balançando a cabeça.

– Brigando pela Hermione? Sempre disputada, é impressionante... – murmurou a última parte, sem parar de cuidar do “amigo”.

– Sim e não. Sim, foi por causa da Mione, mas não, eu não quero ficar com ela. Outra garota está me encantando mais.

– Ual. – soltou a ruiva, encarando os olhos do Weasley. – Você é o primeiro idiota de trocar Hermione por uma qualquer.

– Você se julga uma qualquer, Alex? – respondeu, com uma dose extra de sarcasmo na voz.

A garota gelou. Recolheu as mãos e ficou encarando o chão, como se nele houvesse algo realmente interessante. Alex era linda, o desejo de muitas garotas era ser como ela, mas nunca tinha sido realmente desejada, a ponto de alguém trocar uma paixão de anos por ela. Sorriu consigo mesma, imaginando o quão inesperado era Ronald gostar dela. Ronald Weasley gosta da ex-melhor amiga de Astória Black Malfoy. Sentido? Nenhum. Mas com as peripércias do destino, ninguém mexe.

– Se fosse eu, Ronald. – começou, levantando a cabeça novamente com um olhar completamente alegre e sedutor. – Se essa garota que te levou a esquecer a Granger fosse eu, eu te desejaria boa sorte, porque Alexandra Reicheleu não é nada fácil.

– Desafio aceito, Alex. – ele devolveu o sorriso, se ajeitando e sorrindo para ela. É, não podia negar que o ruivo tinha um charme especial. – Obrigada por cuidar de mim.

A garota apenas meneou a cabeça, se inclinando para dar um beijo na bochecha de Ron. Porém, ele foi mais rápido e virou o rosto, fazendo seus lábios se tocarem pela primeira vez.

– Boa noite, Alex.

– Vou te matar, Ronald.

– Eu também te amo, querida. – e saiu, balançando a cabeça e sorrindo de modo sacana.

–/-/-/-/-/

no dia seguinte

Draco Malfoy estava andando de um lado para o outro do quarto, até que Nott e Pansy adentraram, o fazendo parar.

– Draco, se acalma! Dá apra explicar o que aconteceu?

Não. A resposta era definitivamente, não. Draco não podia explicar o porque de ele estar neorótico. Não podia explicar da missão, mesmo que Pansy e Nott fossem seus melhores amigos.

“Então, pessoal. Eu tenho uma missão praticamente suicida para hoje a noite, em que eu vou matar o diretor da escola.” É, não soava muito bem.

– Eu preciso ficar um pouco sozinho, só isso. Mas antes… Me prometam uma coisa? Se virem qualquer anormalidade no castelo hoje a noite, se escondam. Não tentem lutar, não enfrentem. Se escondam.

– Você está tão estranho hoje, Draquinho…. – murmurou a melhor amiga, dando um rápido abraço nele e sussurrando em seu ouvido: - Nunca esqueça que estou com você, não importa o que. Eu prometo.

– Obrigada, Pann. – ele se limitou a sorrir fraco e a garota saiu, murmurando algo para o mais novo namorado, Theodore Nott.

– Cara, o que foi?

– Escuta, Nott. – começou, com calma. – Eu não posso te contar o que aconteceu. Não posso, e espero que me entenda. Só promete que vai se esconder caso algo aconteça. E proteja Pansy para mim, sim?

O amigo encarou o loiro, confuso. Draco falava como se estivesse indo para uma guerra, e de fato estava, mas Nott não sabia. Cedendo ao olhar de súplica do melhor amigo, suspirou, dando um tapinha no ombro dele.

– Certo, Malfoy. Eu entendo. E você não precisa nem pedir, eu daria minha vida pela de Pansy se fosse necessário. – É, todos tem uma pessoa a quem realmente dariam a vida. Mas ninguém nunca imagina que esse momento realmente pode chegar. Nott certamente não imaginava.

– Obrigado, cara.

– Irmãos acima de tudo. - Foi o que o moreno declarou, se retirando do aposento e deixando Draco sozinho novamente, com a desconfortável companhia da culpa, do medo e da emienente ameaça.

Naquele momento, o sonserino chegou a desejar que Harry Potter o tivesse descoberto e denunciado no início do ano, assim não teria que fazer o que faria. Desejou nunca ter conhecido a fundo Hermione Granger, pois assim nunca teria que magoá-la. Desejou nunca ter ficado amigo de Nott, Pansy, Zabine, Crabble e Goye, assim nunca os poria em perigo.

Naquele momento, Draco Malfoy desejou estar a sete palmos da terra quando as consequências de suas escolhas viessem a tona. Não aguentaria ver a face assustada de Pansy, a decepcionada de Hermione, a triste de Nott. Mas o que estava feito estava feito, e sem ele, todos aqueles que amava tinham chances quase nulas de saírem intactos daquele combate.

O garoto olhou pela janela e viu os jardins, cobertos pela neve, que já tardava a derreter, e decidiu que precisava passar em alguns lugares de Hogwarts.

Saiu do dormitório e a primeira parada foi a torre de astronomia. Por sorte, ninguém estava lá. Andou por toda a extensão, se lembrando de tudo. O incêndio, a noite anterior. Dois dos momentos mais marcantes daquele ano, mais felizes de sua vida. O que o levara a correr em direção ao fogo, naquela noite? Ele não tinha ideia. Intiução, talvez. Destino, acaso. Aquilo não importava. O que importava eram as consequências desse ato heroicamente estúpido.

Hermione era a consequência. DraMione era a consequência. A melhor consequência que poderia ter acontecido nos últimos meses.

Nós não somos responsáveis por nossas escolhas, e sim por suas consequências. E Draco estava arcando com as dele.

Saindo da torre, ainda com lembranças vívidas em sua mente, ele caminhou até o jardim. Ah, qual aluno de Hogwarts não tem um apreço por aquele gigantesco jardim? O loiro caminhou lentamente por toda a extensão do ambiente, antes de se virar e entrar de novo no castelo, para sua última visita.

Terceiro andar, quarto dos monitores-chefe, que estavam em reunião com Minerva. Quarto que o sexto ano usou durante o primeiro semestre com a professora Caridade. Quarto que ele dividiu com Hermione Granger, sua ex arqui-inimiga, atual amor de sua vida.

Obviamente, não tinha a chave, por isso não pode sentir de novo como era estar lá dentro. Mas encarou a grande porta, pensando todas as vezes que ela havia sido fechada com força, por Hermione, por ele, até mesmo pela Weasley fêmea, que ele estava, em respeito a namorada, chamando de Gina.

Riu consigo mesmo. Ele, Draco Malfoy, chamando uma Weasley pelo nome? É, as coisas definitivamente podiam mudar em alguns meses. Soltou um suspiro pesado e saiu dali, voltando ao salão de sua casa: a sonserina. A decoração verde e prata era um tanto quando nostalgica. A casa que ele chamou de “lar” por tantos anos. Que o acolheu em seus momentos de fúria e de glória, de modéstia ( que foram quase nulos) e quando seu ego parecia que iria explodir. A casa das cobras. Julgada, subrepujada. Mas, acima de tudo, a sua casa.

Olhou no relógio. Era a hora, já havia anoitecido. Tirou o sobretudo, ficando apenas com a camisa branca e gasta. Mexeu nos cabelos freneticamente e se encarou no espelho, sentindo desgosto pelo que via.

– Vamos lá, é agora. – falou para si mesmo, pegando a varinha e saindo, em direção ao lugar combinado. – E olha aqui.. – ele encarou os céus, sem saber exatamente com quem estava falando. – Pode me levar hoje, fazer o que quiser. Mas comigo. Deixe eles fora dessa.

Depois de tantos anos, Draco Malfoy estava se sujeitando a dar sua vida pela as das pessoas que amava. Finalmente aprendido o significado de uma amizade verdadeira, de um amor verdadeiro. Mas era tarde demais.

–/-/-/-/-/

Hermione estava exasperada, pensando no que Draco a fizera prometer na noite anterior. Ela sabia que tinha algo errado e não podia simplesmente deixar tudo para trás para garantir a segurança dela própria. Tinha de lutar, que permanecer.

– Me desculpe, Draco. Mas eu não posso cumprir minha promessa. – murmurou para os céus e seguiu, em direção ao único lugar que a faria se sentir melhor: a torre de astronomia.

Péssima escolha.

Chegando, ela sentiu seu corpo ser puxado e sua boca coberta. Tentou se soltar, mas logo percebeu que quem a segurava não representava ameaça. Era Harry. Ele não disse nada, só fez sinal para ela ficar quieta e Hermione obedeceu. O garoto apontou para cima e ela pode ver Dumbledore, segurando sua varinha e falando com alguém.

– Expeliarmus! – foi o grito ouvido, e a varinha saiu das mãos do diretor e voou em direção ao vácuo. A garota virou para o outro lado, tentando descobrir quem o tinha desarmado. Antes não tivesse virado.

Dor. Mágoa. Raiva. Um misto de sentimentos invadiu Hermione e saíram, em forma de lágrimas. Draco estava lá. Seu Draco, seu amado. Ele estava lá, com a face mais pálida do que o normal e os cabelos extremamente bagunçados, olhos vermelhos e encarando o professor.

– Vão matar minha familia… - murmurou, ainda com a varinha apontada ao mais velho. Dumbledore estava sereno, tentando conversar com o joven sonserino, mas este realmente não estava disposto a desistir.

Encarou o chão, na tentativa de conseguir coragem, mas não esperava ter a visão do par de olhos que o faria parar na hora. Hermione o encarava. Diabos, ela não tinha ido embora. Merda, ela estava vendo. E por deus, ele não podia voltar atrás. Desviou o olhar por um segundo e, ao encarar de novo, somente o Potter estava lá.

Draco derrubou a varinha. A havia perdido. Severo Snape pegou seu lugar e proferiu a maldição, obrigando o Malfoy a assistir o diretor caindo na imensidão escura. Em segundos, tudo aconteceu. Bellatrix ia brigar com ele, mas ele correu. Precisava encontrar Hermione. Precisava tentar.

Mas a garota já estava quase nos portões. Lágrimas grossas escorriam por sua face e ela não continha mais os soluços. Não se sentia amedrontada, tampouco brava. Se sentia traída. Aquilo tudo era sua culpa. Ela confiou em Draco, convenceu Harry, Ron, convenceu a todos. Ela não ouviu os avisos e, agora, ela teria que arcar com esse peso nas costas.

– Hermione! – ouviu o loiro gritar e ela se virou, berrando a resposta:

– Vai embora! – mas Draco não estava nada disposto a desistir. A alcançou rapidamente, agradecendo o quadribol por isso, e segurou seu braço com força.

– Hermione, você precisa me escutar.

– Me larga! Eu te odeio! – seu olhar não era de ódio, todavia. Era de mágoa. E isso matou Draco por dentro. Ele preferia que ela realmente o odiasse, pelo menos sofreria menos.

– Olha, eu posso….

– Não fala nada. – ela suplicou, olhando em seus olhos e percebendo que pouco a pouco eles se preenchiam com lágrimas. – Eu não quero ouvir. Você traiu a minha confiança. Estava me usando para conseguir enganar a todos! Eu não acredito que acreditei em você, Draco. – a voz dela estava carregada de rancor e o garoto quebrou o contato visual, olhando para os pés. – Você me magou do pior jeito, ou melhor, de todos os jeitos. E o pior, sabe o que é? É que eu não consigo sentir ódio por você.

– Eu te amo, Hermione.

– Eu amo você também, mas eu não posso te perdoar por isso. Eu vou aprender a te odiar, Draco Malfoy. E um dia eu vou conseguir.

– Eu não mereço ser perdoado. Mas lembre do que você me prometeu naquela noite, no nosso natal. Se lembre daquilo, pois sempre será verdade.– completou ele, com a voz carregada de choro. Ele levantou a cabeça abruptamente, colando os lábios gélidos com os molhados dela. Ela se deixou levar por alguns segundos, mas logo separou os dois e soltou o pulso, correndo em direção à floresta proibida.

A garota corria, o garoto permaneceu estático, com lágrimas congeladas nos olhos e vendo o caos que ele mesmo causara. Ela era a enganada, ele era o enganador. Mas, nesse caso, isso pouco importava. Ambos teriam de lidar com a dor de perder esse amor.


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Notas finais do capítulo

Não me matem, comentem. Não me trucidem, favoritem. E, se a vontade for muita, recomendem.
Sério agora, gente... Eu chorei escrevendo esse cap., mas era assim desde o início e lembrem-se que o último ainda está por vir, então...
Por favor, comentem!!!
Mil beijos,
de uma escritora possivelmente morta