O resto das ferias foi monótomo na casa de Hermione. Sua mãe não conseguira tirar licença, então vivia no consultório e o pai sempre foi meio desligado, o que ajudou pois nenhum dos dois conseguiu enxergar o sofrimento dela. Somente em alguns poucos momentos era questionada e sempre alegava estar preocupada com os NIEM’s.

– Hermione, querida. Te conheço muito bem e sei que não é por causa desse exame que está triste. Não vou te pressionar, mas sabe que pode contra comigo, não? – ela assentiu e suspirou, sentando na cama.

– É um garoto, nada demais.

– Ron?

Ela negou. Sua vida seria muito mais fácil se ela se apaixonasse por Ronald, mas não. Parecia que pregar peças era tudo que o destino podia fazer.

– Não quero falar sobre isso agora, mãe. Vai ficar tudo bem, certo? Amanhã vou encontrar a Gina e quem sabe não me animo, não é?

– É sim, minha filha. A propósito, arrume as suas malas logo. E, Hermione? – ela se virou, já quase na porta. – Se ele valer a pena, não desista.

Mas essa era a questão. Depois de tudo, ele ainda valia a pena? Ah, quem ela estava querendo enganar? Draco poderia quebrar seu coração mil vezes que, para ela, ele sempre valeria a pena.

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Duas semanas depois

– Não acredito que já vamos voltar para a escola! Passou tão rápido! – exclamou Gina, descendo as escadas caracol da Toca. Lorena assentiu, suspirando.

– Nem parece que passei uma semana e meia aqui!

– Não mesmo. Mas falta só um ano e meio e nos formamos, garotas!- Hermione lembrou-as, sorrindo.

– Se ferraram! – disseram os gêmeos em coro, sorrindo. – Vocês ainda tem que ir para Hogwarts.

– Vocês também! – rebateu Ron e Lorena abaixou a cabeça, triste de repente.

– Eu e Fred decidimos que não vamos seguir vida acadêmica então vamos abrir nossa própria loja de artigos Gemialidades Weasley e vendê-las. Vamos ser famosos, Ronaldzinho. – George explicou, sorrindo para a família. Molly e Arthur já sabiam, então somente assentiram. Harry deu os parabéns aos dois, assim como Hermione e Gina, e eles seguiram para a lareira junto a Ron, que ainda resmungava como era injusto eles poderem simplesmente largar a escola.

– Boa sorte, pessoal! – disse Arthur, colocando pó de flú na lareira e encarando a Black. – Você vem, Lorena?

– Ela vai comigo, querido, podem ir na frente. – a Sra. Weasley interviu, vendo que a menina ia precisar de mais tempo para se despedir dos gêmeos. O marido assentiu, partindo, e ela logo virou para os três restantes na sala. – Vou lá em cima arrumar algumas coisas e aí vamos, certo, querida?

Lorena assentiu sorrindo e logo encarou Fred e George. Droga, quando aquilo se tornara tão difícil? Ela sentiu um aperto no peito. Estava se separando de seus dois melhores amigos, os primeiros que a acolheram e a adotaram para ser do grupo que por sete anos foi restrito somente aos dois.

Não disse nada, só se jogou nos dois, os envolvendo em um abraço triplo.

– Vamos sentir sua falta, marotinha. – disse George, sorrindo. Eles haviam conversado e estava tudo bem, nada de paixões. Inclusive, agora ele e Angelina estavam se acertando novamente e o gêmeo percebeu que o verdadeiro amor sempre fora a jogadora.

– Vocês dois vão fazer a maior falta do mundo em Hogwarts!

– Sempre que for ao Beco vá nos visitar, em? E nas ferias marcamos. – Fred se pronunciou dessa vez e George se separou do abraço, deixando os dois. – Não queria te deixar lá, Leninha.

– Não se preocupe comigo. – ela o tranquilizou, sorrindo fraco. Bagunçou os cabelos do melhor amigo e ele riu, rouco. – Precisam de mim lá para manter a marotagem por vocês. Vou precisar de alguns produtos de cortesia, em? – ela ouviu George soltar um “sem dúvida” e um “viu, ensinamos direito!”.

– Não é com você que eu estou preocupado. É em como eu vou ficar sem a garota que eu gosto.

Tudo aconteceu em sincronia. Os olhos de Lorena se arregalaram, um sorriso surgiu nos lábios de George e as bochechas de Fred ficaram vermelhas.

– Onw, vou deixar o casal à só. E pensar que eu ainda quase atrapalhei isso! Mas, sem ofensas, Lore, eu prefiro a Angel. – ele saiu correndo para o cozinha, verdadeiramente feliz pelo irmão.

– Isso… É verdade?

– Eu zoo com tudo, mas não com essas coisas… Olha, eu entendo se você não… - Fred não pode terminar a frase pois foi calado. Normalmente, ficaria bravo, mas com a garota que ele gostava o beijando todos os sentimentos tristes desapareceram do dicionário.

– Não acredito que você vai embora.

– Eu não vou embora! – rebateu, ainda com o rosto muito próximo do de Lorena. – Só não vou para Hogwarts. Mas daqui a um semestre, tem as ferias de verão. E eu vou querer passar cada segundo dela com a minha namorada.

– Namorada?

– Se você aceitar…

– Fala como se tivesse dúvida. – ela abriu um sorriso maroto, olhando para o mais novo namorado. Os dois ouviram os passos de Molly descendo e se separaram, ouvindo a risada de George ao fundo.

– Lorena e Fred, sitting on the tree, k-i-s-s-i-n-g!

– Cala a boca, George! – os dois gritaram juntos, embora rindo.

– Já estão até falando juntinhos! Olha aqui, Lorena, se você roubar o Fred de mim vai ter! – ele fingiu estar brigando com ela, que por sua vez gargalhou e murmurou um pode deixar antes de partir com a Sra. Weasley, que estava completamente confusa.

– Até mais, George! Até, Fred!

– Tchau, Lore!

– Bom semestre, amor! – foi a última coisa que ela ouviu antes de se ver já na plataforma de trem.

A morena se despediu de sua “sogra” e se encontrou com as meninas, que já estavam subindo e pegando um vagão bem amplo. Ela, Hermione e Gina se sentaram de um lado e Harry, Ron e Neville do outro, deixando dois lugares vagos. Luna chegou atrasada e acabou por ficar do lado de Neville, se sentando com o rosto queimando. Era a primeira vez que qualquer um via Luna com vergonha.

Os sete começaram a conversar animadamente antes do trem partir, até um vulto aparecer na porta da cabine.

Alex estava usando jeans rasgadas e uma camiseta rosa choque, que fazia contraste com o cabelo ruivo solto. O visual estava diferente, porém Hermione notou que ficava muito melhor nela do que as mini-saias.

– Er… Olá. Eu queria falar com você, Hermione. – ela estava visivelmente incomodada e envergonhada, o que fez a garota convidada parar de suspeitar que aquilo fora um plano. Assentiu e se levantou, dizendo um breve “até logo” a todos.

– Pode falar, Alexandra.

– Eu queria te pedir desculpas, Hermione. – É, isso era uma surpresa para a morena, que não pode conter sua expressão pasma. – Eu fiz muito mal a você na nossa escola antiga e sinto muito. Tinha inveja de você, sabe? Mas hoje eu me arrependo muito. E sobre o que aconteceu aqui em Hogwarts, eu estava completamente cega pela Astória. Ela queria o Draco e me fez acreditar que eu deveria repetir o que fiz, mas eu discordei. Não sou mais amiga dela, a propósito. Era isso. Eu sinto muito. – Hermione não disse nada por um tempo, só a observou. Pela primeira vez, conseguia ver Alex, e não a sombra de uma garota popular. E aquela Alex parecia valer a pena.

– Eu te perdoo, Alex. – ela sorriu amigável e pensou onde a ruiva iria ficar, uma vez que só era amiga da Malfoy. – Quer sentar com a gente? Tem um lugar sobrando lá…

– Não precisa me convidar, imagina!

– Você não disse que está arrependida? Então, eu estou muito afim de conhecer a verdadeira Alex. Vamos, vai ser divertido. – a ruiva assentiu e seguiu a outra, que entrou no vagão e a apresentou. – Pessoal, essa é a Alex. A verdadeira Alex.

No início, todos olharam desconfiados, mas assentiram e a antiga “inimiga” sentou no vagão, se inteirando aos poucos dos assuntos. Lorena foi a primeira a incluí-la na conversa e, no final, Draco estava certo. Lorena valia muito mais a pena. Na metade do caminho todos já tinham feito amizade com a sonserina, que se mostrou muito disposta a entrar naquele grupo.

E, sem nem perceber, Alex acabou até chamando a atenção de um certo ruivo que estava precisando de uma nova história de amor.