Série Ômega- A Fúria do Youkai Perdido escrita por Miyuki Shimizu


Capítulo 25
Capitulo 24- A revelação


Notas iniciais do capítulo

Este será o penúltimo capitulo pessoal! Finalmente eu terminei de escrever esse volume da série e como ficou longo dividi em dois. Como vocês viram, o Nyah ficou fora do ar e como eu sei que pode ter dado aquele branco, eu resolvi dar uma revisada do capitulo anterior neste aqui. Espero que gostem!
Boa leitura ^^



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Capítulo Anterior

"O youkai foi embora, desaparecendo de suas vistas.

– Vocês já se conheciam? – Perguntou Sara.

– Sim...

– O que... Ele disse antes de ir?

– Disse para me cuidar... – Charlie olhou para ela sorrindo de leve. – me ajudem a levantar.

William e Sara levantaram Charlie do chão, com dificuldades ele ficou de pé, ele ainda sangrava, mas agora dava para ver que seu ferimento não era tão grave assim. Charlie olhou para o meio da floresta, a sua frente, onde Seth estava de joelhos diante do corpo do youkai que jazia morto sobre as folhas.

Inicio do Capitulo 24

Charlie lentamente se aproximou mesmo com certas dificuldades. William tentou ajudá-lo, mas ele acabou dispensando. Ele parou próximo de Seth e observou o corpo do Youkai- lobo com estranheza. O corpo da fera exalava algo parecido com uma fumaça colorida com cores claras como azul, amarelo, verde e rosa, o que o fez lembrar-se de uma aurora boreal. Os quatro observavam aquilo até que as cores cessaram e Seth cortou o silêncio.

– E lá se foi ele... – Seth pensativo, desviou seu olhar do corpo para cima para que pudesse ver o rosto de Charlie. – A parte youkai dele acabou de ir... Só agora ele pode descansar.

– Seth... Eu vou confessar que não estou entendo mais nada– Charlie com certas dificuldades abaixou-se para sentar-se ao lado dele.

– Nem eu – Disse William dando um passo à frente. Sara só os observava sem sair do lugar– Por quê? Por que seu pai?

Um minuto pareceu se passar quando Seth decidiu falar.

– Charlie, preste muita, mas muita atenção no que vou dizer. – Seth levantou-se deu três passos ficando de costas para Charlie.

– Eu estou prestando atenção.

– Charlie, aquele Youkai-Lobo... Era realmente o meu pai... – Seth riu e olhou pra cima, em seguida respirou fundo e depois continuou a falar – Um youkai muito dominante... Vocês não acham que ele correu com medo de uma espada, acham? – Todos estavam em silencio e Seth continuou com certa dificuldade já que sua garganta estava seca– Charlie... Ele odiava você, ele te odiava por que você não era filho dele... Porque eu NÃO era como você! Isso explica a minha rivalidade... Ele sempre quis que eu fosse como “Charlie Bartolli”, o filho perfeito que ele sempre quis ter... – Seth cuspiu no chão– Eu sempre tive nojo e raiva disso, o meu verdadeiro EU sempre foi desprezado por ele, eu sempre tive que agir como um rapaz refinado. Fiz de TUDO para que ele de alguma maneira sentisse orgulho de mim? Fiz, mas nada foi o suficiente, já que... Eu não fui nem capaz de herdar parte do sangue dele.

–Você quer dizer... Não conseguiu herdar o seu sangue Youkai? – Perguntou William.

– Exatamente. Meu pai era o ultimo da linhagem mais dominante dos Meio-Youkais e eu não herdei o sangue Youkai dele, o que reduz quase totalmente as minhas chances de continuar com as nossa linhagem, com as nossas tradições, entendem? Sabe o quanto isso é desprezível?

Charlie não conseguia dizer mais nada, tudo aquilo era muito complicado pra ele. Ele continuou com o olhar fixado no youkai morto enquanto Seth continuou a falar.

– Quando voltei para casa sem a Sara e contei a ele que o motivo foi você Charlie... Eu pude ver que o meu pai foi possuído por algo muito ruim... Foi ai que ele deixou se dominar pelo seu lado Youkai completamente, acredito que a lua teve uma influencia muito forte sobre ele, especialmente naquela noite que ele estava parecendo tão fascinado por ela. Naquele dia, a festa não aconteceu mais e ele desapareceu. Eu sabia que ele havia vindo para cá, eu sabia que ele era o Youkai-Lobo que vocês estavam procurando o tempo todo.

– Então... Por que ele queria me matar afinal? E por que você não contou isso antes?

– Ele queria se vingar por mim, te matar por você ter conseguido ficar com Sara e não eu. Ele havia pressentido a presença de Sara assim que ela chegou à fazenda e me mandou aqui com o pretexto de fazer a festa na fazenda de vocês, mas era só um plano para eu poder ficar com ela, tomando-a de você. No começo eu gostei da ideia, por isso não contei, mas vi que estava errado, sei que você não tem culpa de nada. Mas, ele estava perdido em si mesmo, estava consumido pela loucura!

– Você esta brincando comigo não esta? – Perguntou Charlie levantando-se do chão e virando-se para ele.

Seth apertou os punhos, caminhou até Charlie e o puxou pela gola da camiseta. Algo nele queimava por dentro, algo como raiva e desgosto.

– Eu acabo de entregar o jogo, conto que o meu pai era a droga daquele lobo assassino e você ainda me pergunta se estou falando sério?! – Seth falou secamente, forçando-se a se controlar como se pudesse explodir a qualquer momento. William deu um passo à frente, mas não fez nada.

– Não é sobre isso que estou falando, eu acredito no que vi– Charlie segurou o pulso de Seth– Me refiro ao fato de você ter permitido que Sara fosse atrás daquele maldito sabendo toda a verdade! – Charlie foi grosso e fez com que Seth o soltasse imediatamente. Charlie sabia que não tinha nada mais a se fazer e o que lhe restava era dar o seu apoio a Seth apesar de tudo. Ele estendeu a mão colocando-a sobre o ombro de Seth– Eu sinto muito Seth, sinto muito mesmo. Mas... Se foi assim, é porque tinha que ser... Ele precisava partir...

–... Eu sei. – Concordou Seth– Eu vou ter que me conformar... – Ele desviou o olhar para o youkai morto– Em breve vou pedir para que busquem o corpo...

Sara abraçou-se a si mesma e abaixou a cabeça deixando mais lágrimas escorrerem.

– Já chega, vamos embora– Disse William– Vamos voltar para casa descansar e cuidar de Charlie, e você Seth, posso te levar até em casa.

Eles concordaram e pegando suas coisas, tomaram o caminho de volta para casa.



–Então ele permanecerá em forma de Youkai, pois a sua parte humana morreu primeiro. Poderia ter ocorrido o contrário se sua metade humana fosse mais forte. – Sra. Bartolli concluía sua tese enquanto terminava de enfaixar as costas de Charlie, que estava sentado no chão da varanda.

William estava encostado na porta da cozinha, Sara estava bem mais adiante, próxima de Seth que preparava o seu cavalo negro para voltar pra casa.

– Seth... Você poderia me perdoar?

Ele apenas continuou a preparar a cela do seu cavalo sem nem mesmo a olhar.

– Seth... O que eu fiz foi para nos proteger, e eu sinto muito... Muito pelo seu pai, de verdade!

– Sara– Ele se virou para ela pegando suas duas mãos– Não precisa mais se importar com isso... Eu já perdoei você, eu sei os motivos pelo qual você teve que ter feito aquilo, e você fez o certo. Agora... Eu vou ter que tomar conta da fazenda, terei que me tornar mais responsável e... Pela primeira vez vou poder ser eu mesmo.

Ele a olhava nos olhos, o que a fez chorar mais. Ela não sabia ao certo como deveria se sentir, mas ela de alguma forma podia sentir-se aliviada.

– Você vai ficar bem?

– Espero que sim – Respondeu ele dando um beijo em sua mão e em seguida deu a volta para que pudesse montar em seu cavalo– E você me promete que irá ficar bem? E que vai me visitar?

– Sim senhor! – Ela sorriu pela primeira vez depois do ocorrido.

Em seguida, William passou por ela indo em direção ao celeiro para buscar seu cavalo, Seth e seu cavalo negro o acompanharam. Sara cruzou os braços e os observou se afastarem e em seguida virou-se avistando Charlie sentado na escadinha apoiado nas duas mãos, já com uma camiseta, e olhando para cima. Ela sorriu ao pensar no que tinham sobrevivido, ao pensar que Charlie ainda estava ali, com ela, vivo. Ela correu até ele e mesmo que sentisse uma grande vontade de abraça-lo, ela não a fez para não machucá-lo mais, então ela apenas sentou-se ao seu lado.

– E então? – Ele a olhava.

– Seth me desculpou...

Charlie sorriu e em seguida esticou sua mão para poder tocar na dela.

– Sara, você foi tão corajosa... Estou feliz por você...

Ela o olhou e depois olhou para a mão dele sobre a dela, o que a fez sorrir. Naquele instante, ela notou que não deveria se sentir triste, ela tinha Charlie, ela tinha sua família, ela estava feliz, finalmente feliz.


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