Série Ômega- A Fúria do Youkai Perdido escrita por Miyuki Shimizu


Capítulo 2
Capitulo 1


Notas iniciais do capítulo

Aqui vai o primeiro capitulo da história! Não leu o prólogo? Não se preocupe, ele não interfere no entendimento da história. Espero que gostem,

Boa leitura :3



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Sara estava flamejando, com raiva pela demora de seu primo Charlie, aquele caipira – como ela costuma chamar – era teimoso demais e sempre a deixava com a fúria nos nervos, mas dessa vez não era pra tanto. Ela o avistou de longe, carregando um cesto de palha cheio de frutas que acabara de colher, com seus cabelos castanhos claros quase loiros cuidadosamente arrepiados pelo vento e sendo iluminados pela luz do Sol. Ela tinha que admitir que Charlie realmente ficasse lindo – mais lindo ainda, por mais que ela não admitisse – quando o Sol o iluminava, o que fazia o parecer com um Anjo. Ele usava uma camisa xadrez azul com uma camiseta branca por dentro, e um velho jeans talvez propositalmente rasgado nos joelhos.

Ele enfim chegou até ela e colocou o cesto no chão, ele ofegava, sua testa estava um tanto suada e com fios de cabelos de sua franja grudados nela, e as pupilas de seus olhos estavam pequenas, o que realçava mais seus olhos azuis claros e fazia parecer com os olhos de um lobo.

– Por que demorou tanto? – questionou ela. Sua raiva já havia passado assim que ele se aproximou

– Não foi você que teve de colher frutas sozinha.

Ele respondeu rápido e direto, em seguida passou por Sara em direção ao galinheiro.

– Onde pensa que vai?

– Pegar ovos para a vovó, por quê?

– Nada, pensei que você me deixaria sozinha de novo.

– Quer ajudar? – Ele olhava pra ela com um sorriso no canto da boca – É melhor vir do que ficar parada no Sol, vamos, não vou demorar não muito eu espero.

Ele se dirigiu ao galinheiro e ela foi atrás tomando uma rápida decisão. Ela entrou e sentou-se em um banco pequeno e esperou que ele fizesse alguma coisa, pois ela não sabia o que fazer.

Sara não estava acostumada com a vida em uma fazenda. Faziam apenas dois dias que estava ali, passando suas férias por culpa de seu pai, sim, por culpa do pai dela. Charlie era um primo que ela não via há um bom tempo, então ele fora passar as férias na casa de Sara e seu pai. Sara não gostava muito dele por causa de sua infância juntos, mas ela ainda tinha algumas esperanças de que ele poderia ter mudado de verdade e fez o que pode para manter o medo de lado e recebê-lo bem, e terminou que ele teve de voltar para a fazenda e como não era o fim das férias seu pai a mandou com ele, seu pai acreditava que eles poderiam finalmente se dar bem no fim das contas. Charlie era um garoto novo de apenas dezenove anos que havia crescido em uma fazenda, – Sara achava uma sorte e tanto ele não ter tal sotaque caipira, assim como seu tio e os outros fazendeiros que costumava ver em novelas – que era onde estavam morando com a avó Sra. Bartoli e seu tio William, um cara de quarenta anos que morava com a mãe e nem filhos tinha, era boa pessoa e que sempre esteve lá para o que Charlie precisasse.

Charlie se virou para Sara e analisou-a com uma cara séria, parecia estar fazendo o mesmo que ela, esperando, mas ela foi a primeira a cortar o silencio:

– Então... O que fazer agora?

– Você não sabe colher ovos? Há, eu devia saber. – Disse ele com um tom sarcástico– Você só precisa fazer o que eu fizer levantar a galinha com cuidado e tirar os ovos do ninho e coloca-los no cesto com mais cuidado ainda.

Ela o observava toda vez em que ele falava, sorria ou até mesmo quando dava alguma risada– o que ele pouco fez desde que chegaram na fazenda, ele deu risadas com seu tio William durante toda a viajem e ela tinha que concordar que o tio William era mesmo engraçado, mas o fato dela não ter feito ele dar uma boa risada em cinco dias juntos desde que ele aparecera, a incomodava– Ela gostava de ver como eram suas expressões e gostava de compará-las com as de quando ele era pequeno, ela achava interessante fazer comparações ao bebê que ele era para o rapaz que se tornara, ela costumava fazer isso com todos, mas com ele era um pouco diferente, ela mais observava suas expressões do que prestava atenção no que ele dizia.

– Certo– Sara respondeu levantando-se do assento e indo em direção a ele – Por onde começo?

– Por onde você quiser– Ele sorriu – Tente com a primeira que eu te ajudo.

A fazenda era grande, mas tinha alguns vizinhos por perto e apesar da barulheira que havia no galinheiro eles não puderam ouvir nada. Sara saiu do galinheiro primeiro, andando de supetão enquanto Charlie vinha atrás dela com um pequeno cesto cheio de ovos e com cara de que não aguentava mais dar risadas:

– Você teve dificuldades, mas mandou bem Sara, volta aqui, não precisava ficar brava.

– Brava, eu? Olha, Charlie eu não nasci pra colher ovos de galinhas, entende?

Ele jogou a cabeça pra trás numa risada calorosa, e que a fez pensar se ele a compreendia:

– Veja pelo lado bom Sah.

– Que lado bom?

– Pense bem.

– Eu não sei, mas pelo menos te fiz dar algumas risadas.

– Umas belas risadas – Ele seguiu mais adiante e passou por ela com o cesto de ovos– Escuta, é melhor você levar o cesto de ovos que eu levo o cesto de frutas. O Sol não esta mais forte e o tempo está ótimo para pescar, mas se você quiser ir tomar logo um banho tudo bem.

– Pesca? Mas é claro que eu vou tomar um banho agora, pra tirar esse cheiro de galinha de mim e urgente. – Ela deu umas passadas ate ele pegando o cesto de ovos de suas mãos– Veja se não vai demorar...

Ela disse em um tom mais baixo, o que o chamou a atenção.

– Hãn? Preocupada comigo? Eu só vou pes...

– Não é preocupação, só não parece legal ficar fora até tarde por aqui!

Ela caminhou rápido de volta a casa, uma casa de fazenda bonita de se ver, era simples, mas bem cuidada e decorada, o chão era de mármore e as paredes algumas amarelas e outras laranjas, o mais tecnológico ali parecia ser o telefone, a televisão, o liquidificador, a batedeira, o fogão que tinha de ser aceso com o fósforo e é claro, a geladeira. Charlie foi logo atrás, mas só entrou na cozinha e deixou o cesto de ovos em cima da mesa saindo logo em seguida em busca da vara de pescar e das iscas para ir direto ao lago que havia ali perto, ele cuidaria de caçar um belo jantar assim como um nativo norte-americano caçaria para a sua tribo.

Enquanto isso Sara já se deleitava de seu banho em água morna, mas sabia que não podia abusar do tempo e por isso saiu rapidamente de baixo do chuveiro. Ela se vestiu e penteou os seus cabelos úmidos e ruivos e olhou em seu relógio que marcava quatro horas da tarde. Sara não sabia exatamente o que fazer agora que estava sem Charlie por perto, ela não estava em casa, aquele não era o seu verdadeiro lar, mas ela lembrou-se que podia contar com a companhia de sua avó– quem disse que eu preciso de você pra tudo Charlie? – Pensou.

Ela poderia contar com a companhia de seu tio, se ele estivesse em casa. Então ela foi até a sala de estar que era onde sua avó estava tricotando, no sofá onde Sara esperava encontrá-la. Era um tanto estranho ver sua avó tricotar, ela tinha aparência conservada, apesar de seus sessenta e oito anos ela aparentava uns cinquenta e cinco. Ela logo notou a presença de Sara:

– Olá minha querida, vejo que saiu do banho, como está se sentindo?

– Me sinto bem – respondeu Sara sem ter realmente a certeza de que sua avó estava mesmo interessada na sua resposta, pois ela parecia distraída com o tricô.

– E a onde está Charlie?

– Ele foi pescar, será que ele voltará tarde? – havia uma ponta de preocupação por mais que ela tentasse esconder. – O lago fica longe daqui?

– Creio que ele tenha ido buscar o jantar, talvez ele não demore– Ela sorriu e olhou para Sara sem parar de mover as agulhas de tricô – Não fica muito longe, e é muito bom caminhar até lá, por que não vai fazer companhia a ele?

– Acho uma boa ideia... Não tenho muito que fazer por aqui no momento– ela caminhou até a porta – Voltarei assim que ele terminar.


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