Tequila Branca escrita por Van Vet


Capítulo 8
Executando Planos


Notas iniciais do capítulo

Olá queridos! Nem acredito que foi um hiato de quase um ano!!! Não tenho vergonha na cara... Sorry...

Aos antigos e aos novos leitores, aqueles que eu não tive tempo de responder aos incríveis comentários também, sejam bem vindos ao retorno.



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Rony parou na frente do belo apartamento de Hermione Granger e aguardou longos vinte minutos além do horário, até ela dar o ar da graça. Quando surgiu perfumada e produzida com classe ficara óbvio que o tempo estava justificado.

— Senhorita! — ele sorriu desencostando da lateral do carro e indo abrir-lhe a porta do passageiro.

Hermione beijou o ruivo no rosto e elogiou sua pele macia recém barbeada. Acomodados dentro do carro dele, ela disse:

— Atrasei muito?

— No prazo ideal! — Exclamou bem-humorado. — Para onde deseja ir?

— Prefiro que você comande nossa noite. Confio nos seus gostos.

— Farei o meu melhor.

***

Rony mergulhou Nova York adentro arrastando sua conquista para os restaurantes próximos ao Rio Hudson, em Manhattam. A noite era de primavera, portanto o clima também colaborava com a ocasião e a vista ao seu lado: a morena num vestidinho fino, com as exuberantes pernas de fora. Era um preço nada doloroso a se pagar por aquele contrato.

Hermione retirou o brilho labial da bolsa e retocou. Ao segurar o objeto percebeu que tremia um pouco, insegura com toda aquela situação, como nunca gostaria de estar. Precisava relaxar e curtir o momento como se ele fosse um encontro normal. Como se sua vida fosse normal! Ser adorável e apaixonante para fisgá-lo de amor antes de iniciar o processo de auto sabotagem.

No outro encontro eles estavam mais à vontade e talvez fossem um daqueles casais que precisassem estar em um local público e tomar umas e outras para poderem conversar sem parecerem dois imediatos desconhecidos.

— Quer que eu ligue o som? — ele notou o nervosismo dela, o charmoso nervosismo.

Hermione achou que a música poderia criar um efeito semelhante a bebida e concordou. O ruivo zapeou por rap, blues, jazz, um especial dos Back Street Boys e graças a Deus encontrou algo um pouco mais aceitável na reprise de um show acústico de Carly Simon. A música em questão, You’re so Vain não ajudou para deixá-los à vontade. A famosa letra falava de um homem vaidoso, que se achava o centro das atenções. Rapidamente Rony voltou para os Back Street Boys.

***

Como Hermione previra, após estarem alojados no restaurante, bebericando um vinho branco, o nervosismo inicial passou. Até parecia um encontro de verdade e seu comportamento acanhado a irritou.

O editor escolheu um restaurante especializado em frutos do mar. Uma escolha arriscada para se levar alguém que não se conhece, mas que vinha mostrar sua confiança excessiva. Ao menos foi assim que Hermione o leu. Para Rony o restaurante foi optado por seu cardápio de valores acima da média. Com as mulheres, ele sempre aprendeu, alto investimento financeiro era uma declaração mais sincera e excitante do que flores, chocolate ou cartas melosas.

— O que você vai querer? — ele perguntou quando o garçom os deixou na varanda consultando o menu.

— Hum... Você poderia tentar adivinhar?

“Ela quer joguinhos? Já? Tão cedo? As mulheres são sempre previsíveis”.

— Certo — Rony apoiou os cotovelos na mesa e a mirou como se tivesse procurando algo especial em seu rosto que revelasse seus gostos. Enquanto bancava o intuitivo notou como o nariz dela era levemente arrebitado e bonito.

— Você parece gostar de requinte, mas também de palatabilidade.

Hermione quase bocejou. “Requinte, palatabilidade. Quem fala assim”? Ou ela estava muito tempo fora dos relacionamentos (o que era verdade) ou os homens de hoje em dia estavam chegando a um novo grau de desespero. De qualquer forma achou engraçado. Ainda mais sobre o requinte, justo ela, uma comedora inveterada de cachorros quentes sempre que uma comida decente não conseguia se encaixar na sua ansiedade do fim de semana.

— Deixe-me ver... — ela apoiou os braços na mesa e o encarou de volta observando atentamente como sua boca era carnuda e vermelha — Leia-me logo.

— Lagosta!

— Quero só ver.

— Você vai se apaixonar. Não tem nada igual como a desse lugar.

Fizeram os pedidos, com o “macho alfa” no comando das escolhas somente para alimentar seu ego masculino, segundo os pensamentos perversos de Hermione. Somente para mostrar que ele tinha habilidade para cuidar daquela princesinha que em breve estaria apaixonada por ele (se já não estivesse), segundo Rony.

***

A noite seguiu agradabilíssima e ambos quase esqueceram seus reais motivos para aquele encontro. Quase duas garrafas de vinho haviam sido enxugadas e o fato mais simplório contado pelo outro ganhava interesse pelo respectivo ouvinte:

— Somos de Staten Island. Tem que ter peixe em nosso churrasco. — Rony comentava sobre sua família.

— Não consigo imaginar o que é se ter um irmão. Que dirá seis! Todos ruivos?

— O mal da família. Enferrujados pela maresia da cidade onde crescemos.

— Deve ser uma convivência única. Porque saiu de lá, é a parte mais tranquila dessa cidade maluca...

Rony encostou no espaldar da sua cadeira, bebericou seu vinho na lentidão de um sommelier e respondeu:

— Chances.

— Todo mundo vem ao centro por esse mesmo motivo. Tem que ter algo mais...

— Quando se cresce numa casa onde você é o último filho homem de uma família de tios e primos igualmente extensa, as pessoas não esperam muito mais de você. E se você mesmo não esperar algo mais, daqui 40 anos vai estar fazendo a mesma coisa quando arrumou seu primeiro emprego de ajudante num pesqueiro.

— Mas ser o contrário, a filha exclusiva a que todos esperam tudo, não é nada melhor. É como uma escultura de cristal que pode trincar e partir ao meio num mínimo vacilo.

— Acho que o álcool está começando a nos deixar pessimistas. — ele observou.

— Pois é. — ela olhou o relógio, já passava das onze e meia, era tarde e imprudente ficar tão à vontade com alguém que seria passageiro em sua vida.

A dupla de editores pediu a conta com Rony fazendo todas as questões do mundo em pagar seus três dígitos e voltaram para o apartamento dela. Eles estavam eufóricos pela bebida e Hermione quase o convidou para um café, mas lembrou-se que seu possível trunfo poderia facilmente lhe escapar após uma noite de sexo.

— Não posso nem conhecer seu apartamento agora? Isso está se tornando um mistério... — barganhou ele, escorado no corrimão da entrada do prédio.

— Hermione já estava na porta.

— Acho melhor você tomar uma ducha bem fria quando chegar ou a resseca não vai te deixar ganhar o mundo amanhã.

— Uma coisa de cada vez... — Rony subiu os degraus e a alcançou — ainda estou tentando ganhar a noite.

— Se por ganhar a noite você quer dizer um beijo de despedida, então, boa noite. — a morena disse dando-lhe um selinho nos lábios.

— Não um beijo. O beijo. — ele retrucou puxando-a para um beijo de verdade. Um que durou um minuto inteiro e que manchou os lábios dele com o gloss dela, a cor suave que ela havia retocado no carro.

Rony foi embora com um sorriso vitorioso, limpando os excessos da maquiagem. Hermione entrou rapidamente desejando acabar logo com aquela etapa do plano que começava a desmontá-la.

***

Após dois dias eles marcaram de tomarem café da tarde juntos numa lanchonete a escolha dela. Uma semana depois foram numa exposição de Van Gogh no museu municipal. No domingo seguinte correram juntos pelo Central Park e, ainda naquela noite, pegaram uma sessão de cinema onde trocaram mais carícias do que opiniões sobre o filme.

Com quinze dias eles conheceram alguns de seus melhores amigos onde saíram para um happy hour já se apresentando como namorados.

Vinte dias depois fizeram amor pela primeira vez.

Hermione era doce, compreensiva e aparecia no dia-dia de Rony nos momentos exatos. Rony era charmoso, simpático e aparentava querer levar aquela relação adiante. A causa parecia ganha para ele e seria fácil manter. Infelizmente para os seus propósitos, sua bela namorada decidiu que estava na hora de partir para a segunda etapa da missão (já bem atrasada) quando uma carta de hipoteca chegou em seu correio.


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Notas finais do capítulo

Obs1. O capítulo ficou um pouco fora de ritmo, mas eu precisava pegar o embalo de alguma forma. Prometo próximos caps mais empolgantes!

Obs2. Mudei o tempo de conquista deles de 12 dias para 1 mês porque estava achando o prazo meio superficial para a narrativa. Na história, nada muda.

Obs3. Comentem, por favor! Adoro saber a opinião de vocês!



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