Tequila Branca escrita por Van Vet


Capítulo 15
Dane-se Tudo


Notas iniciais do capítulo

Gente, só não tive tempo de revisar :V
Espero que gostem do capítulo, tá simples, mas foi de coração.

Beijão para todo mundo, até semana que vem!



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— E esse é o Roniquinho com cinco anos, rabiscando no seu caderno de desenhos. — A mãe de Rony, a Sra. Weasley, abriu o álbum de família e apontou imagens da infância do ruivo.

— Desnecessário mostrar essas coisas, mãe.

Rony olhava por cima do ombro da mãe, as orelhas vermelhas, e Hermione achava bastante divertido o jeito carinhoso como sua família a tratava. Ela tinha quase certeza de que eles estavam bem deslumbrados, ela era uma espécie de evento inédito por ali.

No momento em que a editora se deu conta da armadilha que o namorado a tinha metido, Hermione ficou rubra de raiva. Mostrá-la à família, a AQUELA família gigantesca, fora um golpe baixo nos planos dela. E não era o tipo de coisa que se faz sem aviso prévio, a pessoa tem de se preparar psicologicamente para isso.

Ela fez uma anotação mental de que ralharia com ele na primeira oportunidade sozinhos na casa. A casa, aliás, pertencia ao irmão mais velho de Rony, e não era tão caipira por dentro como deixava a entender por fora. Hermione foi arrastada pela turba Weasley, do quintal para a sala, da sala para a cozinha, o tempo todo, sem pausa. Eles colocavam toda a sorte de pratos no colo dela e tinham assuntos infinitos para debaterem. Em determinada hora, ela conversava acalorada sobre o governo republicano com o Sr. Weasley e os irmãos gêmeos de Rony, e parecia ser uma velha conhecida das reuniões familiares.

Rony a fitou por cima da cabeça dos parentes, um copo de refrigerante na mão, achando divertido o desembaraço dela. Hermione ergueu os olhos e viu que ele dizia com o olhar “Eu sabia que você ia gostar!” .

Pilantra.

A tarde na casa de Gui Weasley passou voando. Diferente dos eventos que ela detestava ir, e via a hora se arrastando pelo relógio, o momento de cortar o bolo do sobrinho de Rony chegou rápido. A Sra. Weasley largou o álbum de família e foi ajeitar a mesa do bolo.

Hermione agarrou seu copo de suco e postou-se de pé, aguardando como a maioria. A filha de Gina, irmã mais nova de Rony, passou ao seu lado e lançou um sorrisinho muito meigo para editora. Ela retribuiu, feliz.

Dominique, filho do meio do primogênito da família, subiu num banquinho para ficar da altura do seu imenso bolo de chocolate, fitou os convidados inflado de expectativa e todos começaram a cantar parabéns. Rony emparelhou ao lado de Hermione nas palmas e eles se olharam num misto de paixão e desafio.

Após a cantoria, Hermione comeu um pedaço de bolo (estava empanturrada já) e ergueu o copo de suco. As crianças da casa passaram feito um rastilho de pólvora para o quintal e esparraram acidentalmente no seu cotovelo. Suco de laranja caiu na sua camiseta.

— Ah, suas pestes! — exclamou Gina aos filhos, que corriam mais, vendo Hermione tingida de laranja. — Mil perdões, olha sua roupa.

A morena estava com barriga e busto molhados. A mulher ruiva pegou um chumaço de papel toalha e se propôs a secá-la. Estava envergonhada.     

— Eles vão levar uma bronca quando chegarem em casa...

— Tá tudo bem, Gina. Eles estão felizes, não fizeram de propósito. — acalmou a editora, carinhosamente.

Fleur, a esposa belíssima esposa de Gui, e dona da casa em questão, se aproximou:

— Vem comigo. Vamos lá em cima, eu tenho uma camiseta parecida que vai caber em você. — se ofereceu toda sorrisos.

Hermione agradeceu e acompanhou a cunhada de Rony para o andar superior. Uma vez lá em cima, Hermione foi introduzida ao quarto do casal, de delicada decoração campestre, e aguardou Fleur encontrar uma peça no seu guarda-roupa. Enquanto procurava, perguntava:

— Como foi isso entre você e o Rony?

— Isso?

— É, isso de vocês namorarem

— Acho que não estou entendendo. — a morena mirou-a confusa.

— É que ficamos bem espantados. Rony nunca trouxe ninguém para nossas reuniões. Nunca apresentou nenhuma namorada e sempre teve uma ideia bem firme sobre o tema.

— Qual ideia?

Fleur corou.

— Eu não devia estar falando essas coisas, mas ele nunca acreditou numa relação entre casais. Para ele o casamento é uma instituição mais que falida.

— As coisas entre nós só foram acontecendo. Não teve planejamento — mentiu.

— Estamos felizes por vocês. Existe uma aura em torno dos dois, estão apaixonados.

— Ah não... — Hermione riu nervosa.

— Ah sim. — Fleur retrucou e passou uma peça de roupa limpa para ela — Pode usar minha suíte para se limpar. E por favor, não comente com Rony o que eu disse para você.  

***

Rony estava procurando Hermione e perguntou a Fleur, que vinha descendo as escadas do primeiro andar.

— Ela está na minha suíte se trocando. — anunciou a cunhada passando pelo corredor.

Ele subiu as escadas, passadas largas, economizando lances e foi atrás de Hermione no último quarto do corredor, o quarto do irmão. A porta estava entreaberta, mas a do banheiro particular não. O rapaz rumou para lá e bateu suavemente.

— Mione, sou eu.  

Escutou alguém mexer no trinco e logo depois a cabeça dela apareceu, fitando-o.

— O que é?

— Posse entrar? — ela se afastou e ele passou para dentro do banheiro trancando a porta atrás de si.

Hermione estava somente de calça e sutiã, limpando suco da barriga reta e macia. Ele sentou-se no cesto de roupa suja e observou-a interessado.

— Me armou uma daquelas, hein? — ela semicerrou os olhos, encarando-o pelo reflexo do espelho.

— Vai me dizer que eles não são adoráveis?

— Essa é sua única sorte, na verdade.

Rony admirou a curva delicada que a cintura dela fazia. Então deu atenção aos seus quadris estreitos e subiu o olhar para sua nuca exposta. Os cabelinhos novos que nasciam ali estavam grudados de suor.

— Depois você coloca a camiseta. — ele abraçou-a por trás quando a morena estava prestes a se vestir.

— Rony... se controla. — ela riu vendo-o apalpar seus seios no sutiã.

— Ninguém vai sentir nossa falta por uns minutinhos. — aplicou beijos no ombro dela.

— Eu acho o contrário. — a namorada retrucou se arrepiando. A camiseta limpa caiu dos seus braços e ele aproveitou para virá-la para ele.

— Você é linda demais! — exclamou emoldurando seu rosto com as mãos.

Hermione esteve impressionante o dia todo. Fora gentil, simpática, carinhosa e atenciosa com sua família, mesmo eles sendo cansativos quando em grande número. Ela nem parecia a maluca de dias antes, ela era tão somente a garota que ele namorava por uma aposta (que ficava insignificante comparada àquele instante!) e que conseguia confessar tranquilamente para seu coração, estava apaixonado.

— O que foi? — ela perguntou desconfiada.

— O que?

— Tá me olhando de um jeito estranho.

— Estou apaixonado por você, Hermione. — desabafou e partiu para beijá-la.

Hermione aceitou o carinho e beijou-o com igual ardor. Ele pegou-a pela cintura e pela coxa, ergueu seu corpo e a apoiou na parede. Ela se agarrou ao seu pescoço e enroscou as pernas na cintura dele. Beijaram-se, cheios de tesão. O sutiã foi deixado de lado. A camiseta dele também. Depois já estavam sem as calças, cueca e calcinha, e Rony fez algo inédito na vida: transou numa reunião de família e arrastou Hermione para esse novo recorde.

***

No início da noite, Rony e Hermione se despediram dos Weasley, subiram na moto alugada e refizeram o longo percurso para Manhattan. Hermione prometeu enviar a camiseta de Fleur pelo correio, mas a loira disse que apenas aceitaria de volta se entregue em mãos, logo, eles foram prometendo retornar muito em breve.

Ela agarrou-se ao tórax do namorado e admirou Nova York perdendo a luz do dia e acendendo as artificiais, nas praças, nos comércios, nas casas e nos edifícios. De tempos em tempos seus pensamentos se desviavam da urbanização e galgavam, incoerentes, para o significado da relação que vivia com Rony. No solavanco da garupa ela se deu conta: Estava fora do jogo. Dorah ganhou e ela não esperava estar tão feliz com isso.

Não queria mais ser a namorada intragável, esperando ansiosa por um chute. Ela queria ser ela, queria se entregar ao ruivo com sua própria personalidade e estar livre para mostrar que tipo mulher era. O tipo me mulher que lhe provaria que uma relação entre dois poderia, sim, dar certo. Visitaria a família dele mais vezes, deixaria que fizesse waffles no café da manhã, faria amor com ele nos lugares mais inesperados.

Pouco importava seu padrão de vida. Que se dane o emprego, a estabilidade financeira, o sonho americano, a cobertura no coração da cidade. Que se dane tudo! Pensou Hermione, plena, sentindo o ventinho da moto bater no seu corpo.

 Quando o dia amanhecesse ela pediria, com total desprendimento, as contas para Mary, e riria às gargalhadas lembrando da expressão chocada no rosto da mulher ao receber a notícia.


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Notas finais do capítulo

E agora? Será que Hermione vai desistir de tudo para ficar com Rony?
E ele, qual será sua próxima atitude em relação a aposta?

Estou doida para saber a opinião de vocês!
Bjs



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