The Cruel Beauty escrita por Tsu Keehl


Capítulo 21
Capitulo 21


Notas iniciais do capítulo

Olá pessoal, tudo bom?
Aqui estou eu após um tempo para atualizar. Coo é de praxe venho pedir desculpas pela demora na criação do novo capítulo! Não estou fazendo pouco caso, longe disso! Mas é que esses tempos estão bem atribulados e além do emprego e vida social, ainda tenho minha história original, meus cosplays (ando fazendo uns acessórios e dando um “up” em uns cosplays meus), criando temas para abordar no meu canal do youtube, traçando planos para novas fotose vídeos da fanfic do Cruello, bem como demais projetos. Inclusive esse último mês minha mente tá focada em um projeto de photoshoot que estou ajudando a organizar então fiquei responsável por toda a parte da divulgação e identidade visual.
Eu sei que demoro para atualizar a fanfic mas é que procuro fazer o meu melhor para escrever um capítulo que agrade aos leitores. Esse aqui não foi fácil de escrever e fiz ele enquanto fazia diversas coisas (no momento que escrevo isso estou intercalando com trabalho, criação de arte e debate =p. Quero agradecer á todos que acompanho a fanfic e que tem paciência de esperar os novos capítulos. Muito obrigada mesmo por todo o incentivo!
Chega de papo e vamos á leitura!



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~*~


   O parque estava vazio aquela hora da manhã. Era um dia bonito e quente, estranho não ver ninguém nas proximidades. Mas toda aquela calmaria era bem vinda. Igraine sentia sua vida um verdadeiro turbilhão, sem tempo para relaxar então aquele passeio sem motivo era um momento único para ela. Portanto, aproveitaria ao máximo.
   Caminhou calmamente e então avistou uma mulher magra sentada em um banco embaixo de uma frondosa árvore. Era magra e as roupas que usava a lembraram imediatamente de uma foto antiga de sua avó Anita quando jovem, que vira certa vez em um álbum. O rosto estava oculto pelo livro que lia e ao ver o título, Igraine se aproximou simpática, á fim de puxar assunto.

—Olá! É...eu..com licença, esse livro...
— Fica longe dele!
—E-eu...eu não quero o livro é que...- Nãol estou falando do livro sua ridícula! Eu mandei você se afastar do meu sobrinho!!!

 Quando a mulher abaixou o livro, Igraine se deparou com Cruella Devil. Mas não era a Cruella que vira na capa das revistas. Era uma Cruella muito mais assustadora, demoníaca. Com olhos vermelhos saltados, rosto cadavérico e branco numa expressão de puro ódio.
  Igraine gritou e tentou se afastar, mas Cruella saltou sobre ela começando a enforcá-la e estapeá-la.

— Nunca que meu lindo sobrinho ficará com uma caipira sem graça como você! Não vou permitir!
— Ah, socorro! Me solta!
— Cala a boca! Onde já se viu uma menina totalmente sem graça como você ficar com um homem como meu sobrinho?! Vai envergonhá-lo!
— Se...se o Cruello quiser ficar comigo... – Igraine tremeu diante do olhar demoníaco da mulher mas armou-se de coragem. – EU VOU FICAR COM ELE!
— Não vai ficar porque eu não vou deixar!
— Você não pode fazer nada porque já está mortaa! MORTA!
— O meu espírito irá te assombrar a vida toda!!! Quando estiver com Cruello eu ALI ESTAREI! Porque ele tem o meu sangue! E meu espírito vai amaldiçoar sua vida estúpida Igraine Radcliffe!
— Não! Não! Me solte!

  Igraine começou a chorar de desespero e o rosto demoníaco de Cruella Devil a encarava fixamente.

— Você  não é digna de estar ao lado de um Devil! Jamais será!  E eu irei me livrar de você para que Cruello fique melhor!
— Mão me toque!
— Vou transformar essa sua pele em casaco e me vestir com ela!!! Malditaaaaaaaaaaaaaaa!!!!!!!!


— HAAAAH! ME SOLTA! ME SOLTA, POR FAVOR!  Não quero virar casaco!
—  Igraine, calma sou eu! Sou eu!

  Igraine abriu os olhos assustada. Trêmula, encarou o rosto preocupado de Nanny e o focinho de DoisTons. Ergueu-se na cama aturdida, levando alguns segundos para perceber que estava em seu quarto, com Furacão  e Golias  ao lado da cama e Dois Tons deitada entre suas pernas. Ao ver que a dona estava acordada, a dálmata se aproximou abanando a cauda.

— ...Igraine, tudo bem com você? Estava gritando...fiquei assustada e quando vi você estava se debatendo na cama. Teve um pesadelo?
— ...sim...eu..sonhei que estava em um parque e de repente encontrei a Cruella Devil e ela..e ela parecia o demônio, tentou me enforcar e dizia que ia me amaldiçoar, que eu  não ficaria com o sobrinho dela...um horror!
— Acho que o fato de você ter sido convidada pelo Cruello para ir na empresa dele mexeu muito com sua cabeça. – falou Nanny sentando-se ao seu lado para lhe escovar os cabelos. – Você precisa relaxar.
— ...ai Nanny! Será que eu fiz a coisa certa em aceitar isso?
   Nanny deu uma escovada na cabeça da jovem, que gritou.
— Não começa com isso de novo! Você está namorando com o Cruello e você VAI SIM se interar nas coisas da vida dele, ora essa! E se ele for ajudara melhorar seu modo de vestir, não é algo ruim!
— Acha que eu me visto mal?
— Não...mas usar roupas mais elegantes e bonitas não é algo ruim! Ser vaidosa não vai tirar a essência de quem você realmente é.  E você me disse que o Cruello só aceitou ir visitar seus avós se você aceitasse deixar que ele te produzisse e te ensinasse regras de etiqueta, não é?
— ...ele aceitou naquelas né...ainda acho que ele vai inventar alguma desculpa para não ir. A palavra fazenda e campo causou chilique na voz dele toda vez que eu mencionei.

 **Flash-Back**


— Você quer que eu vá para uma...fazenda?! Nunca!
  Igraine fechou os olhos e suspirou irritada. É, não seria fácil.

— Eu não sou homem que vai me fazendas! E não temos tempo para isso! Preciso que você venha na Devil's na quarta-feira.
—D-Devil's??? Mas... Você me disse para ficar longe de lá. .. por que isso agora?
— Porque eu e Scarlet acabamos de concordar que você não pode aparecer em público nas suas atuais condições estéticas! Precisamos lhe dar um trato para que apareça ao meu lado!

   Igraine pensou em mandar o rapaz para o inferno mas já que ele era um Devil, capaz até de que gostaria. Tentaria outra coisa.

—Ótimo. Pedirei que Alfred lhe busque na sua casa ou naquele canil brega?
— A ONG não é brega!
— Que seja, que seja. Finalmente vou te fazer vestir algo decente. Já tenho ótimas idéias aqui.
— Eu tenho uma condição!
— Quê?
— Eu aceito que você e aquela piriguete me arrumem mas em troca você tem que ir conhecer os meus avós!
   Ela o ouviu suspirar irritado do outro lado da linha.

— Traga eles na sua casa e eu os vejo. Se precisar eu mando Alfred ir buscá-los e trazê-los até sei lá...podemos reservar uma  mesa no restaurante e...
— Não, Cruello! Meus avós não vão deixar a fazenda, você terá que ir comigo até Bilbury!
— Fazenda?! Bibury? Mas aquilo é fim de mundo! Lá tem....mato! tem terra, tem animais!
—É só uma fazenda. .. e lá tem tudo o que você tem na sua casa. .. não vai te custar nada!
— Minha casa não tem coisas de fazenda não, aloka criatura! Igraine, pegue os seus avós, mande-os vir no meu carro dirigido pelo Alfred e está tudo resolvido!
— Já disse que não!  Ou você vai comigo para a fazenda ou eu me recuso a participar do seu Esquadrão da Moda Devil e me apresento em público usando calça sarruel, sapatilha de plástico e camisa com estampa de bichinhos fofinhos! Ah e sem maquiagem alguma!
— Você não teria coragem de fazer isso!
—  Por que está negando em conhecer meus avós?! Eles são muito importantes para mim, eles praticamente me criaram!
— Eu não estou me negando a conhecer sua familia...na verdade sua familia tem que estar honrada de me conhecer! Só não entendo qual a necessidade de eu ir até eles! Eles poderiam vir até mim, seria o mais lógico!
— Se você não for na fazenda eu não vou me sujeitar a vestir as roupas que você quer que eu vista!
— Ninguém recusa vestir roupas da grife Devil’s!
— Pois eu me recusarei!
— Tá, tá tá!!! Sua maluca! Eu vou na maldita fazenda! Mas é pra ir e voltar no MESMO DIA! E vou ficar apenas dentro da casa!
— ...você...vai...?!
— Agora, quarta-feira mandarei o Alfred lhe buscar e você vai ter que deixar eu e Scarlet te produzirmos do jeito que queremos! Se não aceitar isso, não vou na fazenda! Se quer fazer um jogo comigo garota, eu faço com você!

**fim Flash-Back**


— Cruello é realmente uma pessoa dificil de lidar.  Mas é o tipo de homem que vale apena, confesse! – Nanny riu. – Agora vamos, se levante. Se não vai chegar atrasada na ONG!

~*~

   O período da manhã na ONG transcorreu em uma lerdeza anormal que Igraine chegou a pensar que o relógio estava andando mais devagar de propósito. Mesmo tendo várias coisas para fazer (inclusive ajudar a alimentar uma ninhada de gatinhos que fora largada em uma caixa na porta da ONG logo pela manhã) toda vez que olhava no relógio, o tempo parecia não passar.
   Yumie tivera que se ausentar para repor o estoque de medicamentos de modo que ela não tinha ninguém com quem conversar enquanto cuidava dos animais. Por sorte ainda que ela tivesse que sair em poucas horas havia bastante voluntários ali e os animais não ficariam sem supervisão.

  Ela estava observando através da grade, a raposinha resgatada devorar a carne em seu pratinho. O animal já estava praticamente recuperado e isso era algo muito bom. Logo seria entregue de volta á natureza e isso causava em Igraine um misto de satisfação e tristeza. Satisfação por ver o animal se recuperando e prestar á voltar em seu habitat; e tristeza, pois se afeiçoara á presença daquela raposinha.

— Igraine! Igraine!
  Ela virou-se para um  voluntário da ONG que se aproximava.

— Tem um cara esquisito de preto em um carro sinistro dizendo que veio te buscar!
— Oh, fique tranquilo Jailson. É o senhor Alfred. Diga para Yumie que os relatórios estão sobre a mesa e qualquer coisa é para me ligar!
   O homem afirmou com a cabeça e após respirar fundo, Igraine seguiu em direção ao carro parado á frente da ONG.

~*~

   Após um treino na academia do SpaChar, Cruello tomou uma ducha e em trajes esportes, seguiu em direção á lanchonete. Frequentava a academia cerca de três vezes por semana, optando sempre por usá-la nos horários em que o local estivesse mais vazio. Uma pessoa do nível dele o certo seria ter sua própria academia particular. Havia uma excelente na mansão Devil mas como optara por morar em um apartamento de cobertura e escolhera usar um dos dormitórios para ser uma extensão de seu closet do que fazer uma academia. E se recusava a usar a academia do condomínio com aqueles vizinhos mexeriquentos.

   Além do mais o SpaChar era o melhor centro de embelezamento de Londres e além de uma academia com equipamentos de última geração e funcionários graduados, oferecia também serviços de massagem, estética, cabeleireiro, SPA e um banho de ofurô simplesmente milagroso.
  O SpaChar ainda possuía uma ótima lanchonete cujo cardápio era composto pelos mais diversos pratos saudáveis mas ainda assim saborosos. Cruello sentou-se em uma das mesas ao fundo da lanchonete e ao lado da grande janela. Ali dava vista para o jardim muito bem cuidado mas ele não tinha qualquer interesse em paisagens que mostrassem natureza. Preferia paisagens urbanas, muito embora lhe sobrasse pouco tempo para apreciá-las.

   Olhou as notificações em seu celular e pensou em mandar uma mensagem para Scarlet mas desistiu.  Á essa hora, era fato que Igraine já estava na Devil’s e sendo cobaia de Scarlet. 
   Talvez não tivesse sido uma boa ideia deixar as duas juntas em vista do que acontecera em seu apartamento.  Mas precisava vir ao SpaChar para se exercitar e depois ter uma sessão de massagem á fim de manter a boa aparência e desestressar.  Devido aos preparativos do desfile, estava dormindo poucas horas e a cabeça latejava constantemente que nem os remédios aliviavam.

  Por conta disso, o mais sábio a ser feito era que deixasse que as duas se matassem e gritassem uma com a outra bem longe dele. Se rolasse agressão física, Valder estava lá para tentar apartar e qualquer coisa era só chamar a segurança.  Se bem que a ideia de deixar Igraine nas mãos de Scarlet partira da própria Scarlet e só agora Cruello pensava se  havia alguma intenção maligna dela contra Igraine. Se Scarlet usasse seu arsenal de bullyng e humilhação, Igraine não duraria cinco minutos.
   Mas não..Scarlet não faria isso. Ainda que ela tivesse intenção de vendê-lo para a filha do sheik ela não chegaria ao ponto de se livrar de Igraine. Ela não ousaria fazer isso. Se fizesse...

   Pegou novamente o celular mas então seus lanches de peito de peru, suco natural e salada de frutas chegaram. Também não apreciava muito esse tipo de comida saudável mas certos sacrifícios se faziam necessários caso ele quisesse manter seu porte e silhueta. E após um treino exaustivo, tal tipo de refeição era bem-vinda.
  A fome pós-treino falava mais alto do que a preocupação súbita e ele deixou o celular de lado, concluindo que Scarlet não iria prejudicá-lo agora que o relacionamento dele com Igraine estava nos tabloides.

   Estava se preparando para comer quando uma sombra se aproximou e colocou uma bandeja contendo lanche e suco á sua frente, exatamente na sua mesa. Estreitou os olhos e abriu a boca para expulsar a pessoa sem noção quando ouviu a voz conhecida e irritante.

—Ora, ora, ora... se não é o todo poderoso Cruello Devil? - Patrick Star sorriu desdenhoso - Não imaginei que depois do vexame de ser visto ao lado daquela garota simplória teria coragem de aparecer em público. ...
— O que você está fazendo aqui?! – sibilou o rapaz enquanto o homem se sentava.
— Ora Cruello, eu sou um frequentador desse lugar. E depois do furo de reportagem da última semana eu precisava de um descanso! Sabe como são essas coisas...
— Quem te deu permissão para sentar na minha mesa?! Pegue uma para você!
—O SPA é aberto para todos os sócios e eu sento aonde eu quiser! E, aliás, não vejo seu nome escrito nessa mesa!
— É o cúmulo!

   Cruello estava á ponto de chamar um funcionário quando o jornalista alfinetou.
—  E então, gostou da minha reportagem? Fiz com muito carinho.

   Cruello encarou  o homem á sua frente. Tinha vontade de pegar a cara dele e esfregar dentro do prato de salada que ele estava colocando o molho. Mas lembrou-se onde estava e a situação atual de modo que respirou fundo e disse simplesmente.

— Como sempre suas reportagens são péssimas. Inclusive concederei uma entrevista essa semana á uma jornalista da BBC assumindo meu relacionamento. Darei detalhes os quais você não teve acesso e desmentirei certas falácias suas.

   Patrick engoliu a salada a seco, uma reportagem para a BBC acabaria com todos os furos de notícia que ele pudesse conseguir. Cruello o estava provocando, óbvio.

— Acha que fazendo isso vai me prejudicar?
— Está preocupado? Deveria ficar feliz por eu não meter um processo na suas fuças por conta de espalhar boatos errados sobre mim!

   Mordeu um pedaço do lanche de forma agressiva e bebericou o suco de laranja.

— Não se preocupe Cruello, eu não vou te deixar em paz tão cedo... -Patrick o olhou com um sorriso despreocupado.  - O que seria de você sem mim?
— Uma pessoa mais feliz! Eu estaria livre de um stress desnecessário. Você fica tentando me prejudicar e me difamar só por conta de uma besteira do passado!
— Besteira?!

  O rosto de Patrick ficou pálido e os olhos dele adquiriram uma expressão de ódio e espanto. Ele cerrou os punhos sobre a mesa e em sua mente retornaram as lembranças de um passado distante.

~ flash-back de 10 anos atrás ~

“ Muito bem, eu já decorei todas as perguntas necessárias, o gravador está á postos e eu sei manejar a câmera. Vai dar tudo certo. Só preciso manter a calma e ser profissional. Confiança...eu posso, eu consigo!”

   Patrício Sterling respirou fundo e avançou para a entrada do salão, mostrando seu crachá de imprensa selecionada para os seguranças que o deixaram passar. Aquilo era uma grande oportunidade para começar a fixar sua carreira como jornalista. A revista que o contratara lhe dera uma oportunidade única e ele queria fazer um bom trabalho.
  O falecimento da estilista mundialmente conhecida, Cruella Devil, havia sido um choque para o mundo da moda. Embora a morte dela fosse algo de certa forma já esperado por conta do estado de saúde que ela estava nos últimos meses, ainda assim a notícia pegou todos desprevenidos. Afinal, Cruella Devil anunciara em nota que programara um desfile com modelos inéditos.

  A morte dela colocou no ar a pergunta: quem herdaria o império Devil? Cruella nunca se casara, tampouco tivera filhos. Sua família e parentes era omissa e há quem diga que Cruella havia cortado inteiramente qualquer relação com eles, exceto com  o irmão caçula. Porém, ele havia morrido em um acidente há muitos anos.
  Por conta disso, a surpresa e o alarde foram gerais quando o sobrinho dela, até então omisso da fama e holofotes veio á público declarando-se herdeiro único e direto de toda a fortuna e legado de Cruella Devil, detentor inclusive da empresa Devil’s.

   O herdeiro faria sua primeira aparição em público para uma entrevista para alguns jornalistas e Patricio Sterling havia sido escolhido pelo portal de noticias em que trabalhara após se formar, para cobrir a entrevista. Com sorte, ele esperava conseguir alguma declaração exclusiva do novo proprietário da Devil’s, o que na certa iria elevar seus status e lhe permitir novas promoções e propostas.
  Então, quando o herdeiro Devil entrou no palco e caminhou em direção á mesa colocada sobre o palco para a entrevista, Patricio Sterling ficou estático. A pessoa que via ali era muito diferente do que havia imaginado. Cruello Devil (como ele se entitulara) era jovem, elegante e bonito. Vestia trajes sociais pretos e um grande casaco de peles – um casaco de Cruella Devil e era um dos que ela mais usava. Os cabelos dele eram curtos mas de coloração idêntica ao de Cruella, invertendo apenas os lados. Os olhos azuis pareciam joias preciosas e o semblante apático, frio e orgulhoso criavam um magnetismo instantâneo.

   A entrevista transcorreu tão rápido e Cruello se portava tão quieto e evasivo, que Patricio não conseguiu erguer o braço para fazer alguma de suas perguntas e quando percebeu isso, a rápida entrevista já estava sendo encerrada. O desespero tomou conta de seu ser. Se voltasse para a redação sem nada de útil para a matéria, estaria com problemas. E ele precisava chegar perto de Cruello Devil.
   Graças á sua baixa estatura, Patricio Starling conseguiu passar entre os demais jornalistas e atravessar a porta dos bastidores sem que os seguranças o vissem. Sozinho em um corredor, ele conseguiu avistar Cruello seguindo sozinho em direção á saída dos fundos onde já havia um carro preto estacionado e um homem de jaqueta de couro e jeans surrados encostado na capota mascando um chiclete.

— Já terminou a bagaça?
— Vamos embora daqui que não estou nem um pouco disposto hoje. – resmungou Cruello para a pergunta do homem de jaqueta, que  entrou no carro e ficou  de motorista. – Merda de vida que vou ter agora. Se vier mais alguma pergunta de jornalistas escrotos eu vou...
— Senhor Devil! Senhor Devil!

   Cruello fez uma cara de entojo e revirou os olhos ao ver o jornalista se aproximar com uma câmera e um gravador em mãos.
— Poderia dar uma palavrinha? É importante!
— ...o que quer? – resmungou o rapaz acendendo um cigarro.
— Eu sou Patricio Starling o novo jornalista de celebridades do portal de notícias...
— Fale logo de uma vez que eu não tenho o dia todo!

   Patricio surpreendeu-se com a agressividade e isso o fez atrapalhar-se com o gravador, a câmera e a caderneta onde anotara as perguntas que deveria fazer. Irritado, Cruello jogou o cigarro no chão e ajeitou o casaco de peles.

— Eu vou embora!
— Es-espere senhor...aqui! O que você está sentindo tendo que assumir a Devil’s logo depois da morte de Cruella Devil?
—Não interessa!
— Estão comentando que
— ....calma, senhor. Eu só fiz uma pergunta...
— Eu já estou fato de perguntas! Sempre as mesmas perguntas! Ávidos para que eu fale algo que possam colocar na porra de seus tabloides sensacionalistas!
— Mas se-senhor...esse é minha primeira entrevista e...
— Eu não tenho paciência com quem está começando! Volte quando for um jornalista de verdade!  Saia da minha frente, estrupício!

 Cruello praticamente gritou as últimas palavras, batendo na mão de Patricio, fazendo o gravador cair no chão. Ele se abaixou para pegar e Cruello passou por ele quase o chutando em uma poça de água ao lado. Entrou no carro e logo o veículo saiu em disparada, não sem antes derramar água lamacenta sobre Patrick pois a roda passara exatamente na poça d’água.
   Patricio Starling. Ajoelhado no chão, com seu gravador destruído e todo sujo de água lamacenta observou o carro se distanciar enquanto uma raiva crescia dentro de si.

— ....vai pagar...isso não ficará assim... – ele sussurrou e então ergueu os olhos para o céu. – Eu juro, Cruello Devil. Irei me tornar um jornalista famoso, irei infernizar sua vida e JAMAIS SEREI HUMILHADO NOVAMENTE!!!

**fim do Flash-back**


— Você me humilhou, me subestimou, me desprezou! Isso não se faz, Cruello Devil! – rosnou Patrick dando um murro na mesa.
— Você está exagerando nessa história, eu não me lembro de nada disso! Que coisa mais  O Vento Levou, credo...
 – Eu jurei á mim mesmo que faria você pagar pela forma como me tratou e agora você tem que reconhecer o quanto eu sou bom!
— Sabe quando eu vou te achar bom profissional? NUNCA! Pode entrevistar a rainha da Inglaterra que ainda sim continuará sendo um jornalista sensacionalista medíocre!
— Medíocre é você seu empresário afetado!
— Ui, a bicha tá bravinha... – provocou Cruello com um sorriso soberbo.
—Eeeeppaaaa!!! Eu não sou bicha bravinha não, ô falsificação de Cruella Devil! Se não fosse por mim você nem seria lembrado! Eu te dei a fama que você possui hoje! - Patrick vociferou Patrick. - Sem mim, você seria um indigente para a mídia! Uma subcelebridade decadente!
— Hhahahahahaha! Que mundo de ilusão você vive!Pare de deturpar as coisas! Eu sou Cruello Devil e é graças á MIM que você conseguiu alguma coisa!  Você se agarra em mim feito sarna para conseguir suas matérias jornalísticas esdrúxulas! Mas eu não vou mais tolerar esse tipo de coisa!
—O que vai fazer, seu enrustido?  Olha que eu te processo!
— Você não tem tanto dinheiro para pagar advogados como eu. E primeiro, vou fazer isso!

   Cruello levantou-se da mesa e empurrou a cabeça de Patrick para dentro da tigela de salada  esfregando-a com vontade.

—Me... solta!!!! SOCORRO!!! - Patrick lutava para soltar-se de Cruello, o moreno por sua vez sorria satisfeito.
— Que essa salada seja todas as aporrinhações que você causou na minha vida. Engula-las! ENGULA!!!

   A confusão chamou a atenção dos seguranças do local que se aproximaram seguidos por uma mulher loira trajando um terninho preto.

— Mas o que está havendo aqui,seus idio...oh senhor Cruello!

   Os seguranças conseguiram separar Cruello e Patrick não sei antes o jornalista conseguir jogar o copo de suco de laranja no rosto do empresário. Ambos foram segurados cada qual por dois seguranças enquanto se debatiam.

— Seu jornalista febre do rato!  Não ouse partir para a baixaria!
— Partir pra baixaria?! Foi você que começou!  Ralé!! É isso o que você é, Cruello! Raléeeeeeeeee!!!
— Parem com isso, vocês dois! – pediu a mulher. – Seguranças! Levem o senhor Star para o vestiário e Celina! – ela se virou para a secretária. – Encontre algo para acalmar o senhor Star.

   Assim que eles se afastaram literalmente carregando um Patrick revoltado,  Cruello se acalmou e desvencilhou-se com raiva dos seguranças.

— Me soltem, estão pensando que eu sou quem? Eu sou Cruello Devil em ninguém rela em mim, não! Charlene! Como você permite que um ser como ele frequente o seu estabelecimento?!
—Eu...eu não posso negar acesso á um cliente pagante. E o senhor Star é um frequentador do SpaChar.
— Isso é um absurdo!! Ele surgiu para estragar o meu dia! Porque nunca o vi por aqui antes!
—  Eu sempre organizei os horários de vocês de modo a não se encontrarem pois tenho conhecimento dos problemas que ele tem com você.
— Ele tem problemas comigo?! EU tenho problemas com essa peste! Absurdo, não frequentarei mais este lugar! Os aparelhos daqui devem estar infestados de germes dele!
— NÃO! – a loira gritou e logo abaixou a voz com um sorriso. –  Não tome decisões precipitadas. Me acompanhe, o senhor precisa relaxar. Vamos conversar com calma, por favor. Me siga, ficará tudo bem...

~*~


— Chegamos, senhorita Igraine.
    Igraine tirou os fones de ouvido e dispersou seus pensamentos ao ouvir as palavras do mordomo.

   Alfred abriu a porta do carro para que a garota saísse e ambos caminharam pela garagem seguindo por um corredor onde pegaram um elevador. Igraine apertou as mãos na bolsa que segurava e olhou para si mesma no espelho. Usava um vestido em tons pastéis e algumas bijuterias pequenas e delicadas. Por insistência de Yumie, passara um pouco de maquiagem e arrependeu-se das sapatilhas: deveria estar usando um calçado melhor, Mas agora já era tarde. Pelo menos seu cabelo estava bom.
  Pelo painel, Igraine percebeu que subiam até o último andar e quando chegaram, Alfred se pronunciou.

— Aqui eu me despeço, senhorita.  Tenho de buscar o senhor Devil.
— Ah tu-tudo bem e...como assim?! O Cruello não está aqui?!
   Mas a porta do elevador já havia se fechado levando Alfred consigo.

“Como assim o Cruello não está aqui?! E agora? O que eu vou fazer? E se aquela piriguete louca aparecer?! “

  Trêmula, ligou para Cruello mas só denotava caixa postal.
—...mantenha a calma, Igraine...calma...eu consigo. Eu vou descer o elevador e ir embora. Cruello não pode me mandar vir aqui e não estar aqui!
— Igraine!
   Ela se virou assustada, avistando Valder que se aproximava.
— Hãn...o-oi...eu vim aqui para...
— Sim eu sei. O Cruello avisou que você iria vir e me mandou te acompanhar.
— Como assim? Por quê?
— Ele falou que você ia vir, que ele não estaria aqui e me pediu para ficar com você enquanto passava pelo “processo de melhoria” ou alguma coisa parecida...ele tem cada idéia bizarra ...enfim.
 
   Silêncio. Igraine observou o amigo cabisbaixo com ambas mãos nos bolsos da calça. Então ambos  começaram a falar ao mesmo tempo e pararam. Com um gesto, Valder pediu que Igraine falasse primeiro.

— Então... – ela começou, apertando os lábios. – Sobre aquele dia que discutimos eu...queria pedir desculpas. Eu acabei sendo grossa com você e...
— Eu que tenho de pedir desculpas. Conversei com Nanny e ela me fez perceber que eu exagerei. Acabei me intrometendo demais em algo pessoal seu.

“ Quando você conversou com Nanny?”— Igraine pensou em perguntar, mas o rapaz continuava.

— Então também quero pedir desculpas por ter sido meio agressivo. Se você quer se envolver com meu chefe, é uma escolha sua. Mas você é minha amiga e quero o melhor pra você então acabo me preocupando.
— Você também  é meu amigo e fiquei preocupada que não quisesse mais falar comigo e se eu perdesse sua amizade eu ficaria arrasada e...

   Igraine sentiu as lágrimas em seus olhos e prontamente Valder  deu tapinhas de leve em sua cabeça.
— Eu não vou terminar a amizade com você. Somos amigos desde que você veio para Londres, lembra? E se você realmente quer ficar com meu chefe, eu vou ficar do teu lado porque se deixar você sozinha com ele ou com madame Scarlet você vai estar ferra...
— Mas o que está acontecendo aqui?! Tá chorando por quê, ô caipira?

  No final do corredor,  Scarlet Medusa usando um curto e justo vestido preto com  sapatos de salto fino os encarava enfezada, com ambas mãos na cintura. Igraine não pôde deixar de notar  os enormes seios da mulher que se projetavam em um decote realçado pelo colar que usava.   Ela prendera os cabelos em um rabo de cavalo alto e, conforme andava, o cabelo balançava  atrás de si acompanhando o ruído dos saltos no piso. Olhou para Igraine de cima abaixo fazendo uma cara de entojo.

— Eu vou ter realmente muito trabalho com isso.
— Isso?! – Igraine apertou a bolsa nas mãos. – A que está se referindo, posso saber?
— Por acaso há algum outro estrupício mal vestido nesse corredor além de você?
— Seguinte, “senhorita Scarlet”... você pode ser o braço direito do Cruello, mas eu não sou obrigada a aguentar esse seu jeito arrogante!

 A forma agressiva que Igraine falara fez Valder começar a roer as unhas, prevendo que não tardaria para Scarlet literalmente voar para cima da sua amiga e puxá-la pelos cabelos.

— Eu aceitei tudo isso numa boa, mas exijo o mínimo de respeito... eu posso me vestir fora dos padrões de vocês dois, mas não admito que me trate da forma que está me tratando!
— Nossa, a menina tá bravinha! - Scarlet debochou. - Fica quieta e me siga temos muito o que arrumar em você e já deixei tudo preparado!
— Onde está o Cruello?! Ele disse que estaria aqui e...
— Ele saiu para resolver algumas coisas e me deixou com esse trabalho extenuante de tentar te deixar apresentável! Me siga! Não tenho o dia todo e te arrumar será trabalhoso!

   Atravessaram o corredor juntamente com Valder e quando entrou na sala que havia atrás das pesadas portas, Igraine se surpreendeu com o local. Igraine se viu em uma sala enorme, de tons claros e monocromáticos. Um tapete persa no chão e enfeites Tudo muito limpo e arrumado exceto pela imensa quantidade de araras de roupas, caixas de sapatos e demais coisas espalhadas pelo chão, mesas e sofás. Notou então um gigantesco quadro de Cruello Devil ocupando uma boa parte de uma das paredes. Ele estava simplesmente magnífico naquele retrato pintado em estilo vitoriano, com roupas sociais  e o típico sorriso soberbo. Ele ainda usava um grande casaco de peles e a cigarreira em uma das mãos enluvadas. Parecia igual á quando o vira pela primeira vez, invadindo sua casa como se fosse a materialização de um deus grego.

   O ruído de coisas sendo mexidas fez Igraine voltar a atenção para Scarlet, que remexia uma arara com diversas roupas penduradas em cabides enquanto praguejava sobre o fato de Cruello pensar com o órgão reprodutor e acarretar ainda mais trabalho para ela em ter que dividir o foco entre a escolha  de peças para o desfile e arranjar algo que combinasse para a garota com quem ele tivera a besteira de se envolver.
    Viu Scarlett remexer uma arara com diversas peças penduradas e todo o tipo de sapatos pelo chão. .. definitivamente,  aquilo poderia ser divertido.


— Muito bem qual é a sua cor? Se é que você tem alguma.
—Eu... bem.. - Igraine olhava curiosa por cima da mesa de Cruello - Eu gosto de rosa.
— Certo,tenho aqui esse vestido e esse corset para começar. E eu tenho um scarpan salto 15 aqui que...

   Scarlet lhe estendeu as peças de roupa em um tom de rosa-choque com detalhes pretos enquanto procurava alguma coisa nas caixas de sapatos. Igraine fez um muxoxo ao ver as peças.

— Não gosto desse tipo de rosa, gosto de algo mais delicado... tipo esse aqui! – ela indicou  o casaquinho rosa-bebê que usava.

   Scarlett encarou o tom pálido da peça e revirou os olhos, além de eco chata era do tipo romântica virginal.
   Mataria Cruello por todo esse stress. Não, melhor seria capá-lo e resolver de uma vez esse tipo de problema.

— Uma pergunta...alguém da Devil's viu você chegando?
— Han..n-não..o Alfred me acompanhou até aqui e logo encontrei o Valder no corredor...por quê?
— Ainda bem! Se alguém visse você toda brega desse jeito imagine o que iam falar! Preciso te consertar urgente! Vamos, vá tirando a roupa!
—Ei, ei.. eu não vou tirar a roupa aqui!! - Igraine avermelhou feito um morango; - O que você está fazendo?! Largue os meus peitos!
— Temos que valorizar algo de bom que você possa ter e o Cruello disse que seus peitos eram bons, então estou verificando.
— Sua assediadora!
— Ah pára! Não to assediando ninguém não! Não sou lésbica, não abusarei de você! Aliás, o que Cruello viu em você?!
— ...o que na certa não viu em você!
— Hahahahahahahahahahahahahahahahahahahahahahahahah! – Scarlet riu tanto que precisou sentar-se na poltrona de Cruello. – Ai meu  Jacque LeClair  que absurdos tenho de ouvir! Coco Channel dai-me paciência porque não vou aguentar! Na boa, Igraine! Depois dessa eu até vou ligar para o Cruello contando os absurdos comparativos que você tenta fazer...
— Han, madame Scarlet...o senhor Devil não vai atender o telefone.
— Por que não? – ela já estava com o celular em mãos.
— É que...ele pediu pra avisar que deixaria o aparelho desligado.
— ...aonde ele foi?- Não sei...mas creio que está anotado na agenda.

   Scarlet folheou rapidamente a agenda sobre a mesa e ao ver anotação no dia seus olhos se arregalaram. E como um furacão, diversas lembranças surgiram eu sua mente fomentando uma análise de fatos e possibilidades. Rapidamente pegou o telefone e discou um número.

— ...aqui é Scarlet Medusa. Exijo falar imediatamente com Cruello Devil....onde ele está?...então passe a ligação para a proprietária Charlene Charutis...por quê?! Explique!- uma longa pausa que durou dois minutos. - ....O QUÊ?!

   Scarlet bateu o telefone com força e se levantou, pegando a própria bolsa.
— Dessa vez eu vou descobrir a verdade! Vou pegar aquela piranha no flagra! Ninguém mexe no produto sem minha permissão! E aquele estúpido do Cruello vai se lascar!
— O...o que está havendo?
— Valder, cuida das coisas voltaremos logo! – ralhou, já pegando no braço de Igraine. – Venha! Vou te mostrar o tipo de coisas que você vai ter que lidar se quiser ficar ao lado de Cruello!

~*~

   A proprietária Charlene Charutis levou Cruello até o segundo andar, onde ficava o SPA e as salas de massagem. Cruello sentou-se  em uma das camas de massagem enquanto Charlene trancava a porta e enchia um copo de água com açúcar.

— Aquele febre do rato do Star! Ele consegue sempre me tirar do sério! 
— Calma, calma...o senhor precisa relaxar. Aqui, beba isto.
— Você não deveria permitir que pessoas do nível dele frequente seu estabelecimento! Aqui é um lugar para pessoas de classe! - Cruello bebeu a água em um gole só e soltou um resmungo. – Credo! Que raios você colocou nessa água? Sal?!
— Vamos, senhor Cruello. Você precisa de uma massagem, está muito tenso.
— Estou por culpa daquele maldito!
— Sim, sim. Por isso mesmo que o senhor precisa relaxar ou o stress poderá afetar sua saúde. Aqui, deite-se na cama que irei preparar os óleos e cremes.

  Praguejando consigo mesmo, Cruello deitou-se na cama que Charlene indicara. No momento que pousou a cabeça na almofada, sentiu o mundo girar e fechou os olhos. Subitamente todo seu corpo ficara pesado e sentiu sono.

— Nossa... – ele murmurou. – A presença daquele traste do Patrick parece que sugou todas as minhas forças...é o olho gordo dele, certeza!
— Esqueça ele por enquanto, senhor Cruello. – murmurou Charlene passando um creme nas próprias mãos e se aproximando. – O senhor precisa relaxar. Concentre-se na minha voz e respire fundo.

   Cruello suspirou. Tentou abrir os olhos mas não conseguiu então optou por permanecer do jeito que estava. A habilidade de massagem de Charlene parecia mágica, todo o corpo dele amolecia tão logo se deitava na cama. Ainda que depois da sessão eles sempre saísse dolorido e um pouco cansado, a massagem dela sempre o fazia adormecer profundamente de modo que sequer via o tempo passar, sequer percebera que havia dormido.
   Entre pensamentos confusos e um cansaço cada vez mais crescente, Cruello caiu em um sono profundo.

— ...muito bem. – sussurrou Charlene passando a língua nos lábios. – Eu já estava com saudades de você, meu querido Cruello.

~*~


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Notas finais do capítulo

E chegamos ao final deste capítulo!
E agora o que irá acontecer? Será que Cruello será abusado sexualmente pela proprietária do SpaChar? Ou será que Scarlet e Igraine chegarão á tempo de impedir tal assédio? E como Patrick Star continuará sua vingança? Em breve talvez tenhamos as respostas!
Quero agradecer á todos os leitores que acompanham a fanfic e tem a paciência de esperar a atualização (peço desculpas mais uma vez pela demora!). Escrever esse capítulo não foi fácil pois tive que fazê-lo em um tempo limite então espero que ele tenha ficado pelo menos razoável. Procuro sempre fazer o melhor possível mas ultimamente está sendo tão difícil que penso que tenho que traçar o final dessa fanfic logo, mesmo que ainda diversas coisas tenham de ocorrer! Agradeço também á minha amiga Hime por me ajudar nos diálogos com a Igraine.Tenho planos de na Page do Cruello no face (HTTP://www.facebook.com/cruellocruel) colocar fotos do “elenco” da fanfic enquanto o photoshoot oficial do Cruello não sai. O que acham?
Enfim, deixem seus comentários e sugestões aqui e até o próximo capítulo!