The Cruel Beauty escrita por Tsu Keehl


Capítulo 2
Capítulo 02


Notas iniciais do capítulo

Olá leitores, tudo bom?
Demorou um pouquinho mas finalmente venho lhes trazer o segundo capítulo da fanfic. Agradeço á todos que leram o primeiro capítulo e incentivaram a continuar. Muitas coisas irão acontecer á partir de agora. Eu sei que posso demorar um pouco para escrever devido á correria do dia á dia, mas estarei sempre atualizando a história.
Mandei uma mensagem á Sakimi-chan sobre minha idéia para a fanfic e ela além de agradecer, disse ter ficado surpresa por seu desenho ter servido de inspiração para uma história!
Então, chega de papo e vamos lá!



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THE CRUEL BEAUTY

Capítulo 2

~*~

Igraine estava sentada confortavelmente no sofá da sala, sentindo o barulho gostoso da chuva batendo sobre a janela. Aquele friozinho era reconfortante, e ela aproveitava a tarde entretida com o segundo livro de Guerra dos Tronos enquanto vez ou outra bebericava a caneca com chocolate quente espumoso e mordiscava alguns biscoitos amanteigados.

BLAM!

O estrondo da porta da entrada sendo aberta violentamente fez com que ela quase pulasse do sofá. Mal havia levantado para descobrir o que acontecera, quando se deparou com ele.

Cruello Cruel.

Ele estava parado á entrada da porta, utilizando o mesmo terno elegante e o casaco cinza nos ombros. A expressão dele era indefinível e seus belíssimos olhos azuis irradiavam uma vontade insana.

Fechando a porta atrás de si, ele se aproximou como uma fera ao ataque em sua direção, envolvendo-a em seus braços e cobrindo sua boca com um beijo violento.
Igraine sentiu todo o seu corpo amolecer diante daquilo. Como isso poderia ser verdade? Cruello a beijava sofregadamente, mantendo-a presa em seus braços e...como ele beijava bem!

Quando percebeu, já estava movendo as mãos loucamente pelos cabelos dele, passando pelas costas, lutando para que a boca dele não se afastasse da sua. Sentiu que era jogada no sofá enquanto ele a cobria de beijos na boca, no rosto, no pescoço e isso a fazia querer-se grudar mais ainda em seu corpo, podendo senti-lo de uma forma que a fez gemer.

– Isso...vai...vai Cruello, vai!

Igraine abriu os olhos, tentando entender a situação.
Estava deitada em sua cama, enroscada no travesseiro e com a coberta toda embolada sobre o corpo.

“ Eu não acredito que sonhei isso.”

Passou a mão sobre o rosto, tentando compreender porque diabos tivera um sonho com Cruello DeVil. Ainda mais um sonho daqueles. A porta do quarto deslizou e a dálmata Dois Tons se aproximou silenciosamente. Quando ia começar a latir, Igraine já cortou.

– Eu estou acordada.

Levantou-se em direção ao banheiro, ciente de que precisava tomar uma ducha para tirar aquela sensação incômoda de calor.

~*~

Igraine nunca se habituava em estar sozinha em sua casa toda segunda-feira. Bom, sozinha não estava, pois tinha a companhia de sua dálmata Dois Tons, o gato preto Mimo, o vira-latas Furacão e o chihuahua Golias, que deveria estar enfiado em algum buraco da casa pronto para morder a canela de algum passante.

Segunda-feira era o dia de folga de Nanny e, embora ela morasse em sua casa, quando era seu dia de folga, ela simplesmente sumia o dia inteiro, voltando apenas tarde da noite. Igraine não sabia o que tanto sua empregada e amiga fazia, mas também não ficaria perguntando como se fosse uma intrometida. Pelo menos Nanny sempre voltava com um humor ainda melhor do que tinha saído e lhe trazia algum doce.

O relógio já marcava 7:00 em ponto e Igraine sabia que precisava se apressar ou chegaria tarde no trabalho. Vestiu jeans, jaqueta e uma camiseta preta com o rosto de um tigre estampado e desceu as escadas com os tênis em mãos. Furacão passou entre suas pernas agitado e por pouco ela não deu de cara no chão.

– Mas que coisa! Vou me atrasar!

Abdicou de tomar o desjejum e encheu as vasilhas de água e comida para seus animais. Ao ouvirem o som do armário da lavanderia sendo aberto, os três cães e o gato vieram de supetão, agitando caudas entre latidos, pulos e miados.

– Calma, calma! Tem pra todo mundo! Dois Tons não pula em mim! Espera, eu vou colocar na vasilha!
– CAIM!
– Ai desculpa Golias! Mas você não pode ficar querendo andar na minha frente, com o saco de ração eu não enxergo nada, entendeu?
– MEOW,MEOW, MEEOOOOOOOOOOOOOOW!
– Mimo, sai de cima da mesa! E pára de miar assim, parece que tá no cio! E isso é bizarro, já que você é castrado!

Igraine começou a depositar a ração na vasilha de cada um e Furacão avançou loucamente sobre a sua, derramando pedaços de ração para os lados e quase comendo a mão de sua dona no processo.

– Furacão, você parece um esfomeado! A comida não vai fugir não e...Dois Tons! Não é para comer a ração do Golias! A sua está aqui!

Igraine perdeu uns bons quinze minutos no meio daquele caos que seus bichos faziam todos os dias na hora de comer. E faziam isso apenas quando era ela quem tinha de colocar suas comidas. Com Nanny eles se comportavam como animais civilizados.

– Minha nossa, eu tô atrasada! O ônibus já vai passar! Corre, corre! Corre!

Aos tropeços, ela pegou a bolsa, meteu seus pertences que estavam sobre a mesinha e colocou os tênis enquanto era acompanhada pelos bichos.

– Quando eu chegar a gente brinca! Se cuidem aí e não briguem, logo eu volto! Beijos!

Igraine trancou a porta e saiu em disparada pela rua em direção ao ponto de ônibus. Para seu desespero, viu o ônibus passar antes que ela pudesse chegar.

– Não! Me espere! Ei! Espera! Maldição!
Irritada, respirou profundamente para retomar o autocontrole.

“ Vai, Cruello, vai!”

– Porque diabos estou lembrando disso agora?!

Ela havia praticamente gritado aquelas palavras assim que relembrou da cena do sonho e nem percebeu que algumas pessoas próximas a olharam de esguelha.

Caminhou em direção á avenida para pegar o ônibus que passava por lá. Olhou as horas no relógio de pulso e percebeu que estava atrasada. Apressou o passo e começo a vasculhar a bolsa á procura do celular. Iria ligar para a Instituição e explicar que chegaria um pouco atrasada. Estava tão distraída e obcecada em mexer na bolsa, que atravessou a avenida sem perceber que um carro se aproximava.

– BIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIII SCREEEEEEEEEEEEEEEEEE!!

BLAM!

Tudo aconteceu muito rápido. Igraine apenas ouviu a buzina e no segundo seguinte, uma BMW preta vinha derrapando em sua direção. Ela pensou em desviar mas acabou sendo atingida levemente pelo veículo. O impacto a jogou para o asfalto e ela ficou estatelada no chão, ainda sem entender o que havia acontecido

“ Eu morri?”

Não estava sentindo dor, só uma leve ardência na coxa, fêmur e quadril. Tentou se levantar mas alguém falou para ela não se mexer e que a ajuda já estava a caminho. Tentou olhar para o próprio corpo, temendo descobrir que estava numa poça de sangue, sem um braço ou mesmo sem as partes de baixo do corpo. Mas não, estava tudo ali pelo que podia ver e nem sangue tinha.

Em instantes ela já se via rodeada por pessoas estranhas lhe dando a certeza que ocorria algo que detestava e sempre evitava ao máximo que acontecesse: ser o centro das atenções.
Ainda sentia-se meio zonza da pancada e notou que alguém descia da BMW que a havia atropelado. Bom, pelo menos era rico, caso precisasse custear o hospital. Porém, percebeu que o motorista, indiferente ás pessoas em volta ou comentários, tratou de averiguar primeiro se a lataria do carro havia sido amassada.

– Ei! – gritou ela. – Você me atropelou, cara!

Igraine sentiu o frio na barriga se espalhar por todas as partes do seu corpo ( exceto uma que, para seu horror, esquentou ) ao ver que o motorista era ninguém menos que Cruello DeVil.

– Senhor, a moça tá caída.
– O quê?! – ele finalmente encarou Igraine quando um homem apontou para ela. – Mas que droga!

Cruello se aproximou, ajoelhando-se ao seu lado, com um misto de raiva e preocupação.

– Você está bem não é? - indagou. - Não vai querer me processar por isso, foi um acidente, eu estava dentro do limite de velocidade, na direção certa. E eu vi quer você atravessou a avenida sem olhar para os lados!

Igraine o encarou indignada e só então ele a reconheceu.

– Ah é você.... levanta logo daí que eu não tenho o dia todo! – ele se virou para as pessoas, batendo palmas. – Ela está bem, podem ir embora, o show acabou!

Não. O show estava apenas começando.

– Escuta aqui, cara! Você acabou de me atropelar! Nem pergunta se estou bem, nem tenta se mostrar solidário! Olha primeiro pra droga do seu carro em vez de ajudar a vítima e ainda fica mandando em mim?! Você me atropelou, tem consciência disso?!
– Você está super bem, pare de fazer drama e levanta logo daí que está me fazendo passar vexame.
– Vexame?! Você é um alienado por acaso?! Eu sou a vítima aqui!!!!

Igraine já estava gritando o que fez os espectadores não se manifestarem, apenas observarem o desenrolar da situação á uma distância segura. Ela se levantou com dificuldade, pois suas pernas ainda estavam dormentes pela pancada e precisou se escorar no capô do carro. Enquanto isso Cruello atendia o celular.

– Ai ai...não,não precisa se preocupar Eu estou bem. – falou Igraine gentilmente para uma mulher que tencionou ampará-la.

Uma das coisas que Igraine detestava era incomodar alguém. Sua perna na região do quadril e da coxa que foi atingida estavam latejando e ela não conseguia se mexer direito. Mas como não tinha nada quebrado e não estava sangrando, então não havia razão para se desesperar. Aceitou apenas quando duas pessoas pegaram sua bolsa e pertences que haviam se espalhados com a trombada.

Escorada no capô da BMW, Igraine ia colocando as coisas na bolsa enquanto tranquilizava os cidadãos que perguntavam se ela queria que chamassem uma ambulância. Foi então que ouviu a conversa de Cruello ao celular. Ele já havia acendido um cigarro e estava completamente indiferente aos olhares indignados das pessoas que sabiam de sua culpa naquele acidente.

– Sim, eu vou me atrasar. Resolvam isso logo e que seja bem feito porque se eu tiver problemas de novo por causa do atraso na linha de produção, avisa á esses funcionários acomodados que amanhã terão que ir na fila do seguro desemprego! Não, não sei que horas vou chegar. Tive um problema aqui. Uma retardada me fez atropelá-la e agora está querendo chamar atenção! Não, fique tranquilo. Isso não vai acabar em processo judicial...o quê? Ora essa, não me dê ordens! Eu sei como lidar com esses casos!

Desligou o telefone, furioso. Puxou um segundo celular do bolso e adicionou gravação de recados.

– Só para eu não esquecer. Demonstrar uma autoridade maior para meu advogado de modo a não me contestar acerca de assuntos pessoais.

Cruello passou a mão pelos cabelos e se aproximou de Igraine que contava mentalmente até dez para não mandá-lo tomar naquele lugar.

– Muito bem, Irene.
– ...é IGRAINE.
– Que seja. – gesticulou. – Vamos acabar com isso, sou uma pessoa ocupada. Se afasta do meu carro senão vai amassá-lo de novo.
– O QUÊ?! Eu amassar o seu carro?! Seu carro tá amassado porque você me atropelou! Eu estou travada aqui por causa da pancada, minha coxa está latejando e vai ficar um hematoma enorme!
– Você amassou meu carro, sim! Olha isso! – ele apontou. – Uma simples batida não deixaria uma lataria desse jeito! Sua bunda é de aço, por acaso?
– Seu..seu...insensível!
– Ui, que desaforo! Eu já ouvi coisas muito piores. Agora vai, xispa!
– Tá me enxotando feito um cachorro?!
– Bom, sua casa já é quase um canil não é mesmo?

Uma bolsa atingiu a cara de Cruello com força, fazendo o cigarro voar longe. Igraine só percebeu o que havia feito quando já era tarde demais. As pessoas ao redor contiveram uma exclamação de surpresa e ela sabia que havia exagerado. Exagerado demais.

– É...me desculpe...e-eu...

Cruello mantinha uma das mãos (e Igraine notou que ele usava luvas pretas) sobre a área atingida, estampando uma fisionomia de espanto e indignação.

– Sua...TROGLODITA! Machona! Selvagem! Covarde! Você me agrediu! No meu rosto! No meu rosto! Se eu ficar com marcas vou te fazer pagar! Só não relo a mão em você porque estamos em local público!
– O que?! – ao ouvir aquilo toda a sensação de culpa em Igraine se dispersou. - Você tem a CORAGEM de admitir que agrediria uma mulher fisicamente?! Já não basta agredir animais?! Como pode ser tão machista repleto de trejeitos desse jeito?!
– ...o que tem de errado nos meus trejeitos? E foi você que começou!
– Você é desprezível! Como que pode...

Igraine não terminou a frase. Subitamente sentiu sua mente anuviar-se e tudo rodou . Os sentidos começaram a se apagar e tombou sobre os braços de Cruello, inconsciente.

~*~


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Notas finais do capítulo

Bom, terminei o capítulo aqui. Acho que consegui escrever dentro do prazo que estipulei.
Agradeço á todos que acompanharam e que estavam ansiosos e me pressionando pelo capítulo seguinte. Estou tentando fazer o meu melhor.
O que estão achando do Cruello? E da Igraine?
Se tiverem críticas, elogios ou sugestões, digam! ^^
E aguardem o próximo capítulo ;)